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Bom gente eu decidi fazer algumas novidades pra voces para melhorar um pouco o blog


O meu facebook que esta em contatos eu irei tirar ele de la e fazer um exclusivamente para o blog .. eu iria criar um grupo no meu proprio face , mas achei melhor fazer um so aqui pro blog .. e la irei postar fotos , curtir algumas paginas que eu acho legal sobre demi e etc que eu mesma tenho no meu face ...
La ira ter a musica da semana... Vocês dirão qual querem e depois vamos votar aqui no blog na enquete e tambem to pensando em fazer algum sorteio com vocês .. mas isso ai é mais pra frente quando o facebook estiver no ar .. vou fazer logo o face deixar tudo arrumadinho e depois irei colocar aqui pra vocês ok?? deem sugestoes do que gostariam que tivesse la e me digam se acharam legal ok?? beijos amores

Capitulo 8.


Uma Nova Esperança.

Reino de Murdor
O cavaleiro das sombras estava fora da cidade resolvendo alguns problemas a mando do Rei Klaus, e a segurança de Demetria ficou por conta das meninas do La Luna. Demetria deu graças a Deus por saber que poderia andar por ai sem ter os olhos azuis do comandante em cima dela, vigiando seus passos. Para sua sorte, Vitória não era muito inteligente e a princesa conseguiu despistá-la, saindo do Bordel sozinha. Não iria fugir, sabia que não conseguiria, mas queria ficar um pouco sozinha. 
Enquanto caminhava pela cidade, reparou como tudo ali era diferente, as pessoas estavam sempre com pressa, não sorriam, como se tivessem medo de alguma coisa. Em Severac, as pessoas estavam sempre contentes, fazendo suas tarefas com calma, até os soldados eram educados e amigos, eles eram uma grande família, seu pai não era apenas um Rei, mas um amigo para todos, já Klaus... Esse era um carrasco que amedrontava a todos, inclusive ao cavaleiro das sombras. Não, ela corrigiu o pensamento imediatamente, Joseph não tinha medo do Rei, era alguma outra coisa que ela não podia entender.

Espantou os pensamentos, não queria entender aquele povo, queria ir embora dali. O que claramente não era uma tarefa fácil, pois se achassem que era possível sua fuga ela estaria trancafiada numa cela de prisão e não como hóspede em um bordel. Esse pensamento não era animador, mas ela tinha que ignorar as palavras que Joseph lhe dissera e manter as esperanças, ou ia enlouquecer. 
A princesa estava passando por uma rua, quando uma mão lhe tapou a boca e lhe puxou para um beco escuro, a imprensando contra parede. Ela tentou se soltar assustada, não era possível ver quem era, por conta do capuz, mas por um momento achou que fosse o cavaleiro das sombras, ou um de seus soldados, que estava perdida.
__Calma princesa, sou eu__ Demetria reconheceu a voz, embora não lembrasse de quem era, mas só conseguiu ficar calma quando o homem abaixou o capuz revelando seu rosto__ não grite__ ele implorou tirando a mão da boca dela.

__Oh Meu Deus, Charlie__ ela sorriu e se jogou nos braços do homem, lhe dando um forte abraço, ele retribuiu de bom grado, a envolvendo com carinho. Charlie era outro dos homens de seu pai, o conselheiro de confiança dele, já tinha passado dos cinquenta, mas era um ótimo soldado e como um segundo pai para Demetria__ o que faz aqui Charlie?
__Vim resgatá-la princesa__ ele disse.
__Meu pai o enviou aqui?__ o coração de Demetria disparou de ansiedade.
__Na verdade foi o Príncipe Alex__ ele explicou a puxando pra mais fundo no beco, longe dos olhos de todos__ seu pai não sabe que estou aqui, ele anda ocupado tentando reerguer seu Reino, ele proibiu a todos de fazer o que estou fazendo agora, mas o Príncipe Alex estava desesperado e pediu por minha ajuda, ele não aguenta mais deixá-la aqui.
Demetria franziu o cenho, seu pai tinha proibido seus homens de tentar resgatá-la? 
__Como entrou na cidade Charlie? Eles têm muitos homens de guarda.
__Um velinho inofensivo não desperta suspeitas.
__Você não é velho__ ela protestou.

__Escute princesa, tem que me ouvir com bastante atenção__ ele pediu para que ela recobrasse o foco da conversa__ vamos fugir esta noite esta ouvindo?
__Charlie, o Cavaleiro das Sombras...
__Está em Severac a mando do Rei para comandar os homens que ficaram por lá, um espião nosso nos contou__ Charlie a tranqüilizou__ hoje é a noite perfeita, talvez não tenhamos outra oportunidade. Escute o que você terá que fazer... A meia noite em ponto me encontre no portão da frente.
__Não portão?__ ela arregalou os olhos, durante seu passeio tinha reparado que havia dois soldados em baixo protegendo as entradas, e mais três em cima dos muros, olhando de cima todos que passavam__ não vou conseguir chegar perto sem que me vejam.
__Confie em mim princesa, sei o que estou fazendo... Só não se atrase__ ele avisou__ o resto eu resolvo.
__Tudo bem Charlie__ ela concordou__ eu confio em você.
__Aqui... __ ele puxou do cinco uma pequena faca, a lâmina era brilhante, e o cabo de ouro, adornado com algumas rubis, a pedra preciosa preferida de Demetria__ pegue isso, pode precisar para se defender.

__Onde conseguiu isso?__ Demetria olhou a faca admirada, conhecia aquele objeto, da coleção de armas de seu pai, ela sempre adorara aquela faca e seu pai prometera que a daria de presente um dia, quando ela fosse mais velha.
__Não importa, apenas esconda e não deixe que a vejam com isso__ ele disse__ meia noite princesa, nos portões da frente. 
__Tudo bem Charlie, obrigada por vir... Obrigada por não esquecer de mim__ ela disse com lágrimas nos olhos, uma nova esperança surgindo e lhe preenchendo por completo.
__Claro que não esqueceríamos de você princesinha__ ele acariciou gentilmente o rosto dela__ meia noite.
Charlie escondeu novamente o rosto sob o capuz e saiu do beco, desaparecendo no meio da multidão. Demetria cortou um pedaço do vestido e amarrou a faca na perna para que ninguém visse, depois voltou correndo para o Bordel, com o coração na garganta de tanto nervosismo e ansiedade. Se tudo desse certo, aquela noite ela seria livre novamente.

__Hey princesa__ ela parou no meio das escadas quando Paola a chamou__ onde você estava? Vitória estava morrendo de medo de que você tivesse fugido, Joseph a mataria se a perdesse de vista.
__Só fui passear pela cidade, ele não precisa ficar sabendo__ ela deu de ombros__ só queria ficar um pouco só... Não fugi.
__Ótimo, melhor mesmo__ Paola a olhou com desconfiança__ O Rei Klaus mandou nos chamar, terá uma reunião especial com aliados importantes e nos quer servindo, inclusive você princesa. Então vá se arrumar, ponha um vestido bonito e revelador e um sorriso nesse seu rostinho bonito como se estivesse satisfeita por trabalhar pra eles e vamos logo, não devemos demorar.
__Tudo bem__ ela concordou. 
Demetria subiu correndo o restante das escadas e se trancou em seu quarto. Tomou um rápido banho e pôs o vestido mais bonito que encontrou, vermelho, com um belo decote que chamava atenção e também algumas jóias, o Rei gostava de ostentar e presenteava suas cortesãs com jóias caras.

Pegou algumas linhas, colocou a faca contra a coxa e a amarrou apertado, a escondendo sob o vestido, não sabia que horas acabaria aquela reunião do Rei e se teria oportunidade de voltar ao Bordel antes da meia noite para pegá-la, então resolveu que a levaria consigo, só esperava que Klaus não a quisesse possuir aquela noite, ou teria sérios problemas. 
__Respire fundo princesa, você consegue__ ela sussurrou pra si mesma, e pensou que se fosse preciso enterrara aquela faca na garganta no Rei sem nem ao menos pensar duas vezes. Nunca tirara uma vida, mas para tudo tinha a primeira vez.
__Vamos Demetria__ Paola chamou__ os guardas já estão aqui para nos escoltar.
Demetria respirou fundo, sorrindo, dessa vez sinceramente com o pensamento de que aquela seria sua ultima noite de escravidão e foi de encontro às outras meninas para servir o seu Rei.

