Devil May Cry = Capítulos


Chaper One

O rapaz meio humano e meio demônio, corria pelas vielas de Fortuna apressado e ansioso, pode ouvir os sinos da igreja tocando, indicando o seu atraso e parou por um instante observando os obstáculos em seu caminho, criaturas das trevas que insistiam em persegui-lo e pareciam conspirar para que ele não chegasse a seu destino a tempo. Com um breve sorriso ele voltou a se mover, correndo em direção as criaturas com novo vigor e vontade, nada lhe impediria de chegar àquela igreja. 
Enquanto isso, dentro da Igreja posicionada no meio do palco, a jovem de corpo esguio cantava um belo hino, com sua voz doce e suave, tão agradável quanto o canto dos pássaros. Ansiosa, seus olhos vagavam vez ou outra para um dos bancos onde ele deveria estar, mas se encontrava completamente vazio. Ele não podia faltar, pensava ela, era uma apresentação importante e ele prometera que estaria ali pra vê-la. Mal imaginava ela, onde ele se encontrava agora.

Mesmo com o braço direito enfaixado e inutilizável ele era rápido, ágil e forte como nenhum humano jamais seria, e desenvolvera uma habilidade invejável com o braço esquerdo, portanto destruir as criaturas em seu caminho não era um problema. Embora fossem muitos, seus golpes eram certeiros e fatais e em questão de minutos, os corpos sem vida das criaturas se desfaziam como fumaça no ar. Sem deixar nenhum vestígio do que ocorrera ali, ele então seguiu seu caminho, correndo pra cumprir sua promessa.
Ao finalizar o hino, a jovem recebeu uma grande salva de palmas por sua maravilhosa apresentação, mas apenas a opinião de uma pessoa realmente lhe importava e seu coração se encheu de alegria quando olhou novamente pra um dos bancos e o viu sentado de seu jeito largado lá. Apesar de estar um pouco cansado pela corrida, não pôde evitar sorrir quando seus olhos se encontraram com os dela, e ela retribuiu o gesto um pouco envergonhada. A garota agradeceu a platéia com uma pequena reverencia e logo em seguida se retirou discretamente pelo canto da igreja.

Enquanto esperava que ela - o único motivo pelo qual estava ali - voltasse, ele foi obrigado a ouvir o sermão do Papa, mas ele não sentia-se confortável ali, não se encaixava, tanto por seu comportamento quanto por sua aparência e suas vestimentas, ele era um guerreiro, não um homem de fé, e se incomodava com a forma como Creedo, em pé logo atrás do Papa, o encarava, bem como um homem sentado ao seu lado. 
— 2.000 anos atrás o cavaleiro Negro Sparda, enfrentou seus irmãos demônios e brandiu sua espada para o bem da humanidade — disse o Papa, sua voz ecoando pela igreja. — Apesar de seus corajosos esforços em nossos nomes, temo que alguns tenham esquecido esse grande sacrifício. No caso de se repetirem os acontecimentos que motivaram a fusão do mundo humano e o demoníaco, nós, humanos fracos, teríamos que assumir nossa fragilidade e aceitar nossa rendição. 
Ele tentava insistentemente se concentrar na música que soava de seu fone de ouvido e não naquelas palavras quando ela finalmente apareceu, com seu longo vestido branco e os cabelos loiros presos num rabo de cavalo. Ele pressionou o fone de ouvido com um pouco mais de força contra a orelha, fingindo não dar importância a sua presença, a verdade é que gostava dela embora não soubesse bem como demonstrar, lutar contra demônios lhe parecia bem mais fácil do que dizer a ela como se sentia.

Ela baixou os olhos para o espaço vazio no banco ao lado dele e viu que havia uma pequena caixa de presente azul com um laço, cuidadosamente pousada ali, ele espiou pelo canto dos olhos enquanto ela a pegava e a segurava contra o peito com um leve sorriso antes de se sentar ao lado dele no banco. 
— E rezar para que, no caso do caos e a escuridão voltarem, nosso misericordioso Salvador nos proteja dessa tempestade — continuou o Papa — Vamos rezar!
Todos na igreja juntaram as mãos, abaixaram a cabeça e começaram a rezar. Olhando em volta e sentindo-se incomodado ele retirou o fone do ouvido e se levantou pronto pra ir embora. 
— Joe — Demi chamou baixo o observando um pouco confusa — o que há de errado?
— Quero sair daqui — ele respondeu.
— Mas não acabou ainda... 
— Todo esse sermão está me fazendo dormir — respondeu mal humorado voltando a caminhar em direção a saída.

Demi se levantou também, indo atrás dele e ficou confusa quando ele parou no meio do caminho. Parada logo atrás dele, ela não pode ver que ele observava o braço enfaixado, que começava a brilhar levemente com uma luz azulada, perceptível atrás da luva de couro e da tipóia que o sustentava. Era um mau sinal, ele sabia. Aquilo sempre acontecia quando havia perigo por perto, como uma espécie de aviso sempre que algo ruim estava prestes a acontecer. Instintivamente ele olhou pra cima e Demi fez o mesmo, um segundo antes de ouvirem um barulho alto e algo quebrar a vidraça no teto da igreja. Despencando do céu, vindo do nada, um homem pousou sem nenhum arranhão sobre o altar onde o Papa estava, e sem nenhuma palavra, puxou sua pistola num movimento rápido, lançando um sorriso de escárnio ao velho assustado a sua frente, disparando um tiro, acertando em cheio a testa do Papa que, ao ser atingido caiu para trás, já sem vida. Houve um momento de silencio e choque, enquanto todos observavam assustados o homem se erguer e se virar pra encarar todos ali presentes, o rosto pálido manchado de sangue, então o pânico se instaurou.

— Sua Santidade! — Creedo gritou. Os cavaleiros presentes, desembainharam suas espadas, observando o assassino se erguer sem se abalar com o caos atrás de si. Todos saíram de seus lugares, correndo desesperados em direção à saída, gritando assustados, loucos pra salvar suas vidas, tropeçando uns nos outros no processo e causando um tumulto cada vez maior. Joe, ainda com Demi atrás de si, completamente assustada observou por um momento o causador da confusão, com seu sobretudo vermelho, olhos ferozes e uma enorme espada com uma caveira entalhada, enfeitando o cabo. 
Os soldados da Ordem logo o cercaram, e então um combate sangrento se iniciou. O homem saltou antes que qualquer um deles pudesse reagir, acertando um chute tão forte em um dos homens que o fez atravessar o salão voando e se chocar contra os bancos. Um segundo soldado investiu contra ele, que aparou o golpe facilmente com sua estranha espada e defendeu-se de um terceiro soldado que tentava lhe pegar desprevenido com um golpe pelas costas, mas ele novamente se esquivou e chutou o homem com força pra longe, se chocando contra outro de seus colegas e despencando no chão desacordado. Outro soldado foi derrubado no chão, o homem pisou em seu peito antes de enterrar a espada, sem dó, em seu corpo.

Joe finalmente se moveu, segurou a mão de Demi com força na sua e a puxou as pressas na direção da saída, o movimento brusco e inesperado a fez soltar a caixinha de presente que ganhara de Joe e ela observou enquanto corria aos tropeços ela cair no chão e ser pisoteada por uma das pessoas que fugia. Ela hesitou por um momento, mas Joe a pôs a sua frente e a empurrou em direção à saída. 
Creedo correu até o corpo do Papa, que jazia inerte no chão frio e se abaixou ao seu lado.
— Não... — murmurou, encarando o corpo com desespero. 
Enquanto isso, a batalha continuava: mais soldados apareciam para tentar parar aquele homem, mas um por um eram derrubados de forma rápida e horrenda, como quando ele enterrou sua espada na barriga de um deles, fazendo-a atravessar seu corpo sem resistência e ainda com o homem pendurado em sua espada a utilizou pra acertar os outros que o cercavam, até jogá-lo pro alto com tanta força que acertou uma coluna perto do teto da igreja, fazendo-a se quebrar e pedaços de concreto despencarem no chão, fazendo o piso do mesmo se rachar. Até que enfim não havia sobrado mais nenhum soldado, somente Creedo permanecera, apoiando o corpo de Sua Santidade em seu colo sem acreditar que aquilo estava mesmo acontecendo.
Antes de conseguir alcançar a saída, Demi que ainda corria olhou pra trás e viu o assassino se aproximar sorrateiramente de seu irmão mais velho Creedo, que estava distraído. Ela parou, soltando a mão de Joe antes que ele pudesse impedir e correndo na direção do irmão numa tentativa inútil de ajudá-lo.
— Creedo! — ela gritou.
— Demi! — Joe gritou, tentando impedi-la. 
O último soldado, ainda vivo, fez uma ultima e inútil tentativa de ferir o assassino, atacou-o com toda sua vontade, mas seu golpe foi facilmente defendido e o impacto das duas espadas empurrou o homem pra longe, fazendo com que o corpo dele batesse com força contra Demi que corria em direção ao irmão e ela caísse atordoada no chão. O assassino se aproximou dela lentamente, a observando com seus olhos cruéis enquanto ela tremia de medo.
Tomado por uma nova fúria e seu instinto protetor ao ver Demi em perigo, com um grito de raiva Joe correu em direção ao assassino, impulsionando o corpo no ar e acertando um poderoso chute em seu rosto que fez o mesmo atravessar o grande salão voando, dando um mortal ainda no ar, Joe aterrissou no chão de joelhos e sem perda de tempo puxou sua arma, disparando dois tiros. O assassino, que ainda atravessava a sala como um raio rebateu as balas com sua espada, pousando logo em seguida, sem nenhum arranhão, sobre a cabeça da enorme estátua de Sparda no fundo da igreja. 
Ainda tomado pela fúria, Joe deu um poderoso salto, alcançando facilmente a altura onde o assassino se encontrava - coisa que nenhum humano jamais poderia fazer - que já puxava sua espada pra tentar acertá-lo, mas antes que pudesse fazê-lo, Joe deu um chute com toda sua força no cabo, enterrando a mesma na cabeça da estátua, então os dois caíram juntos, até estarem em pé sobre os braços da figura, apontando suas armas um pro outro de forma desafiadora.
— Joe! — Demi gritou assustada observando os dois enquanto se levantava do chão, ela deu alguns passos em sua direção, mas Creedo se pôs em seu caminho, a impedindo de se aproximar.
— Demi, vá com seu irmão e saia daqui. — ele respondeu sem desviar os olhos do homem à sua frente. 
— Eu voltarei com ajuda — Creedo gritou para Joe. — Mantenha-o ocupado enquanto isso. 
Então arrastou a irmã às pressas para fora da igreja, correndo para buscar ajuda, enquanto alguns soldados carregavam o corpo sem vida do Papa para fora. 
— Eu não vou perder tempo. — Joe murmurou balançando a cabeça de forma que o fone em volta de seu pescoço caísse a metros a baixo, no chão. Sem esperar mais, disparou um tiro na direção do rosto do assassino que apenas se abaixou para desviar e Joe atirou de novo, dessa vez mais embaixo, porém ele se esquivou mais uma vez, dando um salto no ar. Tomando impulso, Joe saltou também antes que ele pudesse alcançar o chão e voando em sua direção prendeu as pernas em sua cintura.
O assassino apontou uma de suas armas para o rosto dele, mas Joe desviou do tiro inclinando o corpo para o lado e imobilizando o braço dele com uma das pernas. O assassino tentou de novo com a mão livre, porém Joe segurou a arma com os dentes e puxou a sua própria, mas o tiro passou direto. Ainda no ar, sem ter tocado o chão, o homem impulsionou o corpo pra baixo, obrigando Joe a soltá-lo, mas antes que pudesse fugir, Joe agarrou-o pelo sobretudo e girou seu corpo no ar, o empurrando contra a estátua, e ele pousou sobre ela como um gato.
Joe pisou sobre o cabo da espada enterrada nela, arrancando-a de forma brusca e despencando até conseguir parar sobre os braços da estátua, o assassino alcançou sua espada ainda no ar e sem perder tempo deferiu um golpe contra Joe que defendeu com a ponta da arma. Mas o impacto o fez cair, rolando pelo pequeno espaço entre o corpo da estátua e a enorme espada de metal que ela segurava até finalmente conseguir se apoiar com as pernas e olhar pra cima em busca do assassino que ainda estava parado sobre a cabeça da estátua. 
Joe disparou mais um tiro, porém o assassino saltou antes que o acertasse, pousando habilmente no cabo da espada gigante. Com as costas apoiadas no corpo da estátua e os pés sobre a espada, Joe esticou o corpo, usando toda sua força e fazendo as mãos da estátua se quebrar e a enorme espada de metal começar a despencar no chão. Joe correu pelo objeto em movimento em direção ao assassino que se encontrava em pé sobre o cabo tranquilamente e tentou acertar novamente um tiro nele, mas o mesmo se esquivou e os dois saltaram para trás, para longe da enorme espada antes que ela atingisse o chão, juntando-se com os escombros da mão da estatua.
Caindo de pé no chão, Joe ergueu novamente sua arma e a apontou para o estranho, naquele momento pôde perceber a semelhança entre eles. Apesar de mais velho, eles tinham o estilo muito parecidos, o rosto, o cabelo longo atingindo o começo da nuca, quase idênticos, se não fosse pelos olhos verdes e as roupas diferentes, poderia se dizer que eles eram pai e filho, ou até irmãos. 
— Você tem uma noção de como se joga — Joe murmurou irritado. — e isso está começando a me irritar. 
Joe disparou o ultimo tiro de sua arma e com um rápido movimento a recarregou, mas quando se virou o assassino não estava mais ali, estava parado bem atrás dele, com a espada apoiada no ombro e não parecia nenhum pouco cansado ou preocupado.
— Parece que isso não vai funcionar — ele comentou guardando a arma e dando um chute na espada de um dos guardas que estava fincada no chão, pegando-a no ar com sua mão livre em um movimento habilidoso e a fincando no chão novamente, girando o cabo como se ela fosse uma moto e estivesse dando “partida”. 
— Para que você carrega uma espada como essa, se você não sabe usá-la? — Joe ralhou. O homem ergueu o queixo em um gesto superior, ignorando sua provocação e calmamente abaixou a espada, deixando a ponta encostar-se no chão, esperando que o garoto atacasse. Com um grunhido irritado, Joe partiu para cima dele. O tilintar das espadas preenchiam a igreja, e a força que cada um deles colocava sobre suas armas eram tão intensas que eles mal conseguiam se manter em pé.
Com mais alguns golpes certeiros, o mais velho desarmou o jovem, investiu a espada sobre Joe novamente que ergueu o braço enfaixado instintivamente pra se proteger, fazendo assim que a ponta da espada o atingisse e com uma explosão de luz e ar, os bancos da igreja voaram para longe e a luva e a tipoia ficaram em farrapos, revelando seu braço demoníaco. 
— Hm, você tem um truque na manga — disse o assassino, observando seu braço. 
— Pensei que o gato tinha comido sua língua. – murmurou Joe, ofegante pela luta intensa, seu braço liberando pequenas cargas de eletricidade, como se tivesse entrando em curto. — Mas se você está procurando por truques... – Joe murmurou raivoso, fechou a mão fazendo com que seu braço brilhasse. — experimente isso! — o empurrou para longe fazendo com que ele parasse do outro lado. Ele derrapou e se levantou calmamente. 
— Parece que você também é um... — murmurou se virando para ele, a tempo de ver uma mão completamente azul - projetada como uma sombra e controlada pelo braço demoníaco de Joe - segurando a espada da estatua e lançando-a em sua direção, acompanhado de seu grito de raiva. O mais velho apenas inclinou á cabeça um pouco para o lado, deixando a espada gigante passar por ele e atingir a parede atrás de si.

