Devil May Cry = Capítulos


Chaper One

O rapaz meio humano e meio demônio, corria pelas vielas de Fortuna apressado e ansioso, pode ouvir os sinos da igreja tocando, indicando o seu atraso e parou por um instante observando os obstáculos em seu caminho, criaturas das trevas que insistiam em persegui-lo e pareciam conspirar para que ele não chegasse a seu destino a tempo. Com um breve sorriso ele voltou a se mover, correndo em direção as criaturas com novo vigor e vontade, nada lhe impediria de chegar àquela igreja. 
Enquanto isso, dentro da Igreja posicionada no meio do palco, a jovem de corpo esguio cantava um belo hino, com sua voz doce e suave, tão agradável quanto o canto dos pássaros. Ansiosa, seus olhos vagavam vez ou outra para um dos bancos onde ele deveria estar, mas se encontrava completamente vazio. Ele não podia faltar, pensava ela, era uma apresentação importante e ele prometera que estaria ali pra vê-la. Mal imaginava ela, onde ele se encontrava agora.

Mesmo com o braço direito enfaixado e inutilizável ele era rápido, ágil e forte como nenhum humano jamais seria, e desenvolvera uma habilidade invejável com o braço esquerdo, portanto destruir as criaturas em seu caminho não era um problema. Embora fossem muitos, seus golpes eram certeiros e fatais e em questão de minutos, os corpos sem vida das criaturas se desfaziam como fumaça no ar. Sem deixar nenhum vestígio do que ocorrera ali, ele então seguiu seu caminho, correndo pra cumprir sua promessa.
Ao finalizar o hino, a jovem recebeu uma grande salva de palmas por sua maravilhosa apresentação, mas apenas a opinião de uma pessoa realmente lhe importava e seu coração se encheu de alegria quando olhou novamente pra um dos bancos e o viu sentado de seu jeito largado lá. Apesar de estar um pouco cansado pela corrida, não pôde evitar sorrir quando seus olhos se encontraram com os dela, e ela retribuiu o gesto um pouco envergonhada. A garota agradeceu a platéia com uma pequena reverencia e logo em seguida se retirou discretamente pelo canto da igreja.

Enquanto esperava que ela - o único motivo pelo qual estava ali - voltasse, ele foi obrigado a ouvir o sermão do Papa, mas ele não sentia-se confortável ali, não se encaixava, tanto por seu comportamento quanto por sua aparência e suas vestimentas, ele era um guerreiro, não um homem de fé, e se incomodava com a forma como Creedo, em pé logo atrás do Papa, o encarava, bem como um homem sentado ao seu lado. 
— 2.000 anos atrás o cavaleiro Negro Sparda, enfrentou seus irmãos demônios e brandiu sua espada para o bem da humanidade — disse o Papa, sua voz ecoando pela igreja. — Apesar de seus corajosos esforços em nossos nomes, temo que alguns tenham esquecido esse grande sacrifício. No caso de se repetirem os acontecimentos que motivaram a fusão do mundo humano e o demoníaco, nós, humanos fracos, teríamos que assumir nossa fragilidade e aceitar nossa rendição. 
Ele tentava insistentemente se concentrar na música que soava de seu fone de ouvido e não naquelas palavras quando ela finalmente apareceu, com seu longo vestido branco e os cabelos loiros presos num rabo de cavalo. Ele pressionou o fone de ouvido com um pouco mais de força contra a orelha, fingindo não dar importância a sua presença, a verdade é que gostava dela embora não soubesse bem como demonstrar, lutar contra demônios lhe parecia bem mais fácil do que dizer a ela como se sentia.

Ela baixou os olhos para o espaço vazio no banco ao lado dele e viu que havia uma pequena caixa de presente azul com um laço, cuidadosamente pousada ali, ele espiou pelo canto dos olhos enquanto ela a pegava e a segurava contra o peito com um leve sorriso antes de se sentar ao lado dele no banco. 
— E rezar para que, no caso do caos e a escuridão voltarem, nosso misericordioso Salvador nos proteja dessa tempestade — continuou o Papa — Vamos rezar!
Todos na igreja juntaram as mãos, abaixaram a cabeça e começaram a rezar. Olhando em volta e sentindo-se incomodado ele retirou o fone do ouvido e se levantou pronto pra ir embora. 
— Joe — Demi chamou baixo o observando um pouco confusa — o que há de errado?
— Quero sair daqui — ele respondeu.
— Mas não acabou ainda... 
— Todo esse sermão está me fazendo dormir — respondeu mal humorado voltando a caminhar em direção a saída.

