Mini Fic - Ambitious - CAPÍTULO UM


— EM TERMOS de design e desempenho, o novo sistema operacional está muito além da competição. — Demi Lovato se virou e fez um gesto em direção ao monitor de alta definição atrás dela, que projetava a interface de sua nova tela de computador para milhares de pessoas na plateia e milhões que a viam na televisão e na internet pelo mundo inteiro. — É suave, amigável com o usuário e agradável ao olhar, o que, como sabemos é importante. Tecnologia não é apenas sobre máquinas, é sobre pessoas.
Sorriu para as câmeras, sabendo que estava com boa aparência. Felizmente agora tinha uma estilista pessoal e uma equipe de cabeleireiros e maquiadores. Seria um desastre por conta própria, como lhe haviam dito incontáveis vezes. Mas com uma legião de pessoas garantindo que estivesse apresentável, podia enfrentar o mundo... E era literalmente o mundo com confiança.
— Entretanto, design não é tudo. Precisa ser seguro. O novo sistema de segurança instalado, é melhor que qualquer outro no mercado. É capaz de identificar e bloquear as ameaças mais sofisticadas e assim seus arquivos, fica protegido.
A tela diante dela piscou, e um vídeo surgiu e tomou todo o monitor. Ela congelou, todos os olhos nela e no monitor.
— Seguro? Não acho, Sra. Lovato. Talvez para o raro hacker que se dê o trabalho de usar o Anfalas. Qualquer um que use o software Datasphere conseguirá entrar.
O calor lhe subiu ao rosto. Joe Jonas era um tormento constante, embora, para ser justa, ela fosse o dele. E ambos um tormento para Scott
Hamlin. Basicamente, eram uma chateação uns para os outros, mas aquilo tinha ido longe demais.
O rosto dele, lindo, irritante, cinzelado rosto, havia lhe roubado a apresentação, o sorriso condescendente, uma demonstração da fraqueza que seus antivírus não conheciam.
— Dificilmente qualquer um que use o Datasphere, Sr. Jonas — tentou manter a calma, consciente de que sua humilhação estava sendo exibida para o mundo todo. O lançamento de seu novo sistema operacional era a notícia do dia. O lançamento de qualquer produto Anfalas era a notícia do dia. E Joe havia acabado de destruir sua apresentação. — É preciso ter um mestrado em tecnologia para usar o Datasphere. Por outro lado, os computadores Anfalas têm o foco no usuário.
— E seu usuário acaba de ser invadido. Será que tem informações bancárias que posso acessar?
Ela fez um gesto em direção ao técnico que fazia a transmissão entre seu computador e a tela imensa, e a tela ficou escura, ao mesmo tempo em que o áudio de Joe era cortado. Mas a voz dele ainda vinha do seu laptop e o rosto ainda era visível a ela.
— E você acaba de ser expulso. — O olhar lançava adagas à tela do computador. Ergueu os olhos. — Peço desculpas pelo drama. Sabem como meu competidor pode ser. É possível que esteja tentando compensar seus defeitos.
Houve uma onda de risadas nervosas no salão.
A imprensa na primeira fila se agitou, mas não fariam perguntas antes do momento certo. Era muito rígida quanto a isso. Gostava de fazer as apresentações sem interrupções.
Grrrrr.
Um novo computador foi levado a ela e a demonstração continuou. É claro, havia perdido o ânimo sobre a segurança, assim decidiu se dedicar às questões de alta definição em seus novos monitores e exibir o software de música e edição de fotos, as coisas que realmente atraíam seu público-alvo.
E quando terminou, preferiu evitar a imprensa. Saiu rapidamente do palco praguejando, pegou uma garrafa de água, colocou os óculos escuros e alcançou a bolsa preta na mão do assistente.
— Carro?
— Atrás. A imprensa será atraída pelo carro na frente.
— Obrigada.
Por tudo. Queria abraçar seu assistente e chorar, mas Thad brigaria com ela por estragar a maquiagem, e não demonstraria fraqueza. Porque os fracos eram devorados, na vida e nos negócios, e não exibia vulnerabilidade exatamente por isso. Sabia bem demais como era.
O que devia fazer era voltar para sua mansão à beira-mar, observar a vista pela janela e tomar um litro de sorvete. Ah, sim, calorias, aqui vou eu. E então. Ah, e então planejaria sua vingança contra Joe Facínora Jonas.
Abriu a porta de trás, entrou na limusine que esperava e bateu a porta para fechar.
— Oi.
Virou a cabeça e o queixo caiu. Lá estava Joe com seu sorriso desdenhoso, num rosto muito masculino.
— Que diabos.? O que está fazendo no meu carro?
— É o meu carro. Estas limusines são todas parecidas.
— Bem, o que fez com o meu carro?