— Odeio interromper, mas quero acabar logo com isso antes que a cavalaria chegue. — disse abrindo e fechando a mão direita algumas vezes enquanto se preparava para atacar novamente. Dessa vez apenas lutando com o seu braço amaldiçoado, a luta terminara mais rápida, defendeu mais um golpe do mais velho e a espada dele ficou grudada em seu braço, com um grunhido de raiva, lançou-o para frente, fazendo-o cair em um dos bancos e com o seu peso arrastá-lo para trás, o assassino se equilibrou antes que o banco caísse para trás, fazendo com que ele voltasse para frente ficando na posição certa, fincou a ponta da espada no chão e sorriu de lado para o garoto. Ele cruzou as pernas, relaxado. 
— Então você sabe jogar, uh? — disse e encostou-se ao banco de seu jeito mais folgado. — Certo, acho que tenho algum tempo livre para acabar com você. — apontou para ele com a espada, Joe bufou e olhou para o lado, caminhando até a espada fincada no chão. 
— Garoto durão uh? — murmurou pegando a espada e a apoiando no ombro, a lamina atrás da cabeça. – Bem... — Joe chutou o banco em sua direção e antes que o atingisse, eles saltaram no ar e se golpearam com as espadas, cada um caindo para um lado, o mais velho pousou perfeitamente no chão, enquanto Joe pousou em cima da pilha de bancos, ficando agachado no topo dela, com a espada repousada no ombro.

— Acho que vou ter que descer aí e por você para dormir um par de noites. – disse enquanto o mais velho se virava e caminhava em sua direção lentamente. 
— Se você diz, criança. – provocou. Joe partiu para cima dele, largou a espada no meio do caminho e deixou a fúria o dominar e a direcionou completamente para seu braço, lutando incessantemente contra aquele homem desconhecido, ele se manteve firme desviando de alguns golpes e o atingindo algumas vezes com a espada, Joe derrapou para trás, pegou impulso correndo na direção do adversário e socou sua espada que ele estava usando como escudo, o lançando longe, pegando-o no ar pelo pé e socou seu peito jogando-o no chão fazendo o mesmo se rachar e a espada do assassino voar para alguns metros à frente, fincando no chão. Continuou dando socos e mais socos no rosto do homem, que nem ao menos se machucava, sem que percebesse, o braço dele havia ficado como o seu por alguns instantes, com um grunhindo de ódio o pegou pela gola da camisa e o lançou na estatua, lançando sua espada logo em seguida fazendo-a atravessar o peito do homem, prendendo-o ali. Ofegando pelo esforço, se recompôs, olhando sua “obra”. 
— Nada mal — ofegou novamente, recuperando o fôlego e se preparando para ir embora.
— Pode ser que eu tenha subestimado suas... — Virou-se novamente ao ouvir o homem e o observou se apoiar na estátua e lentamente se impulsionar para frente, se libertando de onde estava preso com a espada ainda atravessada no corpo e parando a sua frente. — habilidades — terminou.
— Você não é humano, certo? — perguntou, ainda o observando. O mais velho ofegou um pouco, dando alguns passos.
— Nós somos os mesmos... Você... — segurou a espada com as duas mãos e lentamente a retirou de seu peito, fazendo uma poça de sangue abaixo de seus pés. — e eles. — terminou apontando para os soldados mortos perto deles. Joe olhou com surpresa para os corpos dos soldados no chão, com olhos laranja e a boca aberta mostrando os dentes pontudos, horrível. — Mas acho que você tem algo diferente dos outros. — disse e quando Joe se virou para olhá-lo ele estava sentado na vidraça quebrada pela qual entrou antes de atirar no Papa. 
— Do que você está falando?
— Você descobrirá em breve, mas antes tenho algumas coisas para resolver — disse se levantando e sumindo.
— Ei! — gritou e logo em seguida atirou para chamar sua atenção. 
— Adios, garoto — reapareceu pra sumir novamente. 
Joe continuou observando a vidraça quebrada, até ouvir os reforços que Creedo mandara se aproximando, então escondeu novamente o braço.

Fim do Capítulo

Chaper Two

Creedo caminhava lentamente pela igreja, observando tudo em volta com atenção. A igreja estava completamente destruída por dentro, vidraças e bancos quebrados espalhados por todos os lados, pedaços de concreto das paredes e do teto, partes do chão haviam afundado e nem mesmo a estátua de Sparda no fundo da igreja havia sobrevivido, estava completamente deformada, parecia simplesmente impossível que apenas dois homens tivessem conseguido fazer tanto estrago em uma luta, aquilo certamente era no mínimo muito estranho, mas ele não fez perguntas, apenas observou.
Joe estava quieto em um canto da igreja quando viu Demi atravessar o salão com dificuldade, usando toda sua força pra arrastar de forma desajeitada uma enorme caixa de metal, certamente pesada. Ele caminhou até ela, pondo a mão gentilmente em seu ombro, o braço direito estava agora escondido sobre a manga do sobretudo pra que ninguém pudesse ver como ele realmente era.
— Isso é para mim? — ele perguntou.
— Creedo pediu — Demi explicou. — Ela anseia pelo seu toque.
—Obrigado — ele agradeceu pegando gentilmente a caixa da mão dela — Esta espada é a melhor companheira de batalha que um espadachim poderia desejar.
Utilizando apenas a mão esquerda ele puxou a enorme caixa e a pousou no chão com facilidade, como se não pesasse absolutamente nada, se abaixou a sua frente, abrindo-a e se concentrou em arrumar a sua nova espada. Demi o observou distraído por um momento, então lembrou-se de uma coisa e olhou em volta, seus olhos procurando pelo cenário de destruição até que encontrou o que queria do outro lado do salão, caminhou calmamente até lá e se ajoelhou.
A caixinha de presente que Joe havia lhe dado mais cedo estava jogada ali, amassada e pisoteada por conta da confusão e ao seu lado havia um lindo colar de ouro, com uma miniatura de anjo de quatro asas com um cristal vermelho no centro. Ela o segurou com todo cuidado, olhando com atenção e sorrindo consigo mesma enquanto o coração disparava no peito.

Joe é um órfão que fora criado por Demi e Creedo e nunca soube quem eram seus verdadeiros pais, e como crescera com ela, fora se apaixonando aos poucos pelo seu jeito doce, o sorriso gentil e beleza delicada, porém nunca soube como falar ou demonstrar isso e optou pela indiferença, escondendo seus verdadeiros sentimentos quase que o tempo todo, afinal ele era um guerreiro, acostumado a batalhas e violência, era difícil ser gentil embora em alguns momentos acontecesse naturalmente, pois a doçura dela era contagiante. Demi não era muito diferente, mas não sabia ao certo o que exatamente sentia por Joe, achava que talvez estivesse confundindo as coisas por ter ajudado a criá-lo, eram praticamente irmãos, era um absurdo ela sentir qualquer coisa a mais, o que Creedo pensaria disso? Porém ela não conseguia impedir que seu coração disparasse toda vez que estava perto dele.
— Castelo Fortuna, então? — ainda ajoelhado no chão Joe apoiou a ponta de sua espada no chão — Foi o que disseram as testemunhas. Esse cara acaba de chegar do inferno, e já está visitando locais turísticos — disse debochadamente girando o cabo da espada como se esta fosse uma moto e estivesse dando partida.
— Você parece estar calmo nesse momento de crise? — Creedo parou de caminhar e se virou pra encará-lo claramente nervoso por conta dos últimos acontecimentos.
Joe se levantou do chão, apoiando sua espada sobre o ombro e olhando pra Creedo em silêncio.
— Você deve capturá-lo — disse seriamente.

