— Quer que eu tire a roupa para você agora? — perguntou ele suavemente.
— Sim. Insisto que o faça — disse ela hesitantemente.
Para ela, porém, aquilo não era tanto um apelo erótico, mas sim uma maneira de colocar a ele numa situação vulnerável, ou pelo menos tão vulnerável quanto possível, em se tratando de Joe.
Mas não havia nada nem remotamente vulnerável no modo de Joe tirar sua roupa diante dela. Começou abrindo o que pareceu a Demi uma quantidade interminável de botões da sua camisa.
— Quer que vá mais rápido? — provocou ele ao vê-la serpentear a língua pelos lábios secos.
Demi balançou a cabeça quando ele fez a peça deslizar pelos seus ombros largos, deixando-a cair ao chão como uma bandeira branca de rendição, embora soubesse que Joe não era homem de se render.
Ela o viu se contorcer de modo provocante ao baixar lentamente o zíper de sua calça, numa clara demonstração de seu autocontrole. Ele não se apressou apesar da óbvia evidência de sua excitação.
Como ele podia parecer sexy e elegante ao mesmo tempo enquanto tirava sua calça e a colocava sobre a cadeira? Seus pés estavam descalços, de modo que a única peça que ainda cobria o seu corpo era uma cueca de seda que fazia com que ele parecesse um verdadeiro atleta. Ele a tirou finalmente e se deteve diante dela por um momento, completamente nu e excitado, com uma irresistível e arrogante expressão de desafio estampada nos olhos.
Havia algo de intimidador e quase proibitivamente masculino em torno dele naquele momento, que fez o coração de Demi bater mais rápido, mais por temor do que por desejo.
— Devo ir até você agora, preciosa! — Sua voz era uma carícia provocante. — É isso o que você quer?
Ela quis lhe pedir que prometesse não partir seu coração. Desejava-o mais do que havia desejado qualquer outra coisa em sua vida. Será que ele tinha consciência disso?
Ou de que ele às vezes deixava a sua emoção à flor da pele, deixando-a cruelmente exposta ao seu olho crítico? O que será que aquele olho via, afinal?
Alguém que vivia como tantas outras jovens, mas que estava tendo um relacionamento com um homem de outra classe social.
— Se você quiser — respondeu ela, como se não se importasse.
Ele riu baixinho quando se deitou ao lado dela.
— Venha cá.
— Não.
— Ah, Demi. Demi.
Ele estendeu a mão e puxou o corpo trêmulo dela em direção ao calor e à rigidez do seu, traçando círculos com o seu polegar sobre o seu mamilo rosado, fazendo-o enrijecer imediatamente.
— Ainda está zangada comigo por eu ter me atrasado?
Diga-lhe. Diga-lhe.
— Você poderia ter me avisado. Eu só não quero ser tratada como se estivesse obviamente disponível, Joe. Achei que você...
Seu beijo a silenciou.
Se tudo o que ela pretendia era submetê-lo às antigas queixas das mulheres sobre o tratamento que recebiam dos homens... Ele já tinha ouvido aquele tipo de coisas mais vezes do que era capaz de se lembrar.
Aquilo era muito melhor. O contato da sua pele com a dela, o calor cada vez mais intenso de seus corpos unindo-os como se estivessem colados um ao outro. Em seus braços, ela era tudo o que ele podia querer de uma amante. Um pouco inexperiente, é verdade, mas ele até apreciava isso. Não gostava de mulheres que testavam seus truques sexuais na cama, comportando-se como verdadeiras prostitutas.
Ele gostava daquela espécie de deslumbramento de Demi e teria muito prazer em lhe ensinar tudo o que sabia enquanto aquele caso durasse.
Gostava da batalha mental em que eles se empenhavam durante o sexo. Gostava de testar a si mesmo, de levar a mulher aos píncaros do prazer diversas vezes, negando esse mesmo prazer a si mesmo até não poder mais aguentar.
