Capítulo 5 - Noite de Rebeldia

DEMI OBSERVOU como Joe Jonas fez seu caminho pelo longo e largo corredor, com passos largos e decididos. Ela se sentia estranhamente ofegante após seu encontro. Seu pulso estava vibrando muito rápido. Era como se algo pequeno e assustador tivesse desestabilizado as válvulas do seu coração.
Sua reação a Joe a deixara confusa. Muito confusa. Os homens não costumavam gerar esse efeito sobre ela. Até mesmo os de boa aparência. E não existiam muitos homens mais bonitos do que Joe Jonas. Ela estava esperando um homem de cabelos compridos, louco por computador, curvado, com barba espessa… mas encontrara um homem que parecia um modelo masculino em um anúncio de gel pós-barba ou relógio de luxo. Ele era alto, de ombros largos, corpo atlético, e tinha um ar de autoridade muito convincente. Havia algo em sua aparência que fazia soar um leve alarme de reconhecimento na cabeça de Demi. Ela vira uma foto dele em algum lugar? Ou seria do tal irmão gêmeo? Até mesmo seu sobrenome parecia intuir certa familiaridade, mas ela não conseguia se lembrar de onde o ouvira antes…
Seu cabelo castanho-escuro, grosso e ondulado, estava despenteado, como se ele fosse uma espécie de professor maluco, e isso parecia atraente aos olhos de Demi. Ele estava bem barbeado, mas algo lhe dizia que sua barba era bem cheia. E Demi sentiu o impacto de seus hormônios masculinos assim que entrou em seu escritório. Foi como uma colisão contra a sua carne. Potente. Poderosa. Primal. Deixando-a consciente de seu corpo, de uma maneira que ela não sentia há anos. Aliás, talvez nunca tivesse sentido.
Joe desencadeava algo nela, algo profundamente instintivo. Algo rebelde. Ela sentiu um desejo irresistível de desmantelar sua máscara de civilidade. Queria desfazer o bloqueio. Queria trazer à tona o homem primitivo que vivia por trás dos modos aristocráticos. Ele estava com os braços cruzados, mantendo um ar controlado e distante, além de arrogante. Havia uma parede invisível em torno dele, uma parede que a avisava para não chegar perto. E se ela se atrevesse? E se ela chegasse tão perto que ele não fosse capaz de manter esse controle de ferro? Ela abriu um sorriso. Que pensamento tentador…
Demi não conseguia evitar seus olhos incríveis. Eram uns olhos profundos, com cílios grossos e sobrancelhas fortes. Olhos inteligentes. Atentos. Intuitivos. Ele tinha um nariz reto e uma mandíbula que sugeria um traço de teimosia. Parecia viver sempre metido em sua própria cabeça e pensamentos, como se a lógica fosse a sua moeda. A ação viria mais tarde, após a devida consideração.
Se não servisse para nada mais, Joe marcaria uma mudança no padrão de homens com os quais fora forçada a compartilhar quartos e camas. Talvez aquele mês não se mostrasse tão complicado, afinal de contas... Poderia ser divertido flertar com Joe. Aliás, ela se divertia ao vê-lo agir destilando toda a sua sabedoria e vendo seu rosto severo e sua postura de ferro.
Demi era exigente quando se tratava do homem a quem entregaria seu corpo, mas isso não significava que não poderia ter um pouco de diversão na vida. Ele era engomado e formal, o típico macho inglês bem-nascido. Talvez quisesse apenas preencher um pouco do seu tempo, para depois abandoná-la.
No entanto, ser portador de um diploma universitário de alto nível não o tornava diferente de qualquer outro homem que ela conhecera em sua vida. Homens movidos por hormônios. Homens com desejos de ter seu apetite saciado com quem estivesse
disponível. Porém, ela provaria que Joe não tinha o direito de olhá-la com tanta superioridade.
Demi abriu um pequeno sorriso. Sim, aquele período de prisão domiciliar poderia provar-se a melhor diversão que ela tivera em anos.