— Acredite em mim, eu o irei fazê-lo — Joe garantiu confiante.
Embora estivesse nervoso, Creedo sabia que não havia ninguém melhor que Joe para cumprir aquela tarefa.
— Por favor, tenha cuidado — Demi pediu com preocupação — Você não está completamente recuperado.
Demi não sabia a verdade sobre o braço de Joe e ainda se preocupava que pudesse se machucar tentando lutar com o braço que segundo Joe ainda não havia se recuperado completamente do incidente. Ele não gostava de mentir pra ela, mas não via outra opção se não essa, não estava pronto para contar a verdade, tinha muito medo do que ela iria pensar.
— Não temos tempo e o dever chama — ele se virou para olhá-la e por um segundo sua fachada de garoto durão desapareceu ao ver o cordão no pescoço dela, não pode evitar sorrir, tinha ficado perfeito como ele imaginou.
Demi sorriu e corou envergonhada com o olhar dele, brincando com o pingente do cordão um pouco nervosa. Joe chegou um pouco mais perto, até que estivessem frente a frente.
— Não posso passar adiante uma emergência — até gostaria de poder ficar, mas precisavam dele.
— Devo retornar ao quartel e reportar — Creedo avisou se dirigindo a saída da igreja.
Por um momento Joe e Demi ficaram ali sozinhos, olhando nos olhos um do outro e sorrindo, porém um estranho tremor repentino chamou sua atenção e eles correram pra fora da igreja pra descobrir o que estava havendo.

Eles desceram juntos a enorme escadaria da igreja, a primeira vista tudo parecia perfeitamente calmo e normal.
— Alguém me ajude! — ouviram um grito assustado vindo de algum lugar à frente, Creedo puxou sua espada, se preparando pra qualquer coisa que viesse. Joe parou de andar, estendendo o braço indicando a Demi que ficasse atrás dele por precaução, ela segurou no braço dele, olhando em volta apreensiva.
Eles observaram em silencio um homem surgir cambaleando por de trás da fonte no pátio principal, o homem despencou no chão e logo atrás veio uma estranha criatura que Joe conhecia bem, tinha destruído várias delas mais cedo pra tentar chegar a tempo à apresentação de Demi. A criatura tinha uma forma estranha, era como se o demônio tivesse possuído um monte de retalhos e tinha um braço laminado, como a foice de um carrasco, que enterrou sem dó no corpo do pobre homem que gritou de dor, o arrastando pra longe, só pra depois jogar o corpo sem vida de volta.
E então o caos começou, outros moradores apareceram correndo desesperados, tropeçando uns nos outros, gritando de medo enquanto muito mais daquelas criaturas apareciam do nada, assassinando qualquer um que aparecesse no caminho sem dó nem piedade, espalhando sangue pra todos os lados.

— É ele... ? — Joe perguntou querendo saber se o assassino do Papa tinha alguma coisa haver com aquela confusão toda.
— Eu... Não tenho certeza — Creedo respondeu incerto.
Joe olhou pra trás por um instante, para o rosto assustado de Demi que ainda segurava seu braço com força e sentiu o sangue ferver de raiva, ela não devia ter que presenciar nada daquilo.
— Creedo, cuide da Demi — murmurou se afastando gentilmente dela e segurando o cabo da espada pendurada em suas costas — Eu faço isso!
Sem perda de tempo ele avançou pra cima das criaturas, afastando-as das pessoas, destruindo várias delas de uma vez com apenas um golpe certeiro da espada. Enquanto isso Creedo e Demi ajudavam as pessoas assustadas a escapar do local.
— Nós devemos evacuar os moradores de volta ao quartel — Creedo disse — Reporte de volta o mais rápido que puder, e tenha cuidado.
— Eu já tenho — Joe respondeu com um sorriso confiante, acertando outro dos demônios em cheio.
— Demi, corra! — Creedo ordenou — Vá com os outros.

Demi estava correndo pra saída junto com os outros quando viu um pouco mais a frente um menino chorando, provavelmente teria se perdido da mãe na confusão, logo atrás dele vinham mais algumas daquelas criaturas horríveis. Sem pensar duas vezes Demi correu até o menino pra ajudá-lo, mas não havia pra onde correr, os três demônios saltaram na direção do menino e Demi o abraçou, se pondo no caminho e fechando os olhos com força a espera do ataque. Porém um segundo antes de conseguirem acertá-los Joe apareceu, se pondo entre Demi e as criaturas e transformando-as em fumaça com um único golpe de sua espada.
— Vá! Saia daqui — ele ordenou.
— Joe — ela olhou pra trás com espanto e logo em seguida pegou o menino e correu pra longe dali.
Joe sorriu enquanto via Demi se afastar em segurança, e pendurando a espada de volta nas costas um momento se virou de novo para os demônios, erguendo a manga do sobretudo e revelando seu braço amaldiçoado, que na verdade Joe já não achava tão horrendo e estranho quanto antes, tinha uma aparência escamosa, como a pata de um dragão, com algumas frestas de luz azul começando no cotovelo, passando pelo braço, atingindo a palma e as costas da mão, terminando na ponta dos dedos que eram pontudos como garras.

— Não tão rápido... — ainda sorrindo, ele esticou o braço pra trás e agarrou uma das criaturas pela perna, usando-a pra bater em outras três que se aproximavam e as jogando longe com tanta força, que o choque contra um dos muros da igreja fez tudo desmoronar, bloqueando a passagem por onde Demi e os outros tinham fugido.
Com um movimento ele jogou mais três criaturas pro alto e puxou a espada, cortando cada uma delas antes que pudessem tocar de novo o chão. As criaturas eram muitas e rápidas, mas nenhuma delas era páreo para Joe, a espada era como uma parte do corpo que ele controlava muito bem, e o braço amaldiçoado tornava tudo ainda mais fácil.
— Não está nada mal — ele sorriu olhando pro próprio braço, era a primeira vez que o utilizava assim e não o mantinha escondido de todos, na verdade era até mesmo divertido e em questão de poucos minutos não havia sobrado nenhuma criatura pra contar história.
Como uma das saídas agora estava bloqueada pelos destroços do muro Joe teve que encontrar um caminho alternativo pra conseguir continuar sua caçada ao assassino do Papa. Depois de pensar por um minuto ele lembrou da outra saída nos fundos da igreja, as ruas estavam completamente vazias, exceto pelas criaturas que apareciam em toda parte, mas Joe lidava com elas facilmente.

Depois de pensar por um minuto ele lembrou da outra saída nos fundos da igreja, as ruas estavam completamente vazias, exceto pelas criaturas que apareciam em toda parte, mas Joe lidava com elas facilmente. O primeiro imprevisto ocorreu quando ele precisou atravessar uma ponte levadiça que levava até o outro lado do rio, ele foi até a sala de controle e achou facilmente o equipamento que controlava a ponte, o problema é que não estava funcionando, talvez fosse velho demais. Joe apertou todos os botões do painel e nada aconteceu, a luz continuava vermelha e a ponte elevada.
— Droga — resmungou dando um tapa no painel.
Ele se virou pra ir embora, mas antes de atravessar a porta puxou sua arma e deu um tiro no painel, houve uma pequena explosão, mas pra sua surpresa a luz mudou do vermelho para o verde e a ponte começou a baixar, ele sorriu sozinho.
Tirando mais algumas poucas criaturas o caminho estava sendo tranquilo e Joe não conseguia parar de pensar em Demi, preferia estar com ela em qualquer lugar do que perseguindo um assassino que nem mesmo era humano, mas tinha um dever a cumprir e estava curioso para descobrir mais sobre ele, e sobre si mesmo também, aquele homem parecia saber de muita coisa, coisas que mesmo temendo Joe também precisava saber, como a sua origem e o que ele era de verdade. Quem diria que ele poderia se transformar em uma das criaturas que tanto repudiava.

Já era noite quando Joe chegou a um vilarejo abandonado, analisou o grande paredão parecendo de aço com alguns desenhos entalhados, o primeiro portão do inferno.
— Deixe-me adivinhar... Mais demônios. — murmurou, caminhando até o que parecia ser a rua principal do lugar sem tirar os olhos do portão. Parou um pouco escondido ao lado de uma casa desgastada pelo tempo e ao que parecia por fogo também, um pequeno terremoto começou, uma fenda se abriu no paredão e de lá saltou um centauro de fogo com cabeça de touro segurando uma enorme espada, ao pousar no chão deixou as casas à sua volta em chamas, Joe permaneceu no mesmo lugar sem se deixar abalar, se abanando por conta do calor repentino.
— Ahhh, o mundo humano, já faz algum tempo... — disse o centauro com sua voz grave e rouca – típica de monstro ou demônio – ele caminhou pela rua calmamente e Joe fez o mesmo no sentido contrário, assim que estavam afastados um pouco mais, Joe retirou a espada das costas encostando a ponta no chão e a girando jogando uma rajada de ar com o movimento e apagando o fogo das casas, finalmente chamando a atenção do enorme centauro.
— Que interessante... — o centauro disse se virando para ele, Joe também se virou.
— Fogo faz mal para a pele. Eu queimo fácil, nunca me bronzeio. – encolheu os ombros, como se tivesse conversando com um velho amigo.
— Quando eu vim a este mundo, 2.000 anos atrás, não havia nenhum ser humano como você. — disse parando um pouco mais perto dele.
— E porque não espera outros 2.000? — Joe retrucou. Com um grunhido de raiva o centauro investiu sua enorme espada contra a de Joe que investiu a sua também fazendo com que as pontas de ambas se chocassem, segurando a posição por alguns minutos e ambos recolheram a espada.
— Criatura inútil, você irá sofrer a ira de Berial! Eu, o conquistador do Fogo do Inferno! — ele soltou um rugido alto, iniciando a luta.
*************
Joe terminou a luta com um último soco com seu braço demoníaco, fazendo Berial derrapar para trás.
— Seu braço... Você não é humano! — disse, se levantando.
— Não pergunte. Essa coisa maldita está me deixando louco. — disse mexendo o braço e o olhando, começando a aceitar sua diferença, mas se não fosse por seu braço, poderia tentar dizer a Demi o que sentia, sem se preocupar se ela o acharia um monstro por ser meio demônio.
— Você é exatamente como ele era... — Berial disse, o olhando.
— E “ele” seria...?
— Eu preciso recuperar meus poderes... — desconversou e com um rugido se tornou uma bola de fogo , girou no mesmo lugar por alguns segundos antes de se direcionar para o primeiro portão do inferno.
— Ei! — Joe gritou antes que ele entrasse completamente, mas foi em vão. Ele olhou em volta, frustrado e pôs as mãos na cintura, observando o rastro de fogo que Berial havia deixado para trás.

Fim do Capítulo

Bom amores estou pelo computador da minha mãe e postei a nova historia mas irei continuar com Anjo da Noite para quem gosta... Nao vou postar mas do que 2 capitulos da nova historia porque nao tenho muitos capitulos no meu computador se der posto mas 2 dessa historia amanha ... E irei  pegar mas capitulos de Devil May Cry para poder postar bastante capítulos ok? beijos amores

Anjo da Noite = Capítulos Novos


Capítulo 13 – Sensações


Eu acordei assustada, alguém me sacudindo delicadamente. Abri os olhos... Era a Selena, ela me olhava com um meio sorriso no rosto.

_O que você pensa que ta fazendo?_ eu perguntei irritada.
_Você vai dormir o dia inteiro é?
_Que horas são?_ eu sentei na cama de repente alarmada.
_Onze e meia_ ela disse.
_Onze e meia?_ eu repeti exaltada e levantei da cama num pulo.
_Agora você resolve levantar_ ela zombou.
_Por que você não me acordou?
_Eu acabei de te acordar_ ela avisou.
_Engraçadinha_ eu murmurei enquanto abria o guarda roupa apressada.
_Seria muita idiotice de minha parte perguntar por que tanta pressa?
Eu apenas a encarei por um instante.
_Ta bem, é sim. Eu te ajudo a achar uma roupa.

Ela me ajudou a decidir o que vestir e não parou de me zoar por causa da minha pressa. Eu nem sequer era capaz de disfarçar.

