Capítulo Catorze

Ideia de que o presidente da House of Jonas pudesse deixar o coração governar a cabeça era algo que Joseph desejava sufocar imediatamente. Ainda se irritava pelo fato de ter sido comparado ao pai. Odiava ser ligado intimamente a Paul Jonas.  
Em poucos anos, transformara o falido e antiquado negócio do setor de arte do pai em uma empresa internacional. 
A fortuna de Joseph atraía para a sua vida um fluxo constante de mulheres lindas e mimadas... E isso era bom, até que elas ameaçavam se, interpor entre ele e seu trabalho. Era uma reação contra o modo como o pai sempre se comportara. O velho Paul possuíra o senso moral de um patife e a lealdade de um escorpião. Tratava o trabalho como uma distração enquanto traía o maior número possível de mulheres. O velho Paul usara as muitas amantes como objetos, abandonando-as com a mesma facilidade que tinha para jogar dinheiro fora. 
Joseph não era um puritano, mas conduzia sua vida íntima com cautela e discrição... Exceto por essa vez, com Demi, sempre escolhera com cuidado mulheres que entendiam seu estilo de vida. Elas conheciam as regras. Os homens Jonas podiam aspirar o perfume de muitas flores, mas suas esposas eram escolhidas dentro de um reduzido círculo de influentes e tradicionais famílias da Toscana. Seu pai fora uma exceção, casando-se com uma balconista. 
E fora então que o destino se repetira, e Demi, essa pequena estrangeira, entrara na sua vida, com cabelos da cor de caramelo e uma risada que era um bálsamo para sua alma. Fizera-o esquecer de seus parâmetros de conduta. Desde o primeiro momento em que a vira, nada mais existira diante de seus olhos. Eram dois estranhos, fazendo um intervalo na vida real sem pressão, sem compromissos e sem retorno. 
Joe não se lembrara de nem mesmo um instante da House of Jonas durante todo o tempo que ficara na Villa da França. Fora o descanso perfeito de verão... Nada mais. Ou assim pensara. 
Meses depois, ali estavam os dois... Juntos de novo. 
E as circunstâncias não poderiam ser mais diferentes. Joe observava Demi disfarçadamente enquanto ela bebericava seu drinque. Quanto mais a via, menos gostava de si mesmo. É tudo culpa minha, pensou com raiva. Possuí essa criatura ensolarada e gloriosa, e a transformei nessa mulher assustada e desconfiada do mundo. 
Confiança era algo muito delicado. Joe sabia disso muito bem. Era por isso que jamais oferecera para ninguém mais do que poderia se dar ao luxo de ceder. Até esse momento, sempre permitira que as mulheres se aproximassem e depois partissem quando desejassem. Mas essa garota era única no gênero porque fora ele quem se aproximara. 
E fora a única também que ele abandonara... Tal pensamento o deixou inquieto. 
Algo estava mudando em seu íntimo. Começara como uma simples e leve irritação, mas a sensação crescera dia a dia. Ele podia apontar com precisão o exato segundo em que começara. 
Fechou os olhos e visualizou a cena. 
Rumara de helicóptero para a Villa Jolie Fleur. O céu era azul-anil e o sol tão forte que não tivera dificuldade em vê-la em meio às sombras. Então acontecera. Em um relance, Joseph percebera que ela estava presa e totalmente à sua mercê. Nenhum homem italiano poderia resistir a tal deliciosa oportunidade. 
Desse momento em diante se, esquecera completamente do trabalho, e fora oferecer sua ajuda para a dama em apuros. Quando ela girara os olhos grandes e adoráveis na sua direção, Joseph sucumbira. 
Depois disso, as coisas haviam seguido de ruins para desastrosas. 