A governanta apareceu no final do corredor e se aproximou de Demi, com seu pulso envolvido por uma atadura. Isso trouxe de volta memórias do tempo em que seu padrasto a agarrava pelos pulsos e os atava, quando ela tinha 11 anos, e em seguida lhe dizia que a mataria, ou mataria sua mãe, se Demi contasse a alguém como se machucara. Ela tinha de fingir que caíra da bicicleta. Uma bicicleta que ainda não tinha. Porém, as placas e os parafusos em seu pulso não foram as únicas cicatrizes que seu padrasto lhe infligira.
Seus problemas com autoridade, sua rebeldia, sua desconfiança dos homens e seus frios pesadelos que a faziam suar eram marcas de uma infância e adolescência passadas à mercê de um louco. E ela não estaria ali, fazendo aquele trabalho ridículo, se não fosse pela maneira como seu padrasto e o advogado dele a fizeram parecer uma criminosa.
– Vem por aqui, Demi – disse Sophia, conduzindo-a ao primeiro andar. – Então, o que está achando deste lugar até agora?
– Tudo muito bom, eu acho.
Demi não entendia por que deveria ser exageradamente amigável com a governanta. Sophia parecia boa o suficiente, mas seria um desperdício de energia tentar gerar uma amizade, quando, em questão de semanas, estaria para sempre longe dali.
– Tive que persuadir o senhor Jonas a concordar em ter você aqui – disse Sophia, quando elas chegaram ao primeiro andar. – Não que ele não quisesse fazer sua parte no trabalho de caridade… Ele é incrivelmente generoso e apoia muitas causas, mas é um homem que gosta de ser deixado sozinho para fazer o seu trabalho.
– Será que ele tem alguma amiga? – perguntou Demi.
A expressão de Sophia se fechou.
– A privacidade do senhor Jonas é de suma importância para ele.
– Vamos lá… deve haver alguém em sua vida – disse Demi.
A boca de Sophia trincou, como se ela estivesse lutando para não ser indiscreta sobre seu empregador.
– Eu valorizo demais o meu trabalho para revelar tais informações pessoais.
Demi deu de ombros, bem de leve.
– Ele parece muito chato, se você quer saber. Vive para o trabalho, sem abrir espaço à diversão.
– Ele é um empregador maravilhoso – disse Sophia. – E um homem decente, com honra e princípios sólidos. Você teve muita sorte por eu ter sido capaz de convencê-lo a permitir sua estadia. Ele não costuma fazer isso…
– Sorte a minha.
Sophia lhe lançou um olhar de advertência.
– Espero que você não cause problemas para ele.
Quem, eu?, Demi pensou, com outro sorriso, mas desta vez interno.
A governanta fiel de Joe Jonas pensava que ele mantinha princípios sólidos, certo? No entanto, quanto tempo duraria tais princípios, antes que ele caísse em tentação? Ela percebera a maneira como ele a observara. Joe podia ser inteligente e sofisticado, mas tinha as mesmas necessidades que qualquer outro homem da sua idade. Ele era saudável e apto, além de estar no auge de sua vida. Por que não poderia querer tirar proveito da situação?
No entanto, Demi conhecia o poder que tinha à sua disposição. Aliás, esse era o único poder que possuía. Ela não tinha dinheiro, nem prestígio, nem pedigree. Tinha apenas o seu corpo, e sabia como usá-lo.
– Como você machucou o pulso? – perguntou Demi, para preencher o silêncio.
– É apenas um pouco de tendinite – disse Sophia. – Eu tenho de vez em quando. Mas tudo vai se resolver se eu puder descansar. Envelhecer é isso… e eu estou com medo.
Demi seguiu a governanta em direção ao terceiro andar da casa. Os tapetes persas eram tão grossos que pareciam de veludo, a decoração luxuosa mostrava influências francesas e italianas. Obras de arte deslumbrantes decoravam as paredes, incluindo retratos e paisagens de vários tamanhos, além de bustos de mármore e estátuas posicionadas ao longo do corredor. Lustres estavam dependurados como fontes de cristal, e as luzes presas à parede brilhavam com a mesma alta qualidade.