Demi se levantou também, indo atrás dele e ficou confusa quando ele parou no meio do caminho. Parada logo atrás dele, ela não pode ver que ele observava o braço enfaixado, que começava a brilhar levemente com uma luz azulada, perceptível atrás da luva de couro e da tipóia que o sustentava. Era um mau sinal, ele sabia. Aquilo sempre acontecia quando havia perigo por perto, como uma espécie de aviso sempre que algo ruim estava prestes a acontecer. Instintivamente ele olhou pra cima e Demi fez o mesmo, um segundo antes de ouvirem um barulho alto e algo quebrar a vidraça no teto da igreja. Despencando do céu, vindo do nada, um homem pousou sem nenhum arranhão sobre o altar onde o Papa estava, e sem nenhuma palavra, puxou sua pistola num movimento rápido, lançando um sorriso de escárnio ao velho assustado a sua frente, disparando um tiro, acertando em cheio a testa do Papa que, ao ser atingido caiu para trás, já sem vida. Houve um momento de silencio e choque, enquanto todos observavam assustados o homem se erguer e se virar pra encarar todos ali presentes, o rosto pálido manchado de sangue, então o pânico se instaurou.

— Sua Santidade! — Creedo gritou. Os cavaleiros presentes, desembainharam suas espadas, observando o assassino se erguer sem se abalar com o caos atrás de si. Todos saíram de seus lugares, correndo desesperados em direção à saída, gritando assustados, loucos pra salvar suas vidas, tropeçando uns nos outros no processo e causando um tumulto cada vez maior. Joe, ainda com Demi atrás de si, completamente assustada observou por um momento o causador da confusão, com seu sobretudo vermelho, olhos ferozes e uma enorme espada com uma caveira entalhada, enfeitando o cabo. 
Os soldados da Ordem logo o cercaram, e então um combate sangrento se iniciou. O homem saltou antes que qualquer um deles pudesse reagir, acertando um chute tão forte em um dos homens que o fez atravessar o salão voando e se chocar contra os bancos. Um segundo soldado investiu contra ele, que aparou o golpe facilmente com sua estranha espada e defendeu-se de um terceiro soldado que tentava lhe pegar desprevenido com um golpe pelas costas, mas ele novamente se esquivou e chutou o homem com força pra longe, se chocando contra outro de seus colegas e despencando no chão desacordado. Outro soldado foi derrubado no chão, o homem pisou em seu peito antes de enterrar a espada, sem dó, em seu corpo.