_Como estou?_ perguntei nervosa.
_Você parece uma criança Demi.
_Criança? O que tem de...
_Não, você esta linda querida, o vira-lata vai babar. Eu quero dizer que você parece uma criança pela sua ansiedade, esse seu nervosismo_ ela explicou.
_Eu sei que pareço_ admiti meio derrotada_ mas é que... Eu nunca me senti assim antes. Ele faz eu me sentir viva, humana. 
_Que bom, fico feliz_ ela sorriu_ agora é melhor você ir.
_Obrigada amiga.

Eu dei um rápido abraço nela e sai feito uma louca do quarto, esbarrando na minha mãe no caminho, ela me perguntou aonde eu ia e menti facilmente, ela é óbvio acreditou e disse que não deveria me preocupar com nada. Eu realmente me sentia uma criança, mas quem se importava?
Narrado pelo Joe

Eu estava sentado na beira do lago, os minutos pareciam passar tão devagar enquanto eu esperava por ela. Então ouvi seus passos suaves atrás de mim e não pude conter o sorriso que surgiu em minha face quando me virei pra olhá-la. Ela estava parada ali, em pé, sorrindo. Incrivelmente linda usando um short e botas pretas. Sua blusa branca era sem mangas e ela usava aberta, deixando uma parte de seu sutiã vermelho amostra. Tinha uma fita amarrada abaixo do seio, como um sinto e também usava luvas. Seus cabelos estavam soltos e meio ondulados e seus olhos brilhavam com uma excitação que eu conhecia bem, era igual a minha.

_Oi_ eu sorri largamente.
_Oi_ ela respondeu igualmente sorridente.

Ela andou calmamente e se sentou ao meu lado.

_Demorei muito?
_Não, eu acabei de chegar_ menti convencionalmente, na verdade eu já estava esperando há algum tempo, mas ela não precisava saber disso.
_Acordei meio tarde, se a Selena não tivesse me chamado ainda estaria dormindo_ ela contou.
_Ela sabe que...
_Sabe, ela e o Nick sabem de tudo.
_E o que eles acharam disso?
_Bem, eles acham que eu sou louca mais querem me ver feliz_ ela ergueu os ombros.
Eu apenas sorri.
_Você contou pra alguém?
_Não, mais esta meio difícil de esconder do meu irmão, ele me conhece muito bem e a minha desculpa não ta mais funcionando. Ele vai acabar descobrindo.
_E como você acha que ele vai reagir?
_Não sei, o Kevin é muito imprevisível. Esta sempre de bom humor, mais sabe quando levar as coisas a sério. Mas as reações dele ao que digo são um mistério. Ele nunca faz o que eu espero.
_Bom, é só esperar pra ver no que essa nossa loucura vai dar.
_Não é loucura... É amor.
_O amor é uma loucura_ ela fez uma careta.
_Acho que sim.

_Então, o que você fazia ontem na floresta?_ ela perguntou tentado mudar de assunto.
_Estava indo fazer minha ronda. A ultima vez que fiz a ronda noturna foi aquele dia que você esbarrou em mim. O Kevin não estava contente de ter que fazer em meu lugar. 
_Imagino que não.
_E você? O que fazia na cidade?
_Trabalho. Meu pai queria que eu mostrasse a Taylor como é o nosso trabalho. Ele quer que ela se envolva mais nos negócios da família_ ela revirou os olhos e se levantou.
_Eu não sabia que você tinha uma irmã. Ela na se parece com você.
_Ainda bem que não_ ela sorriu.
_Vocês não se dão bem? Ela é meio nojentinha_ observei.
_Meio? Se você a conhecesse_ ela sacudiu a cabeça.

Ela se escorou em uma árvore e eu me levantei também, me escorando em outra de frente pra ela.

_Você esta linda.
_Obrigada_ ela pareceu meio envergonhada.
_Posso perguntar uma coisa?
_Claro.
_Quando meu pai estava me falando sobre você, ele me disse que você já usou suas habilidades nele.
_É verdade_ ela concordou.
Eu era curioso o suficiente pra perguntar_ O que você o fez ver?
_Ele não te contou?
_Ele não quis que eu soubesse, disse que eu tinha que esquecer.
_Bem, realmente é algo que eu quero esquecer.
_Não vai me dizer?
_Se ele não quis que você soubesse, não sou eu que devo contar.
_É tão ruim assim?
_Pra mim sim, eu não gosto de fazer essas coisas, só fiz porque foi extremamente necessário.
_Eu ainda vou descobrir o que foi_ avisei.
_Eu gostaria que não tentasse, não é algo bom. Foi um episodio lamentável.
_Eu sou muito curioso.
_Eu já percebi isso_ ela sorriu.

Eu cheguei mais perto, só parei quando estava alguns centímetros dela, sabia que deveria me comportar mais era extremamente difícil, estar tão perto e não poder tocá-la. 

_Não incomoda você?_ ela perguntou de repente.
_O que?_ perguntei confuso.
_Meus olhos. As pessoas não conseguem me encarar muito tempo, elas se intimidam.
_Na verdade não. Eu os acho lindos, como todo resto.
_Lindos? 
_É.
_Você é a primeira pessoa que me diz isso. Nem mesmo meus pais ou a Sel, até eles ficam desconfortáveis me olhando muito tempo.
_Eu simplesmente não consigo ter medo de você.
_Não deveria mais fico feliz com isso.
_É um absurdo ter medo de um anjo.
_Eu não sou um anjo_ seu sorriso sumiu_ sou um monstro.
_É o meu anjo_ eu continuei mesmo vendo sua expressão de raiva.
_Louco_ ela disse.
_Foi você que me deixou assim_ eu acusei sorrindo.

Ela sorriu de volta e andou pra longe de mim, indo novamente pra beira do lago.

_Eu pensei que vira-latas não gostavam muito de tomar banho_ ela brincou.
_É só um mito como todo resto. Eu também achei que vampiros não tomavam banho, não saiam no sol...
_São só historias, nós não dormimos em caixões e o sol não machuca_ seu sorriso aumentou mais.
_Então vocês podem andar a luz do dia à vontade?
_Eu não estou aqui?
_Hoje não esta um dia ensolarado_ eu lembrei.
_Verdade, mas não acontece nada. Vocês não deveriam se transformar só em noite de lua cheia?_ ela se virou pra me olhar.
_Assim não teria a menor graça_ eu ergui os ombros.
_Acho que não_ ela concordou.
_Bom, são só pequenos detalhes. A nossa vida é bem mais interessante que nas historias.
_Mais complicada com certeza_ seu sorriso sumiu.
_Você não gosta muito da sua vida né?
_Quem gosta de ser um monstro?_ ela baixou a cabeça entristecida. 
_Você não é um monstro_ eu andei até ela. 
_Você diz isso porque lhe convém. É nisso que você quer acreditar. Mas não esqueceu do homem que eu matei e da mordida que te dei.

_Não esqueci, mais foi tudo um acidente.
_Só porque eu não quis fazer, não diminui minha culpa. Eu fui criada pra matar, e não foi a primeira vez que tirei uma vida.
_Mas você e sua família renegam sua natureza, matando apenas animais.
_Pode até ser, mais a sede que eu sinto todo dia e a que eu sinto agora não me deixam esquecer o que eu sou de verdade.
_Você não vê o quanto é especial?_ eu insisti.
_Sou pra você mais...
_Chega, eu não quero perder o pouco tempo que temos discutindo por uma coisa tão idiota.
_Idiota?
_É, idiota, nós não vamos concordar, então isso não vai dar em nada. 
_Tem razão_ ela concordou ainda meio zangada.

Eu não resisti e levantei minha mão devagar para colocá-la em seu rosto, ela suspirou e fechou os olhos, repousando seu rosto em minha palma.

_Você é tão linda.
_E você é um burro, o que foi que você viu em mim?
_Não sei explicar, mais me sinto tão bem estando aqui com você_ confessei meio envergonhado.
_Eu também. É tão... Complicado. Uma parte de mim quer te matar e a outra...
_A outra...
_Não suportaria ficar sem você_ enquanto ela falava, sua expressão ia ficando mais triste e ainda mais linda.

Eu cheguei mais perto, sem conseguir me segurar mais e encostei meus lábios delicadamente nos seus. Como da outra vez suas mãos foram pros meus braços, apertando eles com força. A pequena dor que isso causava não era nada comparada com a sensação de poder tocá-la, beijá-la. O beijo foi se aprofundando aos poucos, ficando mais intenso... Ela foi se soltando, perdendo o medo conforme ia passando os segundos. Mas então ela foi se afastando devagar, fazendo uma careta, seus olhos estavam fechados com força e ela não me soltou. Sua respiração estava ofegante como a minha.

_Viu só? Você não me machucou_ eu disse alegre.
_Você é muito teimoso_ ela reclamou mais sorriu levemente. 
_Eu não desisto facilmente_ informei.
Eu olhei pras suas mãos que ainda apertavam meus braços com força. Ela acompanhou meu olhar.
_Talvez eu devesse... _ eu tentei me afastar pra lhe dar um pouco de espaço mais ela não me soltou.
_Espera só um segundo_ ela pediu fechando os olhos de novo. Então suas mãos se afrouxaram devagar. Ela me olhou e sorriu satisfeita.
_Tudo bem?_ eu perguntei.
_Não faça isso de novo esta bem?
_Não posso prometer nada_ falei.

Ela sorriu de novo e então escorou sua cabeça em meu peito, seus braços envolveram minha cintura em um abraço carinhoso. Eu retribui, a abraçando também, sentindo seu doce perfume no ar. O tempo passou voando enquanto estávamos juntos, conversamos mais um pouco, rimos e eu consegui roubar mais um beijo antes que ela fosse embora. Eu não queria que o dia terminasse mais infelizmente tudo que é bom dura pouco.

Capítulo 14 – Rotina


Eu estava estranhamente feliz nesses últimos dias, como se nada pudesse dar errado. Eu ficava um dia em casa e outro com ele, ninguém desconfiava, só o Nick e a Sel sabiam o verdadeiro motivo de minha alegria. 

_Como funcionam essas suas habilidades? Meu pai explicou mais eu não entendi muito bem_ ele perguntou enquanto andávamos pela floresta, sempre curioso pensei.
_Bom, qual delas você quer saber?
_Como é isso de ler pensamentos?_ ele parou de andar e eu o acompanhei.
_Bom, é só eu me concentrar em uma determinada pessoa e eu posso ouvir o que ela está pensando. Como se ela estivesse falando comigo.
_Uau, e... Você já leu a minha alguma vez?_ ele perguntou inocentemente mais eu podia ver a verdadeira curiosidade por detrás dos seus olhos.
_Não, eu não gosto disso. Eu tenho certeza que não ia querer saber tudo que as pessoas pensam e... Elas não gostariam que eu soubesse.
_Foi assim que você soube que o dinheiro do Michael Payne tava certo?
_Exato, se você soubesse o que ele pensou da gente_ eu sacudi a cabeça e ele riu.
_Mas eu estou curioso pra saber se isso funciona mesmo_ ele me encarou sério.
_Qual a idéia?
_O que eu estou pensando agora?

Eu o fitei por um segundo, não sabia se queria fazer isso mesmo. Mas não podia fazer nenhum mal, então me concentrei, ele esperou pela minha resposta.
“Eu te amo” 

_Eu também te amo_ respondi.
Ele sorriu_ Parece que funciona mesmo.

Eu continuei a andar, atravessando o rio, pulando devagar pelas pedras que formavam uma ponte. Me virei pra olhá-lo mais sem parar de andar, ele arregalou os olhos e riu quando me viu andando de costas sem a menor preocupação. 

