Que tal uma maratona amanha ou sexta?? Deixem nos comentarios se você querem ou não :)
— ESTÁ ocupada esta noite?
Demi
franziu a testa quando ouviu a voz em seu celular pessoal.
— Como conseguiu este. Oh, deixa pra lá. Vou adivinhar. Você invadiu o
duto do edifício, desceu, procurou na minha escrivaninha até achar meu celular,
então roubou o número e voltou pelo caminho pelo qual entrou.
— Não. Que desperdício de energia. Liguei e consegui o número com seu
assistente.
Demi
lançou um olhar furioso a Thad, através da parede de vidro.
— Por que ele faria isso?
— Presumiu que um telefonema meu seria importante. E como sou agora seu
amante... — O modo como ele disse a palavra fez a pele de Demi arrepiar. —
Naturalmente vou precisar falar com você dia e noite.
Ela
odiava saber que ele estava certo. Odiava ter concordado com tudo aquilo, mas
realmente queria o contrato da Barrows, mesmo se tivesse que fazer um acordo
com o diabo. Não estava feliz, mas disposta. E uma vez o produto lançado, Joe
não seria mais seu problema. Não teriam que trabalhar juntos na criação do
sistema de navegação, não depois da fase de design. Podia sobreviver a ele.
Tinha o controle. Não era como ser toda produzida no vestido mais feio do mundo
e ser mandada para um baile com um cara que havia sido pago para ser o
acompanhante dela. Não, tinha interesse naquilo, tinha poder. E compreendia
negócios.
— Certo, certo. Por que quer saber se estou ocupada esta noite?
— Imaginei se gostaria de ir à première de um filme comigo.
— Uma première? De quê?
— Cold Planet será lançado esta noite e tenho um convite para Joe Jonas
e acompanhante.
Por
um segundo ela se esqueceu de bancar a gelada.
— Não me diga! O filme deve ser maravilhoso.
— Acha?
— É como um sonho de ficção científica que tive na infância, se
realizando na tela! — Era tarde demais para esconder seu entusiasmo. Estava
sempre fazendo aquelas coisas consigo, mesmo quando havia sido ensaiada por
profissionais sobre como se comportar em público.
Pessoas
normais não ficavam excitadas por filmes, mas geeks sim. Deixava os outros
desconfortáveis e ninguém estava interessado. Isso era o que sua mãe lhe
dissera. Todos os dias. Desde que tinha 5 anos e falava como queria usar em
carros, os sistemas de navegação de uma nave espacial de um filme futurista.
Tinha
sido um constrangimento para os pais. Falando sobre assuntos esquisitos o tempo
todo, sem controle sobre sua excitação e entusiasmo. Torná-la normal havia sido
o objetivo de vida de sua mãe. Queria tanto, que comprara um vestido de baile
para Demi quando ela tinha 16 anos.
E
aquilo tinha sido o fim. Nunca mais tentara ser normal. Contudo, aprendera uma
coisa ainda mais importante naquela noite. Não havia proteção na normalidade.
Mas mostrar quem era? Permitir-se ser vulnerável? Aquele tinha sido o pior erro
de todos. Sobrevivera àquela noite horrível e se tornara mais forte. E quando
tirara aquele ridículo vestido cor-de-rosa, que passara horas escolhendo,
pusera a armadura que usava desde então. Joe estava certo sobre isso. E não
gostava de saber que ele tinha razão.
No
entanto, mesmo com a armadura, possuía alguns pontos fracos. Tentara muito não
agitar aquela bandeira de geek. Não mais. Tinha um rosto público que era tão mais
aceitável socialmente e a ajudava a enfrentar a mídia sem muitos problemas. O
que era ótimo. Tivera muitos enquanto crescia. Cadela idiota, eu estou lhe
fazendo um favor. Nenhum outro cara jamais a tocará.
Afastou
a lembrança. Não tinha importância. Aquelas palavras, o toque de suas mãos,
nada mais tinha importância. Seguira em frente. Mantivera a cabeça baixa e
trabalhara muito, sem ligar mais para o que as outras pessoas pensavam
Era
por isso que tivera sucesso. E com todo o dinheiro, contratara consultores que
a ajudavam a parecer uma heroína de um jogo de vídeo, aprendera a falar com
pose e confiança. Não era mais vulnerável. Embora a excitada Demi tivesse
permissão para pular de entusiasmo sobre filmes e jogos, não podia jogar.
— Bem — disse ele. — Forneci alguns dos softwares usados para os efeitos
especiais muito sofisticados e por isso recebi o convite.
Ela
fechou a porta das lembranças e se concentrou no presente.