— Oh, Joe — implorou ela, com um pequeno grito frenético de prazer.
— Hum?
— Por favor!
— Por favor o quê, preciosa!
— Agora!
Como ela estava ávida! Quão rápido havia atingido o seu limite! Ele afastou a cabeça do seio que estivera sugando e se deitou sobre ela. Seus olhos negros brilharam antes de ele a penetrar com um único movimento longo, firme e profundo, soltando um pequeno gemido de prazer.
Joe gostava de ver a mulher chegando lentamente ao orgasmo, mas Demi agarrou os seus ombros e o puxou para baixo até suas bocas se encontrarem, gemendo e se contorcendo de prazer debaixo dele.
Despenteada e ofegante, ela enroscou as pernas em torno dele como um polvo, movendo os quadris em total abandono até Joe perder o controle. Seu orgasmo veio com uma força e um poder que o surpreenderam, embora tivesse sido assim com ela desde a primeira vez, sem que ele conseguisse descobrir o motivo.
Seria porque ela o fazia pensar no impensável — que ele não conseguiria levá-la para a cama?
A cabeça de Demi estava pousada sobre o coração palpitante dele. Joe afagou seus cabelos e lamentou perder o calor da respiração dela contra sua pele quando ela virou a cabeça para fitar a parede, sem dizer nada.
Ironicamente, esse era o momento que ele mais gostava dela — quando ela se afastava como uma onda que deixa a margem. Joe só desejava as coisas que estavam fora do seu alcance.
Assim que conquistava uma mulher, ele desejava seguir adiante, como havia feito durante toda a sua vida tão atribulada.
— Ainda quer sair para jantar? — Ele espreguiçou languidamente e bocejou. — Ou ficamos aqui mesmo e pedimos alguma coisa para comer no quarto?
Demi permaneceu em silêncio por um momento. Estava perfeitamente feliz ali, mais quente e saciada do que qualquer mulher poderia estar. Joe pediria alguma coisa ao serviço de quarto e a comida seria trazida num carrinho. Um garçom discreto lhes prepararia a mesa enquanto eles o observariam desajeitadamente. Haveria flores, um bom vinho, e em pouco tempo eles voltariam para a cama ou fariam amor no sofá, enquanto assistiam a um filme. Joe, com certeza, ainda atenderia ao menos a um telefonema de negócios.
A alternativa era se vestir e sair para jantar. Toda mulher gostava de ter uma vida a dois com seu amante fora das quatro paredes do quarto, não importando quão maravilhoso fosse o mundo de fantasia compartilhado dentro dele. Se o relacionamento deles fosse normal, ela estaria mais do que disposta a ser vista em público ao lado dele, mas não era esse o caso. Eles não deveriam estar se encontrando, por isso rastejavam por aí como criminosos. Iam a restaurantes discretos, fora do circuito mais movimentado ou permaneciam no hotel.
Às vezes ela se perguntava se alguém acreditaria se ela dissesse que estava tendo um caso com um bilionário grego. Mas para quem ela contaria? Tinha colocado o seu emprego em risco ao concordar em sair com ele. Nenhum de seus colegas de trabalho estava a par daquilo.
Ela se virou para olhá-lo, tocando a curva forte de sua mandíbula com a ponta do dedo. Será que ela estava sendo egoísta por querer sair? Afinal, ele parecia tão cansado.
Suas dúvidas e temores se dissiparam rapidamente. Ela se aninhou ao seu corpo quente, passando os braços ao redor dos ombros largos dele, massageando-os. Será que era inato numa mulher querer cuidar do seu homem?
— O que você prefere? — perguntou ela suavemente. — Ficar aqui?
Joe conteve um gesto instintivo de impaciência.
Quis lhe dizer para não se amoldar às necessidades dele. Aquilo, porém, parecia inevitável.
As mulheres tentavam agradar os seus homens e acabavam anulando a própria identidade, fazendo com que eles perdessem de vista aquilo que os havia atraído nelas quando as conheceram.