Demi nunca estivera em um lugar tão opulento. Aquilo era como um palácio. Como a vitrine de uma pessoa sofisticada e rica. Mas não havia objetos pessoais espalhados por ali. Nenhuma foto de família ou recordações. Não havia nada fora do lugar. Tudo estava em seu devido lugar. Parecia mais um museu do que uma casa.
– Este é o seu quarto – disse Sophia, abrindo a porta de uma suíte, bem na metade do longo corredor. – Tem seu próprio banheiro e varanda.
Varanda?
Demi parou. Seu coração disparou. O medo enviou um arrepio que atingiu seu couro cabeludo. As cortinas de seda das portas que conduziam à varanda ondulavam com a brisa da tarde, como se fossem o vestido de baile de um fantasma.
Quantas vezes ela fora arrastada para a varanda em sua infância? Quantas vezes fora trancada lá fora, fizesse calor ou frio? Quantas vezes fora forçada a observar, impotente, a sua mãe se debatendo do outro lado do vidro? E Demi aprendera a não
reagir, pois quando o fazia sua mãe sofria ainda mais. Se reagisse, seu padrasto encontrava uma maneira de aumentar o castigo.
E ela voltara a sentir… Ah meu Deus, ela voltara a sentir…
Seu peito estava apertado, pesado. Cada respiração era como se estivesse tentando arrastar uma estante cheia de livros. Ela não podia falar. Sua garganta ficou fechada por conta de um estrangulamento de pânico.
– É de tirar o fôlego, não é? – perguntou Sophia. – E só recentemente foi reformado. Ainda podemos sentir o cheiro da tinta fresca.
Um tremor atingiu o corpo de Demi como um terremoto. Suas pernas ficaram frias e bambas, como se seus ligamentos tivessem sido cortados com uma espada. Gotas de suor escorriam pelas suas costas, quentes e pegajosas como o sangue. Seu estômago se revirava, gerando um acesso de náuseas. Uma maré incômoda subia à sua garganta.
– Eu… eu não preciso de um quarto tão grande – disse ela. – Basta me colocar em um dos quartos do térreo. Nós passamos por um agradável, no segundo andar. Aquele azul... seria suficiente. Eu não preciso ter minha própria varanda.
– Mas há belas vistas de toda a propriedade, e aqui você terá muito mais privacidade. É um dos quartos mais bonitos da…
– Eu não me importo com as vistas – disse Demi, afastando-se da porta para ficar perto de uma estátua de mármore que parecia tão fria quanto seu corpo. – E não sou uma convidada de honra, certo? Estou aqui para trabalhar. Eu só preciso de uma cama e um cobertor.
O que era muito mais do que tivera em um passado não tão distante.
– Mas o senhor Jonas insistiu que você…
– Sim, sim, eu sei. Eu devo ser colocada o mais longe possível do seu quarto – disse Demi, abraçando o próprio corpo. – Mas por quê? Será que ele não confia em si mesmo?
– O senhor Jonas é um cavalheiro – disse Sophia, trincando os dentes.
– Sim, claro… mas mesmo os senhores da alta sociedade têm hormônios.
Sophia deixou escapar um suspiro de frustração.
– Será que você, pelo menos, poderia olhar para o resto do quarto? Você poderia mudar de ideia ao ver como…
– Não.
Demi se afastou e voltou a descer as escadas, vencendo um degrau após o outro apressadamente. Ela não conseguiu respirar com calma até chegar à saída mais próxima. E parou, sob a luz do sol, dobrando seu corpo para a frente, com as mãos nos joelhos, os pulmões a todo gás, sentindo o ar quente do verão.
De jeito algum ela dormiria em um quarto com varanda. De jeito algum!

Capítulo 28


Joe passou noites sem dormir depois que tinha conversado com Marissa e quando finalmente conseguia dormir tinha pesadelos com Demi, dela sozinha em um lugar onde ela não conhecia absolutamente ninguém, em uma casa grande sem ninguém para conversar e o último pesadelo que ele teve foi o pior de todos e foi ai que ele decidiu procurar por ela, mesmo não sabendo qual seria a sua reação ao vê-lo depois de tanto tempo e nem sabendo se ela iria aceita-lo na sua vida de novo, mesmo assim ele estava disposto a procurar por ela e fazer a sua parte, ficar com ela nos melhores e nos piores dias da doença até que ela melhorasse e eles pudessem ter uma vida normal e feliz ao lado de Olívia. 