— Certo, fiquei com um pouco de inveja.
— Mas você não tem a tecnologia para esse tipo de coisa.
— Não. Tenho a tecnologia para pessoas comuns. E então, vou poder ir? —
Não perderia aquilo por nada.
— Sim. Roupa formal. Mas, já que é um filme sci-fi, se quiser usar um
biquíni dourado e uma coleira de escrava, acho que seria aceitável.
— Ha, ha, Jonas. Mas isso é Star Wars. Cold Planet é uma mitologia
totalmente diferente. É baseado no jogo. — Fechou a boca. Estava fazendo aquilo
de novo. — E dificilmente irei a um evento público numa fantasia.
— Vai ter que me contar mais sobre mitologias na première.
Estava
zombando dela e merecia. Uma coisa era ficar diante de uma sala cheia de
pessoas e fazer um discurso ensaiado, outra muito diferente era uma interação
social que podia ser muito desagradável. Não tinha prática.
— Certo. A que horas?
— Eu a pegarei às 17h. Precisamos andar sobre o tapete vermelho, então
assistir ao filme.
— Uau!
— Você parece excitada.
— Sobre o filme, sim
— Ótimo, vejo você às 17h. — E desligou.
Ela
ligou para o assistente.
— Thad.
— Sim?
— Preciso de um vestido. Coisa quente. Peça a Ally para cuidar disso,
por favor. E preciso fazer o cabelo.
— Formal? Para quando?
— Sim, e preciso estar na calçada diante do edifício às 16h50.
Thad
suspirou. Ela sabia que o que pedia era quase impossível, mas ele tentaria.
— Como quiser.
— Ótimo. Obrigada. Você é o maior.
Desligou
e descansou o queixo na escrivaninha. Então inspirou com força e endireitou o
corpo. Tudo correria bem. Não pensaria em como estava mal equipada para
aparecer numa première de Hollywood, na companhia de um homem como Joe. Não
pensaria como era provável que deixasse cair um coquetel de camarão no decote
durante a festa. Não. Ficaria relaxada e deixaria que os profissionais que
contratara, a preparassem para enfrentar as câmeras. E pareceria bem. Pareceria
forte. Dinheiro podia não comprar a felicidade, mas comprava a imagem que lhe
permitia se apresentar bem em público.
Sim,
ia ter um encontro com Joe. Mas não era um de verdade, felizmente. A última vez
que tivera um encontro, havia sido um desastre completo. E o cara não era Joe
Sexy Jonas. Não que soubesse o que era sexo. Mas Joe sabia. O rosto enrubesceu
quando se lembrou de algumas partes muito reveladoras da biografia não
autorizada dele. Não era apenas quente. Era o tipo de homem que fazia uma
mulher perder a cabeça. Tinha sido o garanhão muito mais jovem de algumas
mulheres no país dele, fazendo manchetes sobre desmanchar casamentos. É claro,
presumindo que aquela versão de sua vida fosse verdadeira. E, como Joe dissera,
ele nunca admitia nem negava.
Certo,
faria aquilo. Aquela noite seria mais um boato para adicionar à lista de Joe. E
não confirmaria nem negaria.
Quando a
limusine de Joe parou diante do edifício de Demi, ele ficou atônito com a
aparência dela. Estava cativante num longo vestido negro, mulher parecia não
ter nada de outra cor, que chegava ao chão. As mangas eram longas e cheias,
como um quimono, e o decote alto, revelando muito pouco da pele pálida. Os
cabelos louros, estavam puxados para trás num coque baixo e frouxo, a maquiagem
toda em tons de rosa claro e dourado. Os lábios estavam pintados com um rosa
muito suave e aquilo despertou a mais estranha curiosidade nele. Uma fascinação
sobre como poderiam parecer se fossem mais escuros e cheios com a excitação.
Estranha porque nunca se sentia curioso sobre aquelas coisas. Sabia tudo sobre
sexo. Não havia mistérios para ele.
Abriu
a porta para Demi entrar e então ambos passaram o tempo de viagem em seus
celulares, terminando o trabalho interrompido do dia.
Quando
pararam diante do Grauman’s Chinese Theatre, as ruas já estavam bloqueadas. A
limusine de Joe teve acesso imediato e foram deixados no começo do tapete
vermelho. Aquele tipo de coisa nunca tinha sido seu aspecto favorito da fama.
Gostava do dinheiro, não de dar sorrisos falsos, para pessoas ainda mais
falsas.
