Capitulo 26.


O Preço da Traição.

Reino de Murdor
Joseph passou a galope pelo portão de entrada de Murdor. Esperava sinceramente ser recebido por um exercito de homens armados, todos prontos para cortar fora sua cabeça pelo atrevimento de desafiar Klaus, mas ninguém lhe deu a mínima atenção, era como se não estivesse ali. Tinha largado os homens que o ajudaram na estrada e os deixou livres para seguir seu caminho como havia prometido antes se o ajudassem, eles haviam cumprido sua parte, embora o plano não tivesse dado certo. O único que se recusou a abandoná-lo foi Harry, que voltou com ele para Murdor apesar de todos os riscos. 
Largou seu cavalos nos estábulos, manteve á mão o tempo todo no cabo da espada e os olhos atentos.
__Comandante__ um dos guardas se dirigiu a ele, era desprovido de qualquer emoção que lhe pudesse ajudar a saber o que estava o esperando mais a frente__ que bom que retornou.
__O que você quer?__ Joseph perguntou desconfiado.

__O Rei Klaus pede que compareça o mais rápido que puder na sala do Trono. 
Joseph pensou em perguntar por que, tinha alguma coisa errada... Porque ninguém tinha tentado atacá-lo ainda? O homem se retirou enquanto ele pensava, então não teve tempo de perguntar o que quer que fosse. Respirou fundo, pediu a Harry que tomasse muito cuidado e avançou em direção ao Palácio, olhando em volta desconfiado, vendo todos seguirem com suas vidas alheios a sua presença. 
Concerteza que Klaus não deixaria sua rebeldia passar em branco. Enquanto caminhava pelas ruas e olhava nos muros, quase teve medo de ver a cabeça a de seus amigos pendurada em um dos muros. Mas não havia nada, tudo estava absurdamente normal. Pensou em passar no La Luna, ou em casa antes de ir até o Rei, mas algo lhe dizia para ir em frente e descobrir logo o que o esperava.

O mais provável era que recebesse de presente outro dedo de sua irmã, ou talvez a mão. O pensamento o encheu de fúria e pavor e se odiou profundamente por ter se deixado enganar por Klaus daquele jeito. Como ele teria descoberto seus planos? A duvida o estava matando, e o medo das consequências mais ainda. 
O caminho até a sala do Trono pareceu levar uma eternidade, mas quando chegou, dois guardas abriram a porta para ele como sempre faziam, sem nada perguntar e ele entrou. Teve medo do que veria do outro lado, mas nada encontrou além de Klaus sentado em seu Trono. Estava usando suas melhores roupas, com sua coroa de ouro e pedras preciosas, os cabelos dourados cintilando e os olhos verdes tranqüilos, a postura relaxada. O que perturbou Joseph foi o sorriso, foi à única coisa que pareceu errada.
__Que bom que retornou Joseph__ ele abriu os braços num cumprimento__ senti terrivelmente sua falta esses dias. 
Joseph nada disse, olhou em volta a procura de guardas ou alguma surpresinha desagradável.

__Não fique apreensivo meu amigo, ninguém lhe atacará__ Klaus disse sorridente__ seria burrice de minha parte mandar meus homens atrás de você, perderia todo meu exercito num dia e você ainda estaria inteiro ao final de tudo. Afinal é o cavaleiro das sombras não é? Ninguém pode matar o cavaleiro das sombras, ele é invencível. 
__Qual a pegadinha então?
__Pegadinha? Nenhuma__ Klaus cruzou as pernas e entrelaçou os dedos__ diga-me, como foi sua aventura em Harenwall?
__Você sabe como foi__ respondeu secamente__ como você descobriu? Desde quando sabia?
__Só soube depois que você partiu, mas meu serviço de pombos correio é muito eficiente e tive tempo suficiente para ordenar que retirassem sua família de Harenwall e o resto das pessoas também. 
__Mas deixou os guardas lá para que eu os matasse, quis me fazer de bobo.
__Você tentou me fazer de bobo primeiro__ Klaus o lembrou__ só que eu fui o bobo mais esperto.

__Como descobriu?__ Joseph repetiu a pergunta. 
__Montanha__ Klaus chamou num tom não mais alto do que usava numa conversa normal. 
Montanha entrou no salão, por uma entrada que ficava por detrás do Trono, e veio arrastando uma mulher pelos cabelos. Por um momento Joseph enxergou Demetria ali, mas logo viu que era na verdade Vitória. Veio cambaleando, enquanto Montanha a arrastava pelos cabelos, estava descalça, com o vestido rasgado, revelando a saliência de sua barriga de grávida. O belo rosto estava roxo e inchado em alguns lugares, pelas pancadas que lhe deram. Joseph sentiu o sangue ferver ao ver seu estado. 
__É incrível o que se descobre se souber a quem perguntar__ Klaus deu de ombros. 
Montanha a soltou de qualquer jeito, e Vitória caiu no chão aos seus pés, quando ergueu o rosto para olhá-lo, viu que ela se desmanchava em lágrimas como uma criança, soluçando de desespero. Ela se agarrou à perna dele.
__Eu sinto muito__ ela murmurou entre os soluços, parecia que ia sufocar com o desespero e as lágrimas__ eu não queria contar, eu não quis, eu juro que não. Ele me obrigou... Ele... Ele ia me matar, ia matar o meu bebê. Me perdoa__ ela lhe implorou, e aquela cena só encheu seu coração com mais fúria do que achou que seria possível__, por favor, me perdoa.

__Está tudo bem Vic__ Joseph disse e a segurou com firmeza pelos ombros, a pondo de pé para que olhasse em seus olhos__ está tudo bem, eu te perdôo__ ele sorriu gentilmente para ela__ não precisa mais chorar está bem? Não estou com raiva de você.
Isso só a fez chorar ainda mais, mas dessa vez ela o abraçou apertado. Joseph não era ninguém para julgá-la e sabia disso, alguns dias atrás tinha matado um homem inocente para salvar a vida da família, e fizera isso muitas outras vezes antes pelo mesmo motivo. Não podia criticá-la por contar o seu segredo, ela só queria salvar o filho que ainda estava por nascer. 
__Que tocante__ Klaus revirou os olhos__ Montanha.
Montanha se aproximou para buscá-la e Joseph aproximou os lábios de seu ouvido.
__Fique calma e faça tudo que eles mandarem para que não te machuquem mais__ ele sussurrou__ vou fazê-los pagar por terem machucado você Vic, todos eles, eu te prometo. Isso não vai durar muito tempo, eu vou libertar você. Confia em mim?
Ela não respondeu, apenas assentiu lentamente com a cabeça e quando Montanha a arrastou para longe, os soluços de desespero haviam cessado, e as lágrimas desciam silenciosas. Ele viu em seu olhar... Ela confiava nele, e Joseph não pretendia desapontá-la, não desapontaria mais ninguém... Nunca mais. 
__O show ainda não acabou__ Klaus disse__ descobri outras coisas interessantes. 
Um soldado entrou no salão arrastando Paola pelos cabelos com uma mão. O estado dela era muito parecido com o de Vitória, estava com a roupa rasgada e toda machucada, a única diferença era que ela não se deixara abalar. Não derramara nenhuma lágrima e não havia desespero em seus olhos, a dignidade daquela mulher era incrível, mesmo nas piores situações. Ela na verdade tinha um ar debochado no rosto, como se fosse sorrir de alguma coisa, para ela Joseph não precisava perguntar, ela confiava nele, e confiava plenamente, ele tinha a absoluta certeza. Com a outra mão, o soldado trazia Peter, o arrastando pela camiseta. O menino tinha parado de chorar e agora se debatia, tentando se soltar das mãos do homem, a espada que Joseph lhe dera estava no cinto do soldado.
__Você se preocupa com eles não é mesmo?__ Klaus perguntou__ devia ter pensado duas vezes antes de me trair Joseph, esse é o preço da traição... As pessoas que você ama se machucam. 
__Desgraçado__ Joseph murmurou, seu tom de voz era tão feroz quanto seu olhar, mas a expressão continuava inalterada.
__E mais uma coisa, fiquei sabendo que você quebrou a minha regra número um. 
Klaus fez um gesto com as mãos e outro soldado surgiu, dessa vez trazendo consigo a princesa Demetria, a arrastando pelo braço. Ao contrário dos outros, ela não estava machucada, e assim como Paola também não chorava, mas seu olhar era de angústia... Ela sabia que aquilo não terminaria bem. 
__Diga-me Joseph, você se divertiu fodendo com ela enquanto me faziam de palhaço?__ Klaus questionou__ aposto que sim. Ela é incrível não é mesmo? Quente, molhada e apertada. Uma mulher linda e fogosa... E eu fui o primeiro a fodê-la, isso não te incomoda? 
O soldado a largou no chão de qualquer jeito, Demetria rolou os pequenos degraus que havia na sala e parou aos pés de Joseph. Lentamente ela se sentou, se apoiando nas mãos e olhou para cima, pode ver a fúria queimando nos olhos azuis dele, o mar dando lugar ao fogo.

__Sinto muito__ o som não saiu quando ele abriu a boca, mas ela entendeu o que significava pelo movimento dos lábios. E depois ele ergueu os olhos para fitar Klaus__ pense na pior dor que você já sentiu na vida__ sussurrou num tom de voz que dava arrepios na espinha__ depois multiplique isso por mil e nem assim terá chegado à metade da dor que eu farei você sentir.
Klaus o encarou em silencio por um longo tempo, parecendo pensar se devia ou não se preocupar com a ameaça.
__Levem eles daqui__ ordenou aos soldados__ joguem todos numa cela. 
Os soldados começaram a arrastar, Paola, Peter, Vitória e Demetria para longe... Joseph apertou as mãos em punhos tentando conter a ira que o consumia. 
__Espere__ Klaus pediu quando o soldado levantou Demetria do chão__ levem os outros mas deixem à princesa. 
__O que devo fazer com ela senhor?__ o homem perguntou.
__Talvez eu a foda enquanto o comandante observa__ sorriu__ o que acha Joseph?
Fez-se silencio, um tempo em que ninguém no salão nem ao menos respirou.
__Mate-a__ Klaus finalmente ordenou.

Uma Difícil Escolha
Mate-a. A ordem pareceu ressoar em seus ouvidos, de novo e de novo, ficando cada vez mais alta, até que sua cabeça doesse e não conseguisse ouvir mais nada. Enquanto seu coração se acelerava, tudo pareceu ficar em câmera lenta e virar um borrão confuso de caos e desespero. Uma parte sua ainda estava consciente de Peter se debatendo e tentando se libertar dos braços do guarda. Dos olhos arregalados de Paola, que pela primeira vez parecia ter perdido a confiança e também de Vitória que voltara a chorar desesperada com medo do que estava prestes a acontecer. 
A outra parte, se focou no rosto de Demetria e no guarda que puxava a faca para cortar sua garganta. Num movimento quase involuntário, Joseph avançou um passo, puxando o punhal do cinto e se preparando para impedir o golpe, mas a voz de Klaus fez todos pararem novamente.
__Pare agora mesmo__ Klaus ordenou o fitando com fúria e deboche nos olhos__ se der mais um passo eu lhe darei de presente não um dedo, mas a cabeça de sua mãe em uma caixa. Juro por Deus que o farei cavaleiro das sombras.