Dúvidas

O Rei Klaus estava sentado na ponta da enorme mesa com os seus convidados, rindo e se fartando com as maravilhosas iguarias que Demetria e as outras meninas estavam incumbidas de servir. O Rei parecia de bom humor e não tinha lhe dado muita atenção, o que era uma boa coisa e Demetria tentou esconder ao máximo seu nervosismo enquanto trabalhava, mas percebera Paola de olho nela todo o tempo, ela concerteza tinha notado que Demetria estava estranha. 
__Algum problema princesa?__ Vitória perguntou despertando Demetria de seus devaneios e dando-lhe um susto.
__Problema nenhum__ forçou um sorriso.
__Sei que não queria estar fazendo nada disso, mas pense pelo lado bom__ Vitória a encorajou__ pelo menos está servindo de empregada para ele e não de prostituta. Provavelmente ele não a convidará aos seus aposentos esta noite, temos uma menina nova na cidade e ele vai querer testá-la. 
__Que bom__ Demetria disse realmente aliviada com a informação, mas continuava nervosa. 
__Você está indo bem__ Vitória disse com seu sorriso doce__ sabe, está lidando muito bem com tudo isso princesa, é mais forte do que realmente parece. Tenho certeza de que logo sairá dessa.

De repente, os olhos da princesa se encheram de lágrimas enquanto ouvia as palavras da sua nova amiga. Mesmo sem querer, esses dias que estivera em Murdor, acabara se apegando as meninas do La Luna, principalmente de Paola e Vitória que tanto fizeram para ajudá-la a se adaptar e sofrer menos naquele lugar, as duas realmente se preocupavam com ela e doía em Demetria pensar em abandoná-las desta forma, mas não tinha muitas opções. Talvez quando estivesse segura, pudesse pedir ao pai que mandasse homens para resgatar suas novas amigas e dá-las uma nova vida. 
__O que aconteceu? Porque está chorando?__ Vitória perguntou confusa.
__É que... Quando eu for embora... Se for embora__ ela acrescentou com medo de levantar suspeitas__ vou sentir saudade de você e de Paola também, que tanto me ajudaram, são grandes amigas. Obrigada.
__Não há o que agradecer__ Vitória disse__ agora limpe as lágrimas e sorria, temos de continuar a servir. 
__Tudo bem__ ela concordou. 
Vitória foi primeiro, e Demetria respirou fundo para recuperar a postura e o sorriso que tinha adotado durante todo o dia. Quando ia retornar ao salão para continuar a servir, uma mão segurou seu braço.
__Paola?__ Demetria a olhou espantada__ o que foi?
__O que está aprontando princesa?__ Paola perguntou__ está estranha durante todo o dia, pensa que não percebi?
__Não é nada, só... Não quero ter de ir aos aposentos do Rei de novo__ mentiu, na verdade era apenas meia mentira.
__Escute princesa, se estiver aprontando alguma coisa, pense duas vezes antes de fazer__ advertiu__ você está se saindo bem por aqui, não vai querer arrumar problemas e irritar o Rei, por isso fique na sua e seja lá o que estiver tramando... Não faça.
__Paola...
__É só um aviso por que me preocupo com você__ ela murmurou__ agora volte a servir. 
Então Paola também saiu, deixando a princesa sozinha e cheia de dúvidas. Aquela era sua chance de escapar e voltar para casa, não podia simplesmente deixar para lá, mas se a fuga desse errado, ela teria grandes problemas. Se bem que o grande problema da questão era o cavaleiro das sombras e ele não estava na cidade para seguí-la por todos os cantos, e ela achava que Charlie poderia lidar sem grandes problemas com os outros soldados. Ela respirou fundo de novo, e de novo e a coragem voltou... Paola teria de perdoá-la, mas aquela noite, Demetria fugiria e ninguém a impediria. Pelo menos era o que ela achava.

Fuga a Meia Noite

Pelo resto da noite, Demetria agira como uma moça obediente e servira ao Rei e seus amigos com um sorriso no rosto, prestando atenção às conversas sem levantar suspeitas. Klaus falava sobre seu pai, sempre com insultos e ódio nas palavras, ele ainda queria descobrir onde era o esconderijo. A verdade é que Demetria não sabia onde ficava. Talvez o comandante tenha percebido isso quando foi interrogá-la, pois desistira muito fácil e ele não parecia o tipo de homem que desistia sem conseguir aquilo que queria. 
Klaus agora, contaria com a ajuda de seus aliados, governantes de outros Reinos próximos e Demetria até mesmo reconheceu um deles, um homem que se dizia fiel ao seu pai, mas que se sentava à mesa de seu pior inimigo e oferecia sua espada para ajudar a matá-lo, era difícil saber quem era fiel e honrado. Aparentemente o ouro comprava a lealdade de alguns. 
Quando faltavam alguns minutos para a meia noite, Demetria se retirou do salão discretamente, passando pela cozinha do palácio sem que ninguém lhe desse atenção, estavam ocupados demais preocupados em realizar suas tarefas.

Demetria passou a mão pela própria perna só pra se certificar de que a faca ainda estava ali embora pudesse sentir o metal frio contra a pele e sentiu-se mais tranquila com o gesto. O Palácio era demasiado grande, muito maior que o de sua família, mas nas ultimas vezes que Joseph a arrastara pelos corredores ela prestava bastante atenção ao caminho para que soubesse caminhar por lá sozinha e não teve muita dificuldade em encontrar o caminho para fora em direção às ruas. 
O único problema foi passar pelos guardas sem ser notada. Mas Demetria sabia ser discreta e caminhou pelas sombras, algumas vezes foi até vista passando, mas nem todos os soldados a reconheciam e acharam que era uma prostituta qualquer, por isso não lhe deram grande atenção e em alguns poucos minutos, Demetria estava correndo pelas ruas escuras e vazias em direção ao portão da frente. 
Quando Demetria finalmente chegou perto dos portões exitou. Charlie havia dito para encontrá-lo lá, que ele cuidaria dos guardas, mas de onde estava Demetria podia vê-los em seus postos, como em todas as noites.

Se ela saísse das sombras concerteza eles a pegariam e sabe-se lá o que fariam com ela, os soldados de Murdor não eram como Joseph, que cumpriam ao pé da letra suas ordens, eles teriam prazer em estuprá-la ou machucá-la independente do que o Rei tivesse ordenado. Mas Charlie havia pedido que confiasse nele, pensou a princesa, e ela confiava. Assim, saiu das sombras onde estava escondida e caminhou lentamente em direção ao portão. 
Ao contrário do que estava esperando, nenhum dos guardas se moveu ou falou nada conforme ela se aproximava. Na verdade eles continuaram lá parados, pareciam... Mortos. Demetria respirou fundo e sentiu o coração acelerar quando percebeu que os guardas estavam na realidade todos mortos e pregados na parede de forma que permanecessem de pé e quem olhasse de longe aquela hora da noite nunca notaria o que realmente tinha acontecido. Espantando o medo e as duvidas, Demetria acelerou os passos em direção ao portão, que por acaso estava entreaberto, e um sorriso de esperança surgiu em seu rosto. Porém, quando estava prestes a atravessar o portão, uma sombra de pôs em seu caminho. Ela engoliu o grito quando viu o comandante abaixar o capuz e a encarar com aqueles olhos azuis cheios de raiva.
__Indo a algum lugar princesa?__ ele perguntou se aproximando lentamente, ao contrário da ultima vez que lhe fizera essa pergunta, ele não parecia nada descontraído. 
__O que faz aqui? Pensei que estava em Severac__ ela murmurou sem se conter.
__Desculpe estragar os seus planos, da próxima vez eu avisarei dos meus planos__ ele debochou. 
Demetria gelou, o coração parou de bater e ela não conseguiu se afastar dele. Viu que ele analisou por um instante com seus brilhantes olhos azuis os corpos inertes dos guardas pregados as paredes e depois voltou a fitá-la.
__Quem fez isso?__ ele perguntou e parecia estar tentando conter a raiva.
__Não sei__ ela negou balançando a cabeça__ só estava passeando e vi o portão aberto.
__Muito conveniente__ seu sorriso a fez estremecer.
__Eu não ia fugir juro, só estava olhando, eu...
De repente ele estava em cima dela. O cavaleiro das sombras foi tão rápido que ela nem pode pensar em se esquivar, até perdeu o fôlego, quando ele agarrou suas mãos e a virou bruscamente, a imprensando contra uma parede, espremendo seu rosto na pedra fria e áspera. Ele estava próximo demais, pôs a boca perto do ouvido dela e Demetria sentiu arrepios se espalhando por seu corpo quando sentiu seu cheiro, uma mistura de suor e sangue.
__Você não é capaz de fazer algo assim__ ele sussurrou em seu ouvido__ alguém estava tentando ajudá-la a fugir e eu quero saber quem é o infeliz. 
__Não sei do que está falando__ ela negou sentindo os olhos arderem e as mãos doerem onde ele a apertava com força__ ninguém me ajudou a coisa alguma, já disse que não estava tentando fugir, só estava voltando para o Bordel e encontrei o portão aberto.
__Você mente muito mal princesa. 
Joseph a imprensou um pouco mais contra a parede e Demetria gemeu ao sentir a pedra fria em contato com a sua pele, o tecido de seu vestido era fino e não escondia muita coisa e a pedra começava a machucar seu rosto, mas ela se manteve firme. Ou pelo menos tentou, até sentir a mão do comandante adentrar seu vestido. Estava chocada demais para reagir, e ficou quieta enquanto sentia os dedos quentes dele deslizarem por sua perna até sua coxa, bem perto da virilha. Mais arrepios se espalharam por seu corpo, mas dessa vez não foi de medo. 
Ele parou de mexer a mão, e foi só ai que Demetria se deu conta do que ele estava fazendo.
__Veja só o que eu encontrei__ ele sussurrou.