Joe finalmente se moveu, segurou a mão de Demi com força na sua e a puxou as pressas na direção da saída, o movimento brusco e inesperado a fez soltar a caixinha de presente que ganhara de Joe e ela observou enquanto corria aos tropeços ela cair no chão e ser pisoteada por uma das pessoas que fugia. Ela hesitou por um momento, mas Joe a pôs a sua frente e a empurrou em direção à saída. 
Creedo correu até o corpo do Papa, que jazia inerte no chão frio e se abaixou ao seu lado.
— Não... — murmurou, encarando o corpo com desespero. 
Enquanto isso, a batalha continuava: mais soldados apareciam para tentar parar aquele homem, mas um por um eram derrubados de forma rápida e horrenda, como quando ele enterrou sua espada na barriga de um deles, fazendo-a atravessar seu corpo sem resistência e ainda com o homem pendurado em sua espada a utilizou pra acertar os outros que o cercavam, até jogá-lo pro alto com tanta força que acertou uma coluna perto do teto da igreja, fazendo-a se quebrar e pedaços de concreto despencarem no chão, fazendo o piso do mesmo se rachar. Até que enfim não havia sobrado mais nenhum soldado, somente Creedo permanecera, apoiando o corpo de Sua Santidade em seu colo sem acreditar que aquilo estava mesmo acontecendo.
Antes de conseguir alcançar a saída, Demi que ainda corria olhou pra trás e viu o assassino se aproximar sorrateiramente de seu irmão mais velho Creedo, que estava distraído. Ela parou, soltando a mão de Joe antes que ele pudesse impedir e correndo na direção do irmão numa tentativa inútil de ajudá-lo.
— Creedo! — ela gritou.
— Demi! — Joe gritou, tentando impedi-la. 
O último soldado, ainda vivo, fez uma ultima e inútil tentativa de ferir o assassino, atacou-o com toda sua vontade, mas seu golpe foi facilmente defendido e o impacto das duas espadas empurrou o homem pra longe, fazendo com que o corpo dele batesse com força contra Demi que corria em direção ao irmão e ela caísse atordoada no chão. O assassino se aproximou dela lentamente, a observando com seus olhos cruéis enquanto ela tremia de medo.
Tomado por uma nova fúria e seu instinto protetor ao ver Demi em perigo, com um grito de raiva Joe correu em direção ao assassino, impulsionando o corpo no ar e acertando um poderoso chute em seu rosto que fez o mesmo atravessar o grande salão voando, dando um mortal ainda no ar, Joe aterrissou no chão de joelhos e sem perda de tempo puxou sua arma, disparando dois tiros. O assassino, que ainda atravessava a sala como um raio rebateu as balas com sua espada, pousando logo em seguida, sem nenhum arranhão, sobre a cabeça da enorme estátua de Sparda no fundo da igreja. 
Ainda tomado pela fúria, Joe deu um poderoso salto, alcançando facilmente a altura onde o assassino se encontrava - coisa que nenhum humano jamais poderia fazer - que já puxava sua espada pra tentar acertá-lo, mas antes que pudesse fazê-lo, Joe deu um chute com toda sua força no cabo, enterrando a mesma na cabeça da estátua, então os dois caíram juntos, até estarem em pé sobre os braços da figura, apontando suas armas um pro outro de forma desafiadora.
— Joe! — Demi gritou assustada observando os dois enquanto se levantava do chão, ela deu alguns passos em sua direção, mas Creedo se pôs em seu caminho, a impedindo de se aproximar.
— Demi, vá com seu irmão e saia daqui. — ele respondeu sem desviar os olhos do homem à sua frente. 
— Eu voltarei com ajuda — Creedo gritou para Joe. — Mantenha-o ocupado enquanto isso. 
Então arrastou a irmã às pressas para fora da igreja, correndo para buscar ajuda, enquanto alguns soldados carregavam o corpo sem vida do Papa para fora. 
— Eu não vou perder tempo. — Joe murmurou balançando a cabeça de forma que o fone em volta de seu pescoço caísse a metros a baixo, no chão. Sem esperar mais, disparou um tiro na direção do rosto do assassino que apenas se abaixou para desviar e Joe atirou de novo, dessa vez mais embaixo, porém ele se esquivou mais uma vez, dando um salto no ar. Tomando impulso, Joe saltou também antes que ele pudesse alcançar o chão e voando em sua direção prendeu as pernas em sua cintura.
O assassino apontou uma de suas armas para o rosto dele, mas Joe desviou do tiro inclinando o corpo para o lado e imobilizando o braço dele com uma das pernas. O assassino tentou de novo com a mão livre, porém Joe segurou a arma com os dentes e puxou a sua própria, mas o tiro passou direto. Ainda no ar, sem ter tocado o chão, o homem impulsionou o corpo pra baixo, obrigando Joe a soltá-lo, mas antes que pudesse fugir, Joe agarrou-o pelo sobretudo e girou seu corpo no ar, o empurrando contra a estátua, e ele pousou sobre ela como um gato.
Joe pisou sobre o cabo da espada enterrada nela, arrancando-a de forma brusca e despencando até conseguir parar sobre os braços da estátua, o assassino alcançou sua espada ainda no ar e sem perder tempo deferiu um golpe contra Joe que defendeu com a ponta da arma. Mas o impacto o fez cair, rolando pelo pequeno espaço entre o corpo da estátua e a enorme espada de metal que ela segurava até finalmente conseguir se apoiar com as pernas e olhar pra cima em busca do assassino que ainda estava parado sobre a cabeça da estátua. 
Joe disparou mais um tiro, porém o assassino saltou antes que o acertasse, pousando habilmente no cabo da espada gigante. Com as costas apoiadas no corpo da estátua e os pés sobre a espada, Joe esticou o corpo, usando toda sua força e fazendo as mãos da estátua se quebrar e a enorme espada de metal começar a despencar no chão. Joe correu pelo objeto em movimento em direção ao assassino que se encontrava em pé sobre o cabo tranquilamente e tentou acertar novamente um tiro nele, mas o mesmo se esquivou e os dois saltaram para trás, para longe da enorme espada antes que ela atingisse o chão, juntando-se com os escombros da mão da estatua.
Caindo de pé no chão, Joe ergueu novamente sua arma e a apontou para o estranho, naquele momento pôde perceber a semelhança entre eles. Apesar de mais velho, eles tinham o estilo muito parecidos, o rosto, o cabelo longo atingindo o começo da nuca, quase idênticos, se não fosse pelos olhos verdes e as roupas diferentes, poderia se dizer que eles eram pai e filho, ou até irmãos. 
— Você tem uma noção de como se joga — Joe murmurou irritado. — e isso está começando a me irritar. 
Joe disparou o ultimo tiro de sua arma e com um rápido movimento a recarregou, mas quando se virou o assassino não estava mais ali, estava parado bem atrás dele, com a espada apoiada no ombro e não parecia nenhum pouco cansado ou preocupado.
— Parece que isso não vai funcionar — ele comentou guardando a arma e dando um chute na espada de um dos guardas que estava fincada no chão, pegando-a no ar com sua mão livre em um movimento habilidoso e a fincando no chão novamente, girando o cabo como se ela fosse uma moto e estivesse dando “partida”. 
— Para que você carrega uma espada como essa, se você não sabe usá-la? — Joe ralhou. O homem ergueu o queixo em um gesto superior, ignorando sua provocação e calmamente abaixou a espada, deixando a ponta encostar-se no chão, esperando que o garoto atacasse. Com um grunhido irritado, Joe partiu para cima dele. O tilintar das espadas preenchiam a igreja, e a força que cada um deles colocava sobre suas armas eram tão intensas que eles mal conseguiam se manter em pé.
Com mais alguns golpes certeiros, o mais velho desarmou o jovem, investiu a espada sobre Joe novamente que ergueu o braço enfaixado instintivamente pra se proteger, fazendo assim que a ponta da espada o atingisse e com uma explosão de luz e ar, os bancos da igreja voaram para longe e a luva e a tipoia ficaram em farrapos, revelando seu braço demoníaco. 
— Hm, você tem um truque na manga — disse o assassino, observando seu braço. 
— Pensei que o gato tinha comido sua língua. – murmurou Joe, ofegante pela luta intensa, seu braço liberando pequenas cargas de eletricidade, como se tivesse entrando em curto. — Mas se você está procurando por truques... – Joe murmurou raivoso, fechou a mão fazendo com que seu braço brilhasse. — experimente isso! — o empurrou para longe fazendo com que ele parasse do outro lado. Ele derrapou e se levantou calmamente. 
— Parece que você também é um... — murmurou se virando para ele, a tempo de ver uma mão completamente azul - projetada como uma sombra e controlada pelo braço demoníaco de Joe - segurando a espada da estatua e lançando-a em sua direção, acompanhado de seu grito de raiva. O mais velho apenas inclinou á cabeça um pouco para o lado, deixando a espada gigante passar por ele e atingir a parede atrás de si.

