Capitulo 5. MARATONA


Objeto de Vingança.

Reino de Murdor – Palácio do Rei Klaus

Demetria já não ouvia mais nada além do som do próprio coração batendo nos ouvidos, tão alto que chegava a doer. Quando pararam em frente à porta dos aposentos do Rei ela teve vontade de espernear como uma criancinha assustada e sair correndo, mas sabia que isso só lhe causaria mais dor e humilhação, então tentou manter a coragem, ela era uma princesa e agiria como tal.
__Pode entrar__ assim que recebeu a ordem, Joseph abriu a porta e arrastou Demetria para dentro.
__Aqui está à princesa Alteza__ Joseph disse respeitosamente__ como ordenou.
__Obrigada Joseph__ ele agradeceu__ pode se retirar agora, fique de guarda na porta e não deixe que ninguém me perturbe.
__Como desejar Alteza__ ele fez uma reverência, então deu meia volta e saiu pela porta, a trancando logo em seguida.

O Rei Klaus, estava parado no meio do quarto a observando, com seus cabelos dourados lhe caindo sobre os ombros, os olhos verdes atentos aos mínimos detalhes. Ele estava apenas de calça, deixando o tronco musculoso a mostra. Demetria sentiu-se estremecer ao vislumbrar a cicatriz que lhe atravessava o rosto, cortando suas belas feições. Mas o que chamou a atenção de Demetria foi a enorme cama no fundo dos aposentos, com dossel, com finos tecidos caindo sobre ela, formando um véu, como uma cascata transparente. Em outra ocasião ela teria achado lindo, agora à visão a fez ter vertigens. 
__Está deslumbrante Princesa__ ele se aproximou devagar a circundando__ uma visão do paraíso. 
__O que quer de mim?__ ela questionou, a voz áspera e zangada, um pouco mais alta do que pretendia devido ao nervosismo. 
__Não é capaz de imaginar?__ ele sussurrou e de repente estava atrás dela. Demetria pode sentir a respiração quente em seu pescoço e estava pronta para dar uma resposta petulante quando ele a interrompeu__ entenda princesa, você é minha prisioneira agora, mas não é nada pessoal, nada tenho contra você, meu problema é com seu pai.

__Então me deixe ir__ ela sugeriu.
__Temo que isso não vá ser possível__ ele riu e Demetria sentiu a mão dele em sua cintura, mas não se moveu, queria ver o que ele pretendia fazer e precisava escolher o momento certo para reagir__ você é meu trunfo Princesa. Se tem algo que Robert preza é a família, e ele não deixaria sua única e preciosa filha nas mãos de um bando de bárbaros, ele virá resgatá-la, eu sei que virá... E quando ele aparecer, estarei preparado pra ele. Cortarei-lhe a garganta e o observarei sangrar como a muito desejo fazer. 
Demetria se encolheu com a visão. Seu pai marchando em direção a Murdor com seu exército para salvá-la, atravessando os enormes portões da cidade e encontrando do outro lado uma emboscada, para acabar morto, engasgado com o próprio sangue e tudo por causa dela. Sentiu os olhos arderem de raiva e medo. 
__Enquanto ele não vem; e pode ter certeza que virá__ apertou o braço em volta de sua cintura e a puxou pra trás, juntando seus corpos, aproximando a boca do ouvido dela__ você será o meu brinquedinho, meu objeto. Descontarei em você todo o meu ódio por seu pai, porque não posso machucá-lo, não ainda, mas ferir você... Tocar você será o mesmo que apunhalá-lo e quero ver a expressão em seus olhos quando descobrir que fiz de sua doce princesa minha puta.

Todo controle de Demetria desapareceu naquele instante, ela empurrou Klaus, tentando se afastar do braços dele, mas ele era mais rápido e mais forte também, segurou-a pelos braços e a empurrou sem nenhum cuidado, fazendo cair de costas na cama. A princesa tentou se levantar, mas antes que tivesse tempo ele já tinha subido na cama e se sentado sobre ela, prendendo seu corpo. 
__Pode lutar Princesa, só deixa tudo mais divertido pra mim.
__Meu pai vai matar você__ ela gritou sacudindo o corpo para tentar se livrar do peso dele__ vai se arrepender por isso. 
__Espero ansiosamente por esse dia__ ele murmurou rindo, sem se deixar abalar pelas ameaças. 
Demetria sentiu que ele erguia seu vestido, acariciando-a no processo, as mãos dele eram frias e ásperas. Klaus se ergueu para poder se livrar da calça e Demetria aproveitou o momento pra tentar escapar, mas foi em vão, ele lhe acertou um tapa no rosto, deixando a marca de seus dedos na pele clara da jovem. Suas mãos vagaram até os seios fartos, por debaixo do vestido, os apertando com força e desejo e quando ela tentou se encolher ele a arranhou, deixando marcas de unhas e sangue na pele que a fizeram gritar de dor e chorar de desespero, aquilo não podia estar acontecendo com ela, tinha de ser um pesadelo. 
__Resistir não vai te ajudar em nada Princesa, porque não se cala e aproveita, pode ser prazeroso para você também.
__Vá para o inferno__ ela gritou e cuspiu na cara dele.