Com um sorriso trêmulo, a senhorita Demetria Lovato derrubara as defesas de Joseph Jonas e o fizera se esquecer de todas as regras. A única desculpa que ele tinha era que, com seu encanto natural e sem complicações, Demi fora diferente de qualquer outra mulher que já seduzira antes. Deixara-o cego para os perigos envolvidos. E havia sido exatamente essas qualidades de inocência e gentileza que o fizeram procurar Demi no jardim. Então tudo dera errado. Por não ter contado que era virgem, Demetria o enganara. Seu silêncio transformara sua sedução em algo baixo e confirmara a opinião ruim que Joseph tinha das mulheres. Ele agira mal, porém o silêncio de Demi fora ainda pior. 
Joseph abriu os olhos. O que mais poderia ter esperado? Todas as mulheres eram iguais. Diante de um homem rico, se tornavam sanguessugas dispostas a pegar tudo que pudessem. Porém, Joseph sabia, por experiência própria, o que podia acontecer quando nenhum dos pais se responsabilizava por suas ações, e faria de tudo para que isso nunca acontecesse com seus filhos. O problema ia muito além de seus sentimentos por Demi. A questão era não deixar seu filho ter a infância solitária e triste que ele tivera. 
— Não sou o tipo de homem que se orgulha em deixar uma série de bastardos pelo caminho, Demetria — disse o sotaque mais forte por causa do tom agressivo. 
Demi se sentiu zonza ao encará-lo, e ele prosseguiu: 
— Só estou interessado na criança. Esse bebê inocente precisa de um pai com moral e valores. 
Com um gemido de horror, Demi encostou as mãos no rosto. Como ele podia falar com ela assim? O que acontecera com o homem gentil que a levara ao paraíso?  
Jpseph mudara, transformando-se de amante carinhoso em monstro cruel. Não era mais uma ajuda, mas uma armadilha. Ela precisava fugir... E, o quanto antes, melhor. 
— Não aguento mais — murmurou Demi, procurando desesperadamente pelo lenço que ele lhe dera. Encontrou-o e secou o rosto, voltando a confrontá-lo. 
— Assim que desembarcarmos, quero que me ponha em um avião de volta para a Inglaterra! 
Joe pegou o copo de cristal na sua frente, examinando o conteúdo. 
— Não, irá comigo para a minha Villacomo já disse. Se reivindicar o direito de ser mãe de meu filho, precisa assumir a responsabilidade de se tornar minha esposa. Nesse momento, estão preparando seus aposentos na ala dos hóspedes. Estará tudo pronto quando chegarmos. 
Tomou um gole de champanhe e sorriu, apreciando sua safra favorita. 
Demi piscou diversas vezes. 
— Então falou sério quando me chamou de sua noiva? — perguntou, em um murmúrio. 
— Jamais brincaria com algo assim — replicou ele. 
— Mas, e se eu recusar? 
Joe  esvaziou o copo e pediu mais ao atendente de bordo. 
— Não fará isso se for inteligente e ouvir a voz do bom senso. Preciso de um herdeiro, e você está gerando meu filho. Não planejei isso para o momento presente, mas aconteceu. Case-se comigo e irei sustentá-la e cuidar de você e do bebê de agora em diante sem vacilação. Recuse, e terei essa criança no minuto em que nascer. Prefiro evitar escândalo, Demetria, mas não à custa de meu filho. Meus advogados garantirão que você nunca mais o veja nem receba um centavo se recusar minha proposta. 
Seus olhos faiscavam com implacável determinação. Demi estava apavorada, mas não iria desistir de lutar até o fim. 
— As mães também têm direito — disse em tom de desafio, acariciando o ventre com gestos nervosos. 
— Se não fosse pela generosidade de minha fundação benemerente, hoje não teria um lar nem um trabalho. Uma condição para ter o chalé e a galeria de arte é a honestidade. Você omitiu para mim o fato de que seria pai. Isso significa que perderá casa e trabalho se a imprensa publicar que obteve isso por meio de chantagem. Como posso ter certeza de que não pretendia esperar para me dar a notícia sobre o bebê quando a gravidez já estivesse adiantada, a fim de evitar que eu lhe pedisse para abortar, e a fim de obter maior proveito financeiro? Nenhum tribunal no mundo deixaria uma criança crescer sem lar com uma mãe desempregada. Não quando a alternativa é melhor em todos os sentidos — finalizou Joe com frieza. 
