Joe já havia ido à casa de Demi antes, mas talvez nunca tivesse prestado realmente atenção nela. Um homem excitado ignorava tudo ao redor da mulher que desejava. Ela o havia feito esperar por tanto tempo que o sexo entre eles tinha sido pura dinamite. Era como se ele não conseguisse ter o bastante dela.
E agora? Seu polegar se deteve na campainha. É claro que ele ainda a desejava, mas a vida e as circunstâncias estavam começando a turvar esse desejo.
Por que as mulheres sempre tinham de tentar mudar o que estava indo bem e querer alcançar alguma coisa além disso? Por que elas sempre queriam mais do que os homens estavam preparados para dar?
Joe percebeu que havia cerrado os lábios numa expressão severa. As mulheres escondiam suas verdadeiras intenções por trás de belos sorrisos e os homens permitiam que elas o fizessem.
Ele nunca ia esquecer a expressão chocada de seu pai quando sua mãe lhe anunciou que os estava deixando. Como um homem podia ter sido tão idiota a ponto de não perceber o que estava por vir?
A porta se abriu. Com o cabelo preso no alto da cabeça e um avental ao redor da cintura de seu vestido curto de algodão, Demi parecia mais despojada do que nunca.
Seu sorriso era brilhante, mas ele detectou uma prudência em seus olhos. Será que ela havia reconhecido que o tinha encurralado e percebido a sua loucura um pouco tarde demais?
Joe, porém, já havia vivido aquela cena diversas vezes e sabia como lidar com ela da melhor forma possível. Ouviu a música ao fundo e sentiu o cheiro da comida.
— Olá, Demi — disse ele suavemente.
— Olá, Joe.
Ela ficou parada no lugar, toda desajeitada, sem saber o que fazer ou dizer. Um peixe fora d'água na sua própria casa.
— Não vai entrar?
Ele sorriu estranhamente enquanto a seguia pelo minúsculo corredor e fechava a porta. Como ele odiava todas aquelas convenções que aquele tipo de situação lhe impunha.
Tentando ignorar os sapatos enfileirados ao lado do telefone, ele fitou os olhos violeta de Demi.
— Nem um beijo?
Trêmula, ela passou os braços em torno do pescoço de Joe, mas, assim que os lábios dele colaram nos seus, todos os temores desapareceram.
A intensidade de seu beijo e o contato com os contornos de seu corpo a incendiaram. Demi se abandonou em seus braços com um gemido faminto e Joe aprofundou ainda mais o beijo.
Suas mãos começaram a vagar pelo corpo dela e mais uma vez ele se surpreendeu com a rapidez e a intensidade com que seu corpo reagia ao de Demi.
Ele a queria ali mesmo.
Se lhe tivessem pedido para se comprometer por escrito, dizendo que desejava passar o resto de sua vida dentro do corpo dela, ele o teria feito.
— Oh, Demi — disse ele em meio a um gemido. — O que é que você está fazendo comigo?
— Joe — disse ela, arfando, quando ele segurou suas nádegas, aninhando-a contra seu membro rígido.
— Ne, preciosa o que você quer? Isso? Você gosta disso, não é? E disso? Hum? Também?
Ele a estava provocando, passando a ponta dos dedos pela sua barriga enquanto a boca se movia sobre seu pescoço, fazendo-a tremer ainda mais. Sabia o que Joe queria — exatamente o mesmo que ela —, mas aquela noite ia ser diferente.
Naquela noite ela queria se sentir mais do que apenas um objeto nos braços de Joe.
Demi se afastou dele com o rosto afogueado e o coração batendo loucamente.
— Vamos ter tempo para isso depois. Eu não quero deixar o jantar desandar.
Será que ela não se dava conta de que estava parecendo uma dona de casa suburbana?
Joe, porém, não esboçou nenhuma reação, dizendo apenas:
— Não, isso seria realmente um crime. Demi sorriu, pouco à vontade.
— Venha cá.
Joe a seguiu até a sala que ficava de frente para a cozinha minúscula. Lembrou-se de ter feito amor com ela certa vez no estranho sofá que havia ali, enquanto seu chofer esperava por ele lá fora.
Aquela noite, porém, seria muito diferente. Ela parecia ter se empenhado muito. Havia velas acesas por todos os cantos e um pequeno vaso de flores no centro da mesa, posta para o jantar.
O cheiro forte da cera e do lustra-móveis contrastava com o forte aroma de algo sendo preparado na cozinha.
Joe se forçou a sorrir.
— Que cheiro delicioso — mentiu ele. Achou que aquele não seria o melhor momento para lhe contar que havia comido alguma coisa no avião.
— Por que não tomamos alguma coisa primeiro?
— Sim, é claro. Desculpe, eu já devia ter lhe oferecido. O que acha de um vinho?
— Perfeito — disse ele, tomando a garrafa de suas mãos. — Eu abro.
As taças estavam tilintando quando ela as colocou a sua frente. Será que ele havia percebido que ela estava tremendo?
Joe era seu amante e ela o estava recebendo em sua casa — o que poderia haver de tão aterrorizador nisso?