Com um puxão brusco, o comandante arrebentou a linha em sua perna e tirou de baixo do vestido a faca que Charlie lhe dera. Ele então a virou novamente, empurrando suas costas contra a parede e a segurando pelo pescoço.
__Diga-me princesa, se ninguém estava te ajudando, onde foi que conseguiu essa faca?
__Eu achei...
__Acha que sou idiota?__ ele elevou o tom de voz e Demetria sentiu as lágrimas escorrendo sem sua permissão, silenciosas e dolorosas, ele ia matá-la... Ou pelo menos machucá-la, estava coberto de raiva__ não tenho tempo para suas brincadeirinhas, me diga quem foi que te deu isso ou eu descobrirei sozinho e de qualquer forma não vai ser nada bom. 
__Eu não sei do que está falando__ ela sussurrou com a voz falha. 
Joseph a fitou por um instante, a ira ainda estava refletida em seus belos olhos. Então ele soltou o pescoço dela, e a segurou pelo braço, a puxando com força pra perto, até que estivessem cara a cara.

__Escute aqui princesa, se pensa que pode me fazer de idiota está enganada, você não vai fugir de Murdor, é impossível, eu não permitirei que isso aconteça, se depender de mim, você vai apodrecer nesse lugar está ouvindo?__ sua voz agora era calma e fria como gelo__ você não tem ideia do que está acontecendo aqui, não tem ideia do que os seus atos imprudentes vão causar. Isso aqui não é um conto de fadas e o príncipe encantado não virá lhe salvar e se vier... Eu arranco fora a cabeça dele. A sua vidinha miserável não é a única coisa em jogo aqui e não vou deixar que estrague tudo. 
Demetria não entendeu do que ele estava falando, mas ele não parecia totalmente sob controle como sempre parecia. Com um puxão, ele começou a arrastá-la com pressa e sem cuidado de volta ao Bordel, entrou chutando a porta e a empurrou para dentro, fazendo a princesa se desequilibrar e cair sentada no chão.
__O que aconteceu?__ Paola perguntou surgindo no salão.
__Mandei que ficasse de olho nessa vadia__ ele resmungou irritado__ eu tenho que fazer tudo sozinho nessa droga. Ela quase fugiu essa noite Paola, e cinco soldados estão mortos por causa disso, o que você acha que vai acontecer em? O que você acha que o nosso Rei vai pensar disso?
__Joseph se acalme__ Paola pediu.
__Não me mande ter calma... Você sabe tudo que eu tive que fazer para manter as coisas sob controle, você melhor do que ninguém sabe e eu não vou deixar que essa mulherzinha estrague, não agora. Se acontecer alguma coisa com elas por causa da idiotice dessa princesinha... Eu vou fazê-la sofrer, e você também por ser uma incompetente.
Aquela foi a primeira vez que Demetria viu Paola parecer com medo do comandante e também foi aquele momento que mais lhe causou medo desde que chegara a Murdor. Nem mesmo as coisas que o Rei lhe fizera lhe causaram tanto medo quanto aquelas palavras e o olhar assassino no rosto do cavaleiro das sombras.
__Agora fique de olho nela enquanto eu resolvo toda esta merda e se ela causar algum problema, eu mato todas vocês. 
E ele saiu batendo a porta com tanta força que fez as moças no salão saltarem e gritarem com o susto. 

Fim do Capítulo

Acho que todo final de semana tera maratona amores ... o que acham??? ;D

Capitulo 7. FIM DA MARATONA


Calma e Coragem.

Reino de Murdor – Palácio do Rei Klaus

Naquela noite, quando o cavaleiro das sombras viera buscá-la para se encontrar com o Rei, Demetria não protestou, não chorou, nem ao menos exitou, ela apenas respirou fundo e o seguiu em silencio, prestando atenção ao caminho que faziam. O comandante estranhara sua calma, mas nada dissera, apenas a deixou nos aposentos do Rei e ficou de guarda do lado de fora igualmente a ultima vez, como lhe fora ordenado. 
__Como é bom vê-la novamente princesa__ o Rei disse sorrindo__ espero que estava aproveitando sua estadia em Murdor.
__É uma cidade muito agradável Alteza__ ela respondeu respeitosamente__ e muito bonita. 
Klaus a encarou com descrença, tinha esperado por uma resposta agressiva, por raiva, mas ela estava extramente calma. 
__Pensei que poderíamos repetir a nossa ultima noite, foi tão agradável__ ele provocou com um sorriso malicioso.

__Como quiser Alteza__ Demetria concordou.
__Não vai me xingar, ou me mandar para o inferno?__ ele questionou confuso.
__Eu nunca faria algo assim Alteza__ ela respondeu.
Ele chegou mais perto e devagar abaixou as alças do vestido dela, deixando a mostra os seios, um deles ainda tinha marca de suas unhas, quando ele a arranhara dias atrás. Demetria não se moveu, nem fez sinal de quem se afastaria.
__Então não vai se incomodar se eu fizer... Isso__ segurou-lhe um dos seios com a palma da mão, acariciando gentilmente.
__Estou aqui para lhe servir Alteza__ foi tudo que ela respondeu. 
O que ela gostaria de fazer na verdade era matá-lo, por sequer pensar em tocá-la, mas sabia que isso só lhe causaria dor, ele só a machucaria mais e ela não queria isso. Precisava estar forte e inteira quando viessem tirá-la daquele lugar, ou mesmo se viesse conseguir fugir. Ela precisava ter calma e coragem.

__É bom ver que você está entendendo como funcionam as coisas por aqui__ ele disse satisfeito e puxou o laço na cintura do vestido, deixando que a peça deslizasse até o chão e a princesa ficasse nua a sua frente__ é realmente muito bom. 
__Fico feliz em agradá-lo Alteza__ Demetria sorriu, foi um sorriso debochado, mas ele nada disse. 
Aquela noite ele a possuiu novamente, mas dessa vez não a machucara, já que ela não tentara fugir. Ainda doeu, ainda lhe causou repulsa ser violada por aquele homem, mas a princesa nada disse, ficou em silencio e deixou que ele fizesse o que tinha de ser feito. Lembrou-se dos conselhos de Vitória, sobre o que ela deveria fazer para agradá-lo, mas se recusou plenamente a isso, ela simplesmente ficou parada e não esboçou reação, só faria amor de verdade com o homem que amasse e desejasse e isso aquele Rei não ia conseguir mudar.