Joseph viu as belas feições da princesa de Severac se contorcerem e lágrimas silenciosas descerem por seu belo rosto, enquanto aquilo que ela tanto temera finalmente acontecia. Aquele era o momento que decidiria o tipo de pessoa que ele queria ser... Podia deixar a princesa morrer e salvar a vida da família, podia ser o cara que passa por cima de tudo e de todos para conseguir o que queria, sem se importar com quem estava magoando no processo, ou... Ou podia fazer o que era certo, tentar se redimir pelos erros que cometeu e arcar com as consequências depois. Não sabia onde sua família estava... Mas a princesa estava ali na sua frente, aqui e agora e nunca se perdoaria se a deixasse morrer.
__Foi o que eu pensei__ Klaus riu quando ele não se mexeu__ MATE-A AGORA.
O soldado ergueu novamente a mão com a faca para cortar a garganta da princesa. Sem dar nenhum passo, exatamente como Klaus ordenara, Joseph segurou o punhal e o jogou com força. A lâmina cortou o ar a toda velocidade e se enterrou no crânio do guarda antes que ele pudesse terminar o trabalho. O homem caiu no chão sagrando e Demetria correu para longe quando ele a soltou, indo se esconder atrás de Joseph.

__Você vai se arrepender por ter me desobedecido Joseph__ Klaus avisou.
__Não o desobedeci__ Joseph debochou__ não dei nenhum passo. 
Klaus o fitou com fúria nos olhos.
__MATEM-O... MATEM ESSE MALDITO__ gritou. 
Montanha e o outro guarda no salão, soltaram Vitória, Paola e Peter e avançaram contra Joseph. Ele fez um gesto para que Demetria se afastasse e sem nunca sair do lugar, desembainhou a espada e observou irritado enquanto Klaus fugia do salão. Tudo bem, pensou. Eu o matarei depois. Concentrou-se no primeiro guarda que avançava contra ele, o homem estava claramente assustado e Joseph não teve problemas para liquidá-lo, enterrando rapidamente à espada em seu peito e lhe roubando a vida. O problema veio em seguida... Montanha. O homem era absurdamente alto e forte e tinha duas vezes o tamanho de Joseph, o que não era muito encorajador. 
__Vou esmagar você__ ele disse__ como o rato que é... Cavaleiro das sombras. 
__Você gostaria disso hã?__ Joseph riu__ venha.

Montanha investiu contra ele com sua enorme espada, duas vezes maior do que a de Joseph e tão afiada que poderia atravessar um homem como uma faca na manteiga. Montanha passava muito tempo cuidando de sua lâmina quando não estava decapitando pessoas por ai. Joseph tinha vantagem de ser mais rápido e ágil, porém Montanha era muito mais forte e uma pancada certeira acabaria com o combate sem grandes problemas. 
Joseph desviou dos golpes o melhor que pode, enquanto ouvia Demetria e os outros gritando para que tivesse cuidado. Defendeu alguns dos golpes com sua espada, cambaleando com a força do impacto e trocaram também alguns socos, tendo a certeza que doía mais em si do que nele. Montanha ainda lhe acertou um golpe bem no ombro onde se machucara. A essa altura o corte tinha cicatrizado e ele tinha recuperado todos os movimentos, mas levar uma pancada ali doía e se viu praguejando alto. 
__Filho da puta__ resmungou. 
Fazia tempos que queria matar aquele homem e sentiu um enorme prazer quando num momento de descuido atravessou a espada em seu peito. Puxou-a de volta rapidamente e se afastou enquanto o corpo dele despencava no chão.

__O desgraçado acertou o meu ombro__ reclamou gemendo de dor. 
__Eu disse para ter cuidado__ Paola disse o fitando com preocupação.
__Se eu não estivesse tendo cuidado, você me dizer para ter cuidado não me faria ter mais cuidado__ resmungou.
__O que...
__Não temos tempo pra isso, temos que ir embora dessa cidade agora... Andem, todos juntos de mim.
Joseph pegou a espada de Peter, que o guarda havia confiscado e a devolveu ao menino. E pegou também de volta o punhal que havia enterrado no crânio do outro guarda. Ouviram passos de mais homens que se aproximavam do salão para pegá-los e saíram correndo pela porta dos fundos. 
Esgueiraram-se por corredores e tentaram passar escondidos pela maioria dos guardas escondidos, mas alguns Joseph não teve opção a não ser matar, e Paola, que tinha pegado uma espada de um soldado morto no salão, não perdeu tempo e o ajudou como pode. Encontraram Harry no estábulo com os cavalos já selados para a fuga. Joseph subiu em seu cavalo negro e puxou Vitória consigo, sentando-a a sua frente, a coitada estremecia de medo com tudo que tinha acontecido. Harry subiu em outro cavalo com Demetria e Paola no terceiro com Peter e saíram pela cidade a galope, atropelando quem entrasse no caminho. Passar pelo portão foi mais difícil, mas os cavalos ajudaram, escoiceando os guardas que se aproximavam e no meio da confusão, eles fugiram a toda velocidade para longe de Murdor. 

Fim do Capítulo

Capitulo 25.


Desaparecidos.

Reino de Murdor
Demetria estava no salão do Palácio, servindo de empregada para o Rei Klaus. Ela e outras meninas serviam comida e bebida a ele quando lhe era pedido e ficavam por perto para satisfazer qualquer outra vontade. Parecia que aquela pequena vitória contra Alex e seus homens tinha novamente mudado seu humor, o deixando novamente alegre. Acordara-as antes do amanhecer para lhe designar as tarefas e durante esse meio tempo já tinha apalpado todas as meninas e fodido uma na frente de todos os presentes no salão, sem se importar com o que estavam pensando. Demetria tentou ignorar, devia era estar feliz por ter pegado uma prostituta qualquer e não ela, mas nada a deixaria feliz aquela manhã. 
Não tinha dormido nada aquela noite, passara todo o tempo chorando, lembrando-se de Alex e de suas ultimas palavras. E quando fechava os olhos via o rosto de Joseph, e o pior de tudo, desejava que ele estivesse ali do seu lado para consolá-la, mas quando abria os olhos de novo lembrava-se do porque o havia mandado embora e voltava novamente a chorar. O mais estúpido de toda aquela história, era que tinha percebido que acabara se apaixonando por ele.
Ele a sequestrara, a levara até ali e observara várias vezes enquanto o Rei a maltratava, e matara muitas das pessoas que ela amava, e mesmo assim ainda estava apaixonada por ele, de algum modo, enquanto era prisioneira naquele lugar terrível, tinha criado laços muitos fortes que só tornariam o final daquela história mais doloroso.
Tinha de se lembrar frequentemente de que não estava em nenhum conto de fadas. E que consequentemente não teria um final feliz. 
__Alteza?__ um dos homens de Klaus, que ela não conseguia se lembrar o nome, fez uma reverencia ao entrar no salão. Só havia ele e mais um soldado na sala de vigia enquanto o Rei se divertia, o resto era de mulheres. Klaus o havia mandado buscar Joseph havia alguns minutos e Demetria temeu durante todo o tempo o momento que ele passaria pela porta e ficaria parado ao lado do Rei observando com aqueles olhos azuis e terrivelmente profundos enquanto ela lhe servia de escrava. Mas o homem tinha voltado do mesmo jeito que fora... Sozinho.

__Onde está Joseph?__ Klaus perguntou. Seus dedos subiam e desciam pela perna de uma menina, não devia ter mais que quinze anos, e não parecia ser uma prostituta. Não era de Paola, pois Demetria conhecia todas as meninas do La Luna e também não parecia que tinha vindo de nenhum outro Bordel. Parecia que Klaus a tinha escolhido em algum canto da cidade e a trazido para lhe satisfazer, a pobre coitada da jovem tivera o azar de ser bonita e chamar atenção. Parecia querer chorar ou vomitar enquanto Klaus a tocava, mas se comportava bem, para sua própria segurança... Era esperta. Demetria bem sabia como manter a frieza diante de uma situação daquelas era difícil. 
__Não o encontrei Alteza__ o homem disse num tom baixo e temeroso.
__Como assim não o encontrou?__ Klaus o fitou com atenção.

__O procurei por toda a cidade, ele desapareceu e seu cavalo não está nos estábulos__ o homem disse__ uma dúzia de bons cavalos também desapareceram, meus homens estão fazendo uma varredura na cidade para ver se mais algum homem sumiu, mas não encontraram Harry o ferreiro em sua casa. 
__Está querendo me dizer que meu comandante fugiu com um ferreiro e um dúzia de cavalos?__ Klaus perguntou descontente.
__Os homens acharam que o senhor havia o enviado para alguma missão__ o homem disse__ ninguém o viu desde a tarde de ontem, quando saiu do Bordel La Luna. 
Demetria estremeceu, a ultima vez que Joseph estivera no Bordel fora para conversar com ela. E teve a impressão de que sabia para onde ele e Harry tinham ido. Foram a Harenwall resgatar a família de Joseph, finalmente decidiram por o plano em prática, pensou. Havia duas opções, ou eles conseguiriam finalmente a liberdade que tanto desejaram... Ou mais sangue seria derramado muito em breve.

Klaus empurrou a menina sentada em seu colo, e ela caiu sentada no chão, de olhos arregalados. Ele se pos de pé, toda sua alegria sumindo de repente e Demetria sentiu-se estremecer quando aqueles olhos verdes brilhantes a fitaram por um momento, depois ele caminhou até o homem e sussurrou algo em seu ouvido. O coração de Demetria se acelerou.
__Agora__ Klaus disse, dessa vez em voz alta.
__Sim Alteza__ o homem fez uma reverencia e saiu. 
Klaus se virou para fitá-las novamente.
__Todas vocês, fora agora__ ele ordenou__ sumam da minha vista. Você__ apontou para o outro guarda no salão__ leve-as daqui o mais rápido possível e ordene que venha alguém limpar essa bagunça, tenho assuntos importante a resolver. 
Demetria se deixou ser arrastada para fora do salão sem nada dizer... Tinha um mau pressentimento sobre aquilo.

Agora ou Nunca.

Cidade de Harenwall
Era noite quando Joseph finalmente puxou as rédeas do cavalo o fazendo parar, e avistou logo à frente os muros de Harenwall. 
__Tem certeza que devemos fazer isso?__ Harry perguntou aflito.
__Agora não da mais para voltar atrás__ ele sussurrou.
Tinham partido de Murdor ao entardecer a quase três dias. A essa altura concerteza Klaus sentira sua falta e mandara homens procurá-lo por todo o canto. Não podiam alcançá-los ainda, tinham pelo menos um dia de vantagem, mas não podiam voltar atrás, isso significaria a morte. Talvez não a dele, mas concerteza haveria morte. Sentiu o coração disparado no peito, depois de tanto tempo, finalmente estava ali, há alguns metros de distancia da mãe e da irmã e a poucos minutos de finalmente revê-las. Quando Klaus se desse conta do que teria acontecido elas já estariam salvas, e ele poderia voltar a Murdor para resgatar os outros como prometera, depois que sua família estivesse livre, nada o impediria.

