Capitulo 13. MARATONA


Estrada de Sangue.

Reino de Murdor
Joseph só soltou o braço de Demetria e relaxou, quando entraram em uma pequena casa numa área isolada da cidade. Ele a empurrou para dentro com aquele seu descuido habitual e depois trancou a porta, caminhando lentamente pelo cômodo para ascender algumas vê-las e iluminar o lugar.
__O que estava havendo lá fora em?__ ele questionou enquanto ascendia as velas.
__Aquele idiota achou que podia quebrar a regra do Rei e se aproveitar de mim já que Klaus e nem você estavam na cidade__ ela murmurou zangada, parada em um canto de braços cruzados, batendo o pé no chão nervosamente__ qual o problema desses soldados? Eu por acaso tenho cara de prostituta?
__Bem, você mora em um Bordel__ ele a lembrou.
__Não por escolha própria__ rebateu ofendida.
__O que não muda o fato de que é a mulher mais bonita que já viram nesta cidade__ ele murmurou enquanto largava o punhal sobre uma mesa e tirava o cinto__ esses homens não estão acostumados com princesas tão bonitas, e muito menos a serem gentis.
__Acha que sou a mulher mais bonita da cidade?__ ela o olhou desconfiada.

Ele parou o que fazia para fitá-la e sorriu debochadamente.
__Só estou repetindo o que ouvi dizerem por ai princesa, não disse que concordava.
__Porque me ajudou?
__Porque é meu trabalho, o Rei não quer que nada lhe aconteça, a não ser que seja por ordens dele__ deu de ombros__ não fique achando que me importo.
__Eu nunca pensaria isso__ ela garantiu com um sorriso amargo__ que lugar é esse?
__É minha casa__ ele respondeu. 
Ela o olhou de lado, depois focou sua atenção no lugar. A primeira coisa que reparou era que era uma casa bem simples, porém ainda assim aconchegante. Viu no canto de uma das paredes, diversas facas e lâminas diferentes penduradas, como uma coleção de armas e dentre elas estava a que Charlie havia lhe dado e Joseph roubara quando impedira sua fuga. Ela ergueu a mão para tocá-la.
__Não toque nisso__ a voz dele a despertou do transe.

Ela o olhou de cara feia e voltou a analisar o lugar, fitando a lareira no canto, que agora estava apagada e depois a cama no outro canto. Era bem mais simples que a do quarto do Rei, mas também tinha um lindo dossel, com cortinas meio transparentes descendo sobre a cama como uma cascata. Sentiu-se um pouco desconfortável de repente e sem saber ao certo porque, lembrou-se do beijo que ele lhe dera dias atrás. 
__Devia evitar sair sozinha pelas ruas enquanto o Rei estiver fora da cidade__ Joseph avisou a despertando novamente de seus devaneios, ela se perdia facilmente em pensamentos__ os homens sempre querem aquilo que não podem ter, é mais excitante. 
__Mas você não é assim__ não foi uma pergunta.
__Você sabe bem que não sou como os outros homens, princesa. 
__É muito mais complicado__ ela concordou. 
__Droga__ ele resmungou. 
__O que foi?__ ela o fitou curiosa.
__Aquele filho da mãe me machucou__ reclamou passando a mão atrás da cabeça e depois afastando para ver o próprio sangue. 
__Pensei que ninguém conseguisse machucar o cavaleiro das sombras.