_Exibida_ ele brincou.
_Você só queria saber da leitura de mentes?_ perguntei rindo de sua expressão.
Ele começou a andar de novo, me acompanhando_ Na verdade não, meu pai também me falou que você vê o futuro.
_É, mais ou menos. 
_Mais ou menos?
_Eu não controlo, as visões simplesmente acontecem. Vem a hora que querem. E eu não tive muitas até agora, porém acertei todas.
_Você pode me dizer o que você já viu?
_Lembra que eu usei minhas habilidades no seu pai?_ perguntei e dei as costas pra ele, pulando das pedras para beira do rio.
_Sim, o que tem?
_Eu previ o aconteceria àquela noite.
_E o que aconteceu exatamente?
_Se eu te contar o que vi, vou ter que contar o que fiz com seu pai e já disse que não vai rolar_ sorri.
_Você é teimosa em? Vai mesmo me deixar curioso?
_Vou sim, o seu pai que deve te contar.
Eu me virei de novo e ele estava parado atrás de mim, seu lindo rosto a poucos centímetros de distancia do meu. Prendi a respiração por instinto, ainda doía ficar muito perto dele.

_Eu vi você controlando o cara aquele dia, mais... Como é que você... Controla as pessoas eu não entendo muito bem_ enquanto ele falava seu hálito fresco bateu em meu rosto e eu quase me desconcentrei.
_Bem, eu... _ me afastei um pouco dele, e desviei os olhos de seu rosto_ Eu só entro na mente das pessoas e consigo que elas façam, vejam e pensem o que eu quero. É difícil explicar.
Ele colocou a mão em meu queixo e levantou meu rosto.
_E... A tal da... Como é o nome?
_Telecinesia? 
_Acho que é isso mesmo_ ele concordou me olhando nos olhos.
_Bem, essa é bem simples e bem legal_ eu sorri e me afastei dele, dando uns passos pra trás_ Ta vendo aquela pedra?_ eu apontei pra uma enorme pedra que estava no meio do rio.
_To sim_ ele afirmou.

Narrado pelo Joe

Ela me lançou um olhar malicioso, levantou a mão na direção da pedra e respirou fundo. Como que num passe de mágica a pedra saiu do lugar e começou a flutuar, como se não pesasse nada. 

_Legal né?_ ela perguntou sorridente.

Eu não disse nada, só fiquei olhando com cara de idiota, sem acreditar. Ela viu minha expressão e caiu na gargalhada.

_Não ri_ eu reclamei_ Isso é incrível.
_Divertido né?
_Você pode mover qualquer coisa?
_Qualquer coisa_ ela afirmou e a pedra caiu de volta no lugar, ela abaixou a mão e se virou pra mim.

Ela não respondeu, ainda sorrindo se aproximou e me deu um selinho demorado. Minhas mãos, sem minha permissão foram pra sua cintura e a puxei pra perto de mim. Suas mãos se prenderam no meu cabelo e sua boca se abriu devagar. Ela correspondeu meu beijo automaticamente, mais depois foi ficando tensa e se afastou devagar.

_Se comporte por favor_ ela pediu sorrindo.
_Desculpe.
_Vamos_ ela pegou minha mão e nós continuamos a andar.

Depois de algum tempo andando, ela resolveu quebrar o silencio.

_Então vira-lata? Você não deveria ser metade homem, metade lobo? Se transformar só em lua cheia e essas coisas?
_Ha, essas coisas não são bem assim_ eu ri.
_Como são? 
_Bem, eu nunca gostei muito de ser um lobisomem, eu choraminguei muito até me acostumar e conformar.
_Porque não gostava?
_Eu não queria ser um monstro_ ergui os ombros_ Eu sempre soube no que me transformaria, mais... Eu dei um pouco de trabalho pro meu pai.
_Eu sei bem como é.
_Mais ai, eu me transformei, foi no meu aniversário de vinte anos_ lembrei_ noite de lua cheia.
_Era noite de lua cheia?
_Bom, agente se transforma quando quer, mais a primeira transformação é em noite de lua cheia. Foi quando eu parei de envelhecer, eu até gostei, achei divertido.
_Espera, vocês param de envelhecer quando se transformam a primeira vez, certo?
_Certo.

_Então porque seu pai é mais velho?
_Bom, quando você fica muito tempo sem se transformar você volta a envelhecer. O meu pai depois de acontecer alguma coisa com ele, resolveu que não queria mais essa vida e parou de se transformar, foi à mesma coisa com minha mãe. Mais não durou muito tempo.
_Ah_ foi só o que ela disse.
_Eu sempre fui bem forte, veloz. É a parte boa da historia e... Eu não tenho pulgas_ ri.
_É bom saber_ ela riu junto comigo_ é sempre nessa idade? Vinte anos?
_Não, varia entre dezoito e vinte cinco. Depende muito da pessoa.
_Tem razão, é bem mais interessante que nas histórias.

E assim se passou o resto do dia, andamos, e conversamos, fazendo perguntas sobre a vida um do outro. Até que ela teve que voltar pra casa.

Narrado pela Demi

Eu não queria ir pra casa, mais como tudo que é bom dura pouco... A primeira coisa que vi ao chegar em casa foi minha irmãzinha, com seu olhar venenoso de sempre, mais eu passei direto ainda sorridente e encontrei minha mãe.

_Oi mãe.
_Oi querida, você esta... Bem feliz hoje né?
_E porque não deveria?
_Não é isso, gosto de te ver assim só é estranho, você tava tão pra baixo ultimamente.
_Passou, foi só uma fase ruim.
_Que bom filha_ ela me abraçou, então se afastou com uma careta.
_Que foi?
_Que cheiro é esse em você?
Eu fiquei mais pálida que de costume_ Cheiro?_ me fiz de desentendida.
_É cheiro de cachorro... Você esteve com um lobisomem?_ ela perguntou não parecendo muito contente com a possibilidade.
_Eu esbarrei... Por acaso com um no caminho_ menti meio sem graça.
_Oh, por acaso foi aquele...
_Não... _ a interrompi_ foi outro.
_Ah, tudo bem então_ ela sorriu.
_Tudo bem_ eu respirei aliviada.

Sai dali antes que minha cara me entregasse, eu estava acostumada a mentir por causa do trabalho, de minha vida, mais não gostava de mentir pra minha mãe, ainda mais sobre algo tão importante.

Capítulo 9 + Surpresa :)


Capítulo 9 – Desejos


Ele estava me encarando com uma expressão de tortura no rosto, eu ia dizer alguma coisa mais então ouvi um barulho vindo do meio das árvores, me virei automaticamente pra olhar, procurando pelo perigo, aparentemente não havia nada, eu procurei com mais atenção pra ver se era alguém se escondendo, se alguém havia nos seguido, mas não percebi nada.

_Você ouviu esse barulho?_ eu perguntei alarmada.
_Que barulho?

A resposta baixa veio de mais perto que eu esperava. Ele estava parado atrás de mim, eu pude sentir sua respiração quente no meu pescoço quando ele falou, eu podia sentir seu corpo encostado levemente ao meu. Eu me virei pra olhá-lo, seu rosto estava a apenas alguns centímetros do meu.

_O que você ta fazendo?_ eu perguntei baixinho, prendendo a respiração imediatamente, ele havia perdido a noção do perigo?
_Me responde uma pergunta?_ ele pediu também falando baixo, mais sua voz calma parecia alta demais no silencio mortal da floresta escura.
_Eu... Tenho que ir_ eu me virei pra ir embora mais sua mão me segurou.
_Espera. Você disse que não se importa de eu ser um lobisomem, mas vive me tratando com ignorância e cheia de raiva, por quê?
_Por que assim é melhor.
_Isso não é resposta_ ele insistiu.

Eu queria fugir... Desaparecer e fingir que nada havia acontecido mais eu não conseguia. Eu queria tirar suas mãos quentes e macias de mim, acabar com esse desejo mais eu simplesmente não conseguia.

_Me solta, por favor? Eu não quero te machucar_ eu implorei.
_Porque não? Por que você se importa se eu estou vivo ou morto? Se te faz assim tão mal porque não me mata de uma vez e satisfaz esse seu desejo? E não venha me dizer que é medo de arrumar confusão porque eu não acredito nisso.
_Eu...

Eu queria sair correndo mais eu tinha medo de machucá-lo, eu não queria machucá-lo... Mas por que isso importava tanto?

_Me solta agora_ eu insisti.
_Se quer tanto assim ir embora porque não se solta?
_Porque você ta fazendo isso comigo? O que você quer de mim?_ eu senti a agonia ir me consumindo aos poucos.
_Eu só, eu não consigo mais te tirar da minha cabeça desde que você esbarrou em mim aquele dia na rua. Eu estou ficando louco, eu conto as horas, eu fico imaginando quando vou te ver de novo, eu...
_Para_ eu gritei_ isso não ta certo, é loucura...
_Eu não me importo_ ele disse olhando dentro dos meus olhos.

Por que ele estava fazendo isso comigo? Ele estava brincando ou era sério? Ele gostava de me ver sofrer ou ele apenas estava tão obcecado quanto eu? Eu não sabia dizer... Eu não podia esperar pra ver, isso não tinha como ter um final feliz.

Narrado pelo Joe

Eu perdi o controle e não consegui mais esconder o que sentia, eu podia ver a agonia dela ecoando a minha própria, como eu poderia a fazer entender se nem eu mesmo entendia o que estava sentindo? Ela me olhou mais uma vez então seu braço sumiu da minha mão, ela apareceu do outro lado da clareira, bem distante de mim.

_Você não entende? Isso não está certo. Você tem que ficar longe de mim, eu sou um monstro_ ela sussurrou... Sua voz cheia de dor.
_Você não é um monstro, é especial e...
_Para, fica longe de mim, eu não quero te machucar... Não me obrigue a fazer isso, não me obrigue a sofrer ainda mais_ ela pediu agoniada_ só esqueça que eu existo.
_Não eu...

Mas eu não pude terminar, ela já havia sumido. Eu senti a agonia que estava suprimindo tomar conta de mim, eu estava completamente louco, o que eu fiz? Será que eu a veria de novo? Ela me odiava? Eu não conseguia pensar nisso, me transformei ali mesmo, sem me preocupar com a roupa, nem com nada, sai correndo pela floresta escura sem saber pra onde ir, eu só queria sumir.

Narrado pela Demi

Eu não sabia o que pensar, o que sentir. Eu não conseguia absorver o que acabara de acontecer, suas palavras pareciam ser mera invenção de minha mente, minha loucura e meu desejo por seu sangue e por ele mesmo, como homem podiam ter me feito imaginar aquilo, mas eu não conseguia acreditar. Por que tinha que ser justo comigo? Por que me apaixonar justo por ele? Esse desejo incontrolável que eu sentia parecia somente aumentar não importa o quão distante eu estivesse dele... Quanto mais eu corria pra longe mais eu queria estar com ele. Era um desejo muito perigoso. Corri desesperadamente até minha casa, entrando como um fantasma no meu quarto e me atirando sobre a cama, o lugar antes tão aconchegante, agora não ajudava a suavizar minha dor.

_Demi?_ a Selena entrou no quarto, sua voz estava preocupada mais eu não tinha coragem de olhar em seu rosto, era vergonhoso demais_ Fala comigo, o que aconteceu?
_Eu quero morrer_ eu soltei, minha voz demonstrando minha agonia.
_Qual o problema? Fala comigo, confia em mim.
Como eu explicaria a ela o que estava sentindo? Ela entenderia ou iria me crucificar como eu sabia que os outros fariam se soubessem de minha obsessão?
_Eu estou louca, eu não sei o que fazer.
_Você não... Você o machucou ou...
_Não_ eu a interrompi_ eu...
_Fala comigo_ ela começou a ficar agoniada também.
Eu encarei seus olhos gentis e preocupados e me encorajei a falar_ Eu só, eu estou completamente apaixonada por ele.
_Por quem?_ ela me encarou e percebeu pela minha hesitação de quem se tratava, ela arregalou os olhos_ Pelo vira-lata?_ ela perguntou exaltada.
_Fala baixo_ eu disse preocupada que meu pai ou minha irmãzinha chata ouvissem.
_Você enlouqueceu? Como assim apaixonada por ele? Ele é um lobisomem.
_Eu sei_ minhas mãos foram automaticamente aos meus olhos, escondendo meu rosto de vergonha.
_Se o tio Marcus descobre uma coisa dessas você é uma vampira morta_ ela falou rápido.
_Não faça eu me sentir pior do que já estou, eu não consigo evitar, eu...
_Como você deixou uma coisa dessas acontecer?
_Você acha que se eu tivesse escolha eu... _ eu parei a frase, eu senti as lágrimas descerem pela minha face.