— Odeio interromper, mas quero acabar logo com isso antes que a cavalaria chegue. — disse abrindo e fechando a mão direita algumas vezes enquanto se preparava para atacar novamente. Dessa vez apenas lutando com o seu braço amaldiçoado, a luta terminara mais rápida, defendeu mais um golpe do mais velho e a espada dele ficou grudada em seu braço, com um grunhido de raiva, lançou-o para frente, fazendo-o cair em um dos bancos e com o seu peso arrastá-lo para trás, o assassino se equilibrou antes que o banco caísse para trás, fazendo com que ele voltasse para frente ficando na posição certa, fincou a ponta da espada no chão e sorriu de lado para o garoto. Ele cruzou as pernas, relaxado. 
— Então você sabe jogar, uh? — disse e encostou-se ao banco de seu jeito mais folgado. — Certo, acho que tenho algum tempo livre para acabar com você. — apontou para ele com a espada, Joe bufou e olhou para o lado, caminhando até a espada fincada no chão. 
— Garoto durão uh? — murmurou pegando a espada e a apoiando no ombro, a lamina atrás da cabeça. – Bem... — Joe chutou o banco em sua direção e antes que o atingisse, eles saltaram no ar e se golpearam com as espadas, cada um caindo para um lado, o mais velho pousou perfeitamente no chão, enquanto Joe pousou em cima da pilha de bancos, ficando agachado no topo dela, com a espada repousada no ombro.