— Eu prefiro ficar aqui mesmo — disse ele rudemente. — Temo, porém, que se o fizer acabarei adormecendo e perderei a reserva que fiz no Pentagram, lugar que você me disse que queria tanto conhecer, portanto é melhor você decidir.
— Nesse caso, acho melhor irmos.
Não poderia haver melhor resposta do que aquele comentário ríspido para fazê-la lembrar que aquele homem não precisava ser cuidado. Ela se mexeu, roçando a coxa na dele ao espreguiçar, perguntando-se se aquilo seria suficiente para fazer com que ele a tomasse nos braços novamente, mas ele não o fez.
Ela sorriu nervosamente para ele.
— Vou me vestir.
Joe recostou nos travesseiros e observou-lhe os movimentos enquanto ela caminhava pelo quarto. Demi era bonita e graciosa, pensou ele, embora pudesse perceber que algo estava mudando entre eles. Algo tão inevitável quanto o nascer do sol a cada manhã. O previsível estava mostrado a sua terrível face.
Joe usou um tom aveludado, tentando amortecer o impacto de suas palavras.
— Esta, é claro — disse ele suavemente —, pode ser nossa última oportunidade de jantarmos juntos por um bom tempo.
Demi congelou.
Tentando cuidadosamente se recompor, ela se virou devagar, com o coração batendo acelerado dentro do peito, tentando compreender a possível implicação daquelas palavras, mas a expressão dele era indecifrável.
— Do que é que você está falando?
— Eu não lhe disse? — perguntou ele negligentemente. — Tenho uma reserva num vôo para Nova York, amanhã.
Não reaja, disse ela a si mesma. Mantenha a calma.
— Ah, é? E quanto tempo vai ficar lá?
Ele pôde ver o esforço que Demi estava fazendo para ocultar sua decepção e deu de ombros. Não teria lhe revelado sua agenda mesmo que estivesse a par de todos seus compromissos, pois sua liberdade era tão importante para ele quanto o próprio ar que respirava.
— É impossível prever. Quinze dias pelo menos. Talvez mais, dependendo do andamento dos negócios.
— Mas que ótimo! — disse ela, com o entusiasmo de um agente de viagens. — Espero que a cidade esteja muito bonita nessa época do ano.
— Está sim — concordou ele.
Embora fosse perverso de sua parte, Joe estava um pouco decepcionado por ela ter aceitado aquilo com tanta facilidade. Havia esperado algum tipo de cena da parte dela que precipitasse o fim de tudo. Nenhuma mulher tinha o direito de questioná-lo, independente de quanto prazer ela houvesse lhe proporcionado na cama, ou se tinham começado a imaginar um futuro juntos.
Demi, porém, se virou e saiu do quarto, provavelmente à procura das roupas que havia tirado tão deliciosamente, fazendo o corpo de Joe enrijecer ao ver a curva firme e alta de suas nádegas. Foi então que ele compreendeu que ela ainda não havia saído completamente de seu sistema nervoso. Ele passou a língua pelos lábios secos e a deteve na porta.
— Mas eu a verei quando voltar, preciosa. Era uma afirmação, não um pedido. Demi se sentiu como um camundongo que tivesse servido de joguete por algum tempo para um enorme gato, tendo a sua vida poupada no último momento.
— Pode ser, se você tiver sorte — disse ela, num descaso que lhe soou bastante convincente.
Ainda bem que ele não estava vendo o seu rosto, caso contrário teria, certamente, visto a sua expressão de alívio por saber que ele ia voltar. E que planejava vê-la novamente.
Suas mãos estavam tremendo quando ela chegou à sala e começou a recolher suas roupas, perguntando-se como havia se envolvido em algo que já sabia de antemão que não teria futuro.
Ai meu Deus a fic está maravilhosa
ResponderExcluirPosta mais *----*
To apaixonada !!
ResponderExcluirtá tudo lindo, posta logo
beijos
oi vc vai continuar as fic my gardian angel e de repente certo?
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