Klaus passou a mão rapidamente pelo rosto para limpá-lo, e depois encarou Demetria, encurralada debaixo de seu corpo, com a pele marcada e o peito subindo e descendo com a respiração descompensada. Um sorriso diabólico surgiu em seus lábios. 
__Você é mesmo filha de Robert, não há duvidas__ foi só o que ele disse. 
Então saiu de cima dela, a virou de forma brusca na cama, a pondo de quatro, segurou-a pelos quadris e antes que Demetria pudesse sequer entender o estava havendo ele a penetrou por trás, de uma só vez, causando-lhe uma dor insuportável, sentiu como se estivesse sendo cortada ao meio. O grito de agonia foi inevitável, ela ainda tentou fugir, fazê-lo parar, mas seu aperto era forte demais e ela nada pode fazer, a não ser deixar que ele continuasse. 
Agradeceu que ele a tivesse pego por trás, pos assim não pode ver as lágrimas que lhe desciam pelas bochechas, ou agonia em seu rosto quando ela puxou um dos travesseiros e enterrou o rosto nele, o mordendo com força para sufocar os gritos de dor. Pensou com amargura nas histórias bonitas que lhe contavam, de como ela seria uma rainha um dia, casaria com um belo Príncipe e como seria maravilhosa sua primeira noite de amor. Todos idiotas e mentirosos, sua vida não era um conto de fadas, ela vivia no meio da guerra e agora era um brinquedo, um objeto de vingança para um homem nojento e sem coração. Era esse o destino da linda princesa de Severac.

Regras do Rei

Demetria não conseguia se lembrar exatamente quando, mas em algum momento daquele terrível noite, o Rei Klaus finalmente se cansara dela. A Princesa estava jogada sobre a cama, o corpo dolorido demais e cheio de marcas, totalmente exausta quando o Rei chamou por seu fiel comandante para que a levasse dali. Estava praticamente nua, com o lindo vestido arruinado, mas não se preocupou em se esconder quando Joseph entrou no quarto, o que lhe restava de orgulho e dignidade tinha evaporado ao longo da noite. 
__Alteza__ Joseph fez uma reverência, esperando por suas ordens.
__Leve a Princesa de volta ao La Luna, peça que Paola e suas meninas cuidem dela e a ensinem alguns modos__ ele disse enquanto vestia a calça__ é uma mulher bonita e saborosa, mas é selvagem e malcriada demais para o meu gosto, não gosto de ter que ficar lutando pelo meu prazer. 
__Como quiser Alteza__ Joseph caminhou até a cama e puxou Demetria, a obrigando a ficar de pé, o vestido caiu, lhe cobrindo novamente as pernas, porém deixando de fora de um dos seios, já que a alça havia sido partida.

__Quero que a vigie Joseph__ Klaus disse o fitando seriamente__ ela é nosso trunfo nessa guerra, ela nos trará a Vitória permanente sobre Severac e não quero que fuja ou apronte alguma enquanto estiver em meu Reino, não a deixe sem vigilância em nenhum momento. E mais uma coisa__ aproximou-se deles, Demetria tinha o olhar distante, como se estivesse fora de órbita e as pernas estavam fracas, cairia no chão se não fosse o apoio do comandante__ não quero que nenhum homem nesse Reino a toque além de mim está ouvindo? Avise a todos que ela é somente minha e que qualquer que quebre as regras terá a cabeça arrancada, ou apenas os bagos se eu estiver de bom humor. E isso inclui você também meu caro comandante.
__Não se preocupe Alteza, farei o que ordenou__ Joseph disse respeitosamente, embora quisesse vê-lo tentar machucá-lo ou mandar alguém o fazer caso ele quebrasse sua maldita regra. Naquele momento enquanto conversavam, Joseph poderia tê-lo matado umas cinco vezes e de maneiras diferentes, e o poderoso Rei nem teria notado o que o atingiu, mas Joseph precisava se lembrar do que porque estava ali e porque precisava se manter na linha. 
__Muito bem__ ele sorriu__ pode ir, estou cansado e satisfeito, só preciso de uma boa noite de sono.
__Com sua licença Alteza.
Joseph se retirou dos aposentos arrastando Demetria consigo, mas ela estava fraca demais pra conseguir acompanhar seus passos apressados, e depois de tropeçar pela terceira vez, Joseph simplesmente a pegou no colo. A Princesa nada disse, deixou-se ser carregada, como uma boneca de pano sem vida. O comandante ficara na porta do quarto do Rei durante todo o tempo de vigia como lhe fora ordenado e pudera ouvir os gritos e o choro da princesa enquanto Klaus se divertia e agora ele podia ver as marcas no corpo dela. O belo rosto estava vermelho, com as marcas do dedo de Klaus onde lhe dera um tapa, em um dos seios tinha marcas de unha que lhe cortaram a pele e sangrava e tinha pontos arroxeados por toda a pele clara onde ele a pegara com força demais. 
Não se importava nem um pouco com a dor daquela mulher, não a conhecia e não fazia grande diferença seu sofrimento, mas aquilo só fez aumentar o desprezo que sentia pelo Rei. Joseph matara mais homens do que podia contar, torturara e fizera coisas terríveis e não tinha remorso algum, era o seu trabalho, era o que fazia. Mas ainda achava de mau gosto e um ato desprezível maltratar crianças e mulheres que nem sequer podiam se defender. Isso não era força, poder ou bravura, era pura covardia... E Joseph odiava covardes. Odiava aquele maldito Rei a quem servia mais que qualquer outra coisa no mundo e contava os dias para o precioso momento em que lhe cortaria a garganta e acabaria com sua vida miserável.