— Acho que vou ter que descer aí e por você para dormir um par de noites. – disse enquanto o mais velho se virava e caminhava em sua direção lentamente. 
— Se você diz, criança. – provocou. Joe partiu para cima dele, largou a espada no meio do caminho e deixou a fúria o dominar e a direcionou completamente para seu braço, lutando incessantemente contra aquele homem desconhecido, ele se manteve firme desviando de alguns golpes e o atingindo algumas vezes com a espada, Joe derrapou para trás, pegou impulso correndo na direção do adversário e socou sua espada que ele estava usando como escudo, o lançando longe, pegando-o no ar pelo pé e socou seu peito jogando-o no chão fazendo o mesmo se rachar e a espada do assassino voar para alguns metros à frente, fincando no chão. Continuou dando socos e mais socos no rosto do homem, que nem ao menos se machucava, sem que percebesse, o braço dele havia ficado como o seu por alguns instantes, com um grunhindo de ódio o pegou pela gola da camisa e o lançou na estatua, lançando sua espada logo em seguida fazendo-a atravessar o peito do homem, prendendo-o ali. Ofegando pelo esforço, se recompôs, olhando sua “obra”. 
— Nada mal — ofegou novamente, recuperando o fôlego e se preparando para ir embora.
— Pode ser que eu tenha subestimado suas... — Virou-se novamente ao ouvir o homem e o observou se apoiar na estátua e lentamente se impulsionar para frente, se libertando de onde estava preso com a espada ainda atravessada no corpo e parando a sua frente. — habilidades — terminou.
— Você não é humano, certo? — perguntou, ainda o observando. O mais velho ofegou um pouco, dando alguns passos.
— Nós somos os mesmos... Você... — segurou a espada com as duas mãos e lentamente a retirou de seu peito, fazendo uma poça de sangue abaixo de seus pés. — e eles. — terminou apontando para os soldados mortos perto deles. Joe olhou com surpresa para os corpos dos soldados no chão, com olhos laranja e a boca aberta mostrando os dentes pontudos, horrível. — Mas acho que você tem algo diferente dos outros. — disse e quando Joe se virou para olhá-lo ele estava sentado na vidraça quebrada pela qual entrou antes de atirar no Papa. 
— Do que você está falando?
— Você descobrirá em breve, mas antes tenho algumas coisas para resolver — disse se levantando e sumindo.
— Ei! — gritou e logo em seguida atirou para chamar sua atenção. 
— Adios, garoto — reapareceu pra sumir novamente. 
Joe continuou observando a vidraça quebrada, até ouvir os reforços que Creedo mandara se aproximando, então escondeu novamente o braço.

Fim do Capítulo

Chaper Two

Creedo caminhava lentamente pela igreja, observando tudo em volta com atenção. A igreja estava completamente destruída por dentro, vidraças e bancos quebrados espalhados por todos os lados, pedaços de concreto das paredes e do teto, partes do chão haviam afundado e nem mesmo a estátua de Sparda no fundo da igreja havia sobrevivido, estava completamente deformada, parecia simplesmente impossível que apenas dois homens tivessem conseguido fazer tanto estrago em uma luta, aquilo certamente era no mínimo muito estranho, mas ele não fez perguntas, apenas observou.
Joe estava quieto em um canto da igreja quando viu Demi atravessar o salão com dificuldade, usando toda sua força pra arrastar de forma desajeitada uma enorme caixa de metal, certamente pesada. Ele caminhou até ela, pondo a mão gentilmente em seu ombro, o braço direito estava agora escondido sobre a manga do sobretudo pra que ninguém pudesse ver como ele realmente era.
— Isso é para mim? — ele perguntou.
— Creedo pediu — Demi explicou. — Ela anseia pelo seu toque.
—Obrigado — ele agradeceu pegando gentilmente a caixa da mão dela — Esta espada é a melhor companheira de batalha que um espadachim poderia desejar.
Utilizando apenas a mão esquerda ele puxou a enorme caixa e a pousou no chão com facilidade, como se não pesasse absolutamente nada, se abaixou a sua frente, abrindo-a e se concentrou em arrumar a sua nova espada. Demi o observou distraído por um momento, então lembrou-se de uma coisa e olhou em volta, seus olhos procurando pelo cenário de destruição até que encontrou o que queria do outro lado do salão, caminhou calmamente até lá e se ajoelhou.
A caixinha de presente que Joe havia lhe dado mais cedo estava jogada ali, amassada e pisoteada por conta da confusão e ao seu lado havia um lindo colar de ouro, com uma miniatura de anjo de quatro asas com um cristal vermelho no centro. Ela o segurou com todo cuidado, olhando com atenção e sorrindo consigo mesma enquanto o coração disparava no peito.