__Ele quebrou uma garrafa de vidro na minha cabeça, isso não conta... E não estou num bom dia. 
__O que aconteceu? Realmente não parece muito bem. 
Ele se aproximou e sentou-se na beirada da cama.
__Armaram uma armadilha para nós__ ele disse, ia contar a ela que era um plano de seu pai, mas alguma coisa nos olhos dela o impediu de prosseguir__ é uma longa história, não vai se interessar.
__Alguém conseguiu machucá-lo, é claro que me interessa__ ela provocou, mas se sentou ao lado dele__ deixe-me ver se é grave.
__Não preciso da sua ajuda__ ele se afastou do toque.
__Não seja chato, deixe eu ver__ ela insistiu__ a menos que consiga fazer um curativo sozinho, o que duvido muito.
__Porque se importa?
__Não que eu me importe__ ela tratou de dizer e o obrigou a se virar de costas__ mas me você salvou hoje e não foi à primeira vez.
__Já disse que só estava fazendo o meu trabalho. 
__Não faz diferença, a questão é que lhe devo minha vida. 
Ele nada respondeu, ficou quieto enquanto sentia os dedos finos e gentis por entre seus cabelos, tocando-lhe com todo o cuidado. 
__Não foi fundo__ ela sussurrou__ só tem um pedacinho de vidro preso e precisa limpar para não infeccionar.
__Devia ter matado aquele bastardo.

__Eu posso cuidar disso__ ela se levantou e sem pedir permissão mexeu nas coisas dele a procura de algo para lhe ajudar a fazer o curativo. Ele apenas a observou em silencio, sem nada dizer. Sua cabeça e seu corpo doíam e ele não estava com paciência para discutir, e realmente precisava de ajuda, não conseguiria cuidar do ferimento sozinho. 
Depois de um minuto, ela se sentou novamente atrás dele e pediu que abaixasse a cabeça.
__Você e Paola vieram do mesmo lugar não é mesmo?__ ela comentou__ por isso são tão amigos.
__Porque pergunta?
__Eu sou muito curiosa__ ela deu de ombros__ todo mundo por aqui sabe quem eu sou, qual a minha história, mas não sei nada sobre vocês. Você por exemplo é um homem complicado, uma hora grosseiro e rude, outra tranquilo e até mesmo amável.
__Eu não sou amável. Ai__ ele resmungou ao sentir uma pontada de dor na cabeça. 
__Calma, foi só o pedaço de vidro, não seja um bebê chorão__ ela provocou__ e você pode ser amável sim, eu o vi brincando com o menino no outro dia, rindo. E você me ajudou com o Rei, quer dizer... Não me entregou pra ele.

__Isso não faz de mim uma pessoa amável__ ele avisou__ mas também não sou o monstro que as pessoas gostam de dizer por ai. Elas ouvem e inventam coisas o tempo todo, elas não sabem de nada.
__Como você se tornou o cavaleiro das sombras?__ ela perguntou__ as histórias não contam tudo e... Você mesmo disse que muitas coisas que dizem por ai é mentira. Gostaria de saber de onde surgiu essa fama. 
Ele ficou em silencio, Demetria pensou que estivesse pensando em uma resposta, mas depois de um tempo entendeu que ele não diria nada. Ele não queria lhe contar sua história, ela não era sua amiga e ele não lhe devia nada. Mas o silencio a incomodava.
__Em Severac__ ela começou a falar, molhando um pedaço de pano e começando a limpar a ferida__ tinha uma menina, mais ou menos da idade de Peter, eles eram muito parecidos. Ela me perseguia, como Peter faz com você, querendo que eu lhe ensinasse as coisas que sabia. A menina era uma plebéia de família pobre, mas muito bonita e adorável e sonhava ser uma princesa__ ele gemeu com outra pontada de dor__ eu a tomei como minha protegida, a mãe dela não se importou, e transformei-a numa menina nobre, tratei-a como se fosse minha irmã. No dia da invasão, quando me seqüestraram... __ Demetria sentiu um nó na garganta__ eu vi o corpo dela, morta no chão como um animal qualquer, era só uma criança.