Interrogatório

__Porque está sorrindo?__ Joseph questionou enquanto levava Demetria de volta ao Bordel. Ela tinha saído do quarto tranquila da mesma forma como entrara e agora estava sorrindo, um sorriso triunfante que não combinava em nada com a situação.
__Meu sorriso o incomoda cavaleiro das sombras?__ ela perguntou debochadamente sem olhá-lo. 
__Só não entendo, da ultima vez saiu desse quarto aos prantos, estava acabada__ ele disse aparentemente com desinteresse.
__Talvez dessa vez eu tenha gostado do que ele me fez__ ela disse com um sorriso maldoso, incapaz de controlar-se. Ela queria provocar aquele soldado, queria que ele esboçasse alguma reação além daquele tremendo vazio que via em seu rosto, mas ele não se deixava abalar por nada, era como não sentisse nada e isso deixava a princesa louca. 
__Você é esperta princesa, devo admitir, mas não me engana.
__Você não me conhece cavaleiro, não sabe do que eu sou capaz__ disse lembrando-se das palavras dele na floresta quando impedira sua fuga__ falta pouco, meu pai logo virá me salvar e eu me vingarei de todos, matarei o seu querido Rei e você também.
__Eu adoraria vê-la tentar.

__Talvez o pegue enquanto dorme.
__Você não seria a primeira a tentar__ ele disse a puxando bruscamente para que virasse no corredor__ não acabou bem para os outros que tentaram, pode perguntar por ai.
__Para tudo tem sua primeira vez, talvez seja eu a mulher destinada a matar o cavaleiro das sombras. 
__Ou talvez eu arranque fora sua língua se não calar a boca. 
No fundo o que a princesa queria era sentar e chorar, mas não podia demonstrar suas fraquezas pra que as usassem contra ela, então por isso sorria, sempre com o pensamento de que faria todos eles pagarem, todos que lhe fizeram mal pagariam muito caro, ela se encarregaria disso pessoalmente. Tudo que precisava fazer era ter paciência e esperar que seu pai viesse buscá-la. 
Foram o resto do caminho até o Bordel em silencio, mas a princesa estranhou quando ao invés de largá-la na porta e ir embora o comandante entrou no estabelecimento, sem soltar o seu braço e a arrastou escada a cima em direção a um dos quartos. Ele a jogou pra dentro de qualquer jeito, entrou logo em seguida e trancou a porta pra se certificar de que ninguém incomodaria.

__O que está fazendo?__ ela perguntou confusa. 
__Precisamos ter uma conversinha__ ele tirou do cinto um punhal, e ficou o rodando entre os dedos enquanto a fitava.
__Se está tentando me assustar com essa sua faquinha está perdendo tempo__ ela cruzou os braços__ não tenho medo de você.
__Jura que não?__ ele chegou mais perto e a princesa foi caminhando para trás, uma reação involuntária__ não é o que parece. 
__O que você quer?__ ela perguntou nervosa. A verdade era que o Rei Klaus não a assustava, ele a deixava com raiva e nojo, já o cavaleiro das sombras, ela não tinha raiva dele, ele não lhe fizera nada diretamente, o que ela nutria por ele era medo. Sempre que o olhava lembrava das histórias que ouvira e imaginava ele fazendo todas aquelas crueldades com ela, e de nada adiantaria chorar, ele não se importaria, não sentiria pena dela. 
__Seu pai__ ele murmurou__ O Rei Robert, sabe que escapou de nós e está escondido por ai em algum lugar.
__Meu pai é um homem esperto, nunca o pegarão__ ela disse confiante.

__Se você nos ajudar talvez possamos pegá-lo__ deu mais alguns passos em sua direção e a princesa se viu encurralada, com as costas na parede e nenhum lugar pra onde fugir__ você sabe onde é o esconderijo dele não sabe? 
__Acha mesmo eu lhe contaria se soubesse? 
__Eu posso convencê-la a me contar.
__Você pode tentar__ ela estufou o peito assumindo uma pose orgulhosa, deixando de lado o nervosismo__ vamos cavaleiro, me bata, me machuque, me estupre, me mate, vá em frente... Nunca falarei nada. Nunca trairia meu povo. 
Joseph sorriu, e aquilo não era bem o que Demetria esperava dele. Na verdade ele não parecia o tipo que sorria, nem mesmo para debochar dos outros. Ele guardou o punhal de volta no cinto e a fitou com atenção. 
__Essa sua confiança toda, é porque acredita que não vai demorar pra que seu pai e seu príncipe encantado venham salvá-la não é mesmo? Mas eu tenho uma perguntinha pra você princesa, o que acha que vai acontecer quando eles chegarem aqui? 
__Como assim o que vai acontecer?__ ela o olhou desconfiada.

__Você viu o que aconteceu em Severac, nós matamos a maioria dos soldados de seu pai, se sobraram cem é muito. Eles são poucos, estão fracos, e nós mais fortes do que nunca, perdemos alguns homens, mas ainda temos intacto um exercito de dez mil homens com sede de sangue, todos treinados por mim. Faça as contas, não é muito difícil. 
Demetria gelou por dentro, visualizando exatamente o que Joseph queria. O pequeno exercito de seu pai marcharia até Murdor, invadiriam a cidade para salvá-la, e dariam de cara com um poderoso exercito de dez mil homens esperando, todos preparados e com sede de sangue. Ela não via como poderiam vencer, seu pai e Alex acabariam morrendo na tentativa de salvá-la.
__Entende a gravidade da sua situação princesa? Você não pode fugir daqui e seus amigos não conseguirão resgatá-la, sua confiança e coragem de nada lhe servem, vai esperar em vão. Mas se você disser onde seu pai se esconde, ai talvez possamos fazer um acordo, talvez nem todos precisem morrer, se eles se renderem o Rei Klaus pode considerar que eles sirvam ao nosso Reino.

__Meu pai nunca trabalharia para Klaus, ele prefere morrer.
__Então é o que acontecerá.
__Você não me engana, sei que vão matá-los de qualquer jeito, é melhor morrer lutando. 
__Como você está fazendo agora?__ ele provocou__ vamos princesa, o Rei só a está usando para irritar seu pai, depois que pegá-lo ele não se importará mais com você. Não quer que ele te deixe em paz? A menos que realmente tenha gostado das coisas que ele fez, o que sinceramente não acredito. 
__Sei o que está tentando fazer__ ela gaguejou respirando fundo para manter a calma__ não vai me enganar, não vou falar absolutamente nada. Eu confio em meu pai e em Alex, sei que eles encontrarão um jeito de me ajudar e mesmo que não, mesmo que eu fique aqui pra morrer, juro pela vida de todos que eu amo que mato você e aquele maldito Rei primeiro. Que os dois queimem no inferno.

O sorriso tranquilo que tinha surgido no rosto de Joseph desapareceu e por um instante Demetria achou que ele faria, que ele a mataria bem ali por sua petulância, ela até mesmo fechou os olhos com medo, para não ter de vê-lo. Mas ao invés de atacá-la, ele simplesmente lhe virou as costas e saiu do quarto sem dizer uma palavra. 
__O que houve?__ Paola surgiu pela porta e a fitou com curiosidade. 
__Estou com medo__ Demetria confessou. 
E não foi preciso dizer mais nada. Paola tinha sido levada há cerca de dezoito anos atrás e nunca conseguira escapar, ficou presa aquela vida que arrumaram para ela, como uma prostituta, se vendendo aos homens para sobreviver. Seria esse o destino de Demetria também? Ver sua família morrer por ela e não pode fazer nada e passar o resto da vida servindo ao inimigo? Ela não queria admitir ainda, mas talvez o cavaleiro das sombras estivesse certo. 

Fim do Capítulo
Espero que tenham gostado da maratona :D

Capitulo 6. MARATONA


Chorar Sozinha ou Aprender a Lutar.

Reino de Murdor – Bordel La Luna

Demetria estava sentada olhando pela janela de seu novo quarto no Bordel La Luna. Por ordens do Rei e do comandante, aquela seria sua nova casa enquanto fosse prisioneira, odiava aquele lugar, mas achava que devia estar satisfeita por não ser trancafiada em uma cela escura e suja. Não dormira bem nas duas noites que se seguiram, tendo pesadelos em que o Rei lhe fazia coisas terríveis. Também não comera muita coisa, sem o menor apetite, talvez por medo que a envenenassem embora achasse que a ideia ali não era matá-la, mas sim fazê-la sofrer. E o cavaleiro das sombras estava sempre por perto a vigiando, a maioria das vezes ela não o via, mas sentia sua presença e de alguma forma sabia que ele estava lá. 
__Não pode ficar ai olhando pela janela para sempre__ Paola disse, ela vinha tentando puxar assunto com Demetria nos últimos dois dias, sem muito sucesso, já que a princesa se recusava a falar__ se isolar não vai ajudar em nada, o Rei a chamará aos seus aposentos novamente e acontecerá tudo de novo.

