Mini fic - Ambitious - CAPÍTULO 4

Oi gente :)
Tudo bem com vocês?? Bom hoje como prometido irei começar a maratona. Não vou postar os capítulos muito rápido hoje, porque tenho prova na faculdade e eu estou estudando, então mais o menos de 2 em 2 horas terá um capítulo novo ok?


MARATONA 1/5


EVENTOS beneficentes, era o inferno da existência de Joe. Um brilhante e luxuoso salão de baile de um hotel cheio de pessoas feias por dentro, que se sentiam importantes demais. Pessoas que manipulavam e usavam outras menos afortunadas, para seu prazer durante o dia e frequentavam coisas como aquela, a fim de mostrar seu altruísmo para a imprensa.
Lembrava-se bem da primeira vez em que estivera num salão como aquele.
Odiando com quem estava. Odiando ter que sorrir e fingir que gostava do que estava sendo pago para fazer. Não. Os tabloides, e o autor de sua biografia, não tinham a menor ideia da profundidade de maldade em que havia mergulhado.
Olhou para Demi, que lhe segurava o braço como se fosse um salva-vidas, o sorriso rijo, e se perguntou se agora as coisas eram tão ruins. Não, não eram. Isso beneficiava Demi também. Era uma troca. Como sexo por dinheiro? Inferno, não. Não era a mesma coisa.
E por que diabos; estava pensando naquilo? Raramente pensava, contudo estava acontecendo mais depois que ele e Demi, fizeram aquela aliança maldita. Ninguém sabia a verdade. Acreditavam que ele subira, dormindo com mulheres ricas e mais velhas em seus dias de juventude. Mas não sabiam tudo. Os boatos o seguiam, aborreciam-no porque estavam perto demais da verdade. Mas faria o mesmo caminho mil vezes para chegar aonde estava agora, porque tinha o direito ao sucesso. Arrependimentos eram para os fracos. E não perderia mais tempo com aquilo. Fechava-se, assim como fechava a sensação de fome e frio, que experimentara quando era uma criança de rua. Como fechava a vergonha e a dor depois de fugir da sarjeta onde estivera, sendo levado para um mundo horrível e brilhante, que exigira sua alma em troca de comida e uma cama quente. Em troca do sucesso. Como fechava o desejo agora, para evitar pensar sobre aquele tempo em sua vida.
E aquela noite fecharia o resto de consciência que ainda tinha, e iria em frente. Porque era a melhor coisa a fazer. Porque o fim sempre justificava os meios. E porque não era mais o garoto que havia sido. Era um homem com poder. O que significava que venceria no fim
Enquanto andavam pelo salão, eram seguidos por uma onda de sussurros. Todos os observavam. Todos estavam interessados.
— Tente relaxar — murmurou para Demi.
— Estou relaxada.
— O que mostra que você realmente não sabe como relaxar. Está tensa. Está praticamente tremendo.
— Tenho muita energia.
— É mesmo? Então devemos usá-la. — Soltou o braço, tomou-lhe a mão, enlaçou os dedos e a puxou para a pista de dança.
— Por que quer dançar?
— Porque as manchetes serão sensacionais. — Puxou-a contra o peito e sentiu-lhe o corpo estremecer ao seu toque. Não era atração. Parecia apavorada. — Não vou morder.
— Eu sei. Mas vou parecer uma idiota.
— Siga minha liderança.
Ele começou a dançar no ritmo da música, guiando os movimentos de Demi. Ela se segurou no ombro dele, as unhas mergulhando em Jonas através do tecido do paletó. Isso também era familiar, uma lembrança do passado. E no entanto, parecia diferente. Ela tropeçou e lhe pisou no pé. Ficou ruborizada.
— Desculpe.
— Está tudo bem. — Continuou a dançar e ela tropeçou de novo, o rubor aprofundando.
— Isto realmente não é a minha praia. As pessoas estão olhando.
