Capítulo 7 - BBH - Segunda Temporada

Passamos mais um tempo calados, Joe estava fazendo um cafuné gostoso na minha cabeça e eu estava quase dormindo quando ele  simplesmente parou de me fazer o carinho e seu corpo ficou rígido. Eu logo abri os olhos e olhei pela nossa volta, agora o parque estava mais deserto somente com alguns casais sentados por ali namorando, só que eles estavam normais não parecia que tinha alguma coisa de errado.  

_O que foi Joe. Aconteceu alguma coisa?   

_Nós temos que ir embora daqui agora Demi. Estão nos vigiando 

_Eu não estou vendo ninguém Joe. Isso é coisa da sua cabeça. Não tem ninguém atrás de nós  

_Me obedeça Demetria. E vamos embora agora. Se eu estou dizendo que tem gente atrás de nós é porque tem.  

Quando eu olhei para frente só deu tempo de ver alguém sacando uma arma e apontando para nossa direção, eu fiquei imóvel não consegui ter reação nenhuma, eu só senti Joe me puxar e sair correndo comigo, logo estávamos dentro do carro.  

_Demi me escute bem. Eu preciso que você dirija o mais rápido que puder. Eu vou ficar aqui no banco  do carona tentando acertar eles.  

_Mas Joe, eu não sei dirigir direito _Eu estava em pânico, eu só havia pegado em um carro umas duas vezes e escondido do meu pai. Eu não sabia dirigir direito 

_Faça o que eu estou mandando Demi. Agora vá. Arranque com esse carro AGORA.  

Ouvir o Joe gritar comigo me deixou ainda mais nervosa e as lágrimas que eu estava segurando caíram, eu simplesmente meti o pé no acelerador e sai cantando pneu. Eu esperava não machucar ninguém durante esse trajeto que eu teria que fazer.  

_Pra onde eu vou Joe?  Eu não sei pra onde ir 

_Vire a sua direita Demi. E vá mais rápido que isso. Os seguranças estão logo atrás  de nós.  

Virei a direita e continuei correndo com o carro, a sorte é que não tinha ninguém pela rua.  

_Nós vamos para o hotel?  

_Sim. E nós vamos embora hoje. Eles descobriram que estamos aqui nós não estamos mais seguros.  

Logo Joe atendeu uma ligação, provavelmente era alguns dos seguranças,  o Joe gritava com eles e ficava cada vez mais nervoso me deixando cada vez mais assustada. As lágrimas não paravam de cair, eu queria que tudo isso acabasse logo. Eu não queria estar vivendo nada disso.  

O Joe desligou o telefone e ficou sussurrando coisas que eu não consegui entender, logo ouvi um tiro e eu gritei e fechei os olhos, mas logo abri, eu estava ao volante não podia machucar ninguém, Joe se colocou um pouco para fora disparando um tiro, vi o carro preto atrás de nós se esquivar e um terceiro tiro acertando o vidro de trás do nosso carro estilhaçando o mesmo e por sorte não nos atingindo. 

_Merda_ Ele berrou sacando a arma novamente. 

Joe fez o mesmo que antes e conseguiu atingir o pneu direito deles, o carro perdeu um pouco o controle, mas continuava atrás de nós. Agora Joe aproveitara o espaço aberto e dispara por ele, gritei com o barulho tão perto do meu ouvido que chegou a doer, desta vez o tiro foi certeiro na cabeça do homem que dirigia, tantos anos fazendo isso concederam a Joe uma boa mira. 

Finalmente consegui chegar no hotel. Deixei o carro de qualquer jeito e abri logo a porta colocando tudo o que eu tinha comido para fora.  

_Vamos Demi. _Joe me segurou pela cintura e saiu me arrastando para dentro do hotel e quando percebi nós já estávamos no quarto com ele colocando todas as nossas coisas dentro da mala com bastante pressa.  

_Nosso voo saí daqui a 30 minutos. Então me ajude a colocar essas malditas roupas dentro da mala.  

 Eu obedeci ao que ele pediu ainda aos prantos, coloquei as roupas de qualquer jeito dentro da mala, minha cabeça estava a mil, tudo estava perfeito de mais, é claro que não duraria muito nessa merda de mundo que vivemos. Mais rápido do que eu pudesse imaginar, já estávamos no carro novamente, desta vez em um diferente, com certeza para despistar o tal perseguidor. Rapidamente chegamos ao aeroporto, este estava quase vazio, torci para que o avião também estivesse assim, a essa altura meu choro cessou e uma raiva consumia meu interior, Joe e eu não trocamos sequer uma palavra. Ele estava estressado de mais para qualquer atenção. Entramos no avião e como eu esperava ele estava praticamente vazio, na primeira classe só estávamos eu,Joe e seus seguranças, me sentei na janela e não tirei os olhos da pista, que aos poucos se tornava a visão aberta da cidade. Senti um aperto no coração, não queria ir em bora agora, eu estava tão feliz... mas a realidade me invadiu, eu deveria saber que aquilo não duraria. 

_Sinto muito._Joe disse ao meu lado, eu me virei para o olhar, ele parecia mais calmo, mas seus olhos continham a raiva, talvez ele estivesse aborrecido tanto quanto eu ou só raiva por não ter pegado o maldito homem._Eu não queria ir agora... 

_Tanto faz _O interrompi fria, voltando minha visão para a pequena janela que a essa hora já mostrava uma paisagem diferente. 

 Pelo canto do olho vi Joe se endireitar no banco, agora eu havia conseguido fazê-lo se irritar, comigo? Não sei, mas agradeci mentalmente por ele não insistir, tudo havia acontecido rápido demais, meu conto de fadas durou poucos dias, não estava irritada exatamente com ele e sim com tudo a minha volta, o que era para ser uma lua de mel foi um desastre, faltava pouco para o casamento de Gianna, eu tinha vontade de chorar, céus, isso me comoveu demais. Quando me dei conta meus olhos estavam marejados, pisquei algumas vezes na tentativa de engolir o choro, não queria chorar na frente de Joe agora. Relaxei meu corpo a poltrona e respirei fundo, não demorou muito para que eu caísse no sono. 

*** 

Joe p.o.v 

A partir do momento em que saímos do aeroporto já dentro do avião eu tento organizar minha mente em relação aos Bratva, sem dúvida nenhuma era um deles naquele parque, como fui idiota. Eles esperam um momento de fragilidade e descuido meu, e eu os dei de mãos beijadas. Não me arrependo de ter passados ótimos momentos com Demi, ela estava feliz e me fez feliz, mais uma das coisas que somente ela consegue, mas agora ela está com raiva e eu espero que não seja de mim, a mesma dormia profundamente em meus braços sem nem mesmo notar que se encontrava neles, provavelmente sairia quando acordasse e desse por si.  

Agora  meus pensamentos precisavam se voltar para uma forma de destruir os Bratva, a tarefa se tornava cada vez mais complicada a cada segundo, me sinto estupidamente inútil diante disso, é uma sensação que odeio. Eles estão sempre um passo a nossa frente e isso me preocupa, me preocupa o que eles tem em mente e o que planejam. 

_O que pretende fazer agora senhor._ Romero me perguntou baixinho do banco ao lado. 

_Irei matá-los._Disse firme.