__Não ficarei aqui por muito tempo__ Demetria resmungou sem conseguir se conter__ meu pai virá me salvar.
__Virá__ Paola concordou__, mas não você não sabe quando, e o que fará até que ele apareça? 
Demetria nada respondeu, fitou atentamente as ruas lá fora. Na frente do Bordel havia um pequeno bar e também uma arena que os soldados utilizavam para treinamento. Todos os dias eles se juntavam ali e lutavam uns com os outros para melhorar suas habilidades, ou algumas vezes para resolver rixas pessoais, isso acontecia mais quando estavam bêbados. 
Nos dois dias que observara de sua janela a rotina dos soldados, sempre de olho nos homens que ajudaram a sequestrá-la, Demetria notara que o comandante não participava das lutas, ele apenas ficava escorado em um canto, escondido sob a sombra observando seus homens. Ele gostava de se esconder sob o capuz e se isolar, ela notara. Mas aquela tarde estava diferente, havia novos recrutas na guarda Real e ele como comandante tinha o dever de treiná-los. Algumas vezes ele escolhera soldados mais experientes para combater os novatos, em outros casos__ na verdade apenas uma única vez__ ele mesmo combatera.

Um dos novatos, um homem robusto que devia ter por volta dos quarenta e poucos anos e mais cicatrizes do que era possível contar o desafiara, irritado com as ordens e com a maneira grosseira como Joseph os tratava, claramente o homem não sabia com quem estava falando, e ninguém pensou em lhe avisar. Quando lhe contaram que Joseph era o tal cavaleiro das sombras, já era tarde demais, não havia como recuar, o resultado foi que o homem saiu do combate desmaiado e sangrando. Os golpes de Joseph eram tão rápidos e precisos que era difícil enxergar enquanto se movia, parecia uma sombra. 
__Eu posso te ajudar sabe?__ Paola disse, despertando Demetria de seus devaneios__ posso ensiná-la como agradar ao Rei Klaus, assim ele não a machucará mais. 
__Não me entregarei aquele homem de boa vontade nunca__ sussurrou amargamente__ não quero agradá-lo, quero que morra.
__Muitos querem a mesma coisa Princesa, mas isso não vai acontecer. Ele vai tomá-la de qualquer jeito, você pode tornar as coisas mais fáceis para você, ou dificultá-las, eu posso ajudar, mas a escolha é totalmente sua. Você passará um bom tempo em Murdor princesa, quer desperdiçar o tempo chorando sozinha ou aprendendo a lutar?

__Porque quer me ajudar?__ Demetria não conseguia entender.
__Porque já estive em seu lugar__ Paola respondeu__ ou acha que virei prostituta porque considerava a profissão lucrativa? Eu fui tirada de minha família e de minha cidade muitos anos atrás, eu odiava a vida que me deram, mas eu tinha de fazer uma escolha, e eu escolhi viver. 
Demetria realmente não sabia quanto tempo ficaria em Murdor. Seu pai estava vivo e era certo que viria atrás dela, mas Severac tinha sido destruída e muitos dos seus homens mortos, ele demoraria a se reerguer e nesse meio tempo Demetria teria que dar um jeito de sobreviver naquele lugar. 
__Pode mesmo me ensinar?__ ela perguntou receosa__ como fazer para... Não desagradar o Rei? Para que ele não me machuque?
__Agradar aos homens é o meu trabalho e o de minhas meninas, eu sei bem do que você precisa__ Paola garantiu.
Demetria suspirou, a ideia de se deitar com aquele homem terrível de boa vontade era enlouquecedora. 
__Sei o que está pensando princesa__ Paola disse__, mas acredite, se você souber o que está fazendo quando for de encontro ao Rei, será bem mais fácil e se prestar bastante atenção ao que lhe digo e for confiante em breve não precisará se entregar a ele.

A Arte da Sedução

Demetria não precisou pensar muito antes de aceitar a ajuda de Paola, ela não queria ter que passar por aquele tormento com o Rei novamente, e o único jeito era aprender como se portar, aprender como enganá-lo. Paola tinha trabalho a fazer, mas enviou uma de suas meninas para ensinar Demetria o que ela precisava saber, Vitória era seu nome, a mesma que a preparara para o Rei no outro dia. Uma morena, de aparência bem jovem e muito simpática, Demetria tinha de admitir. 
__Diga-me princesa__ Vitória pediu__ já esteve com algum outro homem antes do Rei Klaus?
__Não__ Demetria negou com um suspiro__ eu tenho um noivo... Alex. Mas ele sempre foi carinhoso e muito respeitoso comigo, trocamos apenas alguns beijos e nem foram muitos. Eu ficava imaginando como seria quando casássemos, como seria nossa primeira vez, infelizmente as coisas nem sempre acontecem como desejamos.
__Infelizmente não__ Vitória concordou__ mas é sempre bom sonhar.
A princesa se virou para fitar mais atentamente a jovem.
__Desde quando você é...
__Uma prostitua?__ ela sorriu de lado__ minha mãe me vendeu quando eu tinha nove anos.

__Meu Deus, que coisa horrível__ Demetria exclamou horrorizada.
__Mas eu tive que aprender o oficio, aprender como agradar um homem, só comecei mesmo a trabalhar quando tinha treze anos de idade, foi quando vim parar Murdor e Paola me acolheu entre as suas meninas__ Vitória explicou__ eu sei, é uma triste história, mas não precisa ficar com pena, eu já me acostumei, foi há um longo tempo. 
Demetria se imaginou no lugar dela, tinha sido abusada somente uma vez, e tinha sido a pior coisa que já lhe aconteceu, não conseguia pensar como seria servir de objeto para um homem desde os nove anos de idade.
__Venha princesa, vamos começar com a lição. 
Vitória fez com que Demetria se deitasse na cama e sem enrolações sentou-se por cima dela, a fitando com atenção.
__Escute princesa, sei que não lhe agrada a ideia de dormir com o Rei, mas tenha em mente que você não é obrigada a gostar do que ele fará com você, mas tem que fingir que a agrada, é a única forma de ele não se irritar e machucá-la. Não resista quando ele a tocar e não demonstre que sente repulsa, apenas sorria e suspire e gema como se ele fosse o homem mais incrível da terra.
__Não é uma tarefa fácil.
__Com o tempo vai ficando mais simples, é tudo questão de prática__ Vitória garantiu com um sorriso__ lembre-se também que você está aqui como prisioneira, mas no fundo é uma princesa. Então não faça amor como uma escrava, mostre a ele quem manda, e não falo apenas do Rei, isso serve para qualquer homem com quem se deitar. Lembre-os sempre, são eles que querem e precisam de você e não o contrário. 
__Tudo bem__ Demetria concordou.
__Uma coisa importante é o olhar__ Vitória continuou falando__ os olhos são a janela da alma, é através deles que seu parceiro poderá ver o que está sentindo, se está lhe agradando. Olhe sempre nos olhos dele, deixe que ele veja quanto prazer está lhe dando, isso os excita de uma forma incrível. 
Vitória se inclinou um pouco mais sobre Demetria, entrelaçando seus dedos nos dela.
__Saiba como movimentar o seu corpo__ sussurrou rebolando lentamente sobre ela, como faria durante o ato__ seja suave, sensual, assuma o controle, os homens gostam de mulheres que sabem o que querem. Pode parecer o contrário, mas eles gostam de ser controlados, dominados. Durante o sexo é você quem comanda, ele precisa de você, e fará o que você quiser. Vamos... Mostre-me.