Demi
tinha a expressão mais entediada que ele já vira. Como se estivesse obrigando
os lábios a ficarem rijos, forçando-se a não sorrir. Estava rija, a cabeça
alta, a postura firme. Mas abaixo de tudo aquilo estava vibrando. A energia
emanava dela em ondas, embora ninguém que não estivesse perto pudesse senti-la.
Mas ele sim Ela tremia.
Parecia
gostar de um espetáculo, suas apresentações eram tão ostentosas que pareciam
irreais, mas então estava no controle. A mídia jogava de acordo com as regras
dela. Talvez aquele fosse o motivo de sua inquietação agora. Puxou-a para ele,
os dedos enlaçando os dela.
— Vamos andar sobre o tapete. — Sentia seus dedos tremerem sob os dele.
— Relaxe. Não seremos atropelados pela multidão.
— Você é atropelado com frequência, já vi fotos.
— Sim, mas não quando há estrelas de cinema por perto. Vamos. E se
formos atropelados, será ainda melhor para nosso objetivo.
Puxou-a
com ele e quando eles pisaram no tapete, ele acendeu o sorriso. Demi fez a
mesma coisa e acenou para a multidão alinhada do outro lado do cordão de
veludo, que separava os privilegiados das massas. Ela andava um pouco à frente,
os passos rápidos e nervosos, e foi então que ele percebeu as costas do
vestido, ou melhor, a falta delas. Tinha um decote baixo e largo, uma expansão
de pele branca em exibição, que terminava um pouco acima da curva do traseiro.
Foi
o choque que o fez querer tocá-la. Tinha certeza. Era um homem gasto demais
pelo passado, para ficar excitado por um pouco de pele. Gasto demais para se
permitir ficar excitado, a menos que fosse tarde da noite e precisasse dormir.
Mas estava fascinado.
— Devagar — puxou-a para trás.
—
Desculpe. — O sorriso ainda pregado no rosto. — Nervosa.
— Não fique. Lembre-se, estão todos aqui para vê-la. É você que está
numa posição invejável. É linda. Tem sucesso. Todos aqui adorariam ser você.
As
palavras saíam com facilidade, sem pensar, sem sinceridade. Era bom em fazer
elogios. Em dar às mulheres exatamente o que queriam. Em manter a mente em
outro lugar, enquanto dava tudo de seu corpo. Uma desconexão perfeita.
O
sorriso dela mudou sutilmente, se tornou mais sincero.
— Isso é uma coisa muito linda de dizer.
— É verdade. — Não parou para pensar se era mesmo.
— Joe! Demi!
A
cabeça de Demi se virou na direção do seu nome. Percebeu que Joe mantinha os
movimentos sob controle, as emoções escondidas. Mas tinha muito mais
dificuldade em controlar as dela. Nunca estivera na première de um filme.
As
câmeras estavam voltadas para eles e ela continuou a sorrir, esperando que sua
aparência estivesse impecável. Joe, por sua vez, estava imaculado em seu
smoking preto, os cabelos curtos em perfeita ordem. O homem sempre parecia
composto.
— Vocês estão num encontro? — Gritou um jornalista.
Joe
apenas sorriu.
— Se você tem que perguntar, então, eu estou fazendo tudo errado.
— Demi, algum comentário?
— É melhor ser um encontro. Não quero ter que pagar meu jantar.
E
todos riram enquanto ela se sentia bem por ter conseguido dizer alguma coisa.
Seu cérebro parecia ocupado com o calor que lhe percorria a mão, na qual Joe a
segurava e que subia para o braço, os seios e fazia os mamilos enrijecerem
Joe
acenou, ela imitou o gesto, então entraram no teatro e foram conduzidos para
suas poltronas. Joe a libertou assim que as luzes se apagaram
Ela
reconheceu alguns dos rostos em torno.
— Acho que aquele é...
— Não encare, Demi, é grosseiro.
Ela
lançou a Joe um olhar letal que ele não viu.
— Desculpe. Esqueci que somos blasés.
— Vai chegar lá.
— Acha?
— Eu sei. Sua vida perfeita ainda não lhe roubou a inocência.
— Você não tem ideia do que a vida me roubou.
Pela
segunda vez no mesmo dia, pensou de novo naquela noite do baile. Por que estava
pensando tanto naquilo? Não pensava mais. Afastara-se. Estava bem, os
ferimentos sararam. E o que não havia cicatrizado, ajudara-a a perceber que
precisava ser forte. Não se importava mais de não ser normal e aquilo tinha
sido o começo de seu sucesso. Não suportava nem pensar no canalha que a
atacara, mas também não estava se lamentando.
— Posso garantir que sabe menos sobre a minha vida do que pensa, Demi.