— Dispensei o motorista. Disse que tinha uma carona. E uma reunião. Comigo.
— Reunião em que lhe dou um soco no nariz, por aquela brincadeira estúpida?
— Estamos esquecendo o que aconteceu no último lançamento de um produto meu?
Demi mordeu o lado interno da bochecha.
— O quê?
— Todas as sacolas de brinde do novo smartphone da Datasphere, tinham seu Onephone nelas. E então você mandou projetar aquele slogan na parede.
— Onephone para superar todos os outros. — Ela riu. — Essa história não cansa.
— Já cansou.
— Discordo. Mas sua apresentação não foi tão grandiosa como a minha. As minhas são acontecimentos.
— Apenas porque você faz um espetáculo de cada produto que lança.
— É minha assinatura, certo? As pessoas gostam. Aumenta minha clientela. Sou uma tendência, Jonas. Devia tentar um dia desses.
— Tendência, é? Por que não pergunta aos fabricantes de jeans desbotados com ácido, como isso funciona?
— Sou uma tendência em desenvolvimento. Meus produtos são importantes. — Recostou-se no banco e o carro se moveu. — Para onde vamos?
— Meu escritório.
— Terminei de trabalhar por hoje.
— Não, Demetria, não terminou. A menos que queira perder a oportunidade de sua vida.
— Acabei de ter a oportunidade da minha vida. — Olhou para as unhas manicuradas. Seus dedos nem pareciam mais dela. Nada de unhas roídas. Tudo polido muito bem. E sua aspereza natural também estava polida. O lado social era um pouco mais difícil. Podia disfarçar a garota geek com tinta e roupas elegantes, mas ela ainda estava lá. No entanto, nunca mais mostraria aquela menina fraca e vulnerável ao mundo. — Tenho a oportunidade de uma vida o tempo todo. — Ergueu o olhar para o dele. — Oportunidades que a maioria das pessoas nunca tem. Por quê? Porque trabalho muito. Porque sou um gênio, sim Mas trabalho duro também O que significa que se perder a oportunidade de uma vida, outra surgirá antes do jantar.
— Não apostaria nisso.
— Parece tão seguro.
Joe mergulhou o olhar escuro no dela, um sorriso fácil nos lábios.
— Barrows entrou em contato com você.
— Como sabe?
O sorriso cresceu.
— Não tinha certeza até agora. Mas comigo também. E com Hamlin. Fomos os três sondados para fazer o design do GPS para sua frota de carros de luxo.
— Fomos? — Manteve a voz sem emoção.
Aquela proposta tinha sido a maior coisa a lhe ser oferecida, desde que seu OnePhone havia se tornado o celular mais vendido nos Estados Unidos. Uma oportunidade de ter seus aparelhos em carros em todo o mundo? Um negócio imenso. Maciço. E aparentemente estava lidando com uma dura competição se quisesse vencer.
— Fomos. E se quiser vencer, posso ajudar.
— Não preciso de sua ajuda.
— Precisa. Fiz você parecer vulnerável, inexperiente e até despreparada. Minha ajuda é mais necessária do que pensa.
Ela cerrou os dentes. Odiava a palavra vulnerável.
— Pegadinha.
— O quê?
— Pegadinha, Jonas, qual é a pegadinha?
— Você vai me ver muitas vezes. — O sorriso conquistador continuava no lugar. Droga, era tão irritante. E quente. O que era ainda mais irritante.
— Por quê? Se você pretende continuar a usar essas táticas, pode apostar que não vou gostar de ver você com mais frequência.
— Muitas mulheres ficariam bem felizes em me ver mais vezes.
— Muitas mulheres não são suas rivais no mundo da internet, nem ocupam a posição de presidente da empresa de tecnologia de rede mais lucrativa do mundo.
— Muitas mulheres também não são uma chatice tão grande como você. Mas estou disposto a superar isso pelo bem maior.
— Bem maior?
— Vou ser franco com você. Não vou conseguir esse contrato. Nem você. Não tenho a... Simplicidade da sua tecnologia.
— Não é amigável com o usuário.
— Não torno as coisas fáceis para criar o apelo de massa, a menos que seja necessário.
— Esnobe.
— De qualquer maneira, não tenho a tecnologia para fazer o sistema de navegação simples e claro para o motorista médio. Você não tem o poder que tenho. Sabe que meus processadores são superiores aos seus e duram mais. Hamlin, bem, ele pode fornecer uma versão medíocre do meu processador e da sua interface. Não tão bem, mas meu processador é melhor que o seu; e sua interface é melhor que a minha.
— E como sabe disso?
— Espionagem corporativa, o que mais?
— Isso não é certo.
— Como se você nunca tivesse me espionado.