Joe é um órfão que fora criado por Demi e Creedo e nunca soube quem eram seus verdadeiros pais, e como crescera com ela, fora se apaixonando aos poucos pelo seu jeito doce, o sorriso gentil e beleza delicada, porém nunca soube como falar ou demonstrar isso e optou pela indiferença, escondendo seus verdadeiros sentimentos quase que o tempo todo, afinal ele era um guerreiro, acostumado a batalhas e violência, era difícil ser gentil embora em alguns momentos acontecesse naturalmente, pois a doçura dela era contagiante. Demi não era muito diferente, mas não sabia ao certo o que exatamente sentia por Joe, achava que talvez estivesse confundindo as coisas por ter ajudado a criá-lo, eram praticamente irmãos, era um absurdo ela sentir qualquer coisa a mais, o que Creedo pensaria disso? Porém ela não conseguia impedir que seu coração disparasse toda vez que estava perto dele.
— Castelo Fortuna, então? — ainda ajoelhado no chão Joe apoiou a ponta de sua espada no chão — Foi o que disseram as testemunhas. Esse cara acaba de chegar do inferno, e já está visitando locais turísticos — disse debochadamente girando o cabo da espada como se esta fosse uma moto e estivesse dando partida.
— Você parece estar calmo nesse momento de crise? — Creedo parou de caminhar e se virou pra encará-lo claramente nervoso por conta dos últimos acontecimentos.
Joe se levantou do chão, apoiando sua espada sobre o ombro e olhando pra Creedo em silêncio.
— Você deve capturá-lo — disse seriamente.

— Acredite em mim, eu o irei fazê-lo — Joe garantiu confiante.
Embora estivesse nervoso, Creedo sabia que não havia ninguém melhor que Joe para cumprir aquela tarefa.
— Por favor, tenha cuidado — Demi pediu com preocupação — Você não está completamente recuperado.
Demi não sabia a verdade sobre o braço de Joe e ainda se preocupava que pudesse se machucar tentando lutar com o braço que segundo Joe ainda não havia se recuperado completamente do incidente. Ele não gostava de mentir pra ela, mas não via outra opção se não essa, não estava pronto para contar a verdade, tinha muito medo do que ela iria pensar.
— Não temos tempo e o dever chama — ele se virou para olhá-la e por um segundo sua fachada de garoto durão desapareceu ao ver o cordão no pescoço dela, não pode evitar sorrir, tinha ficado perfeito como ele imaginou.
Demi sorriu e corou envergonhada com o olhar dele, brincando com o pingente do cordão um pouco nervosa. Joe chegou um pouco mais perto, até que estivessem frente a frente.
— Não posso passar adiante uma emergência — até gostaria de poder ficar, mas precisavam dele.
— Devo retornar ao quartel e reportar — Creedo avisou se dirigindo a saída da igreja.
Por um momento Joe e Demi ficaram ali sozinhos, olhando nos olhos um do outro e sorrindo, porém um estranho tremor repentino chamou sua atenção e eles correram pra fora da igreja pra descobrir o que estava havendo.

Eles desceram juntos a enorme escadaria da igreja, a primeira vista tudo parecia perfeitamente calmo e normal.
— Alguém me ajude! — ouviram um grito assustado vindo de algum lugar à frente, Creedo puxou sua espada, se preparando pra qualquer coisa que viesse. Joe parou de andar, estendendo o braço indicando a Demi que ficasse atrás dele por precaução, ela segurou no braço dele, olhando em volta apreensiva.
Eles observaram em silencio um homem surgir cambaleando por de trás da fonte no pátio principal, o homem despencou no chão e logo atrás veio uma estranha criatura que Joe conhecia bem, tinha destruído várias delas mais cedo pra tentar chegar a tempo à apresentação de Demi. A criatura tinha uma forma estranha, era como se o demônio tivesse possuído um monte de retalhos e tinha um braço laminado, como a foice de um carrasco, que enterrou sem dó no corpo do pobre homem que gritou de dor, o arrastando pra longe, só pra depois jogar o corpo sem vida de volta.
E então o caos começou, outros moradores apareceram correndo desesperados, tropeçando uns nos outros, gritando de medo enquanto muito mais daquelas criaturas apareciam do nada, assassinando qualquer um que aparecesse no caminho sem dó nem piedade, espalhando sangue pra todos os lados.