__Muito bem__ virou o cavalo na direção dos homens__ é agora ou nunca, lembrem-se do nosso plano, façam tudo como treinamos e daqui a poucas horas serão homens livres. Arriscam suas vidas por minha causa e farei o mesmo por vocês. 
__Vamos conseguir__ Harry disse.
Sim, ele conseguiria. Além de salvar a vida da mãe e da irmã, agora tinha uma nova motivação. Sua mão deslizou para o cabo do punhal que tinha preso no cinto, o cabo de ouro, incrustado com pequenos rubis. O punhal que tinha roubado de Demetria na noite que a impedira de fugir. A lâmina o fazia lembrar-se dela, das noites que passaram juntos e que ela lhe encorajara apesar de todos os seus medos e duvidas, dizendo que tudo ficaria bem. Esperava que lhe trouxesse sorte. 
__Boa sorte, nos vemos em breve.
Todos desceram de suas montarias, e se separaram como combinado para invadir a cidade por todas as entradas disponíveis. Dois homens, Jon e Connor, escalaram a parte mais baixa da muralha, para pegar os soldados de guarda lá cima.

Os dois não eram cavaleiros, na verdade eram ladrões e tinham muita experiência em escaladas, viviam zanzando pelos telhados e muros de Murdor para fugir dos guardas e Joseph melhorara muito suas habilidades e seu equilíbrio perseguindo homens como eles a mando de Klaus. 
Apoiado em uma fenda na parede externa do muro, Jon puxou dois guardas de uma vez que estavam de costas pelos pés e os derrubou lá em baixo, o muro não era absurdamente alto, mas uma queda daquela altura era suficiente para incapacitá-los para luta. O movimento foi tão repentino e sorrateiro que nem tempo de gritar os homens tiveram, apenas tentaram se agarrar nos muros, mas acabaram se estatelando no chão. Um deles quebrou o pescoço, o outro as pernas e ficou gemendo lá em baixo no chão, não era possível ouvir seus lamentos de cima do muro e nem vê-los naquela escuridão. Jon se encolheu novamente na fenda quando um guarda passou por ali procurando por seus amigos e olhou em volta confuso. Um minuto depois, ele também caia em direção a escuridão, mas dessa vez com um faca enfiada no crânio.

Connor foi mais ousado e subiu na muralha sem medo de ser visto, matando os homens que encontrava com rapidez antes que eles pudessem pensar em reagir. Joseph havia lhe ensinado a não exitar e esperar que o inimigo se armasse. Não perca tempo com dúvidas, ele havia dito, Só faça o que tem de ser feito. Eles não pensarão duas vezes antes de matá-lo. E assim os homens de vigia sobre a muralha foram abatidos um por um. 
Havia dois guardas no portão de entrada, Leon, era muito bom com arco e flecha e nunca errara um tiro. E depois que Joseph lhe ensinara os pontos vitais de onde se podia matar mais rapidamente um homem, ele se tornara terrivelmente perigoso. Parado, a alguns metros do portão, ele apertou os olhos para enxergar apesar da escuridão, a escuridão não assusta, e sim o que há nela, Joseph havia lhe dito. Pode enxergar tão bem no escuro como se fosse um dia de sol, basta não ter medo do que pode encontrar.

O primeiro tiro foi certeiro, a flecha atravessou o pescoço do guarda, desprovido de proteção e enquanto ele caia no chão, Leon acertou o segundo, antes que ele pudesse entender o que estava acontecendo. 
Jon, que havia descido pelo muro do outro lado, abriu o portão, fazendo o menor barulho possível e assim, sorrateiros e silenciosos como uma sombra, Joseph e os outros homens entraram. 
__Onde está Connor?__ Joseph perguntou.
__Um dos soldados enterrou a faca em sua barriga, ele perdeu o equilíbrio e caiu da muralha. 
Não houve tempo para lamentos, eles seguiram com o plano. 
Uma vez dentro de Harenwall, eles se dividiram e se espalharam para acabar com os guardas espalhados pela cidade e Joseph se esgueirou pelo canto até a casa antiga onde mantinham sua família refém. Não havia uma viva alma na rua além do guardas e Joseph agradeceu por isso, embora achasse meio estranho. Era melhor evitar confusão e a perda de inocentes.
Assim como o menino lhe dissera, havia seis homens protegendo a entrada da casa. Não havia como se aproximar sem ser visto, então Joseph teria que avançar e lutar contra os seis, o que não era um problema, principalmente agora que os outros guardas tinham sido abatidos e não haviam como pedirem por socorro. Então criando coragem, ele saiu das sombras com a espada em uma mão e o punhal de Demetria em outra. 
__Quem é você?__ os guardas se agitaram e puxaram suas espadas, se pondo em posição de ataque. 
__O cavaleiro das sombras.
E enquanto os homens arregalavam os olhos, ele avançou sem pensar duas vezes. O primeiro homem morreu com um corte profundo no rosto, que teria dividido sua cabeça em dois se Joseph tivesse posto um pouco mais de força no golpe. Confundiu o segundo quando jogou seu manto negro sobre ele e enquanto homem lutava para se libertar da escuridão, cortou a perna de outro e quando ele caiu, enterrou a espada em seu peito. Quando o guarda se viu livre do manto, deu de cara com a espada de Joseph e nem teve tempo de gritar.
O quarto guarda lhe investiu alguns golpes mais desesperados do que calculados e logo tinha ido parar no chão. Outro deles, acabou por derrubar sua espada no chão, mas Joseph ainda tinha o punhal, acertou o homem entre as pernas com um chute e quando ele se encolheu de dor, enterrou o punhal em sua barriga. O outro homem se ajoelhou no chão assustado, tinha levado uma pancada no rosto em meio à confusão e agora parecia apavorado.
__Me rendo, me rendo__ o homem repetia de olhos esbugalhados. 
__Que bom__ Joseph sorriu__ menos trabalho para mim. 
Pegou uma faca qualquer que tinha enfiada no cinto e enterrou com toda sua força no crânio do guarda. Ele caiu no chão de olhos arregalados e sem vida enquanto sangue escorria por sua testa e descia por entre os olhos. Joseph respirou fundo uma vez, pegando a espada do chão e apertando o punhal de ouro entre os dedos. 
__É agora ou nunca.
E entrou na casa com o coração saltando do peito.

Tarde Demais
Quando Joseph entrou na pequena cabana, ela estava vazia. Era ainda menor do que parecia por fora, não havia nenhum móvel, nem alguma porta que levasse a outro cômodo, e não havia ninguém lá dentro. Olhou em volta confuso. 
__Mãe?__ chamou, mesmo que já soubesse que não haveria resposta, que não havia ninguém ali__ Macayla? 
O silencio se prolongou por um tempo e ele ficou ali encarando o espaço vazio até que ouviu passos atrás de si.
__Joseph?__ Harry chamou__ o que houve? Cadê elas?
__Não estão aqui__ Joseph sussurrou__ está vazia, elas não estão aqui.
__Fomos enganados__ Mike murmurou__ vasculhamos a cidade depois de matar os guardas, está completamente vazia comandante, não tem nenhuma alma viva. Nenhum morador, bêbado, mendigo, mulher, criança... Ninguém... Só haviam os guardas e mais nada, as casas estão todas vazias.

Joseph não podia acreditar naquilo. Tinha saído escondido de Murdor, armado todo aquele plano, arriscado tudo matando aqueles guardas e no fim das contas... Elas não estavam lá. Mais uma vez tinham escapado por entre seus dedos, como água. Tinha estado terrivelmente perto de conseguir tudo o que mais desejara nos últimos dezoito anos, e tinha perdido mais uma vez.
__Joseph__ Harry chamou.
Ele se virou para fitá-lo, os olhos azuis vazios.
__Estava grudado na porta com um prego.
Harry estendeu para ele um pedaço de pergaminho. Joseph olhou os homens confuso e pegou o papel com mãos trêmulas. Demorou um longo minuto para digerir as palavras ali escritas.

Sinto Muito desapontá-lo Cavaleiro das Sombras, mas chegou tarde demais. 
Espero que a aventura tenha valido a pena, pois pagará muito caro por ela.
Ass.: Klaus
.

Fim do Capítulo

Amores foi mal nao postar , tava dodoi mais agora eu to melhor e voltei com toda a força

Capitulo 24. MARATONA


Mar de Sangue.