Ela fingiu espirrar e olhou pela janela para o cenário da Califórnia que passava. Colinas salpicadas de casas de estuque com telhados vermelhos e o mar brilhante além. Mesmo depois de sete anos vivendo no litoral, a vista lhe tirou o fôlego. Tinha sido o começo de uma vida nova. Felizmente jamais se cansava dela porque precisava de um cenário maravilhoso para se distrair de Joe e de todas as suas perguntas e sorrisos, e daquele seu cheiro masculino.
O que era difícil de ignorar no espaço fechado da limusine. Muitos dos caras da tecnologia, cheiravam como se vivessem em uma caverna. E alguns deles até eram corcundas por ficarem debruçados sobre o teclado. Se não tivesse contratado um consultor de imagem, também poderia ter terminado daquele jeito. Porque sua vida era muito mais dedicada à tecnologia, do que à forma como o mundo a via.
Mas Joe não era assim. Emanava uma espécie de charme fácil e um sex appeal que muita gente com seu nível de inteligência, incluindo ela, não tinham. Não que pudesse ter sex appeal, mesmo com ajuda profissional.
— Vou tomar seu silêncio como uma aceitação e continuar. Não quero que Hamlin consiga o contrato, porque eu o quero. Tenho certeza de que você sente a mesma coisa sobre nós dois.
— Sim — ainda estudava o litoral. A limusine subiu uma colina e ela se virou para Joe. — Pensei que íamos para seu escritório.
— Meu escritório em casa.
— Por quê?
— Não vou deixar vazar uma aliança com você, até descobrir como quero que pareça.
— Para um homem que está propondo um tipo de parceria, você usa demais a palavra eu.
— Algum problema?
— Não há um “eu” numa equipe Joe, devia saber.
— Detesto clichês.
— São clichês por um motivo. Porque são verdades.
— Não necessariamente.
A limusine parou diante de uma construção pequena de segurança. Joe se debruçou fora da janela e colocou o polegar num scanner. O motorista fez a mesma coisa.
— Você também
— Não vai me reconhecer.
— Eu sei, não terá permissão para entrar com sua digital, mas gosto de manter arquivos.
— Arquivos de impressões digitais! Fale sobre paranoia.
— Não preciso ser paranoico?
Demi deu de ombros e concordou. Principalmente porque ela era um dos motivos para ele ser paranoico. Não sentia escrúpulos em fazer espionagem, mas ele fazia a mesma coisa, maldição. Justo é justo. Ou duas injustiças se transformavam em justiça. Ou qualquer coisa assim
— Agora você. Marque.
Ela olhou para a janela ao lado dele.
— Quer que eu apenas me debruce e faça isso?
Um brilho de diversão surgiu nos olhos dele.
— É, apenas se debruce e faça isso.
Ela ruborizou e fez tudo o que pôde para não olhar nos olhos dele ou mostrar que a perturbava. Estava acostumada com homens. Trabalhava com muitos e chegara ao ponto em que suas insinuações não a aborreciam mais. Especialmente quando estava com sua armadura. Com o rosto que mostrava ao mundo. Vestida de couro negro, botas negras, a garota durona que não fazia prisioneiros na sala da diretoria. Exatamente o que devia ser agora. Estava tentando enervá-la. E não recuaria. Nunca. Por homem nenhum.
Inspirou o ar com força e se debruçou sobre ele. E não alcançou o scanner. Limpou a garganta e se debruçou um pouco mais, o braço roçando o peito dele. O coração tropeçou e caiu. Sentiu uma fisgada profundamente perturbadora no corpo, que a deixou sem fôlego e trêmula. E lá estava o cheiro dele de novo. Mais perto, podia perceber suas nuances. Sabonete na pele. Limpa, almiscarada, masculina.
Pelo menos, era o que presumia. Não era familiarizada com o cheiro de pele masculina, mas não pensaria naquilo. E não devia estar pensando no cheiro da pele de Joe Jonas. Escaneie o polegar e se afaste, está regredindo!
Regredindo para aquela triste a ansiosa adolescente que tinha sido. Que havia fracassado ao tentar se enturmar até desistir. E então os pais começaram a tentar para ela e as coisas tinham se tornado realmente ruim. E descobrira o que acontecia quando tentava. Quando era vulnerável, suave e confiante.
Afastou a lembrança, debruçou-se um pouco mais e tentou ignorar como o seio lhe tocou o bíceps. Como a respiração estava presa na garganta. Estendeu a mão, colocou o polegar no scanner e a respiração presa saiu num jato, quando o aparelho fez um som de aceitação e ela pôde voltar para seu lado do banco, com uma saudável distância entre ela e Joe.
A limusine continuou a subir e outro portão barrou o caminho. Então o carro parou e o coração dela bateu com força.
— Está brincando?
Ele deu de ombros.
— Este precisa apenas de um código.
Ele digitou o código na tela do celular, um que ela percebeu não ser tão elegante ou rápido como o que sua empresa havia acabado de lançar, e o portão se abriu.