Demetria agarrou Vitória pela cintura e num rápido movimento trocou de posição com ela, sentando-se por cima. Então começou a imitá-la, rebolando lentamente, a olhando nos olhos como havia sido instruída a fazer.
__Muito bem princesa__ Vitória aprovou. 
__Gostaria que tivesse uma maneira de eu não precisar fazer nada disso__ Demetria suspirou. 
__Existem muitas maneiras de finalizar um homem__ Vitória disse.
__Finalizar?__ a encarou confusa.
Vitória apenas lhe lançou um olhar sugestivo até que Demetria finalmente entendesse o que ela quis dizer.
__Oh sim__ ela corou envergonhada. 
__Se souber o jeito certo de tocá-lo e não tiver nojo ou vergonha, às vezes nem precisa chegar a tanto__ Vitória murmurou__ não tenha medo de explorar o corpo do seu parceiro. Com as mãos, com a boca, com o próprio corpo. 
Assim, na hora que se passou, a princesa aprendeu tudo que podia sobre o sexo com a sua mais nova amiga Vitória. Tinha que admitir que havia gostado dela, que era simpática e educada, apesar de ser uma prostituta, afinal ela não tinha escolhido aquela vida, a maioria das meninas não tivera escolha. E mesmo sem querer acabara fazendo uma nova amiga.

__Fale sobre o seu príncipe__ Vitória pediu quando estavam sentadas juntas olhando pela janela.
__Seu nome é Alex__ Demetria respondeu com um meio sorriso__ ele é lindo. Tem cabelos dourados como o sol, assim como os olhos, é forte e corajoso. Tentou me resgatar quando me seqüestraram, mas estava sozinho e os homens de Murdor eram muitos, então não teve alternativa a não ser me deixar, mas prometeu que voltaria por mim. 
__Que romântico__ ela suspirou__ tem o seu próprio príncipe encantado. Eu gostaria de me apaixonar e fugir daqui com o homem dos meus sonhos... Infelizmente não vai acontecer.
__Nunca se apaixonou?__ Demetria perguntou curiosa.
__Bem, todas as moças daqui tem uma paixão secreta pelo cavaleiro das sombras__ Vitória disse com um sorriso malicioso__ mas acho que não é a mesma coisa. É que ele é extremamente lindo, forte, não tem medo de absolutamente nada, e aqueles olhos azuis tão intensos, aquele corpo... Fora que é um ótimo amante. 
__Você já... Dormiu com ele?
__Umas duas vezes__ disse com orgulho__ ele vem muito aqui no La Luna, mas não para se divertir com as meninas. Isso acontece mais quando ele está estressado com alguma coisa, sabe... Os homens gostam de extravasar com o sexo.

__Se ele não vem pelo sexo, então porque vem?
__Ele não precisa pagar prostitutas pra dormir com ele__ ela deu uma risadinha__ as mulheres fazem isso de graça. Ele vem para ver a Paola, eles são muito amigos, acho que é porque vieram do mesmo lugar. Eles passam horas conversando, e ele é sempre gentil com ela, de um jeito que não é com as outras pessoas.
__Eles vieram do mesmo lugar? Como assim? Paola disse que foi seqüestrada e...
__Escute princesa__ Vitória a interrompeu__ não conheço a história toda, só o Rei e Paola sabem toda a história da vida do comandante, mas já ouvi coisas por ai. A questão é que não cabe a mim contá-la, o comandante não gosta que fiquem por ai falando de sua vida e não quero perder minha língua, se quiser saber vai ter que perguntar a ele. 
__Eu quero distancia dele__ murmurou olhando pela janela__ é cruel e horrível assim como o Rei. 
Demetria se perguntava como podia um homem tão lindo ser assim tão cruel. 
__Ele é cruel com quem merece e com aqueles que o desafiam.
__Eu nada fiz a ele__ lembrou. 
__As coisas funcionam de modo diferente aqui em Murdor princesa, com o tempo você vai entender. 
Demetria nada disse, apenas ficou olhando da janela, imaginando até quando teria de esperar para ir embora dali.

Silencioso Como Uma Sombra

Depois de terminada as aulas de como Demetria deveria se portar na cama com um homem, Vitória resolveu levá-la para conhecer a cidade. Embora não quisesse admitir, a princesa ficaria ali por um tempo e seria bom se conhecesse o lugar, assim, as duas caminharam juntas pelas ruas de Murdor. Vitória lhe mostrou todos os lugares, as forjas onde eram feitas as espadas e armaduras dos soldados, um lugar extramente quente que fedia a suor e enxofre e homens fortes e sem camisa trabalhavam durante todo o dia.
Mostrou-lhe a alfaiataria, onde os nobres faziam suas vestes. O bar onde os homens bebiam e onde faziam suas festas e também lhe indicou um outro bordel, muito menos popular que o de Paola, ela explicou com claro orgulho. Vitória também lhe apresentou alguns conhecidos e estavam caminhando agora em direção ao portão da cidade, guardado por dois soldados. Por um momento Demetria apenas encarou a saída e se imaginou correndo para fora daquele lugar antes que o Rei resolve-se usá-la novamente, mas seus pensamentos foram interrompidos quando uma figura surgiu na frente das duas jovens, barrando seu caminho.
__Meu Deus__ a princesa pôs a mão no coração, que disparou com o susto.

__Aonde pensam que estão indo?__ e lá estava ele, surgido do nada como um fantasma, silencioso como uma sombra, o rosto escondido pelo capuz, à voz sombria, somente os olhos azuis brilhando com vida no meio daquela imensidão negra.
__Comandante__ Vitória suspirou nervosa__ eu estava mostrando a cidade para a princesa. 
__Não quero ela passeando perto dos portões__ ele murmurou__ aliás, não a quero passeando pela cidade, não é uma visitante e sim uma prisioneira e não tenho tempo pra persegui-la por todos os lados.
__Tem medo que eu fuja comandante?__ Demetria o desafiou zangada, aquele homem lhe tirava completamente a paciência, sabia que o mais sábio era se calar na presença dele como todos faziam, pois ele era perigoso, mas simplesmente não conseguia conter seus impulsos. 
__Você poderia tentar__ ela não conseguia ver o rosto dele, mas Demetria imaginou que ele estaria sorrindo, um sorriso maldoso.
__Eu sinto muito comandante... __ Vitória começou a dizer, mas Demetria a interrompeu.
__Você é um idiota, assim como o Rei Klaus__ ela acusou__ são dois bárbaros cruéis e sem coração.
__Sabe que seus insultos não me ofendem não é mesmo?

__Então não vai se importar se eu repetir__ ela o desafiou__ idiota... Meu pai e o príncipe Alex virão me resgatar e matarão todos vocês, vão queimar no inferno, é isso que merecem. 
Então deu meia volta e saiu correndo pela cidade de volta ao Bordel. 
__Meu Deus comandante, eu sinto muito por isso__ Vitória disse de olhos arregalados.
__Escute Vic, eu não a quero passeando pela cidade sem a minha supervisão entendeu?__ disse seriamente__ se ela fugir vamos ter sérios problemas e eu não quero isso.
__Como quiser, não vai se repetir__ ela concordou__ eu prometo.
__Ótimo, agora vá atrás dela e não tire os olhos dela nem por um instante até que eu volte, tenho um encontro com o Rei e se quando eu voltar ela não estiver segura no Bordel você não vai gostar nada do que farei.
Vitória assentiu nervosa, então saiu correndo atrás da princesa, completamente assustada.

Impaciência

O Rei Klaus estava sentado em seu Trono quando Joseph entrou no salão. Ele não parecia muito contente aquela tarde, com uma expressão vazia no rosto e fúria nos olhos verdes. Não havia mais ninguém na sala do Trono em sua companhia e o silencio reinava, a única coisa que se ouvia era o som dos passos de Joseph, até que ele finalmente parou em frente a seu Rei.
__Mandou me chamar Alteza?__ Joseph disse respeitosamente. 
__Sim Joseph__ ele assentiu se remexendo no Trono__ como está a princesa?
__Está segura no La Luna, não vai a lugar nenhum, eu mesmo estou vigiando como Vossa Alteza ordenou. 
__Ótimo, eu quero ela nos meus aposentos esta noite__ Klaus disse__ preciso ter uma conversinha com ela. 
__Como quiser Alteza.
Por um momento nenhum dos dois disse uma palavra, deixando que o silêncio reinasse. Joseph queria sair dali, sem paciência alguma para ouvir as reclamações do Rei que ele sabia que viriam a seguir.