Reino de Murdor
Demetria e as meninas fizeram como Joseph ordenara e esperaram dentro do Bordel durante toda a noite enquanto ouviam gritos, socos e o tinir de metal e aço do lado de fora. Já havia amanhecido quando o alvoroço finalmente passou e alguém veio bater na porta. A principio pensaram que seria Joseph, mas logo descobriram que não.
__Abram a porta em nome do Rei__ gritou um homem lá fora.
__Joseph disse que não deveríamos abrir a porta__ Vitória disse assustada__ se estivesse tudo bem ele teria vindo pessoalmente não acham? Tem Algo errado.
__Abram a porta ou vou arrombá-la__ o homem insistiu__ O Rei Klaus deseja ver a princesa de Severac imediatamente. 
__Paola tem algo errado__ Demetria disse aflita__ Joseph teria vindo me buscar.
__Você tem que ir__ Paola insistiu__ ou pode arrumar problemas, seja o que for estaremos com você.
Ainda relutante, Demetria concordou com Paola e juntas tiraram as barreiras da frente da porta e a abriram. Do outro lado estava um soldado alto, forte e a criatura mais feia que Demetria já vira na vida, era um dos homens do Klaus que ela já vira diversas vezes pelo Palácio. Ao seu lado estava o Silencioso, o chamavam assim porque ele nunca dizia nada, era mudo e não sabiam seu nome verdadeiro. 
__O Rei deseja vê-la imediatamente__ o feioso informou. 
Demetria não discutiu e seguiu os dois com Paola logo atrás mesmo sem ter sido convidada, ela sabia que o Rei não estava exigindo a presença da princesa num momento como aquele apenas por sexo, ou então Joseph estaria ali para acompanhá-la como sempre, era outra coisa. Será que era por causa da invasão? Será que tinha sido obra de seu pai? Não sabia o que pensar e se viu completamente aflita enquanto atravessavam a cidade. 
Ao contrário do que pensara, não estavam indo para o Palácio, os guardas a guiavam para outro lugar, uma praça da cidade que usavam para julgamentos, ou melhor, executar sentenças, como enforcar e coisas do tipo, mas apenas quando Klaus queria chamar atenção e assustar as pessoas.
__Paola__ Demetria sussurrou com o coração disparado, não precisou verbalizar os pensamentos para que Paola compreendesse seu medo. 
__Calma querida, vai ficar tudo bem__ Paola tentou tranquilizá-la embora também estivesse nervosa. Nunca se podia esperar nada de bom de Klaus. 
A praça estava lotada de pessoas assustadas, outras furiosas, eufóricas, algumas machucadas e até uma ou outra morta no chão. O feioso e o silencioso abriram caminho entre elas por meio de empurrões e Demetria avistou lá na frente o palanque. Sobre ele se encontrava Klaus, com sua coroa e cabelos reluzindo ao sol, a cicatriz em seu rosto pareceu especialmente hedionda aquele momento. Ao seu lado estava o Montanha e vários outros soldados, todos machucados, sujos e cobertos de sangue da batalha. 
Havia corpos enforcados e sem cabeça que não eram dos soldados de Murdor e Demetria se viu procurando por Joseph naquela confusão, a presença dele acalmaria seu coração. Mas ao invés disso o que viu foi outra pessoa e seu coração se encheu de um desespero que parecia que iria sufocá-la.
Ajoelhado no palanque, de frente para a multidão, estava o príncipe Alex. O Silencioso a agarrou pelo braço e a arrastou até lá em cima, a jogando ao lado dele. 
__Meu Deus, Alex__ ela exclamou horrorizada e o abraçou apertado. Não imaginou que o veria de novo como um prisioneiro.
__Minha princesa__ ele a abraçou de volta e apesar da situação sorriu por tê-la de novo nos braços. Em alguns momentos chegara a pensar que nunca mais a veria e era bom ver que estava errado. 
__Que cena comovente__ Klaus disse debochado, com aquele seu sorriso que Demetria tanto odiava.
__O que foi que você fez?__ Demetria sussurrou, se afastando para fitá-lo.
__Prometi que a salvaria__ ele murmurou__ eu tinha que tentar independente do que os outros dissessem. Infelizmente falhei e por isso peço perdão minha princesa.
__Não__ ela negou com lágrimas nos olhos, sempre que achava que não havia mais lágrimas para derramar, se surpreendia com uma nova dor que mudava tudo__ vai ficar tudo bem.
A multidão se agitou novamente e do meio dela surgiu o cavaleiro das sombras, assim como os outros soldados estava sujo de sangue, nem todo era dele, tinha alguns arranhões no rosto e os olhos azuis observaram confusos a cena em cima do palanque.
__Sinto muito__ Harry lhe sussurrou, claramente se desculpando por ter falhado na tarefa de esconder o Príncipe. 
__Comandante__ Klaus sorriu__ que bom que chegou, estava a sua espera. Venha até aqui, por favor. 
Enquanto subia no palanque, seus olhos se encontraram com os de Demetria, que chorava abraçada ao príncipe. Ela parecia lhe pedir socorro com os olhos e ele sentiu a garganta se apertar. 
__Alteza__ fez uma reverência.
__Este homem__ apontou para o príncipe__ foi o responsável pelo ataque surpresa e covarde a nossa cidade. Este homem, é cúmplice do Rei Robert e por todos os seus crimes e vidas que tirou, estou o sentenciando à morte.
__Não__ Demetria gritou__ não pode fazer isso, não vou permitir.
__Está tudo bem minha princesa__ a expressão no rosto de Joseph se retorceu ao ouvi-lo chamá-la de “minha princesa” __ não temo a morte, só sinto ter falhado em cumprir minha promessa e não ter podido salvá-la.
__Alex...
__Joseph__ Klaus ergueu o tom de voz__ corte a cabeça do criminoso. 
Joseph engoliu em seco e por um momento não quis acreditar no que tinha ouvido. Queria discutir e dizer que aquele era o trabalho de Montanha, ou que matar o príncipe era estupidez, mas sabia que de nada adiantaria e que se contrariasse o Rei na frente de todas aquelas pessoas estaria perdido, ainda mais agora que estava tão perto de conseguir salvar sua família. E também sabia que Demetria não o perdoaria se ele fizesse aquilo... De uma forma ou de outra, não acabaria bem. 
__Não, não, não__ Demetria gritou desesperada quando Joseph desembainhou a espada.
__Eu te amo minha princesa__ Alex sussurrou e puxou-a para um ultimo beijo, doce e apaixonado__ me perdoe.
Joseph se aproximou com sua espada em mãos, a expressão vazia, mas os olhos ardendo de ódio, ela só não sabia de quem ou do que exatamente. Mãos fortes a envolveram e a arrastaram para longe de Alex e para fora do palanque. A princesa se debateu e tentou se libertar, mas o homem a puxou contra seu corpo e a obrigou a olhá-lo nos olhos... Era Harry.
__Harry__ sua voz saiu engasgada, estava sufocando com as lágrimas. 
__Não olhe princesa__ ele ordenou, segurando firme o rosto dela e impedindo que se movesse__ olhe nos meus olhos, olhe somente para mim esta ouvindo?
Dois guardas seguraram Alex e Joseph se pôs em posição, vendo todas as suas estúpidas esperanças desaparecerem.
__Você vai pagar por isso cavaleiro das sombras__ Alex disse__ por todas as vidas inocentes que tirou... Vai pagar caro.
__Já estou pagando__ respondeu em um sussurro__ sinto muito.
Demetria olhava nos olhos de Harry quando aconteceu. Não viu a espada descendo, nem a cabeça do príncipe rolando, mas ouviu os murmúrios de espanto e euforia da multidão e sentiu uma dor terrível, como se enfiassem a espada em seu coração. De repente não podia mais respirar, como se estivesse se afogando em um mar de sangue, sangue de inocentes... Pessoas que perderam a vida para salvar a dela.
Coração Quebrado
Depois que todos foram embora da praça, Joseph ainda teve de ficar para se livrar do corpo do príncipe Alex. Quase não conseguia olhar para o que tinha feito e sentiu-se terrivelmente desprezível por matar uma pessoa que arriscara a vida de tal forma para salvar quem amava. Arriscara a vida para salvar Demetria, alguém cuja vida também lhe era importante, enquanto ele... O temível cavaleiro das sombras, estava sendo na verdade um verdadeiro covarde. 
__Sinto muito__ Joseph quase deu graça a Deus por ter alguém que o distraísse daquele mar de sangue, quando ergueu os olhos, viu Harry parado ali o olhando com cara de culpado__ juro que fiz o que me pediu, eu o escondi... Mas atacaram minha casa, iam destruir tudo, eu tive que deixá-lo e proteger meus bens, minha família. Quando voltei, ele tinha acordado e outros homens o pegaram. Sinto muito Joseph.
__Está tudo bem Harry__ Joseph tentou tranquilizá-lo__ não foi sua culpa. 
__Ele era amigo da princesa, e você teve de matá-lo por minha causa.
__Já disse que não foi sua culpa__ repetiu__ agora já está feito, esqueça.
Harry o ajudou a limpar o resto, sem dizer mais nada. Não adiantava se lamentar agora pelo estrago, já estava feito e não tinha volta. Quando terminaram, Joseph caminhou pela cidade avaliando o estrago da noite passada, vendo pessoas tentando voltar a sua rotina e ajudar os feridos. No meio de toda aquela bagunça, Joseph avistou também Peter.
__Peter?__ chamou enquanto se aproximava, sentindo-se de repente aflito. O menino estava sentado no chão, com a espada que lhe Joseph lhe dera na mão e coberto de sangue__ PETER.
Correu até ele e se abaixou ao seu lado, o coração palpitando enquanto conferia se ele estava machucado.
__Você está bem?__ perguntou, aquele sangue todo não parecia ser dele__ está machucado?
__Não__ ele negou e ergueu os olhos para fitar Joseph, estavam vermelhos e cheios de lágrimas__ eles atacaram minha casa, tentei fazer como você me ensinou e defender os meus pais. Eu matei um deles com a espada que me deu, mas não fui rápido o bastante, eles... Eles mataram todos... Mataram... Minha família__ o menino soluçou__ não consegui ser como você... Não consegui.
Joseph não soube o que dizer, e mesmo que soubesse não sabia se conseguiria falar qualquer coisa. Tinha saído tudo errado, ele devia ter protegido o menino e sua família, tinha que ter impedido aquela loucura, agora estava tudo desmoronando porque ele não fora bom o bastante. Levantou-se e pegou o menino no colo, que o agarrou com força enquanto chorava. 
__Harry__ ele sussurrou__ pode ir aos estábulos e ver como está meu cavalo? Houve uma confusão lá e não sei se...
__Tudo bem__ ele concordou__ não precisa que eu te ajude com o menino?
__Não, eu cuido disso__ garantiu. 
Carregou o menino pelas ruas da cidade até o Bordel de Paola. Por um momento quis ser novamente uma criança, para poder sentar e chorar, e ter alguém que o consolasse, mas não podia. 
__O que aconteceu?__ Paola perguntou quando o viu__ está machucado?
__Não__ ele negou__ pode cuidar dele por mim um instante?
__Claro__ Paola concordou e pegou Peter do colo dele.
__Onde ela está?
__No quarto.
__Está bem?
Paola só fitou o chão. Então ele passou direto por ela e subiu as escadas do Bordel em direção ao quarto da princesa. Teve medo de abrir a porta e encará-la, mas precisava saber como ela estava, precisava vê-la. Encontrou-a encolhida na cama, o olhar distante, vazio, estava com cara de quem chorara muito. Joseph aproximou-se lentamente e ergueu a mão para tocá-la, mas ela se afastou do toque, se encolhendo para longe dele na cama.
__Não toque em mim__ ela disse sem olhá-lo, sufocando mais lágrimas. 
__Demetria, me perdoe__ ele implorou__ eu não queria matá-lo, Deus sabe como me arrependo... Mas se eu não fizesse...
__Não__ ela ergueu a mão para que ele parasse de falar__ não quero ouvir suas desculpas, por favor, pare. 
__Princesa por favor...
__PARE__ ela gritou finalmente o fitando com os olhos castanhos cheios de fúria__ será que não entende? Nada do que disser vai mudar o que aconteceu. Você o matou... Você o matou.
__Eu sinto muito__ ele sussurrou, e como sentia. Se fossem alguns meses atrás, não teria sentido nada ao arrancar a cabeça dele fora, teria sido só mais um dia. Mas agora era diferente, ela tornara tudo diferente. 
__Eu sei que sente__ ela o surpreendeu com a calma que disse aquilo, apesar da fúria nos olhos__ eu entendo porque o fez. Você precisava fazer isso para salvar sua família, eu entendo Joseph. E penso que talvez em seu lugar teria feito o mesmo, não estou o julgando, não me entenda errado... Mas percebi uma coisa.
__Que coisa?
__Hoje Klaus mandou que você matasse Alex, amanhã pode ser que mande me matar e você o obedecerá.
__Eu nunca a machucaria__ ele protestou.
__Você teria que escolher entre mim e sua família e sejamos honestos... Ambos sabemos o que você vai escolher__ ela disse respirando para conter os soluços__ por isso temos que acabar com isso agora. Eu sou uma prisioneira, sempre fui, foi estupidez nos deixarmos envolver.
__Estupidez?
__Sim, estupidez__ ela gritou__ só torna tudo mais difícil... Só dói mais. 
__Demetria...
__Se não me tocar mais__ ela sussurrou, a fúria se dissolvendo e se transformando em tristeza__ se não me beijar daquela forma que só você sabe fazer. Se não me tocar e fizer sentir aquelas coisas... Se... Se ficar longe de mim, então talvez não doa tanto quando você fizer sua escolha. 
Ele gostaria de poder dizer que ela estava errada, que se tivesse que escolher a escolheria. Mas como podiam lhe pedir que escolhesse entre a vida dela, e de sua família? Ninguém deveria ter que fazer tal escolha, era doloroso demais... Até mesmo para ele.
__Por favor vai embora__ ela pediu abaixando a cabeça para encarar os lençóis, enquanto as lágrimas desciam__ vai embora.
Não estava com raiva dele, queria estar, sabia que devia estar, mas por mais que tentasse não conseguia. Mas estava doendo, não conseguia olhar para ele sem lembrar de que tinha matado Alex, seu amigo, alguém que tentara salvar sua vida. E não conseguia deixar de pensar que a qualquer momento seria a vez dela, e ele faria... Ele a mataria porque era preciso. E o pensamento machucava mais do que deveria.
__Por favor, por favor, vai embora__ ela implorou, abraçando a si mesma e se desfazendo em lágrimas. No fundo queria que ele a abraçasse e a consolasse, era o único que poderia fazer a dor diminuir, mas deixar que ele a tocasse seria burrice, estava cansada de sofrer, estava cansada de tudo aquilo__ por favor, por favor, vai embora, por favor. 
Ele nada pode fazer a não ser ir embora como ela pedia.
Esta Noite
Peter havia adormecido enquanto Paola cuidava dele, e quando saiu do Bordel, Joseph o levou para sua casa. Agora que a família do menino estava morta, ele se sentia ainda mais responsável pela vida dele, era tudo que Peter tinha. Enquanto o menino dormia em sua cama, tomou um banho para se livrar de toda sujeira e sangue que o cobriam, tentando esquecer por alguns minutos aquele dia terrível, as palavras de Demetria, mas quanto mais se esforçava para esquecer, mas forte as lembranças ficavam.
Depois que saiu do banho, vestiu uma roupa limpa e saiu de casa, deixando Peter adormecido. Correu até o estábulo e encontrou Harry por lá, cuidando de seu cavalo, que por sorte não estava machucado.
__Oi Joseph__ Harry forçou um sorriso ao vê-lo__ ele não está machucado. 
__Ótimo, porque vou precisar dele inteiro esta noite.
__Como assim? Vai a algum lugar?
__Nós vamos__ ele corrigiu__ vamos colocar nosso plano em prática.
__O que?__ Harry arregalou os olhos__ hoje?
__Hoje__ Joseph concordou__ vamos partir de Murdor esta noite e invadiremos Harenwall. Cansei de ser o bonequinho do Klaus, vou por um basta nisso de uma vez por todas. 
E quando ele finalmente estivesse livre... Klaus ia pagar por tudo que o havia feito passar. 