— Perfeito.
— Seu celular é ligado à segurança da casa?
— Não. Mas tem alguns Apps de jogos realmente bons.
— Como é que seus celulares vendem mais que os meus?
— Não acabou de me ouvir dizer as palavras “jogos” e “realmente bons”? É por isso.
— Não há uso prático nisso.
— Certo, e é ótimo ser prático, mas a maioria das pessoas não tem sistemas de segurança que grita “Sou paranoico”.
— E como é sua segurança?
— Grita “Sou paranoica” Mas não preciso controlá-la pelo celular.
Ele ergueu o celular.
— Admita, é muito legal.
— Certo, é.
— Isto tudo está contribuindo muito para a defesa do meu caso.
A limusine parou diante de uma casa imensa, que lembrava mais um palazzo italiano.
— Que caso? — Joe desceu e rodeou o carro, abriu a porta dela e estendeu a mão. — Pare com isto, Jonas, é uma reunião de negócios. — Saiu do carro sem tocá-lo, passou por ele e fechou a porta. — Se não faria isto para um rival masculino, não faça para mim.
— Vou anotar que meu toque a perturba.
— O quê? Seu toque não faz nada comigo. Mas não vou permitir que faça joguinhos sutis de poder. Diga-me o que quer para que possa sair do Forte Jonas e voltar à civilização. Estou precisando muito de um copo de vinho neste momento.
— Então entre e tome um. Porque isto não vai ser rápido.
— Ah vai, porque já sei que não vou gostar do que tem a dizer.
— Não vai gostar, mas não é idiota. O que significa que vai ouvir.
— Verdade?
— Sim. O caso é o seguinte: você tem alguma coisa de que preciso, eu tenho alguma coisa de que precisa. A única maneira de conseguirmos aquele contrato é juntando forças.
— Prefiro ser atirada dentro de um vulcão em erupção.
— Nobre. Mas não lhe dará o contrato. Trabalhar comigo dará.
— Errado. Isso me dará meio contrato.
— Melhor que contrato nenhum É melhor que deixar Hamlin conquistá-lo.
— E por que é melhor para mim conseguir o contrato com você, do que com Hamlin?
Scott Hamlin era um canalha da pior espécie e jamais ouvira uma coisa boa sobre ele. Contratara pessoas que haviam trabalhado para a Hamlin Tech em posições de baixo nível, e a opinião sobre o ex-patrão nunca era boa. Mas então, imaginava que pessoas que foram demitidas da Anfalas, diziam coisas ruins sobre ela e seus executivos.
Também roubara alguns dos funcionários de Joe e a palavra, tirano, era uma descrição frequente do homem. E se lhe pedissem para resumir Joe Jonas em poucas palavras, jamais escolheria “cara gentil”.
Mas nenhum deles havia sido acusado de perseguir sexualmente funcionárias. Hamlin era um porco chauvinista e sem escrúpulos. E se havia uma coisa que não tolerava, eram canalhas que pensavam que tinham direito ao corpo de mulheres apenas porque eram homens ou pagavam os salários delas. Portanto, sim, queria que Hamlin queimasse. Mas também não estava ansiosa por uma parceria com Joe.
— Se precisa perguntar, então não conhece bem Hamlin.
— Conheço bem você e não gosto muito. — Olhou ostensivamente para o relógio de pulso. — Você tem um minuto para me convencer a entrar, Jonas, ou vou embora.
— Desculpe, cara mia, não trabalho assim
— Então não vai nem tentar?
— Vou dizer apenas uma coisa: melhor o diabo que conhece, do que o que não conhece.




 Continua ...



11 comentários:

  1. PERFEITO
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    amei essa mini fic, quero logo a segunda parte, estou ansiosa <3

    Posta Logo PLEASE

    beijos

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  2. Já morri com esse capítulo Deus!! Deus eu preciso demais , ficou tão perfeito :)
    Continuaa
    Fabíola Barboza

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  3. Eu adorooooooo
    Eu me amarrooooooo
    Aeeeeeeeeeeee Lalah
    nosso bebê nasceu
    primeira de muitas parcerias
    por que já somos parceiras na vida né minha fisioterapeuta
    te amoooooooo
    poste mais...

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  4. sdjhcbsav já quero mais, pleeease, posta mais :3
    beijos

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  5. Divulga para mim por favor http://minhapaixaoejemi.blogspot.com.br/ :D

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  6. Quero mais... Postaaaaaa

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  7. Posta logo. To louca pra saber o que se segue...

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Espero que tenham gostado do capítulo :*