Demi não precisou relembrar a própria infância miserável para reconhecer a verdade. Sua única esperança era combater o escárnio na expressão de Joe. 
— Joseph, como posso aceitar sua hospitalidade e me casar com você quando não para de me acusar? Que base é essa para um relacionamento? Se não quer ver a verdade, então não faz sentido passarmos nem mais um minuto juntos. 
— Disse a você no verão... Não estou interessado em ter um relacionamento estável. Entretanto, faz todo o sentido do mundo que unamos nossas forças, Demetria. Lembra-se da imprensa internacional ocupando sua ruazinha na Inglaterra? Aquilo foi brincadeira em comparação com o que terá que enfrentar na Itália. Lá, os paparazzi estão em seu próprio território. Minha propriedade na Toscana é segura. Não me incomodam ali. É meu paraíso particular contra eles. Mas, para uma mulher que recusar minha proteção... Bem, não posso garantir nada. 
Suas palavras eram quase uma ameaça. Demi o fitou, porém sua expressão era impassível. 
— Todas aquelas pessoas na minha rua já terão desaparecido agora — disse ela, em uma tentativa de desafiá-lo. — Terão encontrado um novo interesse. 
— Não. — Joe balançou a cabeça e toda a sua autoridade foi expressa nessa única palavra. 
Colocou o copo a sua frente e a mesa estremeceu, assim como Demi. 
— Não é assim que funciona a imprensa internacional quando um membro da família Jonas está no centro do palco. Nos últimos dois anos, eu sou a imagem da House of Jonas. Eu! Transformei um negócio que era motivo de risos em uma instituição respeitável. Devido a isso, tudo que faço vira notícia em meu país... O que é bom para a empresa de minha família enquanto a publicidade for boa. Não pretendo desprezar as vidas e as carreiras de todas as pessoas que trabalham para mim só porque a imprensa resolveu transformar seu pequeno drama particular em um grande escândalo. 
Ele mantinha um tom de voz baixo, mas que estava impregnado de reprovação. 
— Se você aumentar o frenesi da mídia fazendo uma cena quando aterrissarmos ou se recusar a proteção que posso lhe dar na Villa Jonas; garanto que irão seguir cada um de seus movimentos daqui em diante. 
Todos os argumentos que Demi pretendia dizer morreram em seus lábios. A ideia de chamar ainda mais atenção era terrível. Tudo que desejava fazer era desaparecer e manter seu bebê a salvo. De jeito nenhum desejava se atirar nas garras da imprensa. 
Quando chegaram ao aeroporto, Demi olhou em volta em pânico. 
— Onde está minha bagagem? 
— Estou surpreso que pergunte — disse Joe, com um humor sombrio. — Nunca mais terá que se preocupar com esse tipo de coisa. Meus funcionários já tomaram conta de tudo. Você já não é uma governanta, Demetria. — Segurou-a com firmeza pelo cotovelo e a conduziu até uma saída particular. — Esqueça tudo e concentre-se apenas em sorrir, no caso de um fotógrafo aparecer com sua câmera a postos.

Continua ...
Hey amores, como vocês estão?
Eu estou quase derretendo de tanto calor que fez hoje aqui no Rio. Espero que vocês gostem do capítulo e me desculpem se deixei passar algum nome errado na fic, estava com preguiça de editar e eu também estou com uma dor terrível no blog. Não esqueçam que fds tem capítulo bônus.
Beijos amores 

2 comentários:

  1. Esperando pelo momento q eu vou passar a gostar do Joe, nojento

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  2. Que capitulo maravilhoso ❤️❤️❤️❤️
    Joe gosta da demi u.u
    No fundo no fundo gosta kkk
    Posta logoo
    Beijos

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Espero que tenham gostado do capítulo :*