__Está demorando demais Joseph__ esbravejou__ estou com a preciosa filha dele há alguns dias e o desgraçado nem ao menos se pronunciou, nem ao menos uma ameaça. Talvez ele não se importe com ela tanto quanto eu pensava.
__Ele vai aparecer Alteza, tenho certeza. Mas acabamos com a maior parte de sua tropa no ataque a Severac, ele precisa se reerguer, arrumar homens e planejar um ataque. O Rei Robert é inteligente, vai se preparar antes de atacar, nunca arriscaria perder e deixar a filha em nossas mãos assim. 
__Odeio quando você tem razão, mas o problema é que não sou uma pessoa muito paciente__ Klaus se levantou e começou a caminhar de um lado para o outro com as mãos nas costas__ eu sei que ele tem um esconderijo, onde está refugiado com seus homens, preciso descobrir onde é.
__Meus homens buscaram por toda a cidade de Severac senhor, não encontraram nada. 
__Mas a nossa princesinha deve saber onde fica o esconderijo do pai, aposto minha alma que ela sabe.

__Ela não vai nos contar.
__Então a obrigue a falar__ gritou irritado, se a intenção era intimidar não tinha feito efeito__ quero que a interrogue e arranque a verdade dela, mas não hoje, amanhã. Hoje eu a quero bem para poder me servir. 
__Como desejar senhor__ Joseph concordou.
__Você pode ir agora, deixe-me sozinho.
Joseph então fez uma reverencia e se retirou da sala no Trono, deixando o Rei a sós. Enquanto saia do Palácio, por alguns momentos ele se arrependeu. Poderia ter feito, não havia mais ninguém no salão e o Rei nunca poderia vencê-lo em combate, não existia ninguém no mundo que poderia, ele sabia disso. Poderia tê-lo matado ali e saciado a sua sede de vingança, que o consumia a cada dia, mas precisava se lembrar do que porque não podia fazer ainda, se o Rei morresse, ele nunca descobriria onde elas estavam. 

Fim do Capítulo

Capitulo 5. MARATONA


Objeto de Vingança.

Reino de Murdor – Palácio do Rei Klaus

Demetria já não ouvia mais nada além do som do próprio coração batendo nos ouvidos, tão alto que chegava a doer. Quando pararam em frente à porta dos aposentos do Rei ela teve vontade de espernear como uma criancinha assustada e sair correndo, mas sabia que isso só lhe causaria mais dor e humilhação, então tentou manter a coragem, ela era uma princesa e agiria como tal.
__Pode entrar__ assim que recebeu a ordem, Joseph abriu a porta e arrastou Demetria para dentro.
__Aqui está à princesa Alteza__ Joseph disse respeitosamente__ como ordenou.
__Obrigada Joseph__ ele agradeceu__ pode se retirar agora, fique de guarda na porta e não deixe que ninguém me perturbe.
__Como desejar Alteza__ ele fez uma reverência, então deu meia volta e saiu pela porta, a trancando logo em seguida.

O Rei Klaus, estava parado no meio do quarto a observando, com seus cabelos dourados lhe caindo sobre os ombros, os olhos verdes atentos aos mínimos detalhes. Ele estava apenas de calça, deixando o tronco musculoso a mostra. Demetria sentiu-se estremecer ao vislumbrar a cicatriz que lhe atravessava o rosto, cortando suas belas feições. Mas o que chamou a atenção de Demetria foi a enorme cama no fundo dos aposentos, com dossel, com finos tecidos caindo sobre ela, formando um véu, como uma cascata transparente. Em outra ocasião ela teria achado lindo, agora à visão a fez ter vertigens. 
__Está deslumbrante Princesa__ ele se aproximou devagar a circundando__ uma visão do paraíso. 
__O que quer de mim?__ ela questionou, a voz áspera e zangada, um pouco mais alta do que pretendia devido ao nervosismo. 
__Não é capaz de imaginar?__ ele sussurrou e de repente estava atrás dela. Demetria pode sentir a respiração quente em seu pescoço e estava pronta para dar uma resposta petulante quando ele a interrompeu__ entenda princesa, você é minha prisioneira agora, mas não é nada pessoal, nada tenho contra você, meu problema é com seu pai.

__Então me deixe ir__ ela sugeriu.
__Temo que isso não vá ser possível__ ele riu e Demetria sentiu a mão dele em sua cintura, mas não se moveu, queria ver o que ele pretendia fazer e precisava escolher o momento certo para reagir__ você é meu trunfo Princesa. Se tem algo que Robert preza é a família, e ele não deixaria sua única e preciosa filha nas mãos de um bando de bárbaros, ele virá resgatá-la, eu sei que virá... E quando ele aparecer, estarei preparado pra ele. Cortarei-lhe a garganta e o observarei sangrar como a muito desejo fazer. 
Demetria se encolheu com a visão. Seu pai marchando em direção a Murdor com seu exército para salvá-la, atravessando os enormes portões da cidade e encontrando do outro lado uma emboscada, para acabar morto, engasgado com o próprio sangue e tudo por causa dela. Sentiu os olhos arderem de raiva e medo. 
__Enquanto ele não vem; e pode ter certeza que virá__ apertou o braço em volta de sua cintura e a puxou pra trás, juntando seus corpos, aproximando a boca do ouvido dela__ você será o meu brinquedinho, meu objeto. Descontarei em você todo o meu ódio por seu pai, porque não posso machucá-lo, não ainda, mas ferir você... Tocar você será o mesmo que apunhalá-lo e quero ver a expressão em seus olhos quando descobrir que fiz de sua doce princesa minha puta.

Todo controle de Demetria desapareceu naquele instante, ela empurrou Klaus, tentando se afastar do braços dele, mas ele era mais rápido e mais forte também, segurou-a pelos braços e a empurrou sem nenhum cuidado, fazendo cair de costas na cama. A princesa tentou se levantar, mas antes que tivesse tempo ele já tinha subido na cama e se sentado sobre ela, prendendo seu corpo. 
__Pode lutar Princesa, só deixa tudo mais divertido pra mim.
__Meu pai vai matar você__ ela gritou sacudindo o corpo para tentar se livrar do peso dele__ vai se arrepender por isso. 
__Espero ansiosamente por esse dia__ ele murmurou rindo, sem se deixar abalar pelas ameaças. 
Demetria sentiu que ele erguia seu vestido, acariciando-a no processo, as mãos dele eram frias e ásperas. Klaus se ergueu para poder se livrar da calça e Demetria aproveitou o momento pra tentar escapar, mas foi em vão, ele lhe acertou um tapa no rosto, deixando a marca de seus dedos na pele clara da jovem. Suas mãos vagaram até os seios fartos, por debaixo do vestido, os apertando com força e desejo e quando ela tentou se encolher ele a arranhou, deixando marcas de unhas e sangue na pele que a fizeram gritar de dor e chorar de desespero, aquilo não podia estar acontecendo com ela, tinha de ser um pesadelo. 
__Resistir não vai te ajudar em nada Princesa, porque não se cala e aproveita, pode ser prazeroso para você também.
__Vá para o inferno__ ela gritou e cuspiu na cara dele.

Klaus passou a mão rapidamente pelo rosto para limpá-lo, e depois encarou Demetria, encurralada debaixo de seu corpo, com a pele marcada e o peito subindo e descendo com a respiração descompensada. Um sorriso diabólico surgiu em seus lábios. 
__Você é mesmo filha de Robert, não há duvidas__ foi só o que ele disse. 
Então saiu de cima dela, a virou de forma brusca na cama, a pondo de quatro, segurou-a pelos quadris e antes que Demetria pudesse sequer entender o estava havendo ele a penetrou por trás, de uma só vez, causando-lhe uma dor insuportável, sentiu como se estivesse sendo cortada ao meio. O grito de agonia foi inevitável, ela ainda tentou fugir, fazê-lo parar, mas seu aperto era forte demais e ela nada pode fazer, a não ser deixar que ele continuasse. 
Agradeceu que ele a tivesse pego por trás, pos assim não pode ver as lágrimas que lhe desciam pelas bochechas, ou agonia em seu rosto quando ela puxou um dos travesseiros e enterrou o rosto nele, o mordendo com força para sufocar os gritos de dor. Pensou com amargura nas histórias bonitas que lhe contavam, de como ela seria uma rainha um dia, casaria com um belo Príncipe e como seria maravilhosa sua primeira noite de amor. Todos idiotas e mentirosos, sua vida não era um conto de fadas, ela vivia no meio da guerra e agora era um brinquedo, um objeto de vingança para um homem nojento e sem coração. Era esse o destino da linda princesa de Severac.