Fim do Capítulo
Mores hoje eu não posto mais ... Talvez amanha eu poste mais uma maratona ok?

Capitulo 23. MARATONA



Algo Não Está Certo.

Reino de Murdor
Joseph, Paola, Harry e Demetria estavam sentados juntos num canto do Bordel conversando. Vitória também estava presente, mas nada dizia enquanto Joseph falava sobre os últimos detalhes de seu plano para salvar a família e tirar todos daquela cidade.
__Vamos mesmo fazer isso não é?__ Paola sorriu.
__Vamos, e vai ser logo, antes que a guerra comece e tenho a impressão de que não vai demorar. 
Antes que Joseph completasse o pensamento, um dos homens de Klaus entrou apressado no Bordel sem ser anunciado, atrapalhando a conversa. Ele estava ofegante, sinal de que tinha vindo correndo e os olhos estavam arregalados.
__O que aconteceu?__ Joseph questionou.
__Noticias de Severac__ ele murmurou__ sobre o Rei Robert... Nossos homens espalhados por aquela área disseram que o Rei Robert saiu do esconderijo e começou a marchar com seus homens.
__Está vindo para cá?__ Joseph se levantou apressado, não era para isso estar acontecendo ainda.

__Não senhor__ o homem negou e seus olhos vagaram até Demetria__ está saindo do país. 
Joseph pensou ter ouvido errado, mas o homem reafirmou a informação e sem dizer nenhuma palavra e nem olhar para trás, Joseph saiu correndo em direção ao Palácio para encontrar o Rei Klaus. Aquilo não estava certo, tinha que ser uma mentira. 
Encontrou o Rei na sala do Trono, com o olhar vazio encarando o chão. 
__Ele me enganou mais uma vez Joseph__ Klaus murmurou assim que Joseph passou pela porta__ ele me fez acreditar que estava armando um exercito para me atacar e no fim das contas tudo que o imbecil fazia era planejar uma fuga para fora do país.
Joseph se lembrou do que viu no esconderijo. Lembrou-se de Alex e das tentativas dele de salvar a princesa. Lembrou-se também do dia que invadiram Severac e do meio tempo que tiveram Robert em suas mãos e se recusou prontamente a acreditar que aquele homem estava fugindo com medo de Klaus, aquilo era impossível, era ridículo.
__Pensei que o fato de ter a filha dele em minhas mãos garantiria que viria até mim, mas estava errado. Ele não está nem ai praquele maldita garota, ele só se importa com a própria vida... É UM COVARDE.
Um pensamento perturbador tomou conta de Joseph.
__Senhor... Não acho que ele esteja fugindo...
__Acabou Joseph, ele sumiu do mapa e não sei para onde foi... Ele fugiu como o bom covarde que é... Nunca conseguirei matá-lo.
Ele queria discutir... Mas teve que fazer a pergunta que realmente importava.
__O que... O que o senhor fará com a princesa agora? 
__Não sei. Poderia matá-la, mas Robert não se importaria__ deu de ombros__ não sei mais o que fazer.
O Rei o dispensou logo em seguida, não queria conversar com ninguém. Joseph correu de volta ao Bordel e deu de cara com Paola na porta o esperando, totalmente apreensiva.
__Joseph o que está havendo?
__Dizem que Rei Robert está fugindo do país com seus homens.
__Não é certo?
__Não acredito que ele esteja fugindo, não acredito que ele largaria a filha aqui, é impossível Paola.
__Então o que diabos está havendo?
__Robert já se mostrou muito esperto até agora, sabe o que eu acho Paola?__ Joseph sussurrou__ que temos de dormir de olhos bem abertos. 
E disparou escada acima para encontrar com Demetria.
Sozinha
__Ele está mesmo indo embora do país?__ Demetria perguntou quando Joseph passou pela porta.
__É o que dizem__ ele concordou__, mas não acredito que seja verdade. Ele não a deixaria aqui princesa.
__Ele fez exatamente o que desejei tanto que ele fizesse__ Demetria sussurrou com lágrimas lhe escapando dos olhos__ ele está indo embora e me deixando aqui sozinha. Eu devia estar feliz por saber que ele vai estar a salvo, agora que meu desejo se realizou, mas dói... Antes pelo menos eu sabia que ele me amava, agora a verdade aparece... Eu não valho nada.
__Isso não é verdade... Deve ser mais algum dos planos dele para enganar Klaus e...
__Pare de defendê-lo__ ela reclamou irritá-la__ porque o defende tanto? Você não o conhece.
__Eu o vi no dia da invasão, vi como estava preocupado com você e como jurou que ia salvá-la. Prometeu a mim que se eu a machucasse ia me matar, ia me fazer sangrar. Aquilo não é atitude de alguém que não se importa. O exercito que vi naquele esconderijo não era para uma fuga e sim para uma guerra... Acredite Demetria.
__Não sei mais no que acreditar... Não sei mais qual o meu lugar. Estou... Estou sozinha.
__Não está__ ele se aproximou e a tomou nos braços, em um abraço apertado__ Mesmo que a história da fuga fosse verdadeira, o que tenho quase certeza de que não é, você não estaria sozinha. Estou com você agora... Estamos todos juntos nessa. Assim como prometi que salvaria Macayla, eu...
__Não faça isso__ ela implorou se afastando__ por favor, não.
__Eu prometo que vou salvá-la também__ ele continuou mesmo com os protestos__ ou não mereço ser chamado de cavaleiro das sombras. 
__Não há como salvar todo mundo.
__Eu posso__ ele garantiu__ posso fazer qualquer coisa. 
Ainda naquela noite, enquanto todos estavam alvoroçados com as noticias sobre a fuga do Rei Robert... O Reino de Murdor teve uma grande surpresa.
A Promessa do Príncipe Encantado
Demetria estava encolhida em sua cama, abraçando a si mesma. Tentava chorar para aliviar o aperto no peito, mas nem isso conseguia fazer, estava seca por dentro. Sua mente estava cheia de perguntas e duvidas, de ódio e raiva e também de saudades e nunca se sentiu tão sozinha e confusa em toda sua vida. Fazia um tempo que a noite não parecia tão fria. 
Joseph não estava ali com ela àquela noite, teve de trabalhar e atender aos caprichos de Klaus. O que ele tentava fazer na verdade era evitar que o Rei se zangasse e surtasse, que acabasse fazendo alguma besteira. Mas a essa altura Demetria duvidava que até mesmo Joseph pudesse pará-lo. Klaus ainda não podia morrer e a única forma de evitar a confusão era matá-lo, então o dilema continuava... Precisavam por o plano para salvar a família de Joseph em prática o mais rápido possível, não havia mais tempo a perder, Demetria não sabia mais quanto tempo tinha, agora que não tinha mas grande utilidade ao Rei e estava com medo, com muito medo.
Estava quase adormecendo quando ouviu um som alto de sinos tocando. Fazia tempos que não escutava aquele som, a ultima vez fora em Severac, estava dormindo em sua cama quando os sinos tocaram para indicar que a cidade estava sendo atacada e seu coração parou de bater ao ouvir novamente aquele som. Levantou-se apressada da cama e correu até a janela do quarto, ouviu gritos, pessoas e soldados correndo na rua e sentiu-se de volta aquela maldita noite. 
Demetria se cobriu rapidamente com o manto e desceu as escadas do Bordel correndo, quase tropeçando no processo. Encontrou Paola e as outras meninas também assustadas reunidas no salão.
__O que está havendo?__ ela perguntou.
__A cidade está sendo atacada__ Paola respondeu.
__Por quem?__ o coração da princesa batia tão forte que quase não conseguia pensar. 
__Não sei__ Paola disse e todas as meninas saltaram ao ouvir uma batida na porta. 
__Não abra__ Vitória se agarrou ao braço de Paola assustada.
Outra batida. As meninas se entreolharam nervosas.
__PAOLA, ABRA A PORTA.
Demetria correu antes que qualquer outra pudesse e abriu a porta, aliviada ao ver Joseph do outro lado.
__O que está havendo Joseph?__ ela perguntou aflita.
__Estamos sendo atacados__ ele explicou__ quero que todas vocês fiquem ai dentro, não saiam por nada estão ouvindo? Ponham alguma coisa para prender a porta e não abram para ninguém até que eu volte.
__Quem está atacando?
__Faça o que eu digo princesa e tome cuidado.
Ele não esperou pela resposta dela, fechou a porta e saiu correndo, gritando ordens para seus homens. Boa parte dos soldados estava dormindo àquela hora e agora corriam enquanto punham as roupas e pegavam as armas para defender os portões da cidade. Joseph não lembrava quando fora a ultima vez que alguém teve coragem de atacar Murdor, mas sabia que aquilo só podia partir de uma única pessoa... De alguma forma sabia que nunca abandonariam a princesa a sua sorte.
Enquanto todos corriam para o portão principal, Joseph parou perto dos estábulos um momento, ouvindo um barulho e uma movimentação estranha. Os cavalos estava agitados demais. Puxou a espada e avançou lentamente, observando a escuridão com olhos atentos, podia sentir que tinha alguém ali. 
De repente um cavalo passou por ele a toda velocidade, se desviou para não ser acertado e quando recuperou a compostura uma espada brilhante vinha em sua direção. Inclinou o corpo para trás para se afastar do golpe e aparou o outro com sua própria espada. O invasor fez força, tentando se soltar, mas Joseph o manteve preso e fitou seu rosto.
__Príncipe Alex__ disse com surpresa. 
__Surpreso em me ver?__ Alex puxou a espada com força, se libertando de Joseph e apontou a espada novamente em sua direção, em sinal de desafio.
__O que diabos faz aqui?
__Vim cumprir minha promessa e resgatar minha princesa... Aquela que você seqüestrou, lembra-se?
__Idiota, está cometendo um erro__ Joseph resmungou e se esquivou com facilidade de outro golpe.
__Fugi da outra vez porque não tive escolha__ Alex disse__, mas não tenho mais medo de você cavaleiro das sombras. Vou resgatar Demetria de suas garras ou não me chamo Alex. 
__Esse seu teatrinho não ajudará Demetria, só vai colocá-la em apuros nas mãos de Klaus... Porque é tão estúpido?__ resmungou olhando em volta apreensivo. Não queria lutar com aquele príncipe, não que não pudesse, mas Demetria não ficaria feliz se Joseph o matasse.
__Eu sei bem o que é melhor para minha noiva__ rebateu__ nunca mais encostará nela.
O pensamento não agradou Joseph e ele se remexeu inquieto. Alex interpretava claramente sua hesitação como medo, mas o problema não era esse. Talvez se o príncipe o escutasse por um momento.
__Vou levá-la embora esta noite ou morrer__ ele disse__ não há outra saída.
__Escute Alex... Está cometendo um erro...
Mas o príncipe não quis ouvir e avançou novamente contra Joseph. O comandante bem que tentou conversar enquanto se esquivava dos golpes, mas o príncipe guardara rancor desde o ultimo encontro e não queria ouvir. Joseph podia passar a noite naquela brincadeira, mas não tinha tempo para criancices, tinha que dar um jeito naquela confusão antes que tudo saísse do controle. Aquela maldita invasão surpresa poria tudo a perder.
__Pare de fugir seu covarde, lute comigo__ Alex gritou__ onde está toda sua coragem, cavaleiro das sombras? Não é nada do que aparenta ser... É apenas um...
Ele se calou de repente e caiu no chão desacordado. Joseph olhou par frente e avistou Harry.
__A falação dele estava me enchendo.
__Graças a Deus__ Joseph suspirou__ eu ia acabar matando esse infeliz se não calasse a boca.
__É amigo da princesa não é?
__É__ concordou__ tentei contar que estamos do mesmo lado, mas ele não me deixou falar. Harry, esconda-o em algum lugar e não deixe que os homens do Klaus o encontre, preciso dar um jeito de conter essa invasão. Não era para isso estar acontecendo.
__Você não disse que estava esperando por um ataque do Rei Robert? Que ele não tinha realmente fugido?
__Alex não está aqui a mando de Robert, está aqui porque é um imbecil que pensa ser um cavaleiro. 
__Como...
__Não há tempo__ Joseph resmungou impaciente__ só... Se livre dele rápido.
__Tudo bem.
Joseph saiu correndo em direção ao portão e viu que os homens que vieram com Alex já haviam conseguido entrar na cidade. Não teve opção a não ser entrar na batalha e defender seus homens e os inocentes da cidade antes que aquilo terminasse em tragédia. 