_Olha, eu não estou aqui pra te criticar_ ela colocou a mão em minha face_ eu sei que você não queria, que não foi de propósito, agente não manda no coração.
_Você não vai gritar e dizer que eu tenho que tirar ele da minha cabeça?
Ela deu um sorriso fraco, sem humor_ Eu não acho isso certo, não concordo com essa loucura mais quem sou eu pra te obrigar a alguma coisa? Eu sou sua amiga, tenho que te apoiar e ajudar você a agüentar as conseqüências de suas escolhas.
_Eu só quero... Eu quero esquecer... Eu não quero isso, eu não posso, dói tanto quando eu estou perto dele_ eu fiz uma careta de agonia ao lembrar do seu cheiro insuportavelmente bom e do que eu senti quando ele me tocou.
_Eu não sei o que te dizer, mas... Você sabe que vou te apoiar seja qual for sua decisão_ ela sorriu calorosamente, eu sabia que podia contar com ela.
_Obrigada, mas isso não me faz sentir melhor, o que eu faço da minha vida Sel?

Nem eu nem ela sabíamos responder o que eu faria. Eu seria capaz de ignorar esse sentimento forte que me consumia aos poucos? Eu seria capaz de ignorar a sede que queimava em mim quando estava perto dele? Eu não sabia a resposta, mas sabia que não importava o que acontecesse daqui pra frente, a Selena estaria comigo me apoiando. Isso fez que eu me sentisse um pouco melhor.

Narrado pelo Joe

Eu corri durante um bom tempo sem rumo até decidir ir pra casa, quando entrei tudo estava muito quieto, não tinha ninguém à vista, melhor... Assim não teria que explicar minha demora ou a expressão de agonia que eu sabia que estava em minha face. Corri pro quarto, tomei um banho quente, não teve um efeito tão bom quanto eu esperava, vesti a primeira coisa que vi na minha frente e me joguei na cama, só dormir ajudaria a aliviar minha tensão, mas minha paz não durou tanto quanto eu pensava, o Kevin entrou no quarto sorridente, sua felicidade só me deixou zangado e mais agoniado.

_Cara eu te procurei em todo lugar, você não sabe como a noite foi boa, a Dani estava tão animada hoje, mas quente que o normal. Sabe como os lobisomens são quentes né? Mas ela hoje tava impossível e... _ ele parou de repente, percebendo que minha tristeza aumentava conforme ele falava de sua paixão pela Danielle_ O que aconteceu?
_Vai embora_ eu queria dizer de forma mal educada, mais ao invés disso minha voz saiu fraca e desanimada, ele se espantou com minha cara de agonia.
_Joe o que houve?_ ele insistiu preocupado.
_Me deixa sozinho_ eu murmurei incapaz de discutir ou tentar colocá-lo pra fora como de costume.
_Eu não vou sair enquanto você não me contar o que houve.
_Eu só estou cansado, quero dormir, agente conversa depois.
_Cansado? Sua cara ta horrível, nunca te vi assim antes.
_Eu não tenho mais o direito de me sentir mal? Me esquece_ eu insisti mais novamente o tom de minha voz não saiu convincente.
_Eu vou falar com o papai se você não me disser o que houve_ ele ameaçou.
_Eu prometo que te falo amanha, só me deixa dormir agora ta bem?
Ele falou mais alguma coisa, mais eu ignorei, fechei meus olhos... Não queria prolongar mais esse sofrimento que me abatia conforme eu percebia que esse meu amor era absurdo e impossível. O que minha família pensaria se soubesse que estava completamente apaixonado por uma vampira? Uma sanguessuga que adoraria me matar e era tão repugnada por todos de minha espécie. Eu não queria pensar nisso, como eu não podia simplesmente morrer, então fechei os olhos esperando dormir e quem sabe com sorte nunca mais acordar, assim não teria que viver mais esse pesadelo.

Capítulo 10 – Insuportável


Cinco dias, foi o tempo que passou desde que vi seus estranhamente lindos e sinistros olhos me encarando em agonia. Insuportavelmente parecia muito mais, uma eternidade. Eu passei o tempo tentando me convencer a tirá-la de minha cabeça, mais desisti no segundo dia quando percebi que era inútil. Então me foquei em conseguir uma mentira convincente para o meu abatimento repentino.
“É só uma crise existencial” _ eu repeti inúmeras vezes pra toda minha família, eles pararam de perguntar no terceiro dia, aparentemente eu só não convenci meu irmão Kevin, ele continuou a insistir depois que quebrei minha promessa de lhe contar o que aconteceu. Suas tentativas de persuasão não ajudaram as minhas próprias de esquecer o ocorrido. Ele estava me tirando do sério.

_Para de me encher Kevin, eu já disse que não é nada, só uma...
_Crise existencial_ ele revirou os olhos_ já ouvi isso e volto a repetir que não acredito, você não ia ficar tão pra baixo se não houvesse motivo.
Infelizmente pra mim ele me conhecia melhor que qualquer um_ Porque você não me deixa sofrer em paz?
_Porque me preocupo com você_ ele disse com seu tom de voz deixando claro que era óbvio.
_Eu to cansado de você, e da chata da Vanessa me perturbando, garota chata_ eu reclamei.
_Ela gosta de você_ ele sorriu_ é disso que você precisa, uma namorada, dar uns pegas em alguém.

Suas palavras só fizeram me irritar mais, eu senti o sangue subindo a cabeça e perdi o controle... Levantei-me da cadeira num salto, olhando pra ele furiosamente.

_Me deixa em paz, eu não agüento mais ouvir sua voz irritante, você é um porre_ eu gritei exaltado.

Todos em volta olharam pra mim com olhos arregalados, ninguém nunca me vira sair do sério, depois do Kevin eu era o mais bem humorado da turma. Eu encarei todos os olhos que me fitavam incrédulos e sai dali, dando as costas sem me importar com mais nada. Ela me deixou louco.

Narrado pela Demi

Eu queria tirá-lo da minha cabeça mais eu parecia simplesmente não ser capaz de parar de pensar em seu rosto perfeito... Sua expressão enquanto ele confessava que eu não saia de sua cabeça... Sua pele quente tocando a minha... Seu cheiro tentador... Quanto tempo mais eu seria capaz de fingir que nada acontecia? Eu sabia a resposta... Não muito tempo... Eu era fraca... Eu era um monstro. Os últimos dias passaram excessivamente insuportáveis enquanto eu me culpava pela pequena obsessão por um lobisomem. O Nick tentava me animar, mesmo sem saber o motivo da minha tristeza, e a Selena apenas estava ali me apoiando... Sem dar nenhum palpite.

_Demi, você precisa se animar_ o Nick disse.
_Eu estou bem_ menti facilmente.
_Quando foi a ultima vez que você saiu pra caçar?_ a Selena perguntou de repente.
_Acho que já vai fazer... Um mês.
_Um mês?_ os dois disseram em coro.
_É, mais a última vez que bebi sangue foi aquele dia, que matei aquele cara no beco.
_Demi, você não pode ficar tanto tempo sem se alimentar... É por isso que anda tão de mal humor_ o Nick reprovou, achando que esse era motivo por traz de meu abatimento.
_Eu sei, é que... Com os últimos acontecimento acabei esquecendo, deixando de lado.
_Então desmancha essa cara feia e vai caçar, antes que surte de vez_ ele falou.

Eu fiz o que ele mandou sem protestar, realmente ficar tanto tempo sem me alimentar não estava me ajudando a raciocinar... Talvez eu me sentisse melhor quando a sede se aquietasse. Corri pela selva, pro lugar onde eu costumava caçar, o mais longe possível da civilização, eu parei antes de me entregar aos meus instintos e enrijeci quando senti um cheiro desconfortavelmente familiar. Andei na direção do cheiro, ele estava sentado em uma pedra, olhando a floresta sem ver nada, de costas pra mim... Eu não disse nada, só observei.

_Vai ficar ai olhando ou vai dizer alguma coisa?_ sua voz baixa me despertou de meus pensamentos.

Mas eu não respondi, ele se levantou devagar e se virou pra me olhar, sua expressão era tão acabada como a minha. Ele estava triste como eu.

_Achei que não fosse mais te ver_ ele falou quando o silencio permaneceu no ar.
_Seria melhor assim, mais alguém lá em cima não quer que isso aconteça_ eu disse.
_Fico feliz_ ele disse.
_Não fique.
_Eu não tive um minuto de paz desde que agente se viu a ultima vez.
_Eu também não, se me deixar louca era o que você queria então conseguiu.
_Não era essa minha intenção, eu só queria que você soubesse como me sinto_ ele foi andando mais pra perto de mim com uma lentidão exagerada.
_Você não deveria se sentir assim, eu... Não deveria me sentir assim... É errado.
_É errado por quê?
_Por que... Nós somos diferentes...
_Isso não é desculpa, não me importa que você não seja como eu, pelo contrario, é isso que mais me encanta em você_ ele deu um leve sorriso.
_Se você soubesse como me sinto não diria isso.
_E como você se sente?
_Você não faz idéia da vontade que me consome quando te vejo, da vontade de te matar e... _ eu parei, não podia sequer pensar naquilo que doía.
_Você não vai me machucar_ ele garantiu, estava apenas alguns centímetros de mim.
_Como você tem tanta certeza?

Ele chegou ainda mais perto, levantou a mão devagar e pousou em meu rosto, o seu toque quente me fez estremecer. O que estava acontecendo comigo?

_Eu simplesmente sei_ ele disse.
_Eu não quero te machucar, não quero me... Machucar, eu tenho medo de...
_Shh... _ ele colocou o dedo levemente em meus lábios antes que dissesse mais alguma coisa_ não vai acontecer nada, você é boa em tudo que faz, porque nesse caso seria diferente?
_Eu tenho força de vontade e um ótimo incentivo mais não sou de ferro e se alguém descobrir isso...
_Eu não me importo com o que os outros vão pensar, eu só quero...

Ele não terminou de falar, apenas se aproximou e encostou delicadamente seus lábios nos meus. Suas mãos macias envolveram minha cintura, puxando meu corpo pra perto, colando o meu e o dele. Minhas mãos se levantaram involuntariamente, indo pros seus cabelos. Eu senti o fogo dentro de mim queimar ainda mais forte, a sede aumentando aos poucos. O beijo foi ficando mais urgente, mais desesperado, e suas mãos me apertaram mais, com mais vontade, mais desejo. Não deveria ser tão bom assim, eu não deveria gostar mais a sensação de seu beijo acabou com minhas preocupações, e também com todos meus sentidos, eu não sabia mais o que estava fazendo... Apenas fazia.

Narrado pelo Joe

Sentir os seus lábios delicados e macios tocando os meus, me causou uma sensação inexplicável, era melhor do que eu pensava. Nunca imaginei que algum dia poderia me sentir assim, feliz, completo. Eu poderia ficar ali com ela pra sempre e nunca mais solta-la, mais uma dor aguda em meus lábios me impediu de fazer o que eu queria. Eu a soltei automaticamente, a empurrando pra longe, minha mão foi parar na minha boca e quando vi estava sangrando.

_Você me mordeu_ eu disse assustado.

Mas ela não falou nada, só me olhou com seus olhos arregalados, sua expressão vazia aos poucos foi se transformando em raiva, só então eu percebi o perigo. Com um movimento rápido, ela se jogou em cima de mim, me fazendo cair no chão e ela caiu por cima de mim. Eu segurei seus braços, impedindo que seus dentes me alcançassem.

_O que você ta fazendo? Sou eu, calma_ eu gritei inutilmente_ Demi, por favor?