Regras do Rei

Demetria não conseguia se lembrar exatamente quando, mas em algum momento daquele terrível noite, o Rei Klaus finalmente se cansara dela. A Princesa estava jogada sobre a cama, o corpo dolorido demais e cheio de marcas, totalmente exausta quando o Rei chamou por seu fiel comandante para que a levasse dali. Estava praticamente nua, com o lindo vestido arruinado, mas não se preocupou em se esconder quando Joseph entrou no quarto, o que lhe restava de orgulho e dignidade tinha evaporado ao longo da noite. 
__Alteza__ Joseph fez uma reverência, esperando por suas ordens.
__Leve a Princesa de volta ao La Luna, peça que Paola e suas meninas cuidem dela e a ensinem alguns modos__ ele disse enquanto vestia a calça__ é uma mulher bonita e saborosa, mas é selvagem e malcriada demais para o meu gosto, não gosto de ter que ficar lutando pelo meu prazer. 
__Como quiser Alteza__ Joseph caminhou até a cama e puxou Demetria, a obrigando a ficar de pé, o vestido caiu, lhe cobrindo novamente as pernas, porém deixando de fora de um dos seios, já que a alça havia sido partida.

__Quero que a vigie Joseph__ Klaus disse o fitando seriamente__ ela é nosso trunfo nessa guerra, ela nos trará a Vitória permanente sobre Severac e não quero que fuja ou apronte alguma enquanto estiver em meu Reino, não a deixe sem vigilância em nenhum momento. E mais uma coisa__ aproximou-se deles, Demetria tinha o olhar distante, como se estivesse fora de órbita e as pernas estavam fracas, cairia no chão se não fosse o apoio do comandante__ não quero que nenhum homem nesse Reino a toque além de mim está ouvindo? Avise a todos que ela é somente minha e que qualquer que quebre as regras terá a cabeça arrancada, ou apenas os bagos se eu estiver de bom humor. E isso inclui você também meu caro comandante.
__Não se preocupe Alteza, farei o que ordenou__ Joseph disse respeitosamente, embora quisesse vê-lo tentar machucá-lo ou mandar alguém o fazer caso ele quebrasse sua maldita regra. Naquele momento enquanto conversavam, Joseph poderia tê-lo matado umas cinco vezes e de maneiras diferentes, e o poderoso Rei nem teria notado o que o atingiu, mas Joseph precisava se lembrar do que porque estava ali e porque precisava se manter na linha. 
__Muito bem__ ele sorriu__ pode ir, estou cansado e satisfeito, só preciso de uma boa noite de sono.
__Com sua licença Alteza.
Joseph se retirou dos aposentos arrastando Demetria consigo, mas ela estava fraca demais pra conseguir acompanhar seus passos apressados, e depois de tropeçar pela terceira vez, Joseph simplesmente a pegou no colo. A Princesa nada disse, deixou-se ser carregada, como uma boneca de pano sem vida. O comandante ficara na porta do quarto do Rei durante todo o tempo de vigia como lhe fora ordenado e pudera ouvir os gritos e o choro da princesa enquanto Klaus se divertia e agora ele podia ver as marcas no corpo dela. O belo rosto estava vermelho, com as marcas do dedo de Klaus onde lhe dera um tapa, em um dos seios tinha marcas de unha que lhe cortaram a pele e sangrava e tinha pontos arroxeados por toda a pele clara onde ele a pegara com força demais. 
Não se importava nem um pouco com a dor daquela mulher, não a conhecia e não fazia grande diferença seu sofrimento, mas aquilo só fez aumentar o desprezo que sentia pelo Rei. Joseph matara mais homens do que podia contar, torturara e fizera coisas terríveis e não tinha remorso algum, era o seu trabalho, era o que fazia. Mas ainda achava de mau gosto e um ato desprezível maltratar crianças e mulheres que nem sequer podiam se defender. Isso não era força, poder ou bravura, era pura covardia... E Joseph odiava covardes. Odiava aquele maldito Rei a quem servia mais que qualquer outra coisa no mundo e contava os dias para o precioso momento em que lhe cortaria a garganta e acabaria com sua vida miserável.

Lágrimas de Sangue

__Meu Deus, o que houve com ela?__ Paola exclamou horrorizada ao ver estado em que à princesa se encontrava.
__Klaus não estava com muita paciência esta noite__ Joseph murmurou deitando o corpo da princesa sobre o sofá, ela ainda não tinha falado nada, nem se mexido, nem ao menos piscado desde que a tirara dos aposentos do Rei, poderia dá-la como morta se não estivesse respirando__ ele estava irritado por não termos conseguido capturar o Rei Robert, tinha que descontar em alguém e quem melhor do que a filha do homem que ele mais odeia no mundo?
__Eu disse a ela para não lutar com ele__ Paola sacudiu a cabeça com desgosto__ pobre menina.
__O Rei ordenou que a trouxesse até vocês, pediu que lhe ensinasse alguns modos pois a achou demasiado malcriada para seu gosto, quer que ela aprenda a se comportar__ Joseph explicou__ ela ficará aqui no Bordel com vocês, e precisa de vigia constante, estou encarregado disso, mas preciso de ajuda, pois não estarei disponível vinte quatro horas ao dia. 
__Não se preocupe Joseph, eu e minhas meninas cuidaremos bem dela__ Paola prometeu.

__Tudo bem, eu tenho que ir agora, tenho assuntos a resolver, mas tarde retornarei pra me certificar de que ela não está causando problemas__ e sem mais nenhuma palavra ele se retirou do Bordel. 
Paola ordenou a suas meninas que preparassem um banho quente para a Princesa e lhe arrumassem roupas limpas. Demetria não resistiu, nem nada disse enquanto cuidavam dela, não esboçou nenhuma reação, nem mesmo quando Paola lhe limpou o ferimento no seio esquerdo, era como se não sentisse nada. 
__Vai melhorar__ Paola disse enquanto lhe escovava os cabelos__ você se acostumará e depois de um tempo não doerá tanto assim, vai ficando mais fácil sabe? E se você não resistir não sairá machucada, pode até gostar. O Rei é um homem muito bonito e viril, sabe como agradar as mulheres, só se machucou porque o irritou. 
Mais uma vez silencio, Demetria continuava a encarar as paredes sem piscar. 
__Sinto muito por você criança__ Paola disse com um suspiro.
Depois que a vestiram, lhe trouxeram uma bandeja com comida. Demetria não se lembrava da ultima vez que tinha se alimentado, mas não sentia fome e continuou sentada olhando pela janela com olhar distante, ignorando as tentativas de Paola de conversa. Estava com ódio dentro de si, uma raiva sem igual que uma princesa não deveria sentir, mas não se importava.

Enquanto relembrava a noite que tivera, cerrou as mãos em punho com tanta força que acabou enterrando as unhas na própria pele, fazendo escorrer sangue. Em dado momento percebeu que estava chorando, chegou a pensar que depois do tanto que chorara durante a noite enquanto o Rei a possuía, as lágrimas teriam secado, mas estava enganada.
Ergueu a mão pra limpá-las e quando afastou seu rosto estava manchado com sangue, quem olhasse de longe pensaria que ela tinha derramado lágrimas de sangue. Mas sangue era o que ela queria, ia matar Klaus pelo que lhe fizera passar e aquele maldito comandante que estivera na porta o tempo todo ouvindo seus gritos de agonia e nada fizera. Que tipo de homem servia a um Rei como aquele? Anotou o nome dos dois em uma lista imaginária, uma lista de pessoas que pagariam pela dor que estava sentindo.
__Vão todos me pagar por isso__ ela sussurrou__ todos eles. Eu vou matá-los.
__Cuidado criança__ Paola disse__ o ódio cega as pessoas. Não pode contra o Rei e seus soldados, o melhor que tem a fazer é obedecer às ordens que lhe foram dadas.
__Vão todos se arrepender__ ela repetiu ignorando as palavras de Paola__ juro pela minha vida que vão. 
Mas ela não sabia que seu sofrimento estava apenas começando, e que a vingança demoraria a vir. 
Fim do Capítulo