__Porque está me contando isso?__ ele perguntou__ está tentando me fazer sentir culpado?
__Não__ ela negou__ acho que só estou tentando dizer que... Todo mundo tem sua trágica história. Você já conhece a minha. 
Por um longo momento nenhum dos dois disse nada. Demetria continuou a limpar cuidadosamente a ferida na cabeça dele, tirando todo o sangue dos cabelos o mais gentilmente que podia para que ele não reclamasse. Até que ele pos a mão sobre a sua, segurando gentilmente e a obrigando a parar o que fazia. Ela podia sentir a tensão que emanava dele e isso não a ajudou a relaxar.
Lentamente, sem soltar a sua mão, Joseph se virou até que estivessem sentados frente a frente na cama. Ele estava sério, os olhos azuis brilhavam mais que o normal, com uma intensidade que a deixou desconcertada. O lugar estava mal iluminado, apenas com a luz de algumas poucas vê-las e naquele momento, o nome de cavaleiro das sombras nunca pareceu lhe cair tão bem. 
__Quer mesmo saber a minha história?__ ele perguntou baixinho, a olhando nos olhos, coisa que nunca fizera antes.
__Só quero entender você__ ela disse. 
Joseph soltou a mão dela e respirou fundo uma vez, seus olhos ficaram vazios.

__Eu nasci em uma cidade chamada Correntio__ ele sussurrou, e Demetria não acreditou naquilo, ele realmente ia lhe contar__ minha mãe era Marisa, gostava de costurar vestidos para as moças da cidade. Meu pai era um cavaleiro, o melhor soldado que existia, ninguém conseguia pará-lo quando empunhava sua espada. E tinha minha irmã gêmea, seu nome era Macayla.
Demetria se lembrou da conversa que ouvira dele com Paola... Marisa e Macayla, eram a mãe e irmã de Joseph.
__Você tem uma irmã gêmea?__ ela disse surpresa.
__Sim__ ele concordou__ éramos muitos parecidos na aparência, quando éramos crianças teve um tempo em que éramos idênticos, você não poderia dizer quem era menino e quem era menina. Tínhamos os mesmos cabelos negros, mas quando ela cresceu os seus ficaram grandes e lisos, e também tínhamos os mesmos olhos azuis. O mesmo tom de pele, só que eu passava a maior parte do tempo sujo, enquanto ela brincava de princesa com as outras meninas. 
Demetria conseguia visualizar a cena, uma linda princesinha com belos traços e um menino rebelde, sujo de lama, matando animais inocentes por ai para se divertir, era bem a cara dele.
__Desde pequeno meu pai me ensinou a lutar, queria que quando eu crescesse fosse um ótimo cavaleiro assim como ele, e passava horas e horas me ensinando como usar a espada. Ele era um homem muito ocupado, mas nunca me deixava sem nada para fazer, no tempo que passava ocupado, ele me mandava fazer atividades para melhorar minha velocidade, minha agilidade, meu equilíbrio e a noite, quando estava livre me testava e nós lutávamos até cansar. Eu fazia de tudo para ser o melhor e não decepcioná-lo.
__Aposto que se visse o cavaleiro que se tornou teria orgulho__ Demetria disse.
__Eu não tenho tanta certeza__ ele murmurou fazendo careta__ de qualquer forma... Nossa cidade foi invadida quando eu tinha dez anos por Klaus e seus homens, eles mataram todos que viram pelo caminho na esperança de tomar a cidade. Meu pai morreu lutando, eu vi quando o encurralaram e um dos homens o matou pelas costas, sem chance de defesa. E eu achava que ele era invencível. 
__Klaus matou sua família?__ Demetria não acreditava no que estava ouvindo.

__Ele matou meu pai, e tentou me matar também, mas com dez anos eu já era muito ágil e os homens dele não conseguiram me pegar. Eu derrubei um monte deles, não matando, apenas machucando enquanto escalava e pulava de casa em casa, deixando todos eles loucos. Mas ele capturou minha mãe e minha irmã e disse que se eu não parasse de lutar ia matá-las. Eu não tive escolha. 
Demetria escutou em silencio, sabendo que a história não tinha um final feliz.
__Não sei exatamente porque ele não me matou, acho que percebeu que eu valia mais vivo, ele percebeu o meu potencial. E Klaus me desafiou aquela noite. Um dos homens dele estava caído no chão, eu tinha cortado a perna dele com a espada e ele mal podia se mexer de tanta dor que sentir. Klaus olhou pra mim e depois para ele e mandou que eu o matasse. Eu disse que não queria, ele nem estava mais armado, não era um perigo, mas Klaus disse “se você não matá-lo eu corto a garganta da sua irmã”. Macayla estava tão assustada, até hoje eu me lembro do pavor nos olhos dela quando enterrei a espada no peito do soldado e o matei. Foi a primeira vez que tirei uma vida e tive pesadelos por muito tempo depois disso.
Demetria não sabia até onde ia à crueldade de Klaus, obrigar um menino de dez anos a tirar uma vida assim.

__Quando ele partiu da cidade me levou junto, mas ficou com minha mãe e minha irmã como reféns em outro lugar para garantir que eu o obedeceria. Ele me treinou por mais uns cinco anos antes de me mandar para a guerra como um soldado seu e o ódio dentro de mim me fazia um soldado melhor, ainda faz. Ganhei o apelido de cavaleiro das sombras quando ainda era um adolescente. Eu gostava de ficar sozinho, escondido, sempre com o rosto coberto e pegava meus inimigos de surpresa, de forma que não havia como eles escaparem, e ai surgiu isso. As pessoas começaram a ouvir sobre meus feitos e se espalhou como uma doença, virei uma historinha de terror para assustar crianças. 
__O que aconteceu com sua mãe e sua irmã?
__Faz dezoito anos que tento descobrir onde Klaus as esconde__ sussurrou com o olhar distante__ ele nunca as deixa no mesmo lugar por muito tempo, sabe como ser discreto. 
__Como sabe que elas ainda estão vivas?

__Paola__ ele respondeu__ ela era da minha cidade, amiga de minha mãe e quando invadiram a cidade a levaram, era uma mulher muito bonita, a venderam como uma prostituta. Klaus não me deixa vê-las, mas permitiu que eu mandasse alguém de confiança em meu lugar e uma vez por ano ela vai até elas e manda noticias minhas e trás delas pra mim. Ela vai vendada durante todo o caminho, por isso não sabe onde é. 
__Isso é horrível.
__Uma vez eu me revoltei contra Klaus__ Joseph disse__ como punição ele me entregou em uma caixinha um dos dedos de minha irmã e disse que se eu aprontasse de novo cortaria outra parte e assim por diante até que eu a tivesse por inteiro. É por isso que não o desafio, não porque gosto dele ou porque sou cruel, mas simplesmente porque não posso. 
E naquele momento tudo passou a fazer a sentido, as atitudes dele para com Klaus, toda aquela devoção, e a certeza de Paola de que ele era uma boa pessoa, independente das coisas que fazia. Ele só estava tentando proteger a família.

__Não sou covarde princesa, eu odeio covardes e não gosto que pense que as coisas que Klaus lhe faz me agradam de algum jeito, eu não sou esse tipo de homem, que maltrata mulheres e crianças só por diversão. Eu não sou um homem bom, eu mato aqueles que merecem sem nenhuma pena, é assim que eu sou. Mas ainda não sou um covarde. Meu pai me criou para ser um soldado honrado e leal, não um assassino qualquer__ ele suspirou__ não consigo deixar de pensar que se ele me visse agora ficaria decepcionado.
__Por você defender a sua família?
__Por causar sofrimento aos outros para não ter que sofrer eu mesmo__ sussurrou__ eu entreguei Charlie, ele não merecia morrer, eu podia tê-lo deixado ir, mas escolhi entregá-lo, deixei um inocente morrer para o meu beneficio, ele não aprovaria algo assim.
__Você estava fazendo oque era preciso para salvar sua família.
__Nem você acredita no que está dizendo, sei que tem raiva de mim por isso e com razão__ ele deu de ombros__ não importam os meus motivos, não deixa de ser errado e eu não me esqueço disso nem por um minuto. Sei que ainda vou pagar por todas as coisas ruins que já fiz. A dor não me incomoda mais, não tenho medo da morte, mas minha estrada está coberta de sangue e minha alma tão negra quanto meu nome. 
E ela podia ver nos olhos dele... Ele não gostava das coisas que fazia, simplesmente não tinha escolha.