Ele demorou cerca de um mês até tomar essa decisão, se desligou tanto do mundo que não lembrava que hoje era véspera de natal, uma data onde ele sempre estava feliz por ter toda a família reunida em sua casa e depois que dava meia noite ele sempre levava Olívia para ver a grande árvore de natal que ficava montada no centro da cidade com a neve caindo sobre suas cabeças, só que nesse natal seria diferente, ele não estava com nenhuma vontade de comemorar e ser feliz pelo menos uma noite, a única coisa que ele queria hoje era ter Demi em seus braços. 
O dia passou tranquilo, Joe conseguiu se distrair um pouco fazendo as coisas que sua mãe pedia e também dava um pouco de atenção a Olívia, ele havia ficado muito afastado da filha desde que tudo aquilo aconteceu ainda mais quando a menina perguntava por Demi e o porque dela não ir mais visita-lá aquilo ali cortava seu coração e sabia que Olívia também sofria pelo afastamento da moça com quem tanto tinha se identificado. Joe tentou agir o mais normal possível durante toda a ceia de Natal com toda a sua família em volta da mesa contando o que havia acontecido no seu dia e quando o relógio marcou meia noite todos se abraçaram e foram em direção a grande árvore que ficava uns 20 minutos de sua casa, ali ele pode realmente se divertir um pouco e parar de pensar em tudo aquilo que fazia quase a sua cabeça explodir. 
Ele pode finalmente se divertir com a sua filha sem nenhum fingimento, ver Olívia brincando na neve era a coisa mais maravilhosa para ele, na verdade tudo o que a menina fazia era um motivo de alegria para Joe, mesmo que eles fossem até aquele lugar todo ano desde que Olívia nasceu ver os olhos da linda menina brilhando por ver a neve e toda aquelas luzes acessas na árvore fazia o coração do Joe se encher de alegria e sorria olhando para o céu agradecendo sua falecida esposa por ter deixado com ele um pedaço do casamento dos dois que havia sido tão feliz. 
Joe depois que sua mulher morreu olhava o céu todos os dias e havia escolhido uma estrela entre milhares para representar a sua linda e falecida mulher e hoje olhando o céu aquela estrela brilhava muito mais do que as outras e como um sopro ele pode ouvir a linda e meiga voz dela dizendo para que ele fosse atrás de Demi e deixasse tudo aquilo que havia sofrido longe dela para trás. Ele sorriu quando ouviu sua voz, aquilo só podia ser um sinal e ele precisava correr atrás do amor da sua vida e ficar ao lado dela mesmo que ela o expulsasse assim que o visse. 
_Mãe você poderia olhar Olívia e leva-la para a sua casa hoje? Eu preciso fazer uma coisa muito importante hoje_ Joe disse apressado, ele não poderia deixar para começar a resolver aquilo tudo amanhã, ele precisava falar com Marissa hoje mesmo. 
_Eu posso Joe mas aonde você vai com toda essa pressa? 
_Eu não posso explicar nada agora mãe, mas prometo que amanhã eu sento e te explico tudo e respondo todas as suas perguntas que eu sei que você quer me fazer a muito tempo. Obrigada por ficar com Olívia amanhã eu passo na sua casa de manhã e a pego. 
Joe saiu correndo no meio daquela multidão que estava envolta da árvore e enquanto corria torcia para que Marissa estivesse em casa porque se não estivesse não saberia onde encontra-la e não aguentaria ate o dia seguinte para falar com ela. A casa dela não ficava muito longe dali e 10 minutos depois ele estava tocando o interfone de sua casa. 
_Pois não?_ Joe identificou aquela voz sendo de Oliver e agradeceu aos céus por eles estarem em casa. 