Lágrimas de Sangue

__Meu Deus, o que houve com ela?__ Paola exclamou horrorizada ao ver estado em que à princesa se encontrava.
__Klaus não estava com muita paciência esta noite__ Joseph murmurou deitando o corpo da princesa sobre o sofá, ela ainda não tinha falado nada, nem se mexido, nem ao menos piscado desde que a tirara dos aposentos do Rei, poderia dá-la como morta se não estivesse respirando__ ele estava irritado por não termos conseguido capturar o Rei Robert, tinha que descontar em alguém e quem melhor do que a filha do homem que ele mais odeia no mundo?
__Eu disse a ela para não lutar com ele__ Paola sacudiu a cabeça com desgosto__ pobre menina.
__O Rei ordenou que a trouxesse até vocês, pediu que lhe ensinasse alguns modos pois a achou demasiado malcriada para seu gosto, quer que ela aprenda a se comportar__ Joseph explicou__ ela ficará aqui no Bordel com vocês, e precisa de vigia constante, estou encarregado disso, mas preciso de ajuda, pois não estarei disponível vinte quatro horas ao dia. 
__Não se preocupe Joseph, eu e minhas meninas cuidaremos bem dela__ Paola prometeu.

__Tudo bem, eu tenho que ir agora, tenho assuntos a resolver, mas tarde retornarei pra me certificar de que ela não está causando problemas__ e sem mais nenhuma palavra ele se retirou do Bordel. 
Paola ordenou a suas meninas que preparassem um banho quente para a Princesa e lhe arrumassem roupas limpas. Demetria não resistiu, nem nada disse enquanto cuidavam dela, não esboçou nenhuma reação, nem mesmo quando Paola lhe limpou o ferimento no seio esquerdo, era como se não sentisse nada. 
__Vai melhorar__ Paola disse enquanto lhe escovava os cabelos__ você se acostumará e depois de um tempo não doerá tanto assim, vai ficando mais fácil sabe? E se você não resistir não sairá machucada, pode até gostar. O Rei é um homem muito bonito e viril, sabe como agradar as mulheres, só se machucou porque o irritou. 
Mais uma vez silencio, Demetria continuava a encarar as paredes sem piscar. 
__Sinto muito por você criança__ Paola disse com um suspiro.
Depois que a vestiram, lhe trouxeram uma bandeja com comida. Demetria não se lembrava da ultima vez que tinha se alimentado, mas não sentia fome e continuou sentada olhando pela janela com olhar distante, ignorando as tentativas de Paola de conversa. Estava com ódio dentro de si, uma raiva sem igual que uma princesa não deveria sentir, mas não se importava.

Enquanto relembrava a noite que tivera, cerrou as mãos em punho com tanta força que acabou enterrando as unhas na própria pele, fazendo escorrer sangue. Em dado momento percebeu que estava chorando, chegou a pensar que depois do tanto que chorara durante a noite enquanto o Rei a possuía, as lágrimas teriam secado, mas estava enganada.
Ergueu a mão pra limpá-las e quando afastou seu rosto estava manchado com sangue, quem olhasse de longe pensaria que ela tinha derramado lágrimas de sangue. Mas sangue era o que ela queria, ia matar Klaus pelo que lhe fizera passar e aquele maldito comandante que estivera na porta o tempo todo ouvindo seus gritos de agonia e nada fizera. Que tipo de homem servia a um Rei como aquele? Anotou o nome dos dois em uma lista imaginária, uma lista de pessoas que pagariam pela dor que estava sentindo.
__Vão todos me pagar por isso__ ela sussurrou__ todos eles. Eu vou matá-los.
__Cuidado criança__ Paola disse__ o ódio cega as pessoas. Não pode contra o Rei e seus soldados, o melhor que tem a fazer é obedecer às ordens que lhe foram dadas.
__Vão todos se arrepender__ ela repetiu ignorando as palavras de Paola__ juro pela minha vida que vão. 
Mas ela não sabia que seu sofrimento estava apenas começando, e que a vingança demoraria a vir. 
Fim do Capítulo

2 comentários:

  1. ai obg por postar!!!!!ai vc e minha salvação n aguentava mais!!!
    ai perfeito cmo sempre
    posta logoooo
    bijuuu

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Espero que tenham gostado do capítulo :*