— Li a biografia.
Ele
riu, um som sem humor nem calor.
— Como eu disse, sabe menos sobre mim do que pensa. Apenas porque está
impresso, não quer dizer que é toda a verdade.
* * *
“O Fim do Mundo Tecnológico como o Conhecemos?”
A
manchete parecia gritar para Demi do jornal que acabara de abrir em seu tablet.
Joe estava no escritório dela, sentado numa cadeira diante da escrivaninha,
como se tivesse todo o direito de estar lá.
— Não é exatamente a manchete que queríamos.
— Acha? — Ela passou os olhos pelo artigo, o estômago apertando. — “Ou é um golpe no progresso ou uma jogada
publicitária” — leu em voz alta.
— Porque, se dormimos juntos, não competimos, e se não competimos,
estamos fazendo um jogo?
— Há uma porção de palavrões rodando na minha cabeça. — Ela se levantou
e andou de um lado para o outro. — O que vamos fazer? Está em toda parte. Na
internet, Jonas, uma maldita página dedicada a do que estão nos chamando? —
Olhou o artigo. — JulErro. Pelo amor de
Darth.
— E, para todos que adoram esta pequena história: inimigos que viram
amantes.
— Há a mesma quantidade de pessoas que nos jogam nas chamas dos
infernos. Isso. Isso é maior do que antecipamos, não é?
Joe
desejou ter antecipado aquilo, mas o fato era que a mídia social era difícil de
prever. A imprensa era uma coisa, mas e a máquina dos civis? Completamente
diferente. E a verdade é que aquilo saíra do mundo da tecnologia e estava na
internet, dirigida pelas massas. Que eram totalmente imprevisíveis.
— Sim, é.
Não
gostou da sensação de claustrofobia, de se sentir preso. Uma armadilha que ele
mesmo montara. E tinha ido longe demais, não pela primeira vez.
— Certo. — Ela continuou a andar. — Vamos continuar e fazer disto o
maior espetáculo de todos. E quando explodir, será a maior explosão já vista na
mídia. E seremos muito mais interessantes depois disto. Pense a respeito,
quando invadir outra de minhas apresentações, após terminarmos, as notícias
serão mais sensacionalistas que nunca. É hipotético, não invada minhas
apresentações de novo.
Demi
podia usar armadura, mas era durona. Inteligente. Brilhante.
— É claro, vão esperar que passemos muito tempo juntos. A visibilidade é
grande demais. Vamos lhes dar alguma coisa sobre a qual falar, porque, se não
dermos...
— Teremos problemas.
— Para dizer o mínimo.
— Certo. Então, qual é o plano?
— Há um evento beneficente esta noite.
—
Pretendia mandar apenas um cheque, mas acho que devemos aparecer, não acha?
Como um casal.
Demi
hesitou.
— Vamos lá, Demi, não desista agora.
— Não estou desistindo!
— Então por que esta expressão de animal encurralado?
— Porque até alguns dias atrás éramos inimigos jurados. Agora. Dois
encontros públicos seguidos? Podia viver sem isto. Talvez este seja o motivo
pelo qual o mundo da tecnologia e dos negócios, seja tradicionalmente um jogo
masculino. — Não acreditava no que dizia, mas precisava lhe dar um motivo.
— Talvez porque mulheres sejam governadas pela emoção. — Sabia que não
era verdade. Porque ele havia sido moldado por mulheres, que não davam a mínima
para o que suas ações faziam com as emoções de um adolescente. Passara anos
cercado por mulheres que viam as pessoas como peões, que agiam motivadas apenas
por desejos egoístas. Que usavam pessoas para atingir seus objetivos. Mas o que
dizia empurraria Demi na direção certa. Sabia que era o botão para ela.
— Está dizendo que não consigo fazer isto?
— É você que parece ter um problema. Estou disposto a fazer tudo
funcionar. Você está?
Ela
cerrou os olhos.
— Vou ignorar o insulto.
— Se quiser.
— Certo. Tem um encontro esta noite, Joe?
— Sim?
— Hum. Qual é o objetivo?
— Levantar fundos para adolescentes sem-teto.
— Ótimo. Vou levar meu talão de cheques.
Continua ...
primeira a comentar s2!!!!!!
ResponderExcluirmaratona :)
ResponderExcluirAmei esse capítulo ficou perfeito... Esses dois juntos sinto cheiro de confusão! Kkkkk
ResponderExcluirMaratona maratona maratona ... Siiim eu preciso de maratona :)
Fabíola Barboza
Faz maratona hoje... :)
ResponderExcluirClaro que queremos maratona!!
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