— É ele... ? — Joe perguntou querendo saber se o assassino do Papa tinha alguma coisa haver com aquela confusão toda.
— Eu... Não tenho certeza — Creedo respondeu incerto.
Joe olhou pra trás por um instante, para o rosto assustado de Demi que ainda segurava seu braço com força e sentiu o sangue ferver de raiva, ela não devia ter que presenciar nada daquilo.
— Creedo, cuide da Demi — murmurou se afastando gentilmente dela e segurando o cabo da espada pendurada em suas costas — Eu faço isso!
Sem perda de tempo ele avançou pra cima das criaturas, afastando-as das pessoas, destruindo várias delas de uma vez com apenas um golpe certeiro da espada. Enquanto isso Creedo e Demi ajudavam as pessoas assustadas a escapar do local.
— Nós devemos evacuar os moradores de volta ao quartel — Creedo disse — Reporte de volta o mais rápido que puder, e tenha cuidado.
— Eu já tenho — Joe respondeu com um sorriso confiante, acertando outro dos demônios em cheio.
— Demi, corra! — Creedo ordenou — Vá com os outros.

Demi estava correndo pra saída junto com os outros quando viu um pouco mais a frente um menino chorando, provavelmente teria se perdido da mãe na confusão, logo atrás dele vinham mais algumas daquelas criaturas horríveis. Sem pensar duas vezes Demi correu até o menino pra ajudá-lo, mas não havia pra onde correr, os três demônios saltaram na direção do menino e Demi o abraçou, se pondo no caminho e fechando os olhos com força a espera do ataque. Porém um segundo antes de conseguirem acertá-los Joe apareceu, se pondo entre Demi e as criaturas e transformando-as em fumaça com um único golpe de sua espada.
— Vá! Saia daqui — ele ordenou.
— Joe — ela olhou pra trás com espanto e logo em seguida pegou o menino e correu pra longe dali.
Joe sorriu enquanto via Demi se afastar em segurança, e pendurando a espada de volta nas costas um momento se virou de novo para os demônios, erguendo a manga do sobretudo e revelando seu braço amaldiçoado, que na verdade Joe já não achava tão horrendo e estranho quanto antes, tinha uma aparência escamosa, como a pata de um dragão, com algumas frestas de luz azul começando no cotovelo, passando pelo braço, atingindo a palma e as costas da mão, terminando na ponta dos dedos que eram pontudos como garras.

— Não tão rápido... — ainda sorrindo, ele esticou o braço pra trás e agarrou uma das criaturas pela perna, usando-a pra bater em outras três que se aproximavam e as jogando longe com tanta força, que o choque contra um dos muros da igreja fez tudo desmoronar, bloqueando a passagem por onde Demi e os outros tinham fugido.
Com um movimento ele jogou mais três criaturas pro alto e puxou a espada, cortando cada uma delas antes que pudessem tocar de novo o chão. As criaturas eram muitas e rápidas, mas nenhuma delas era páreo para Joe, a espada era como uma parte do corpo que ele controlava muito bem, e o braço amaldiçoado tornava tudo ainda mais fácil.
— Não está nada mal — ele sorriu olhando pro próprio braço, era a primeira vez que o utilizava assim e não o mantinha escondido de todos, na verdade era até mesmo divertido e em questão de poucos minutos não havia sobrado nenhuma criatura pra contar história.
Como uma das saídas agora estava bloqueada pelos destroços do muro Joe teve que encontrar um caminho alternativo pra conseguir continuar sua caçada ao assassino do Papa. Depois de pensar por um minuto ele lembrou da outra saída nos fundos da igreja, as ruas estavam completamente vazias, exceto pelas criaturas que apareciam em toda parte, mas Joe lidava com elas facilmente.

Depois de pensar por um minuto ele lembrou da outra saída nos fundos da igreja, as ruas estavam completamente vazias, exceto pelas criaturas que apareciam em toda parte, mas Joe lidava com elas facilmente. O primeiro imprevisto ocorreu quando ele precisou atravessar uma ponte levadiça que levava até o outro lado do rio, ele foi até a sala de controle e achou facilmente o equipamento que controlava a ponte, o problema é que não estava funcionando, talvez fosse velho demais. Joe apertou todos os botões do painel e nada aconteceu, a luz continuava vermelha e a ponte elevada.
— Droga — resmungou dando um tapa no painel.
Ele se virou pra ir embora, mas antes de atravessar a porta puxou sua arma e deu um tiro no painel, houve uma pequena explosão, mas pra sua surpresa a luz mudou do vermelho para o verde e a ponte começou a baixar, ele sorriu sozinho.
Tirando mais algumas poucas criaturas o caminho estava sendo tranquilo e Joe não conseguia parar de pensar em Demi, preferia estar com ela em qualquer lugar do que perseguindo um assassino que nem mesmo era humano, mas tinha um dever a cumprir e estava curioso para descobrir mais sobre ele, e sobre si mesmo também, aquele homem parecia saber de muita coisa, coisas que mesmo temendo Joe também precisava saber, como a sua origem e o que ele era de verdade. Quem diria que ele poderia se transformar em uma das criaturas que tanto repudiava.