Fim do Capítulo

Capitulo 22. MARATONA


Juntos.

Reino de Murdor
Joseph estava sentado à mesa. Um copo de vinho em uma mão, uma moeda em outra, que ele girava por entre os dedos distraidamente, os pensamentos distantes. Mesmo que ninguém mais soubesse, eles estavam sob ameaça de guerra, e a qualquer momento Robert poderia sair de seu esconderijo e atacar. Joseph tinha que salvar a família antes que isso acontecesse, mas como poderia fazê-lo sozinho? Não parecia possível.
__Em que está pensando?__ Paola perguntou. 
__Em como salvar minha família sozinho, sem que elas saiam machucadas.
__Não precisa fazer isso sozinho__ Paola disse.
__E quem fará por mim? Eu agradeço a intenção Paola, mas não acho que suas habilidades vão me servir nessa missão. Preciso de homens que saibam lutar, estejam dispostos a matar e a morrer, e mesmo que você pudesse lutar, nunca arriscaria sua vida assim.
__Joseph...
__Eu posso ajudar.
Os dois se calaram e olharam na direção da porta. Harry, o ferreiro, estava lá parado os observando.
__Desculpe, eu estava ouvindo a conversa de vocês__ Harry disse sem jeito__ eu quero ajudar.
__Porque você me ajudaria?__ Joseph o fitou com desconfiança.
__Você é amigo de Paola, e qualquer amigo dela é amigo meu também__ ele disse__ e... Vejo que é uma boa pessoa e merece ter sua família de volta. Se quiser ajuda, conheço alguns homens que estão cansados do Reino de terror do Klaus e que fariam qualquer coisa pela liberdade. Eles o ajudariam a resgatar sua família em troca da liberdade.
__Eles se arriscariam tanto assim? É uma tarefa perigosa e... Qualquer erro pode custar à vida de minha família.
__Os homens tem mais medo de você do que de Klaus__ Harry murmurou__ se souberem que está do lado deles terão mais coragem, e farão o que for preciso. Estou disposto a correr o risco e sei que eles também.
__Não precisa fazer tudo sozinho cavaleiro das sombras__ Paola sorriu__ podemos fazer juntos. 
__Não sei bem...
__Você queria ajuda__ Paola o lembrou__ não desperdice a chance. 
Joseph considerou a ideia por um momento. Não costumava confiar assim nas outras pessoas, mas a oportunidade estava aparecendo bem na sua frente e sentia que se arrependeria se nem ao menos tentasse. Não tinha tempo a perder.
__Quero ver quem são esses homens pra ter certeza se posso confiar neles.
__Tudo bem__ Harry concordou. 
__Está chegando à hora de irmos embora desse lugar__ Paola disse sorrindo__ falta muito pouco agora Joseph, muito pouco.
Ele queria muito acreditar que sim.
O Plano Perfeito
Joseph ficou impressionado quando Harry apareceu com o grupo de amigos que estavam dispostos a quebrar as regras do Rei e ajudá-lo a resgatar sua família em troca da liberdade da tirania de Klaus. Eram doze homens, comparado com o exercito de Klaus não era muita coisa, mas já era mais do que ele esperava conseguir... Homens fortes, corajosos e honestos, dispostos a tudo para mudar de vida. Valia a pena a tentativa. 
Antes de qualquer coisa, Joseph conversou isoladamente com cada um deles, e investigou rapidamente suas vidas para ter certeza de que eram confiáveis. Quando estava satisfeito resolveu contar a eles o seu plano. Desenhou um mapa da cidade de Harenwall, e indicou os lugares exatos em que os soldados estavam e onde sua família estava sendo mantida refém. Também revelou a eles os tipos de armamentos e explicou que pretendia fazer uma invasão à noite, quando estivessem mais desprotegidos. 
Joseph também os treinou, ensinando-lhes alguns golpes e formas de se defender. Klaus estava muito quieto, satisfeito com a mais nova descoberta e não desconfiou de absolutamente nada. Não desconfiou do complô, assim como não desconfiava que nas noites que não estava com ele, Demetria passava ao lado de Joseph.
__Quando vai colocar o plano em prática?__ Demetria perguntou. Estava sentada olhando pela janela para a noite lá fora enquanto Joseph vestia roupa e se preparava para ir embora.
__Mais alguns dias__ ele disse__ é tudo que preciso, então atacaremos.
Ela apenas assentiu, abraçando a si mesma para espantar o frio.
__Vou levá-las para longe e então volto à cidade para buscar você e os outros__ ele disse__ só tenha um pouco mais de paciência.
__É só o que eu tenho. 
Ele lhe deu um beijo e depois partiu. Demetria queria acreditar tanto quanto ele que o plano daria certo, mas tinha medo. Uma sensação ruim que ia crescendo a cada dia e se espalhando até infectar suas esperanças. Ele concerteza salvaria sua família, mas depois de tanto tempo, de alguma forma Demetria não conseguia se ver saindo daquela cidade. Mesmo não estando em uma cela, quando olhava para os muros de Murdor sentia-se sufocada... Parecia que não veria mais o mundo lá fora. 
Esperava que estivesse errada. 

Fim do Capítulo

Capitulo 21. MATARONA


Esses Sentimentos.

Reino de Murdor
Demetria terminou de se arrumar e parou um minuto para se analisar e ver se não havia nada faltando. O vestido verde de tecido fino, decote e uma longa abertura nas costas, que revelava boa parte do corpo. Jóias, colar, brincos e pulseiras. O cabelo arrumado numa bela trança... O Rei era exigente e gostava que ela estivesse bem arrumada toda vez que fosse encontrá-lo. 
__Está pronta querida?__ Paola perguntou da porta.
Certificou-se que o vidrinho de sonífero estava com ela, então virou-se e forçou um sorriso a amiga.
__Estou pronta__ concordou. 
__Que bom, pois Joseph já está lá em baixo a sua espera__ ela disse.
O sorriso forçado, sem querer tornou-se autentico e o coração da princesa disparou.
__Ele retornou?
__Hoje a tarde__ Paola concordou__ não o deixe esperando, sabe como é o cavaleiro das sombras.