Ele serviu o vinho e lhe estendeu uma das taças.
— A que vamos brindar?
A nós, ela quis dizer, mas só um idiota faria um brinde tão impróprio como esse.
— À felicidade.
Joe teve vontade de se contorcer, mas se conteve e tomou um gole de vinho antes de pousar a taça sobre a mesa e retirar um pequeno pacote do fundo de seu bolso, estendendo-o em direção a ela. Demi fitou o embrulho com olhos arregalados, e então voltou-os na direção dos dele. Aquilo parecia...
— O que é isso?
— Por que não abre e vê?
Um presente! Um presente que parecia uma jóia?
Ela desembrulhou o pacote e descobriu que se tratava de um par de brincos.
Eram brincos de prata, grandes, de forma ovalada. Demi ficou olhando para eles por algum tempo, piscando repetidas vezes ao tentar recompor-se depois de um gesto tão inesperado.
— Coloque-os — disse ele.
Eles brilharam junto às suas orelhas, refletindo a cor de seus cabelos.
— Oh, Joe, eles são lindos! — respirou. — Por que você comprou isso para mim?
Por algum motivo de que eu deveria me lembrar.
— Um homem não pode comprar um presente para uma mulher? — respondeu ele suavemente.
— Bem, sim, mas...
Um timer começou a soar dentro da cozinha. Droga! — exclamou ela. — Eu tenho que desligar o forno.
— Deixe para lá.
— Não posso. A torta vai queimar.
— Deixe-a queimar. Ele passou os braços ao redor de sua cintura e a trouxe para junto de si, vendo os olhos dela escurecerem de desejo quando começou a beijá-la.
Demi, porém, não conseguiu relaxar. Aquilo era cheiro de queimado? Depois de tanto trabalho?
— O jantar...
Ele soltou uma expressão muito explícita em grego quando ela se desvencilhou dele.
— Joe, eu tenho de cuidar do jantar.
— Tem mesmo?
Ele acariciou o seu rosto e ela hesitou por um instante. Sabia que Joe a queria, tanto quanto ela a ele, mas aquilo tinha de mudar. Ela havia passado a maior parte dos últimos dias fazendo de tudo para que aquela noite fosse perfeita. 0 fato de ele ter lhe trazido um belo presente não lhe dava o direito de mudar todos seus planos e estragar tudo.
— Você já me levou muitas vezes para jantar fora. Agora sou eu quem quer lhe oferecer alguma coisa, para variar — sussurrou ela. — Não vou demorar muito.
Joe ficou esperando com uma expressão sombria enquanto ela lidava com as panelas. Quando ela finalmente voltou e colocou a comida na mesa, seu rosto estava vermelho de calor e seu cabelo despenteado.
— Queimou um pouquinho.
— Estou vendo.
— Foi por sua culpa.
— Culpai — repetiu ele. — Ou minha, por ter deixado que você me beijasse.
Joe não retribuiu o sorriso. Eles comeram em silêncio. Demi pôde sentir a iminência de um terrível desfecho ao lhe servir a última porção de torta.
— Quando foi a última vez que você comeu uma comidinha caseira?
Ele teve vontade de dizer "nunca", o que não deixava de ser verdade, mas preferiu evitar as perguntas que se sucederiam a essa afirmação. Além disso, havia uma pequena parte dele que não conseguia deixar de ficar tocada com todo o trabalho que ela tivera. Mas ele sabia muito bem quais eram as intenções dela. Veja só que dona de casa perfeita eu posso ser.
Havia outras mensagens possíveis, é claro. Deixe-me prender você na armadilha das minhas proezas sexuais. Ou ainda, Eu vou me tornar tão indispensável que você vai se perguntar como conseguia sobreviver sem mim.
Todas apenas variações sobre um mesmo tema. Todas parte dos tão conhecidos joguinhos femininos.
Bastava que se lhes acenasse com um homem atraente com bilhões no banco para que elas começassem a se comportar de maneira previsível.
Joe sabia que era arrogante, mas o fato é que as mulheres vinham tentando casar com ele há anos.
Será que era essa a razão de Demi ter montado toda aquela cena daquela noite? Teria ela se convencido de que um homem tão acostumado à riqueza ficaria cativado por um cenário mais modesto? Será que ela não tinha idéia de que ele já havia passado por aquilo antes?
— Joe? — disse ela, odiando a máscara rígida em que o seu belo rosto havia se transformado. — Perguntei quando foi a última vez que você comeu uma comida caseira.
Ele levantou as taças e sorriu levemente.
— Não me lembro.
Joe não gostou nada disso...eita...
ResponderExcluirespero que a Demi samba na cara dele kkkk..perfeito !!
posta logo,beijos ❤️
Que idiota por pensar que a demi tá interessada pelo dinheiro dele,demi tem que fazer uma escola de samba na cara desse orário isso sim,mas tem que lidar com gosto
ResponderExcluirEsperando a Demi pisar nele. Porque pela amor de Deus ne. Saudades amor próprio.
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