Capítulo 13

— Quantas? 
Gianna levantou uma sobrancelha. 
— Quantas armas cada homem está carregando? 
— Uma. — Ela franziu a testa e depois entendeu, e eu assenti tristemente. — Só um tolo sai de casa com menos de duas armas de fogo. 
— Então por que o show? 
— É simbólico — eu disse. Como este casamento horrível. 
— Mas se tudo o que eles querem é paz, por que não comparecer desarmados? É um casamento, afinal de contas. 
— Houve casamentos sangrentos antes. Eu vi as imagens de um casamento onde você não poderia dizer a cor do vestido da noiva mais. Ele estava encharcado de sangue. 
Lily estremeceu. — Isso não vai acontecer hoje, certo? 
Tudo era possível. — Não, as famílias de Chicago e Nova York precisam muito uma da outra. Elas não podem arriscar derramamento de sangue entre si, porque a Bratva e os taiwaneses representam uma ameaça. 
Gianna bufou. — Ah, ótimo, isso é reconfortante. 
— É — eu disse com firmeza. — Pelo menos sabemos que ninguém vai vir nos machucar hoje. — Meu estômago se contorceu em um nó. Exceto por mim, talvez. Provavelmente. 
Gianna colocou os braços em volta de mim por trás e encostou o queixo no meu ombro nu. — Nós ainda poderíamos fugir. Poderíamos tirar você desse vestido e fugir. Eles estão todos ocupados. Ninguém notaria. 
Lily assentiu com a cabeça vigorosamente e se levantou de onde ela tinha pousado em cima da cama. 
Joe notaria. Forcei um sorriso corajoso. — Não. É tarde demais. 
— Não é — Gianna assobiou. — Não desista. 
— Não, haveria sangue em minhas mãos se eu quebrasse o acordo. Eles iriam matar uns aos outros em retaliação. 
— Todos eles têm sangue em suas mãos. Porra, cada uma das pessoas no jardim têm sangue nas mãos. 
— Não, porra. 
— Sério? A senhora não amaldiçoe, — Gianna imitou a voz de nosso pai. — Onde você conseguiu chegar sendo uma perfeita dama obediente? 
Eu desviei o olhar. Ela estava certa. Isso me levou direto para os braços de um dos homens mais mortais do país. 
— Eu sinto muito, — Gianna sussurrou. — Eu não quis dizer isso. 
Liguei nossos dedos. — Eu sei. E você está certa. A maioria das pessoas no jardim tem sangue em suas mãos e merecem morrer, mas eles são a nossa família, a única que temos. E há inocentes, como Fabiano. 
— Fabiano vai ter sangue em suas mãos em breve, — disse Gianna amargamente. — Ele vai se tornar um assassino. 
Eu não neguei. Fabiano iria começar seu processo de iniciação aos doze anos. Se o que Umberto havia dito era verdade, Joe havia matado seu primeiro homem aos onze. — Mas ele é inocente agora, e há outras crianças lá fora que também são, e mulheres. 
Gianna me encarou com um olhar duro no espelho. — Você realmente acredita que alguém aqui é inocente? 
Ter nascido em nosso mundo significava ter nascido com sangue em suas mãos. A cada respiração que dávamos, o pecado era gravado mais profundo em nossa pele. Nascido em sangue. Juramentado em sangue, como o lema da Cosa Nostra de Nova York. — Não. 
Gianna sorriu sombriamente. Lily foi até a cama e pegou meu véu junto com a tiara. Eu dobrei meus joelhos para que ela pudesse colocá-los na minha cabeça. Ela gentilmente alisou o véu. 
— Eu queria que você estivesse casando por amor. Eu gostaria que pudéssemos rir sobre a sua noite de núpcias. Eu queria que você não se parecesse tão fodidamente triste, — disse Gianna ferozmente. 
O silêncio entre nós se estendeu. Lily finalmente acenou em direção à cama. — É aqui que você vai dormir esta noite? 
Minha garganta se apertou. — Não, Joe e eu vamos passar a noite no quarto principal. 
— Eu não achava que ia conseguir dormir. 
Uma batida soou na porta e eu endireitei meus ombros, colocando minha máscara no rosto. Bibiana e Valentina entraram, seguidas por mamãe. 
— Uau, Demi, você está linda. Seu cabelo parece com fios de ouro, — disse Valentina. 
Ela já estava usando seu vestido de dama de honra verde menta, que ficou lindo com seu cabelo escuro. Tecnicamente, só as mulheres solteiras eram autorizadas a serem damas de honra, mas meu tio tinha insistido que fizéssemos uma exceção para Valentina. Ele tinha muita vontade de encontrar um novo marido para ela. Bibiana usava um vestido marrom longo com mangas compridas, apesar do calor do verão. Provavelmente era para esconder o quão magra ela estava. 
Forcei um sorriso. Mamãe pegou o braço de Lily. — Vamos, Liliana, suas primas precisam falar com sua irmã. — Ela levou Lily para fora da sala e depois olhou para Gianna, que estava sentada de pernas cruzadas no sofá. — Gianna? 
Gianna ignorou. — Eu vou ficar. Eu não vou deixar Demi sozinha. 
Minha mãe sabia melhor do que ninguém que discutir com a minha irmã quando ela estava nervosa não era nada bom, e por isso ela fechou a porta. 
— Sobre o que vocês devem falar comigo? 

2 comentários:

  1. Mulher você sempre para nas melhores partes kkkk...gente do céu !!!
    Ansiosa para o próximo ❤️
    Beijos

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  2. Agr me diz: o q eu te fiz p vc parar aí? POSTA

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Espero que tenham gostado do capítulo :*