Demetria respirou fundo e esquecendo por um momento para onde estava indo e o que aconteceria depois, desceu as escadas do Bordel e foi de encontro a Joseph, que a esperava lá na porta. Estava vestido todo de preto, como era habitual, com suas calças, botas e camisa de manga comprida. Os cabelos estavam bagunçados e os olhos azuis olhavam lá para fora, sem nada realmente ver. Era tão errado, mas ela se achou sem fôlego quando o viu, parecia que tinha se passado séculos desde que o vira saindo da cidade e não dias. Não queria ter aqueles sentimentos, mas não pode evitar.
__Estou pronta__ ela murmurou, sua voz saiu fraca e estranha. 
Os olhos dele a analisaram por um instante dos pés a cabeça e ele parecia querer sorrir, porém não o fez, somente estendeu a mão para ela e Demetria se aproximou, deixando que ele segurasse seu braço e a guiasse em direção ao Palácio.
__Como foi em Severac? Descobriram alguma coisa sobre meu pai?__ ela perguntou baixinho, para não correr o risco de alguém em volta ouvir. Não queria admitir, mas estava ansiosa por noticias do pai, ele tinha sumido por tempo demais.

__Não descobri nada útil__ ele disse, mas sua expressão mudou, deixando de ser tranquila e ele ficou inquieto. Demetria supôs que ele não estava muito a fim de falar sobre aquilo, ainda mais com ela que era filha do homem. A princesa então resolveu tentar mudar de assunto, talvez ele falasse de algo que fosse de maior interesse seu.
__Paola me falou que teve noticias sobre sua mãe e sua irmã__ ela comentou ainda mais baixo que antes__ conseguiu achá-las? Acha que agora poderá salvá-las? 
__Não quero falar sobre isso__ ele murmurou__ não é uma boa hora. 
E quando ele se calou novamente, fitando o caminho à frente com o rosto vazio, a alegria que ela sentira ao vê-lo se desfez. Talvez esses dias longe da cidade tivessem desfeito o encanto que pareceu surgir entre eles. Talvez ele tivesse percebido como aquilo que existia entre os dois era estúpido e impossível. 
__Desculpe perturbá-lo com minhas perguntas, sou muito curiosa__ murmurou tentando manter o semblante relaxado.

Demetria se esforçou para manter o ar descontraído enquanto caminhava, sua pele formigava onde a mão dele a tocava e por um momento suspirou lembrando-se da noite que passaram juntos, aquelas mesmas mãos vagando por seu corpo, os olhos azuis a fitando com desejo, os lábios... Fechou os olhos com força pra tentar mudar o rumo dos pensamentos.
O silencio se estendeu por um tempo em que Demetria se ocupou em encarar o chão, até sentir o clima entre eles pesar.
__Se divertiu muito com Klaus em minha ausência?__ Joseph perguntou de repente, em tom brusco, ainda sem olhá-la.
__Como é?__ Demetria não esperava por aquilo e o encarou com total surpresa.
__Pareceu tão contente quando fui buscá-la__ ele comentou__ geralmente está mais séria quando a levo até o Rei, mas hoje não. Suponho que deve ter se divertido com ele nos últimos dias e que já não seja assim tão ruim ter de dormir com ele. 
__O que? Eu gostar de dormir com Klaus? Enlouqueceu?__ ela o fitou irritada__ aquele homem me dá nojo. Eu estava feliz por ver você depois de tantos dias, mas passou rapidamente quando vi que o sentimento não era recíproco. Sou tão estúpida.
Ele parou de andar no meio do corredor, Demetria olhou em volta nervosa, achando que tinha alguém observando.
__Ficou feliz em me ver?
__Fiquei__ ela sussurrou fitando o chão__ Mas agora não estou mais, já percebi que é idiotice. Como pode pensar que me agradaria dormir com Klaus? Tenho feito o impossível nos últimos tempos para que ele não me toque, dando aquele bendito sonífero para ele, não faz ideia de como é difícil enganá-lo.
__Espere__ Joseph pediu__ continua dando o sonífero a Klaus? Não tem dormido com ele?
__Já faz semanas desde a ultima vez que me tocou__ ela confessou__ graças a Paola.
Um leve sorriso iluminou o rosto de Joseph, foi mais perceptível nos olhos que nos lábios, mas estava lá, ela pode ver.
__O que foi?__ ela o encarou confusa.
Joseph olhou em volta, depois a puxou para um canto fora de vista, a empurrando contra a parede e antes que ela pudesse dizer qualquer coisa a beijou. Foi um beijo extremamente calmo e gentil se comparado à situação e Demetria se surpreendeu com o gesto, porém se entregou, correspondendo o beijo e suspirando de deleite ao sentir os lábios dele contra os seus.

__Desculpe se fui rude com você__ ele sussurrou um tempo depois__ estava nervoso com tantos problemas e a ideia de ter Klaus tocando em você me causa nojo e uma raiva que não consigo explicar.
__Estava com ciúmes de mim?__ ela disse completamente chocada.
Ele ergueu a mão para acariciar o rosto dela, a fitando com olhos incrivelmente doces e gentis.
__Nunca gostei de mulher nenhuma como gosto de você princesa__ ele disse__ nunca me apeguei à mulher nenhuma a não ser Paola, mas ela é diferente, é minha amiga, como uma segunda mãe pra mim. Mas gosto de você embora saiba que é estupidez e não suporto a ideia de dividi-la com ninguém. Eu também fiquei feliz em vê-la, foi à única coisa boa desde que cheguei aqui, mas achei que estaria com raiva de mim pelo que houve da ultima vez... Eu ia deixar que o Rei a machucasse e...
__Não ia não__ ela negou sorrindo e ergueu a mão para tocar o rosto dele__ eu estava olhando para você naquele momento, vi quando deu um passo a frente e vi que ia tentar impedir que aquele homem me machucasse.

__Eu...
__Fiquei feliz por você não ter que fazer nada, não queria que sua família se machucasse por mim__ ela continuou__ não fiquei com raiva de você por aquilo, eu disse que não. A vida de sua família vale muito mais que a minha e você prometeu a sua irmã que a salvaria lembra?
__Não diga isso, sua vida é importante... É importante pra mim agora. Assim como a de Paola, a de Peter e...
__Shh__ ela pos o dedo nos lábios dele para calá-lo__ não vamos falar disso, não quero discutir. Apesar de estar sendo prisioneira nessa cidade, as coisas estão indo bem. Tirando aquele dia, Klaus não me machucou mais e eu não tive que me deitar com ele. É óbvio que está cada vez mais difícil enganá-lo para que tome o vinho e fazê-lo falar por um tempo até que o remédio faça efeito, mas estou conseguindo... Não conseguiria me deitar com outro homem, não depois de... Depois de nós. 
Joseph a fitou um momento, então olhou em volta e pareceu lembrar de que tinha um trabalho a cumprir.