_Boa noite Oliver, aqui é Joe desculpa bater a essa hora no seu portão cara mas queria muito falar com Marissa e o assunto é muito importante será que tem como você abrir o portão. 
_Claro Joe. 
Assim que Oliver liberou sua entrada Joe arrancou com o carro e parou de qualquer jeito em frente a casa, Marissa estava na porta esperando por ele com uma cara surpresa e ao mesmo tempo preocupada. 
_Joe o que faz aqui? Não me diga que você teve alguma notícia de Demi. 
_Fique calma Mari, não é nada disso sobre o que você está pensando mais eu realmente preciso conversar sério com você e não podia passar de hoje. 
_Entre, vamos conversar no escritório. 
Marissa deu espaço para que Joe estrasse, ele cumprimentou todos que estavam em sua casa e seguiu Marissa até o escritório e ficava a poucos metros de onde todos os seus convidados estavam. 
_Olha Mari me desculpe por aparecer assim sem avisar ainda mais a essa hora e nessa noite onde todos recebem seus familiares em casa para comemorar mais eu prometo não tomar muito do seu tempo. 
_Está tudo bem Joe, sente-se e me diga o que de tão importante você tem a me dizer. 
_Bom eu sei que não te tratei muito bem da vez que você foi me procurar para me contar de Demi e eu venho pensando nisso desde então, não consigo dormir e quando finalmente pego no sono me vem pesadelos horríveis com Demi que eu prefiro dizer em voz alta, o negócio é o seguinte, eu decidi ir atrás de Demi e ficar ao seu lado de qualquer jeito, mesmo que ela me expulse de sua vida de novo eu vou dar meu jeito de ficar ao lado e a ajudar no que precisar para vencer essa batalha. 
_Eu fico muito feliz por ouvir isso Joe, você me deu o melhor presente de Natal hoje, só de poder sentir um pouco de esperança de que Demi pode voltar para casa já me deixa muito feliz, você quer a minha ajuda de qual maneira? 
_Bom primeiro eu quero que você me dê o endereço que você encontrou no apartamento dela, eu como corretor de imóveis posso conseguir alguma informação sobre esse endereço e entrar em contato com o corretor desse imóvel, vou tentar arrancar alguma informação sobre a casa e sobre a Demi dele, enquanto isso você fica tentando tirar alguma informação com a Demi, a mínima informação já ajuda muito, quando eu finalmente descobrir por onde ela anda você entra em ação e vai comigo até lá. 
_Tudo bem Joe, eu espero que isso realmente dê certo, eu quero a minha amiga de volta. 
_E eu quero a mulher da minha vida de volta. 
Joe ficou mais um tempo conversando com Marissa e foi embora, chegou em casa e não conseguiu dormir, passou a noite toda no computador procurando algumas informações sobre o endereço e conseguiu descobrir o telefone do corretor que estava encarregado daquela casa e sorriu com aquilo, ali começaria a sua caça por Demi para traze-la de volta para casa e a fazer a mulher mais feliz do mundo. 
Joe viu o dia amanhecer e antes de buscar Olívia na casa de sua mãe e ter uma longa conversa com ela decidiu ligar para o corretor, ele já estava com toda uma história montada na cabeça para tentar arrancar qualquer informação que fosse daquela casa. 
_Corretor Marques falando. 
_Bom dia Marques, aqui quem fala é Joe Jonas sou corretor de Imóveis aqui em Nova Iorque e um dos meus clientes ficou interessado em um imóvel que você toma conta gostaria de saber se tem como você me passar algumas informações sobre ele. 
_Claro Joe, qual dos imóveis você quer a informação? 
_É um dos seus imóveis que fica na rua Rosewood. 
_Há claro, aquele é um ótimo imóvel, fica em uma região tranquila e pouco movimentada perfeito para alguém que queira um pouco de paz e se afastar dos problemas. 
_Tem alguém locado nesse endereço? 
_Não, a moça que estava interessada preferiu um outro imóvel, eu posso te passar todas as informações sobre esse imóvel por e-mail. Pode ser? 
_Claro, eu fico aguardando seu e-mail Marques, muito obrigado pela atenção. 
A esperança do Joe de ouvir que aquele imóvel estava locado diminuiu e ele ficou um pouco frustrado com isso mas ele não iria desistir de primeira, ele ainda ia encontrar Demi. 
Seguiu para a casa de sua mãe e assim que chegou ela o puxou para sala, ela queria saber de tudo o que estava acontecendo na vida do filho que andava sempre para baixo de uns tempos para cá. 
_Eu sei que a Demi não está mais com você filho e eu te respeitei durante esse tempo para que você pudesse colocar sua cabeça no lugar mas eu acho que mereço uma explicação de tudo isso. 
_Eu sei que merece mãe e eu fico feliz por você ter deixado eu ter um tempo para mim, para pensar em tudo isso que aconteceu, mas Demi foi embora porque ela foi 
diagnosticada com Leucemia e por tudo o que aconteceu na minha vida ela decidiu se afastar e ir embora sem me dizer nada, apenas me deixando uma carta onde contava sobre a doença, mas a Marissa me procurou a umas semanas atrás e me contou que Demi havia perdido os cabelos e que estava muito triste e eu agora estou disposto a encontra-la na verdade já até comecei, por isso que saí tão apressado ontem, eu fui até a casa de Marissa para conversar com ela sobre a minha decisão. 
_E você tem certeza disso filho? Você sabe como o câncer pode ser bem cruel com as pessoas e eu não quero que você sofra como sofreu com Cristine. 
_Eu tenho certeza mãe, eu quero realmente me arriscar, eu sinto que Demi é o amor da minha vida, Cristine colocou Demi em minha vida e eu não irei abandona-la nesse momento. 
_Se é isso o que você quer, eu te dou todo o apoio do mundo Joe, vai em frente e traga o seu amor de volta. 
_Eu preciso que você fique com a Olí, vou viajar para procurar por ela e fico tranquilo de deixa-la com você. 
_Pode ir, eu vou amar passar uns dias com a minha netinha. 
Joe passou a manhã e um pouco da tarde ali na casa da sua mãe com Olívia e decidiu deixa-la já na casa de sua mãe dependendo da resposta do e-mail ele já partiria amanhã de manhã em busca de Demi. Por volta do meio-dia o e-mail chegou, algumas informações sobre o endereço lhe deram o gás para seguir em frente, Marissa chegou rapidamente e por volta das duas da tarde os dois já estavam na estrada. Depois de algumas horas de viagem Joe estacionara o carro em frente ao imóvel em questão, o corretor já os esperava ali em frente. Os dois desceram do carro, Marques parecia animado, afinal estava prestes a vender uma nova casa, ou não. Depois de breves apresentações, Marissa não hesitou em perguntar. 
_Porque a outra cliente não quis ficar? 
Marques lançou um sorriso simpático, dando um ar de pouca relevância. 
_O problema foram as escadas, pelo que me pareceu ela preferia um local mais de fácil acesso._ respondeu calmamente. 
_Sinto muito._ Foi a vez de Joe._ Mas não viemos pelo imóvel e sim pela moça. Demetria Lovato, precisamos encontrá-la e qualquer informação que tiver dela, será bem vinda. 
_Há algo errado?_ o rapaz questionou duvidoso. 
_Não, nada de errado. Ela é minha melhor amiga preciso encontrá-la. 
O homem olhou para os lados, pensando na resposta, suspirou e por fim cedeu. 
_Tudo bem, mas vocês não souberam isso de mim._ ele disse e passou o número de outro corretor. 
Joe e Marissa foram atrás de Vinicius o corretor indicado por Marques, levaram um tempo para entrar em contato e um tempo até convencê-lo de passar o endereço, quando finalmente conseguiram, pegaram aquela ‘pista’ como se fosse sua última esperança, assim que pararam em frente a casa se entreolharam. 
_Eu vou primeiro._ Marissa anunciou._ É lindo o que fez e está fazendo por ela. 
Joe suspirou e olhou a casa iluminada pelas luzes de natal. 
_É o que eu devia ter feito há muito tempo. O que combinamos, certo? 
_Certo. Prometo que farei o possível. 
Dito isso ela saiu do carro e andou a passos apressados até a porta, um pequeno quintal dividia o portão e a porta da casa, ela entrou e apertou a campanhia, alguns segundos depois quem ela menos poderia esperar abriu a porta. 
_Nick?_ indagou surpresa. 
Ele parecia ainda mais surpreso, sua expressão séria, parecia querer colocá-la para fora naquele exato momento. 
_Marissa._ disse de uma forma nada agradável._ Em que posso ajudá-la? 
_Quero ver Demi._ disse séria e cruzou os braços. 
_O que?_ se fez de desentendido_ Veio na casa errada, eu moro sozinho. 
_Nick, quem é?_ a voz doce, porém fraca de Demi veio abafada por trás de Nick. 
Os olhos de Marissa brilharam, ela tinha vontade de bater em Nick por mentir dessa forma, ela arqueou as sobrancelhas para ele que respirava fundo, irritado. Ela empurrou a porta mesmo contra vontade dele e entrou casa adentro se deparando com uma Demi escorada a parede, ela estava mais magra, além de pálida, em sua cabeça nenhum fio de cabelo presente. Demi tinha os olhos arregalados, talvez pela surpresa, talvez por tê-la afastado por tanto tempo ou talvez por não saber o que viria em frente. 
Demi p.o.v 
Quando Marissa me abraçou sem dizer nada não fui capaz de segurar as lágrimas. Retribui o abraço sem hesitar, eu sentia saudades dela, mais do que eu poderia explicar, então apenas ficamos naquele abraço, chorando até perder o fôlego. 
_Demi._ ela se afastou para poder me olhar nos olhos, ambos inchados e vermelhos, a voz trêmula._ Como você ousa me afastar de você? Como você ousa se afastar de todos que te amam? 
_Como você me encontrou?_ perguntei enxugando em vão algumas lágrimas. 
_Não foi fácil, mas o que importa é que estou aqui e não vou te deixar._ ela prometeu. 
Senti alguém me segurar e só então me lembrei da presença de Nick, ele estava morando comigo, para o que podemos chamar de um relacionamento, não havia amor, claro que 
não, no entanto havia apoio e uma segurança forçada, visto que, por mais que ele não admitisse, foi mandado por mamãe para uma tentativa de “me manter segura” ou em línguas informais: tentar algo comigo, o que de certa forma deu certo. 
_Demi não pode sofrer fortes emoções._ sua voz soou como um trovão, a repreensão em Marissa, sua testa estava contraída, ele não estava feliz. Ajudou-me a sentar e mantinha um olhar severo para minha amiga. 
_Não seja chato._ debati com calma._ Marissa é bem-vinda. 
_Antes tarde do que nunca._ a loira respondeu em um tom de brincadeira, ignorando totalmente a presença de Nick, ela se ajoelhou a minha frente e segurou minhas mãos._ Porque não dorme aqui hoje? 
Ela pensou por uns instantes e desviou o olhar. 
_Não posso... Oliver está comigo e... bom, tenho que voltar para o hotel._ ela estava hesitante, algo estava errado, mas preferi não perguntar, não naquele momento. 
_Vocês não precisam pagar um hotel, há lugar para os dois aqui. 
_Sei que há._ ela pensou mais um pouco e fez uma careta._ Mas dormir sob o mesmo teto que Nick não me parece boa ideia. 
Então era isso. Suspirei, Oliver e Nick também já haviam se envolvido em brigas passadas e não seria menos do que catastrófico. 
_Tudo bem._ assenti derrotada._ Mas você volta amanhã, certo? 
Ela assentiu animada. 
_E nós vamos sair, vamos a praia, precisamos conversar, só nós duas._ ela olhou para os lados sorrindo. 
_Tudo bem se for só nós duas mesmo?_ questionei._ Não sei se quero que Oliver me veja assim. 
Seu olhar mudou e ela segurou minhas mãos mais forte. 
_Você continua linda._ em seu tom de voz eu via honestidade. 
Provavelmente algumas lágrimas saíram e eu estava agradecida por ter minha melhor amiga comigo.