— Provavelmente gostam da nossa página na internet. Somos infames agora, não apenas famosos.
— Já não éramos?
Ele sorriu.
— Sim. Bem-vindo ao lado escuro.
— Não tenho certeza se gosto de ter me juntado a você aí.
— Então sempre teve uma consciência limpa antes de se associar a mim?
Ela desceu as pálpebras.
— É claro.
— Eu a faço se sentir suja, Demi?
Ela ergueu a cabeça, os olhos redondos, o rosto rosado. Conseguira chocá-la. Desequilibrá-la. Não sabia por que precisava fazer aquilo. Para provar que ainda estava no controle? Talvez. O controle parecia fraco com ela em seus braços, a pele suave sob a palma da mão. Mas aquilo era apenas um jogo, como tantos outros de que já participara. Não tinha nada a ver com ele, com o que queria. Nem mesmo importava o que ela queria. Tudo o que interessava era o que a imprensa queria ver. E a imprensa queria um espetáculo que ele garantiria que tivessem.
— Agora que mencionou, senti que minhas mãos estavam sujas cada vez que tive uma associação com você.
— Eu perguntaria como é sentir que vendeu a alma por dinheiro, mas já sei.
Os olhos dela cresceram e a boca se abriu. Ela parecia tão doce. Não na personalidade, mas como se seu sabor fosse o de uma deliciosa sobremesa. Não precisava se perguntar qual seria o gosto dos lábios dela, mas não podia continuar lá, com Demi olhando para ele com aquela expressão. Era a hora do show. Parou e levou a mão ao rosto dela. Sua pele era macia. Quente. Então ele se debruçou e ela endureceu um pouco sob o toque dele.
— Venha comigo à varanda. É muito mais privativa.
Passou a mão carinhosamente pelas costas dela e levou-a para as portas da varanda fechada que se debruçava sobre o oceano.
— O que está fazendo?
— Poupando você do constrangimento de dançar, dando ao público o que querem. O que é melhor do que sermos vistos na pista de dança? Sermos vistos fugindo para um pouco de privacidade. — Olhou para o salão e percebeu que o movimento deles havia sido seguido por uma mulher que demonstrava interesse demais. — Já atraímos a atenção dos paparazzi. Se não me engano, uma mulher está tirando fotos com um OnePhone.
— Dez pontos para mim
Deu um passo em direção a ela, que recuou até ficar com as costas contra a parede.
— Beije-me — ordenou ele.
— O quê?
— Estamos aqui numa varanda escura e há apenas um motivo para isto.
— É mesmo?
— Sim Quero você. Não consigo manter minhas mãos longe de você e precisei nos afastar de todos para me entregar às minhas fantasias, para fazer o que quiser com você.
— Oh?
— Sim. Demi, só há uma coisa que pode levar dois rivais históricos aos braços um do outro e é o tipo de luxúria que não segue regras. Um tipo de paixão que desafia a lógica e a razão. O tipo que nos verá fugindo da pista de dança, para um lugar onde possamos ficar sozinhos.
A boca e a garganta de Demi secaram. Homem nenhum, nunca, olhara para ela com a intensidade com que Joe a observava agora. Seu acompanhante do baile, Michael, a encarara com uma espécie estranha de raiva e agressividade. Mesmo enquanto a beijava à força, não era por luxúria ou atração, mas pela necessidade de dominá-la. De ser dono dela. A tentativa de estupro não tinha relação com o desejo sexual. Ele tinha sido violento. Odioso e insultuoso. Apavorante.
Joe não olhava daquele jeito. Era ardente e interessado, cheio de intensidade. Desejo. Como se a olhasse e realmente a visse. E sabia que era parte do jogo. Sabia que Joe ligava e desligava o charme, que sabia tudo a respeito de sedução. Era um amante legendário. De acordo com o livro, as mulheres arriscavam tudo apenas para ficar com ele. Sentir seu toque. Estar em sua cama. E ela quase conseguia entender.