__Precisamos conversar, mas não pode ser agora... Depois que puser Klaus para dormir, vamos falar tudo bem?
__Tudo bem__ ela concordou. 
Ele se inclinou novamente para beijá-la, dessa vez mais rapidamente e então segurou-a novamente pelo braço e seguiram em silencio em direção aos aposentos de Klaus. Demetria respirou fundo quando pararam na porta.
__Deseje-me sorte__ ela pediu.
__Boa sorte__ ele sorriu__ vou estar te esperando aqui fora.
Ela respirou fundo uma ultima vez e Joseph anunciou sua presença, entregando-a a Klaus e vendo a porta se fechar logo em seguida.
Sem Segredos
Demetria conseguiu colocar o Rei para dormir mais uma vez, não antes de ele á apalpar um pouco e lhe beijar o pescoço, mas logo tinha caído no sono e nenhum estrago fora feito. Joseph a estava esperando na porta como dissera e a levara em segurança de volta ao Bordel. Ele entrou com ela e a seguiu até seu quarto, alegando que era melhor que conversassem ali do que em sua casa onde os outros podiam suspeitar de alguma coisa, mas Demetria se recusou a conversar antes de tomar um banho e se livrar do cheiro daquele homem repugnante que ficara impregnado em sua pele. 
Joseph ficou esperando por ela no quarto e quando Demetria retornou o encontrou deitado em sua cama, com ar tranquilo. 
__Vejo que já está bem acomodado__ ela comentou caminhando até ele.
__Sua cama é confortável__ ele disse sorrindo, aparentava mais tranquilidade do que realmente sentia, mas queria aproveitar um pouco daquela noite. Não queria pensar somente em problemas, queria ela e queria esquecer o resto do mundo.
__Como está o ombro?
__Não dói mais__ ele respondeu__, mas a ferida ainda não cicatrizou completamente e ainda coça. Estou passando a pasta que o Mrs. Galvin recomendou, a levo comigo para todo lugar por precaução. 
__Posso ver?__ ela perguntou um tanto receosa. Apesar de terem passado a noite juntos, de ele confessar que gostava dela e mostrar que não era tão mal como aparentava, ainda não se sentia completamente a vontade ao lado dele, ainda tinha medo. Não dele em si, mas do futuro, ainda havia algo que a impedia de se abrir completamente e ela sabia que era o mesmo para ele. 
Ele a segurou gentilmente pelo braço e a fez sentar-se por cima dele. A princesa não resistiu, apenas se deixou levar.
__Pode__ ele concordou e ergueu a mão para desfazer as amarras da blusa. 
Quando ele terminou, deixou as mãos largadas ao lado do corpo e Demetria abriu a blusa, revelando o peitoral musculoso. Correu os dedos pela pele morena dele, um toque suave e despreocupado, mas sentiu ele se contrair levemente com o toque. Parou quando alcançou o machucado, deslizando os dedos em volta. 
__Está bem melhor__ ela comentou.
__Pelo menos não dá mais vontade de vomitar quando se olha__ ele brincou. 
Demetria deu um meio sorriso, estava só meio consciente do que ele dizia, os pensamentos distantes.
__Fui até Harenwall__ ele comentou e isso chamou a atenção dela.
__Paola me disse que sua mãe e Macayla estão lá__ Demetria o olhou com interesse__ conseguiu vê-las? Estão mesmo lá?
__Não cheguei a entrar na cidade__ com a ponta dos dedos, começou a brincar com o cordão entre os seios, que segurava a parte de cima do vestido que ela agora usava__ eles tem muitos guardas espalhados por lá e concerteza saberiam quem sou. Eu poderia matá-los todos sem problemas, mas não sem arriscar a vida de minha mãe e minha irmã.
__E o que vai fazer? Klaus não deve deixá-las lá por muito tempo.
__Preciso de ajuda__ ele suspirou__ preciso de homens confiáveis que me ajudem a invadir a cidade e tirá-las de lá, eu tenho um plano, mas não funciona para um homem solitário e é exatamente o que sou. Não tenho amigos que vão querer arriscar a vida por mim desse jeito.
__Você tem amigos sim__ ela protestou.
__Paola, Peter e você não contam princesa__ ele desfez o laço e foi desfazendo uma por uma as amarras, o vestido foi se abrindo lentamente, mas Demetria não deu muita atenção, concentrada no que ele dizia__ Vocês não tem como ajudar, preciso de homens fortes que saibam manejar uma espada e estejam dispostos a morrer se preciso. 
__Paola tem muitos amigos, aposto que o ajudariam se ela pedisse... Como Harry__ ela o lembrou__ ele concerteza aceitará lhe ajudar. Voe só precisa ser um pouco mais otimista. 
__Gosto do jeito como vê as coisas__ Joseph disse com um meio sorriso__ mas com ou sem ajuda, darei o meu jeito e farei isso o mais rápido possível. Não tenho mais tempo a perder e nem quero. Dezoito anos Demetria... Cansei de ficar brincando com Klaus. 
__Você vai conseguir__ ela o encorajou__ gostaria de poder ser mais útil, mas... De qualquer forma, você é o cavaleiro das sombras. Não há nada que não consiga fazer.
__As pessoas adoram me lembrar disso. É só um apelido que inventaram... Não diz nada sobre mim de verdade, quem eu sou ou do que sou capaz. Histórias são apenas histórias princesa__ terminou de desfazer as amarras e a parte de cima do vestido deslizou pelos ombros dela, caindo até a cintura e revelando os seios redondos e fartos__ As histórias falam sobre minha capacidade de matar, mas não falam sobre meu coração ou minha inteligência. 
__Ou do seu ego enorme__ ela brincou para aliviar o clima, e se arrepiou ao sentir o olhar dele sobre seu corpo e a ponta dos dedos em seu seio, rodeando o mamilo. Quando ele dissera que precisavam conversar, não estava esperando por aquilo, mas gostava da situação. Queria que a última noite que passaram juntos se repetisse, que ele a fizesse esquecer dos problemas. 
Ele se limitou a sorrir, tomando ambos os seios dela em suas mãos e os massageando lentamente.
__Vou tirá-las daquele lugar__ ele disse sem parar de acariciá-la, Demetria suspirou, tombando a cabeça para trás, aproveitando a sensação__ vou levar também Paola desse lugar, devolver a vida que lhe foi roubada e também Vitória e seu bebê. Agora que está grávida ela merece mais que passar a vida em um Bordel, ainda é nova, pode recomeçar.
Demetria sorriu em meio a outro suspiro, gostava como apesar de toda aquela dureza e seriedade do cavaleiro das sombras, Joseph tinha um coração enorme, que se preocupava com os outros.
__Vou levar também Peter comigo, e a família dele se quiserem ir__ continuou falando, apertando-lhe os seios com um pouco mais de força, a princesa inclinou o corpo para trás, apertando as pernas dele__ e você também. Pode vir conosco, ou voltar para sua família, como preferir, mas não a deixarei aqui. 
__Voltar para minha família?__ ela se ajeitou para fitá-lo.
__Seu pai... Seu príncipe__ a mão dele desceu do seio, acariciando a barriga e adentrando o vestido__ Alex deve estar a sua espera. Ele prometeu que a salvaria e tentou duas vezes, embora... Sem sucesso. 
__Ele não é meu príncipe__ ela revirou os olhos querendo respondê-lo de forma malcriada, mas a protesto se perdeu quando sentiu os dedos dele em sua intimidade, lhe acariciando intimamente. Mordeu o lábio com força para conter o gemido__ Acha que depois de tudo isso eu ainda me casaria com ele?
__Pensei que o amava__ ele comentou brincalhão, mas Demetria viu a curiosidade brilhando em seus olhos azuis__ parecia muito contente porque iria se casar com ele.
__Isso foi à antiga Demetria__ ela arrastou as unhas pelo peitoral dele, se contorcendo com a caricia que ele lhe fazia enquanto tentava manter a postura e o raciocínio para continuar a conversa__ Alex encontrará outra mulher que lhe faça feliz. Também cheguei a pensar que o amava, mas foi a ideia boba de uma princesa. Estou cansada de príncipes.
__Estão um príncipe está fora de cogitação?__ ela não entendeu bem o que foi aquilo que viu nos olhos dele, parecia divertido com alguma piada que ela não entendeu, mas não estava lúcida o bastante para se concentrar nisso. Deixou que um gemido escapasse quando ele aumentou um pouco mais a velocidade das caricias__ vai investir nos plebeus?
__Descobri recentemente um fraco por cavaleiros mal humorados__ ela disse com um suspiro. 
__É bom saber. 
Ela se inclinou sobre ele, e juntou seus lábios para saciar aquele desejo que a invadia. Joseph continuou a acariciá-la, até que a sentiu enterrar as unhas em seus braços e partiu o beijo sem fôlego para soltar um gemido alto de satisfação ao alcançar o clímax. Ela corou envergonhada e escondeu o rosto na curva do pescoço dele, respirando com dificuldade.
__Então é bom com os dedos também?__ ela brincou.
__Tenho muitos talentos__ ele sorriu. 
Depois de mais um minuto, Demetria se ergueu novamente para fitá-lo. 
__Quanto ao meu pai__ ela murmurou enquanto retirava o vestido pela cabeça, ficando completamente nua sobre ele__ nem ao menos sei onde ele está. Ao que tudo indica nem está mais no país. 
Ela retirou a camisa dele com cuidado e Joseph mordeu o lábio sem saber se deveria contar ou não a ela o que descobrira.
__Ele não iria embora sem você.
__Você não o conhece Joseph.
__Acho que você também não. 
Demetria suspirou__ não quero falar dele agora. 
Joseph a fitou com atenção, ainda indeciso, enquanto ela retirava sua calça e a largava em algum canto do quarto.

__Sou meio novata nesse ramo__ ela comentou com um meio sorriso, começando a distribuir beijos pela barriga dele__ Vitória me ensinou muitas coisas quando cheguei aqui, mas nunca cheguei a fazê-las. Vai ter de me dizer se estou ou não fazendo certo. 
Ele pensou em responder com alguma piadinha, mas logo decidiu que deveria contar a ela o que descobrira em Severac. Não queria ter segredos com ela, estava cansado de mentiras e falsidade. Mas as palavras se perderam na garganta quando os dedos dela envolveram gentilmente seu membro, o acariciando lentamente. Fechou os olhos, suspirando em deleite e esqueceu até o próprio nome ao sentir os lábios macios dela o envolverem e a língua quente o sugando com vontade. Era inexperiente, mas muito boa no que fazia. 
__Estou fazendo tudo certo comandante?__ ela perguntou com uma voz sexy, queria agradá-lo como ele fizera com ela. Queria que sentisse prazer com ela e não precisasse ir atrás de nenhuma outra mulher. Ela não queria príncipe nenhum, não mais... Queria apenas ele e sabia como aquele desejo era perigoso, mas não o fazia ser menos forte ou poderoso.

__Sim, está sim__ ele respondeu baixinho, mordendo os lábios com força. 
A fitou com atenção enquanto ela lhe dava prazer, acariciando seus cabelos. Nenhuma mulher nunca o deixara tão excitado como ela, nenhuma mulher o enlouquecera como ela. Nenhuma mulher conseguira ganhar o seu coração como ela o fizera. Depois de um tempo a princesa parou, engatinhou de volta até ele e o beijou com desejo, antes de fundir seus corpos, dessa vez ficando por cima, tomando o controle da situação. Ele gostava como ela parecia inocente e ao mesmo tempo decidida. Queria uma coisa e não tinha medo, apesar de todos os outros pensarem o contrário. 
Também gostara muito da visão, da princesa montada nele. Mordendo o lábio com força para conter os gemidos. Mas ele não se importava com o barulho, estavam mesmo dentro de um Bordel. Era a primeira vez que transava com uma mulher de verdade, não com uma prostituta. A primeira vez que fazia amor de verdade, porque deseja a mulher e não somente porque precisava de sexo e gostava daquilo, de como parecia certo. Esperava que durasse, que conseguisse mesmo tudo que queria e que sua história tivesse um final feliz... Eles mereciam um final feliz não mereciam?

Quando terminaram ela se aninhou nos braços dele, cansada e satisfeita, completa. O corpo dele a protegeu do frio que fazia lá fora, estava completamente em chamas e tão feliz que tinha medo. Era uma prisioneira numa cidade estranha cheia de pessoas ruins, aquela felicidade toda não lhe devia ser permitida. Mas não queria abrir os olhos e voltar à realidade.
__Preciso lhe contar uma coisa Demetria__ ele sussurrou depois de um tempo.
__Pode falar o que quiser__ ela murmurou um pouco tensa. 
__Klaus me enviou a Severac porque descobriu a passagem secreta de seu pai no Palácio__ ele disse.
Ela se afastou um pouco e se apoiou no cotovelo para olhá-lo.
__A passagem na dispensa?__ ela engoliu em seco.
__Pensei que não soubesse onde ficava.
__Não sei onde fica o esconderijo, mas sabia onde ficava a passagem que levava a ele... Nunca cheguei a entrar lá. 
__Eu entrei__ ele disse pondo uma mecha do cabelo suado dela atrás da orelha__ e achei o esconderijo de seu pai.
__Você... Você... Você o viu?
__Vi__ ele concordou__ vi ele, Alex... E muitos soldados e armas. Ele está se preparando para nos atacar.
__E o que aconteceu?

__Eles não me viram, observei escondido por um tempo e depois fui embora.
__Você contou ao Klaus?
__Não__ ele negou__ eu devia, mas não contei. Não consegui entregá-los pois senti que a estaria traindo de alguma forma se o fizesse, afinal tudo que eles querem é salvá-la. E não... Não vejo porque eu deva ajudar Klaus, agora que sei onde minha família está, às coisas são diferentes. 
__Então não vai contar a ninguém?__ os olhos dela brilharam com lágrimas e seu coração estava disparado.
__Não vou não__ ele disse limpando uma lágrima que escapou__ e não acho que Klaus vá descobrir sem a minha ajuda. O esconderijo fica no subterrâneo, não importa o quanto procurem, não vão achar nada. Seu pai é um homem esperto.
__Então... Então ele não me abandonou?
__Claro que não, ele seria estúpido se o fizesse.
Demetria chegara a pensar que seu pai havia lhe esquecido, e chegou a desejar que o fizesse. Mas agora se sentia mal por pensar tal coisa, não importava o que o pai tinha feito ou como tinha mudado, ele nunca a abandonaria nas mãos de Klaus dessa forma. Ele só estava, assim como Joseph, esperando o momento certo para salvar aquilo que amava.
__Então vai mesmo haver uma guerra?__ ela o fitou com preocupação.
__Creio que sim. Não vejo mais como evitar isso.
__E... __ ela respirou fundo__ de que lado você vai lutar? 
__Não sei o que vai acontecer__ ele disse sinceramente__ tudo vai depender de como as coisas acontecerão nos próximos dias, mas você sabe de que lado ficaria se tivesse escolha não sabe? Se não tivessem tantos riscos? 
__Sei sim__ ela assentiu desviando os olhos de seu rosto para suas mãos que estavam entrelaçadas. 
__Acho que não serve de muita coisa.
__Serve sim__ ela discordou__ serve sim. 
E se abaixou novamente para abraçá-lo e deitar a cabeça em seu peito, fechando os olhos na segurança de seus braços fortes. 
__Vai dar tudo certo__ ele sussurrou acariciando os cabelos dela__ vou concertar tudo isso minha princesa.
Ela nada disse, fechou os olhos e adormeceu ao som dos batimentos do coração dele. 

Fim do Capítulo

Mores não postei os 3 capitulos ontem porque sai com o meu namorado .. entao hoje estou fazendo uma maratona (: