Capítulo 2 Bônus do fds


— Então por que não o tira para mim? Demi se sentiu repentinamente tímida. As dúvidas que a haviam atormentado durante todo o dia voltaram a assombrá-la. Aquela não era uma maneira aceitável de tratar uma mulher — deixá-la bastante insegura e depois pedir para que fizesse um strip-tease, enquanto ele ainda estava sentado em sua mesa. 
— Não acha melhor irmos para o quarto? 
Ele riu. Estava tão excitado que não acreditava ser capaz de chegar até a porta. 
— Não acha que já estamos nos conhecendo há algum tempo para sermos tão convencionais? 
Demi congelou. Conhecendo. Que espécie de palavra era aquela! 
Ele notou que sua boca estava tremendo e passou a ponta da língua sobre os lábios, enlaçando a sua cintura. 
— Tire-o — ordenou ele. 
Ela quis dizer que não podia, mas ele certamente lhe perguntaria por que, e ela não saberia como lhe responder. 
Dizer-lhe que queria que ele a respeitasse e não a tratasse apenas como um objeto sexual poderia soar como chantagem emocional. 
Respeito era algo que precisava ser conquistado e não exigido. Talvez aquele fosse o modo de bilionários como ele conduzirem as suas aventuras amorosas. Demi tinha de admitir que havia uma parte dela que estava se deleitando com sua capacidade recém-descoberta de provocá-lo, de deixar o corpo dele rígido de tensão, os olhos negros opacos com um desejo incontrolável. Aquela era a única hora em que ela sentia que tinha voz na relação — naquele momento emocional e fisicamente tenso pouco antes do sexo? 
Ela se levantou e passou as mãos pelos cabelos, deixando-os cair pesadamente sobre os ombros, observando os olhos negros de Joe seguirem seus movimentos quase que hipnotizados. 
Demi sabia que ele adorava seus cabelos. Ele mesmo lhe havia dito que eles tinham a cor do crepúsculo pouco antes de ser engolido pelo céu da noite, como se quisesse, ele mesmo, engoli-la. 
Não fora exatamente aquela maneira quase poética de ele lidar com as palavras, assim como seu olhar negro e intenso e seu corpo bem-feito que a haviam desarmado? 
Um homem que era a encarnação de tudo o que havia de mais machista no mundo, e mesmo assim não hesitava em se expressar de modo a fazer uma mulher se derreter. 
Será que aquilo não era apenas parte da sua técnica de sedução? Quanto tempo fazia desde que ele lhe dissera que seus olhos eram como as flores violetas e azuis que floresciam em meio à aridez das pedras na primavera grega? Ou que sua pele era um verdadeiro creme e que era por isso que ele gostava tanto de lambê-la? 
Ela tremeu. 
Seu orgulho lhe dizia para não se despir para ele, mas ela sabia que a noite acabaria mal se começasse a se recusar a fazer o que Joe lhe pedia. 
Demi tirou o vestido num único e lento movimento e o jogou sobre a mesa, em meio aos seus papéis, provocando-o, querendo que ele reclamasse. Desejando conseguir fazer com que aquele homem poderoso se sentisse tão desamparado quanto ela. 
— Espero que isso não interfira no seu trabalho — disse ela. 
— Demi — disse ele arfante. 
— Sim, Joe? 
— Vire-se — disse ele com a voz rouca. — Vire-se e deixe que meus olhos se deleitem com a visão do seu corpo. 
Ela o fez esperar. Aquele era o único momento em que podia fazê-lo. Começou então a caminhar até o outro lado da mesa. 
— Demi? 
— Assim, Joe? 
Ela se virou lentamente num movimento sensual. Ouviu a risada de Joe mesclada a um pequeno gemido ao ver a calcinha vermelha inacreditavelmente pequena que ela estava usando e o sutiã combinando de onde seus seios despontavam. 
— NeExatamente assim. 
Ele adorava o seu traseiro assim como seus cabelos. Havia lhe dito isso também, insistindo para que as nádegas salientes fossem cobertas apenas com peças de renda que ele lhe comprara numa das lojas mais caras de Londres, mas ela havia recusado. Não admitia ser comprada, embora às vezes ele a fizesse se sentir como se fosse uma propriedade sua, como um de seus carros ou apartamentos. 
Ela começou a baixar a calcinha até os pés, arrancando-a com mãos trêmulas. Virou-se então para ele, amassando a peça na mão e arremessando-a na sua direção. 
Joe a agarrou, erguendo as sobrancelhas escuras, e então a levou deliberadamente até o rosto, fechando os olhos e inalando seu cheiro. 
Demi ficou zonza. O que ele fazia com ela? Que poder ele tinha de fazê-la se abandonar tão completamente e ficar tão excitada quando estava com ele, para depois deixá-la desorientada quando não estava ao seu lado? 
— Delicioso — sussurrou ele. — Agora o sutiã. Tire-o. 
— Tire-o você. 
— Eu não alcanço. 
— Então mexa-se. 
— Está me dando ordens, Demi! 
— Pode apostar que sim. 
Rindo suavemente, ele se levantou e caminhou em direção a ela, lenta e certeiramente, como um predador. De repente, sem aviso, passou os braços ao redor dela e a apertou em seus braços num beijo apaixonado que a fez perder o equilíbrio. 
Joe, porém, a estava segurando com firmeza. Ele continuou a beijá-la, deliciando-se na maciez de seu corpo e deleitando-se com os gritinhos que ela soltava. Sua vitória sobre a mulher que o havia feito esperar mais do que qualquer outra estava quase completa. 
—Ainda quer ir para o quarto — provocou ele, afastando a boca da dela — ou tem algum outro lugar em mente? 
Ela não se importava mais com isso, mas não o diria a ele por nada nesse mundo. 
Joe a queria lá mesmo e já, mas poderia muito bem esperar assim como a havia feito esperar por ele naquela noite. 
— Cama — foi o que ela conseguiu dizer. Maldito, maldito, maldito! Tudo com ele se transformava numa batalha, mas dessa vez ela sairia vencedora. Ela não se importava se era convencional querer ir para o quarto. Ao menos não seria tão insultante como deixar que ele a tomasse ali mesmo, no chão, como já fizera tantas vezes. 
Joe a tomou em seus braços como Demi sabia que ele faria e toda sua zanga se desfez, já que aquela era a realização de sua fantasia. Seu amante moreno e viril aprisionando-a para desfrutar dos prazeres do seu corpo. Não era esse o sonho secreto de toda mulher — ser dominada por um homem tão poderoso? 
Demi beijou o seu pescoço enquanto Joe a carregava pelo longo corredor da suíte em que ele sempre se hospedava quando estava em Londres e que tomava toda a cobertura do Park Lane Hotel. Ela não podia imaginar que um único cômodo podia ser tão espaçoso. A enorme cama era apenas um pouco menor que seu próprio quarto. Tudo parecia ser controlado pela pressão de um simples botão. 
Havia uma tela de TV gigante e uma pequena geladeira, repleta de champanhe e chocolates finos, bem como vasos de flores estrategicamente colocados para perfumar o ambiente e uma prateleira com jornais do mundo todo. 
Eles, porém, fizeram apenas uma coisa depois de cruzar a porta do quarto dele... 
Joe a pousou sobre a cama e começou a desafivelar seu cinto, sem tirar os olhos dos dela, vendo-os escurecer de expectativa como sempre acontecia.

Um comentário:

Espero que tenham gostado do capítulo :*