Já era noite quando Joe chegou a um vilarejo abandonado, analisou o grande paredão parecendo de aço com alguns desenhos entalhados, o primeiro portão do inferno.
— Deixe-me adivinhar... Mais demônios. — murmurou, caminhando até o que parecia ser a rua principal do lugar sem tirar os olhos do portão. Parou um pouco escondido ao lado de uma casa desgastada pelo tempo e ao que parecia por fogo também, um pequeno terremoto começou, uma fenda se abriu no paredão e de lá saltou um centauro de fogo com cabeça de touro segurando uma enorme espada, ao pousar no chão deixou as casas à sua volta em chamas, Joe permaneceu no mesmo lugar sem se deixar abalar, se abanando por conta do calor repentino.
— Ahhh, o mundo humano, já faz algum tempo... — disse o centauro com sua voz grave e rouca – típica de monstro ou demônio – ele caminhou pela rua calmamente e Joe fez o mesmo no sentido contrário, assim que estavam afastados um pouco mais, Joe retirou a espada das costas encostando a ponta no chão e a girando jogando uma rajada de ar com o movimento e apagando o fogo das casas, finalmente chamando a atenção do enorme centauro.
— Que interessante... — o centauro disse se virando para ele, Joe também se virou.
— Fogo faz mal para a pele. Eu queimo fácil, nunca me bronzeio. – encolheu os ombros, como se tivesse conversando com um velho amigo.
— Quando eu vim a este mundo, 2.000 anos atrás, não havia nenhum ser humano como você. — disse parando um pouco mais perto dele.
— E porque não espera outros 2.000? — Joe retrucou. Com um grunhido de raiva o centauro investiu sua enorme espada contra a de Joe que investiu a sua também fazendo com que as pontas de ambas se chocassem, segurando a posição por alguns minutos e ambos recolheram a espada.
— Criatura inútil, você irá sofrer a ira de Berial! Eu, o conquistador do Fogo do Inferno! — ele soltou um rugido alto, iniciando a luta.
*************
Joe terminou a luta com um último soco com seu braço demoníaco, fazendo Berial derrapar para trás.
— Seu braço... Você não é humano! — disse, se levantando.
— Não pergunte. Essa coisa maldita está me deixando louco. — disse mexendo o braço e o olhando, começando a aceitar sua diferença, mas se não fosse por seu braço, poderia tentar dizer a Demi o que sentia, sem se preocupar se ela o acharia um monstro por ser meio demônio.
— Você é exatamente como ele era... — Berial disse, o olhando.
— E “ele” seria...?
— Eu preciso recuperar meus poderes... — desconversou e com um rugido se tornou uma bola de fogo , girou no mesmo lugar por alguns segundos antes de se direcionar para o primeiro portão do inferno.
— Ei! — Joe gritou antes que ele entrasse completamente, mas foi em vão. Ele olhou em volta, frustrado e pôs as mãos na cintura, observando o rastro de fogo que Berial havia deixado para trás.

Fim do Capítulo

Bom amores estou pelo computador da minha mãe e postei a nova historia mas irei continuar com Anjo da Noite para quem gosta... Nao vou postar mas do que 2 capitulos da nova historia porque nao tenho muitos capitulos no meu computador se der posto mas 2 dessa historia amanha ... E irei  pegar mas capitulos de Devil May Cry para poder postar bastante capítulos ok? beijos amores

4 comentários:

  1. UAU! Fantástico! Adoramos esta história, mas não deixes de postar a outra, ok?
    Posta rápido!!!

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  2. Selinho http://jemi-sixfriends.blogspot.com.br/2013/01/selinho.html

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  3. Posta logo ! amei amei amei !
    http://jemiamoramoramor.blogspot.com.br/ selinho pra você flor !

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  4. Charáaaaaaaaaaa heeey dá uma passadinha neste blog aqui http://jemiforever-gaabsmusso.blogspot.com.br/ nova fanfic :33

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Espero que tenham gostado do capítulo :*