__Só não desisti de tudo até hoje porque prometi a Macayla e eu sempre cumpro uma promessa. Só vou descansar no dia em que as duas estiverem salvas e Klaus morto. 
Demetria apenas assentiu, erguendo a mão com o pano olhado para limpar o ferimento na bochecha dele, mas Joseph agarrou seu pulso e a fitou com aqueles grandes olhos azuis cheios de algum sentimento que ela não conseguia decifrar. Não devia ser fácil para ele se abrir assim com alguém, ainda mais com ela, que não significava nada.
__É tarde demais para eu me arrepender das coisas que fiz e mudar o meu caminho__ ele disse seriamente__ eu vou salvá-las custe o que custar princesa. Vou passar por cima de quem tiver que passar para cumprir minha promessa. 
Sem precisar de explicações, ela entendeu o que ele queria dizer. Ele passaria por cima de qualquer um, inclusive dela para poder manter a família a salvo, por isso eles não podiam ser amigos. Se Klaus mandasse Joseph matá-la, ou seu pai, ou Alex, ele o faria, e não pensaria duas vezes, era assim que as coisas eram. 
__Eu já entendi__ ela disse puxando a mão da dele gentilmente e largando o pano molhado.

De repente, sentiu que lágrimas lhe brotavam dos olhos sem sua permissão e já nem sabia mais porque chorava. Chorar não ia mudar sua situação, chorar não ia salvá-la e o cavaleiro das sombras também não. Ele a ajudara porque era seu trabalho e não porque se importava... Ele não podia se dar ao luxo de se importar. 
__Tenho que voltar ao Bordel, Vitória estava passando mal e quero saber como ela está__ se levantou da cama__ desculpa te perturbar com minhas perguntas, mas agradeço por ter me contado tudo isso e prometo que não contarei a mais ninguém. 
Ele nada disse, só ficou ali sentado na cama observando enquanto ela ia embora. Não sabia por que lhe contara tudo aquilo, ele não dividia sua história com ninguém. Mas havia alguma coisa naquela princesa, na sua coragem e orgulho para continuar de cabeça erguida mesmo com tudo que estava passando. Algo naqueles olhos castanhos entristecidos que o fez sentir-se mal pela primeira vez de verdade por fazer tudo que era preciso para salvar a família. 
O perfume dela ficou espalhado pela casa, e naquela noite quando fechou os olhos para dormir teve pesadelos. Mas aquele foi diferente do que o atormentava nos últimos dezoito anos. Dessa vez viu o rosto da princesa, coberto de lágrimas, lhe implorando desesperadamente pela vida e ele tinha que escolher, tinha que escolher com o que se importava mais. Nenhuma das escolhas o faria se sentir melhor. 

Fim do Capítulo

4 comentários:

  1. Ameiii Tipo <> eu imagino a Selena sendo a Macayla só que com olhos azuis .....<3 Posta Logo

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  2. Nossa muito perfeito essa cap.... Deu um grito no final kkkkk posta o resto.... To doida aqui para lerrrrr

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  3. que fofo eu sabia que o cavaleiro das sombras na verdade tinha um bom coraçao
    to sem palavras pra descrever esse capitulo
    posta logo

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  4. OH MEU DEUS!!!AMEI COMPLETA E TOTALMENTE ESTE CAPITULO!!!AHHHHH
    posta logoooooo bijuuuu

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Espero que tenham gostado do capítulo :*