Mas era inútil, ela parecia estar possuída, eu não queria machucá-la mais se não fizesse nada isso não acabaria bem. Usei toda força que tinha e a empurrei, ela voou longe e bateu em uma árvore com força, fazendo um enorme barulho. A árvore caiu e ela se levantou rapidamente como se nada houvesse ocorrido, rugiu e veio novamente em minha direção. Eu segurei seus braços, mantendo ela longe de mim.

_Demi para com isso_ eu implorei_ por favor? Para. Você consegue, se controle você é forte.

Sua força aos poucos foi diminuindo e a raiva em seus olhos se esvaindo, se transformando em tristeza.

_Eu falei pra você ficar longe de mim_ ela sussurrou, sua voz agoniada.
_Ta tudo bem, não foi nada...
_Não ta_ ela trincou os dentes_ eu sou um monstro.

Ela me olhou mais uma vez e então seus braços sumiram de minhas mãos, ela desapareceu. Eu encarei o vazio a minha frente sem acreditar, em um minuto estava tudo perfeito, no outro tudo acabado. O que eu fiz pra merecer tanta agonia?

Narrado pela Demi

Eu já deveria imaginar que isso aconteceria, como eu pude deixar que chegasse a esse ponto? Eu nem sequer podia ficar perto do homem que amo sem machucá-lo. Eu corri pela floresta, matando os animais que via pela frente, saciando a louca sede que há poucos minutos me fizera atacar o amor da minha vida. Depois fui pra minha casa, entrei a toda velocidade no quarto, bufando de raiva por simplesmente não ser normal... Peguei um vaso que estava em cima da cômoda e taquei ele longe, a Selena entrou no quarto na hora e desviou o rosto da direção do vaso, ele passou por ela e o Nick pegou antes que ele se espatifasse na parede.

_Que isso? Já vi que a idéia da caçada não foi tão boa quanto pensei_ ele disse assustado.
_O que aconteceu?_a Selena perguntou, mas ela já podia imaginar o que era.
_Nada, não houve nada_ eu menti, eles não acreditaram.
_Nick da licença, por favor?_ a Selena pediu.
_Ta bem, mas cuidado com a decoração da casa, a Daiana adora esse jarro_ ele colocou ele com cuidado na cômoda e saiu sem falar mais nada.
_O que houve?_ ela perguntou séria.
_Eu encontrei ele no caminho.
_E?
_E ai, agente tava conversando até que ele... Me beijou.
_O vira-lata te beijou?_ ela arregalou os olhos, mas então sua expressão ficou confusa_ perai, se você gosta dele, era pra estar feliz não?
_Eu estava até que perdi o controle e mordi ele.
_Você mordeu ele? Mas ele se...
_Não, eu mordi ele no lábio, só saiu sangue, nada de mais, mais eu senti o cheiro e o gosto e não consegui me controlar, eu quase matei ele_ eu expliquei agoniada.
_Eu sinto muito amiga eu...

Mas ela parou de falar quando viu minha expressão de desespero, ela acompanhou meu olhar e viu o Nick parado na porta, nos encarando incrédulo... Ele ouviu tudo.

Capítulo 11 – Decepções


Eu olhei pra ele assustada, sua expressão demonstrava que não lhe agradou nada o que ouviu. O que eu diria a ele?

_O que significa isso Demi?_ ele perguntou_ diz que eu entendi errado.
_E-eu posso explicar_ eu gaguejei.
_Explica_ ele disse mais alto.
_Calma Nick_ a Sel se colocou entre mim e ele.
_Você envolvida com um lobisomem? Você enlouqueceu?
_Eu não queria... Eu...
_Como você pode Demi? Como você se envolve com um vira-lata, ele é nosso inimigo Demi_ ele começou a gritar_ Isso é traição.
_Eu não pude evitar... Eu me apaixonei por ele e...
_Se apaixonou?_ ele fez uma careta de nojo_ Você perdeu a noção do perigo?
_Nicholas se acalma_ a Sel pediu nervosa.
_Por favor, Nick, escuta eu não...
_Cala boca_ ele ergueu a mão na minha direção e a Sel o empurrou pra trás com força_ O Marcus vai saber disso, ele vai colocar juízo na sua cabeça.
_Não conta pra ele, ele vai me matar, pelo amor de Deus_ eu implorei_ por mim.
_E porque eu faria algo por você?_ ele disse com raiva.

Ele deu as costas e saiu. Nick não era má pessoa, só era cumpridor das normas, devido a sua proximidade com meu pai. Eu senti o desespero tomar conta e gritei.

_NÃO_ eu tentei seguí-lo, mas a Selena não deixou.
_Não Demi, vai ser pior se você for atrás dele_ ela garantiu.
_Ele vai contar ao papai, ele vai acabar comigo, ele não vai me perdoar.

Eu me ajoelhei no chão, querendo afundar ali mesmo e morrer, a Sel ficou parada de frente pra mim, sem saber o que dizer... O que fazer... Uns dez minutos depois, nós duas ainda estávamos paradas na mesma posição, o Nick voltou, entrou no quarto feito um fantasma, eu me levantei e ele simplesmente me abraçou. A Selena olhou sem entender, mais então sorriu.

_Desculpa, desculpa, desculpa_ ele pediu sem parar.
_Me perdoa Nick, eu juro que não queria, eu...
_Tudo bem, não precisa se desculpar_ ele se afastou pra me olhar_ eu não sou ninguém pra te julgar.
_Você é meu amigo, eu não quero que se zangue, eu não pude evitar.
_Eu sei, é que você me pegou de surpresa, eu não imaginei que essa coisa toda com o vira-lata era mais que simples desejo pelo sangue dele.
_Aconteceu, eu me sinto uma idiota.
_Shh_ ele me abraçou de novo.

Nós ficamos assim mais um bom tempo, eu expliquei a ele e a Sel toda a historia detalhadamente. O Nick prometeu me apoiar assim como a Sel, apesar de não achar isso muito saudável. Mas não havia o que apoiar.

_Eu já tive a prova que precisava, eu quase o matei.
_Mas você se esqueceu que já estava um bom tempo sem se alimentar? Isso também conta, quanto maior a sede mais difícil é se controlar_ o Nick disse.
_Não importa, aconteceria de qualquer jeito_ eu insisti.
_Você deveria falar com ele, vai deixar que fique por isso mesmo?_ a Sel perguntou.

O que eu diria? Desculpe por tentar te matar mais eu te amo ta? Isso não ia dar certo. Depois de um dia tão cheio eu me joguei na cama e apaguei na mesma hora, eu saberia o que fazer pela manha.

Narrado pelo Joe

O dia por mais incrível que pareça conseguiu passar mais devagar que aqueles cinco dias que fiquei sem vê-la. Depois de uma noite de sono mal dormida, graças ao estresse e ao chato do meu irmão, eu resolvi dar uma volta. Ia nadar... Me fazia bem. Eu tirei a blusa, quando olhei pra trás a Vanessa estava lá me encarando.

_Nessa? O que você faz aqui?
_Vim te fazer companhia, agente quase não passa mais tempo junto_ ela sorriu.
_Desculpa, mais eu to a fim de ficar sozinho.
_Não se faz de difícil_ ela chegou perto e colocou a mão em meu peito_ eu sei que você sente minha falta, eu já vi o jeito que você me olha.
_Não pira garota_ eu segurei o braço dela.

Eu cometi o erro de ficar com ela uma vez há uns dez anos atrás e ela não largou mais do meu pé. Garotinha irritante, ela fez força contra mim e não tirou a mão do meu peito.

_Para com isso Vanessa, eu não quero te machucar.
_Então para com o chilique e me beija.

Ela colocou a mão no meu pescoço e me puxou com força, me agarrando e me beijou. Eu senti uma enorme repulsa por seu toque, depois do que aconteceu comigo ontem seu beijo não teria o efeito esperado, me deixou enojado. Eu tentei me soltar educadamente, mas ela me segurava com força. Essa garota era louca?
Narrado pela Demi

Depois de a Sel e o Nick muito insistirem eu resolvi procurar o Joe. Eles não gostavam muito da idéia de mim com um lobisomem mais queriam me ver feliz. Então resolvi me dar uma chance, quem sabe eu não encontraria com ele na floresta? Ele parecia estar em todo lugar que eu ia. Corri, apesar de preocupada me sentia mais leve, mais feliz. Mais minha felicidade se foi quando em uma curva dei de cara com o Joe beijando aquela vira-lata que me irritara outro dia. Eu encarei eles sem acreditar. Ao perceber minha presença os dois se afastaram.

_Demi?_ ele disse assustado.
_O que essa sanguessuga faz aqui?_ ela perguntou com sua voz irritante.
_Eu... Eu não queria atrapalhar_ eu gaguejei.
_Então vai embora_ ela sorriu.
_Eu só...
_Fala logo o que você quer_ ela insistiu impaciente.
_Eu queria falar com o Joe que... Não vou mais... Precisar dele, na... Missão de hoje_ eu menti rapidamente_ Eu vou cuidar de tudo sozinha.

Ele entendeu a tristeza na minha voz, mais ela apenas sorriu cínica esperando que eu fosse embora.

_Continuem o que estavam fazendo_ eu falei.
_Espera_ ele chamou.

Mas eu não dei ouvidos. Foi burrice achar que ele realmente se interessava por mim. Mas eu não o culpava, por que ele se interessaria por um monstro? Alguém que não tem nada a oferecer... Alguém que podia machucá-lo... Doeu mais do que eu pensei que fosse possível, era como se tivessem pisado no meu coração, me queimado viva, me jogado de um abismo, tudo ao mesmo tempo. Por quê? Por que tinha que doer tanto?

Narrado pelo Joe

_Você pirou garota? Como você me agarra desse jeito?_ eu gritei exaltado.
_Você não gostou?_ ela fez biquinho.
_NÃO, quantas vezes eu vou ter que repetir que não quero nada com você? Você é muito grudenta, uma chata.
_Idiota_ ela revidou_ eu aqui me declarando e você me chama de chata?
_Você me paga.

Eu dei as costas pra ela e comecei a andar pra longe dali. Por que ela tinha que ter aparecido justo naquela hora? Ela não ia me perdoar. Será que tudo tinha que dar errado nessa minha droga de vida?

Narrado pela autora

Às horas foram passando lentamente, a Demi sofria de um lado achando que ele se arrependera das coisas que disse e ele do outro por pensar que ela nunca o perdoaria pelo que viu. A noite caiu mais sombria que qualquer outra, enquanto isso todos se perguntavam onde ela estaria.

_Já é meia noite, onde a Demi foi pra não ter voltado até agora?_ Daiana perguntou preocupada.
_Ela é bem grandinha, sabe o que faz_ Marcus falou.
_Não se preocupe tia, ela só saiu pra espairecer, sabe como ela anda esses dias_ a Selena tentou acalmá-la, querendo esconder que também estava preocupada.
_Não se preocupe_ Nick falou_ ela esta bem.
_Não sei por que essa preocupação toda, não é a primeira vez que ela some_ a Taylor disse revirando os olhos.
_Ela é minha filha, eu me preocupo.
_Se fosse eu no lugar dela, ninguém estaria se preocupando_ ela acusou.
_Agora não é hora pros seus chiliques_ Marcus repreendeu.
_Ela vai voltar logo_ a Sel incentivou.
_Eu espero que sim_ a Daiana disse.

A Taylor revirou os olhos e saiu dali zangada, não entendia porque eles se importavam tanto com ela. O Nick e a Selena trocaram um olhar duvidoso, imaginando o que teria acontecido pra que ela demorasse tanto. Marcus estava desconfiado, mais deixou de lado e arrastou a sua mulher até o quarto pra que ela descansasse e esquecesse um pouco dos problemas.

Capítulo 12 – Confissões


Já era manha do outro dia quando eu resolvi voltar pra casa, minha família devia estar preocupada, mis eu precisava desse tempo só pra mim. Eu andava lentamente pela floresta quando o vi parado, os braços cruzados, sua expressão resignada.

_Precisamos conversar_ o Joe falou.
_Não temos nada pra conversar_ eu continuei andando mais ele segurou meu braço me obrigando a olhá-lo.
_Eu quero explicar o que houve_ ele insistiu.
_Eu sei bem o que houve você não me deve explicação nenhuma.
_Será que você pode me ouvir? Eu não fiz nada, foi a louca da Vanessa que me agarrou, eu não queria_ ele disse rapidamente.
_Para, por favor?_ eu pedi.
_Não, eu não paro, será que você não percebe que eu te amo?

Eu perdi a linha de pensamento, pelo que suas palavras me fizeram sentir eu sabia que não podia mais fugir, não adiantava dar desculpas, eu não podia mais ignorar.

_Eu amo você, aquilo foi só...
_Eu sei_ eu o interrompi_ eu acredito em você.
_Acredita?
_Eu estava zangada, com inveja porque ela podia te tocar sem te machucar e eu não_ confessei envergonhada.
_Aquilo foi um acidente, nem da pra ver que nada aconteceu_ ele sorriu.
_Só por que não está ai, não quer dizer que eu não tenha feito.
_Não vai se repetir_ ele falou confiante_ o caso foi que eu te peguei de surpresa e...
_Eu sei, você tem razão, não vai se repetir, eu não vou dar chance pra que isso aconteça.
_O que você quer dizer?
_Que não vou fazer nada que te ponha em risco.
_Eu não sou tão frágil assim_ ele observou.
_Não é essa a questão, eu não vou me perdoar se te fizer alguma coisa_ eu abaixei a cabeça.

Ele colocou o dedo em meu queixo e levantou meu rosto gentilmente, sua linda face estava apenas a uns centímetros da minha, eu queria chegar pra frente e acabar com a distancia mais eu tinha que me controlar. Ele colocou as mãos em minha cintura e as minhas mãos foram parar uma em cada braço dele, descoberto, musculoso. Ele escorou sua testa na minha mais quando ia me beijar eu virei o rosto gentilmente... Eu não agüentaria aquilo. Ele suspirou.

Narrado pelo Joe

_Eu não posso_ sua linda voz estava agoniada_ eu não vou te machucar de novo.

Suas mãos estavam apertando o meu braço com força, embora não entendesse muito bem eu sabia que era difícil pra ela. Eu esperaria, seria paciente, eu tinha esperanças que daria certo. Ela me abraçou, descansando sua cabeça em meu peito, suas mãos foram afrouxando devagar até que ela relaxou.

_Vai dar certo_ eu sussurrei em seu ouvido.
_Eu espero que sim_ ela disse baixinho.

Nós ficamos abraçados ali um tempo até que ela se lembrou que tinha que ir embora.

_Eu tenho que ir.
_Por quê?
_Eu dormi fora de casa, deve ta todo mundo louco atrás de mim_ ela explicou.
_Agente pode se ver amanha?_ eu perguntei esperançoso.
_Érr... Melhor não, eu já passei todo o dia fora e não dormi em casa. Eu acho melhor ficar quieta em casa amanha ou alguém pode desconfiar.
_Ah, claro_ eu disse tristonho.
_Depois de amanha parece bom pra você?_ ela abriu um leve sorriso.
_Ta ótimo_ eu sorri de volta.

Ela se aproximou e deu um beijo na minha bochecha, se virou com um sorrisinho no rosto e desapareceu. Eu voltei pra casa, me sentindo mais leve, mais feliz, o Kevin não deixou de notar a súbita mudança no meu humor.

_Se eu perguntar o que aconteceu você vai gritar comigo?_ ele perguntou.
_Não vou gritar, mais não vou te contar o que houve.
_Então houve alguma coisa?_ ele tentou.
_Você não vai conseguir estragar minha felicidade com suas perguntas irritantes.
_Eu sou seu irmão, eu quero saber o que acontece com você_ ele fez careta.
_Contente-se em saber que eu estou bem e feliz.
_Você me enlouquece_ ele sacudiu a cabeça negativamente.
_Eu também te amo_ sorri pra ele.

Ele sorriu de volta, não ia deixar isso ficar assim mais seria melhor pra ele se não soubesse de nada.

Narrado pela Demi

Eu cheguei em casa preparada pra ouvir as reclamações de todos, mais eu não estava me importando, eu enfrentaria tudo com o maior prazer.

_Demi querida_ minha mãe veio em minha direção e me abraçou.
_Calma mãe.
_Que susto você me deu, onde você tava e...
_Mãe, ta tudo bem, eu só sai pra espairecer um pouco, nada demais.

Eu tive que inventar uma mentirinha básica pra acalmar minha mãe e meu pai. E depois tive que dar os detalhes do que realmente aconteceu pro Nick e a Selena. Eles ficaram felizes a me ver novamente de bom humor e me encheram de recomendações. No dia seguinte o desejo de sair correndo e ir atrás dele estava me perturbando mais eu me controlei.

_Que cara é essa?_ a Sel perguntou.
_Eu to doida pra fugir daqui e ir vê-lo.
_E porque não vai?
_Pra não dar bandeira, eu já passei tempo demais fora sem avisar. Mais amanha eu vou vê-lo.
_É tão bom te ver sorrindo de novo_ ela comentou.
_É muito bom sorrir de novo_ eu disse.

O David, outro dos nossos bateu na porta e entrou.

_Demi, seu pai quer te ver_ ele falou.
_Já to indo David.
_Não demore_ ele pediu e saiu.
_O que será que ele quer?_ a Sel perguntou curiosa.
_Vamos ver_ eu sorri e sai do quarto.

Andei até o escritório dele e entrei, minha irmãzinha estava lá junto a ele, sorrindo.

_Aconteceu alguma coisa?_ eu perguntei meio desconfiada.
_Não querida, eu só tenho um trabalho pra você_ ele disse, também parecia desconfiado.
_Uma cobrança?
_É, Scott Swan_ ele colocou a pasta sobre a mesa_ trinta e cinco anos, dono de uma loja de conveniências no centro da cidade.
_Tudo bem, eu trago o dinheiro. O valor?
_Ta na pasta_ ele me observou cautelosamente.
_Qual o problema pai?
_Eu quero que você leve sua irmã junto_ ele disparou sem pensar.
_Como é?_ eu perguntei sem acreditar.
_Eu quero que ela se envolva mais nos negócios da família, e ela vai com você pra poder aprender como se faz, com a melhor_ ele sorriu sem jeito.
Eu abri a boca pra protestar mais pensei melhor, evitar arrumar briga_ Tudo bem, ela pode vir, contanto que não atrapalhe.
_Obrigada querida_ ele sorriu satisfeito.

Eu sai sem dizer mais nada e ela me seguiu, eu podia sentir o quanto ela estava feliz com isso e sabia que ela não ia deixar de comentar. Mas nem ela ia conseguir estragar meu bom humor. Nós corremos em silencio até o centro da cidade e paramos antes de entrar na loja.

_Taylor me faz um grande favor?
_O que é?_ ela perguntou áspera.
_Olha, pelo que eu vejo o papai vai te mandar vir comigo em todos os trabalhos pra que aprenda.
_E?
_E se não for pedir muito, eu gostaria que você não se intrometesse, pelo menos dessa vez, deixa que eu resolvo, eu prometo que deixo você cuidar de tudo da próxima vez.
_Não se preocupe irmãzinha, eu não vou atrapalhar_ ela revirou os olhos.
_Obrigada.

Nós entramos na loja, estava vazia exceto pelo homem bêbado que tentava agarrar a força uma moça.

_Hei você ai? Solta a moça_ eu mandei.
_Que é em gatinha? Você é defensora dos pobres e oprimidos?_ ele gaguejou.
_Me ajuda, por favor?_ ela pediu, ele a segurava com força pelo braço.
_Solta ela antes que eu me estresse.
_Ta bem_ ele sorriu e a soltou.
_Obrigada_ ela disse antes de sair correndo pela porta.
_E agora? Eu fiquei sem a minha gatinha, culpa sua_ ele chegou mais perto.
_Você é Scott Swan?_ eu perguntei.
_Eu sou sim, o que você quizer_ ele estendeu os braços pra me agarrar.

Eu sumi da frente dele como um vulto e reapareci atrás dele, o palhaço quase caiu em cima da Taylor mais ela desviou e ele foi ao chão.

_Co... Como vocês?_ ele gaguejou assustado.
_Oh querido, eu acredito que você tem uma divida com o meu pai e comigo_ eu sorri.
_Vocês são...
_Isso mesmo, e se você não pagar logo... A coisa vai ficar feia pro seu lado.
_Eu... Eu...
_Não precisa gaguejar_ a Taylor sorriu também_ é só pagar e tudo vai ficar bem.
_Ta... Ta bem_ ele se levantou e andou até o balcão trocando as pernas.

Ele entregou o dinheiro sem resistir mais e nem fez gracinha. Eu e a Taylor saímos de lá rindo da cara do palhaço, a expressão dele de idiota foi impagável, era por essas e outra que eu adoro meu trabalho.

_Você viu a cara dele?_ eu perguntei rindo.
_Hilário, você é mesmo assustadora irmãzinha_ ela riu junto comigo.

Eram raros esses momentos entre nós duas, sempre que estávamos juntas era brigando. Eu gostei disso, fez eu me sentir ainda melhor. Mais antes que voltássemos a correr, algo prendeu a atenção da Taylor.

_Que foi?_ eu perguntei acompanhando seu olhar.
_Vira-lata_ ela disse.
Parado nos encarando com um sorrisinho no rosto estava ele, só podia ser coisa do destino.
_O que você faz aqui cachorro?_ ela perguntou.
_Quem é a loira oxigenada?_ ele perguntou pra mim.
_Minha irmãzinha_ eu respondi, senti uma coisa estranha, eu queria correr pros braços dele.
_Meu loiro é natural vira-lata, anda perseguindo minha irmãzinha é? Cuidado ou ela pode acabar matando você, não chega muito perto_ ela ameaçou e eu estremeci com a verdade de suas palavras.
_Eu não tenho medo de sanguessugas_ ele brincou, o seu estonteante sorriso continuava lá.
_Pois deveria_ eu falei_ eu sou mais perigosa que você pensa.
_Eu não tenho medo de você_ ele disse agora sério, ele entendeu o sentido por de trás de minhas palavras.
_Bom, o papo ta ótimo, mais agente tem que ir_ ela falou_ o seu cheiro de cachorro ta me deixando enjoada e aposto que ta deixando minha irazinha com sede. Então vamos embora antes que ela arrume mais problemas pra nossa família.

Tava demorando pras indiretas começarem. Mais eu não levei tão na boa quanto pretendia, ela estava certa e eu podia sentir o fogo aumentando e querendo me consumir conforme os minutos passavam.

_Eu não quero atrapalhar, eu tenho uma ronda pra fazer.
_Então porque não vai de uma vez?_ ela sorriu irônica.
_Não precisa pedir de novo, conversar com uma sanguessuga mal educada não é a minha melhor idéia de divertimento.
_Uma?_ ela ergueu a sobrancelha.
_Sua irmã não é tão mal educada como você_ ele observou.
_Ela tentou te matar_ ela rebateu.
_Oh, eu não me importo, são ossos do oficio. E eu não sou tão fácil de destruir. Além do mais, eu odeio gente falsa_ ele fez careta.
_Será que podemos parar com o bate boca? Com licença vira-lata nós temos mais o que fazer.

Nós fomos andando pra longe dele e antes de começar a correr eu o ouvi gritar.

_Até breve.

Eu mal podia esperar.

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Bom amores como eu estou sem computador no momento e consegui entrar hoje pelo computador da minha amiga postei 4 capítulos para compensar vocês ok?? Sempre que der eu vou postar 4 capítulos ta bom ?? beijos babys