Ele estendeu a mão e lhe traçou a linha do queixo com a ponta do dedo.
— Beije-me, Demi.
— E se eu não quiser? Nem mesmo gosto de você.
— Não precisa gostar de uma pessoa para querê-la.
— Eu preciso.
— Pense em todas às vezes que atrapalhei seus planos, todas às vezes que meu novo sistema de computador vendeu mais que o seu. E pense em como gostaria de me bater. Pense em como interrompi sua apresentação. Agora, canalize tudo num beijo. Compreende?
Ela estava tremula. Ele se debruçou, os lábios lhe roçando a orelha, a respiração quente no pescoço.
— Pense em como a irritei. E então me beije como se fosse meu castigo. — O dedo desceu para o lábio inferior de Demi, traçou-lhe o contorno da boca.
As palavras dele acenderam uma chama no corpo dela. E a fizeram esquecer tudo. Esquecer os beijos que machucavam e doíam. Esquecer que era ridiculamente inexperiente para uma mulher da idade dela. Esquecer tudo, menos o desejo de seguir suas instruções. Até mesmo a fizeram sentir que a ideia era dela, porque queria aquilo. Como a fizera querer? Nem mesmo se importava. Tudo o que haviam planejado, dependia do fato de que o calor da paixão que havia nascido do ódio, poderia ser facilmente transformado em atração. E no momento, parecia ser verdade.
Ela colocou a mão na nuca de Joe, a palma formigando com o contato com a pele dele. Não sabia beijar. Só esperava não ser desajeitada demais. Então se debruçou e comprimiu os lábios nos dele e percebeu que não importava se sabia ou não beijar, porque isso não era nada que conhecesse.
Pensou em todas às vezes que tivera ódio dele, e isso, combinado com a pressão dos lábios nos dela, construiu um fogo tão intenso em seu sangue, que teve medo de sair do controle. Segurou-se nele, os dedos mergulhados nos cabelos macios. Ele a abraçou pela cintura e a puxou contra o peito musculoso. Então angulou a cabeça, aprofundou o beijo, a língua escorregando sobre a dela. Não havia como um fotógrafo ver aquilo, mas ela não se importou. Especialmente quando mergulhou a língua em sua boca e sentiu o gosto dele, então mordeu com força o lábio inferior. Sua punição, como ele pedira. Importou-se ainda menos, quando o movimento despertou um rosnado profundo, feroz no corpo dele e o beijo dele se intensificou.
Ela arqueou contra Joe, pressionou os seios em seu peito. Até não conseguir mais pensar. Até a raiva, a confusão, a situação enganosa, se dissolverem numa mancha enorme de desespero e paixão que apagou tudo. Sentiu um impulso quase irresistível de tirar as mãos dos cabelos dele, descê-las por seus ombros, seu peito. Apenas para saber como era sentir seus músculos. Saber como era tocar um homem tão perfeito. Mas não fez nada, principalmente porque temia que se mudasse as posições em que estavam, se transformaria numa poça. Quando ele ergueu a cabeça, Demi sentiu como se tivesse corrido uma maratona.
— Isto deve ser o suficiente. Acho que não deixará dúvidas sobre nosso envolvimento pessoal. E tenho certeza de que algumas fotos foram tiradas.
— Ah! — Foi tudo o que conseguiu dizer. Seu cérebro parecia ter esvaziado.
— E, ainda melhor, é o momento certo para partirmos, já que deixamos evidente que temos outras coisas em mente.
— Certo.
— Está tudo bem?
— Ótimo. Só que acabamos de chegar e ainda tenho que fazer um cheque.
— Temos que trabalhar pela manhã.
— Eu sei.
— Esqueci, você nunca fica sem energia.
Mas ela se sentia estranhamente cansada no momento. E nervosa. Não sabia por que havia reagido a ele daquele jeito. Não gostava dele e não deveria ter sido tão afetada por seu beijo. Mas se sentira.
— Não me importo de dormir tarde.
— Eu também não; foi só uma justificativa. Não gosto deste tipo de evento.
— Por quê?
— Lembranças antigas. O passado nunca foi meu lugar favorito.
Ele parecia gelado e ela se assustou.
— Bem, o meu também não. O ensino médio foi um horror. Tinha aparelho nos dentes, usava óculos de lentes grossas.
— Parece ter sido horrível. — Mas não havia convicção na voz dele. — Precisamos mesmo ir.
Ele realmente não fazia ideia do que era ser uma pessoa esquisita, não só na escola, mas em casa também. E a mãe pagar a um cara pelas costas dela, para sair com ela. E o cara ainda estar com a nota de vinte que sua mãe lhe dera, quando tentou forçá-la fazer sexo, batendo nela quando disse não. Não, ele não sabia e não precisava saber. E que aquilo a fizera perder a confiança nas pessoas.
Demi acenou, ele passou o braço dela pelo dele e voltaram ao salão de baile, onde sentiu todos os olhos neles. Haviam passado 15 minutos na escuridão da varanda e agora Joe a puxava pelo salão como se não pudesse esperar nem mais um segundo. Oh, sim, haviam conquistado todos aqueles olhares.
Não tivera muitos encontros, assim foi uma experiência interessante estar de braços com um homem como Joe. Bem, desde que se tornara uma bilionária, tivera muitos homens atrás dela. Eram sempre os mesmos. Bonitos, idiotas, preguiçosos e não sabiam nada sobre a trilogia O Senhor dos Anéis. Em resumo, não valiam nada.
Mas não contavam. Nem mesmo tinham a decência de querê-la por seu corpo, apenas por seu dinheiro. E isso não era nada excitante. É claro, o beijo exibicionista com Joe também não devia ter sido excitante, mas fora. Esperava que seu rosto quente, não estivesse tão vermelho como temia e seguiu Joe para fora do salão de baile e a limusine que esperava.
— Bom trabalho, Jonas, enviou uma mensagem de texto para seu motorista?
— Não, tenho um App que envia um alerta, quando preciso que ele me apanhe. Até lhe dá minha localização, se estiver num lugar diferente de onde me deixou.
Ela entrou e ele a seguiu.
— Oh, como se tivesse parado num bar ou qualquer coisa assim?
Ele sorriu malicioso.
— Qualquer coisa assim
Oh. Sim. Aquilo. Um quarto de hotel com alguma mulher. Estranho, dada sua reputação como amante, não era fotografado com mulheres com muita frequência.
— Certo.
— Agora, não pareça ciumenta, cara, aquelas mulheres não significam nada. — Não era sincero. Nem mesmo tentava parecer sincero, mas seu coração não parecia se importar.
Ela se recostou e cruzou os braços. Não queria sentir a tentação de tocá-lo.
— É impressionante quanto lixo você tem.
— Perdão?
— O sorriso. — Imitou o sorriso vazio. — As palavras sem significado. Você é muito bom nisso, Joe. É fácil esquecer que é tudo fingimento e que você é apenas uma casca vazia sem coração nem alma.
— Ah, você me entende bem — Ainda sorria, ainda a olhava como se ela fosse a única mulher no mundo. — Aconselho-a a se lembrar de suas palavras, porque vai precisar delas. Sou um homem sem consciência e precisa se lembrar sempre.
— Não se preocupe, Joe, não vou esquecer. Não confio em homens. Aliás, em ninguém. Não vou falhar com você.
Mas com aqueles olhos escuros presos aos dela e a lembrança daquela boca ainda queimando a sua, temia que se não se cuidasse, poderia esquecer. Seria bom fantasiar com o homem. Era melhor que qualquer realidade que tivera. O importante, no entanto, era se lembrar de que era apenas fantasia. E que quando aquela situação terminasse, Joe Jonas voltaria a ser seu pior inimigo.



CONTINUA ...

5 comentários:

Espero que tenham gostado do capítulo :*