Capítulo 21 MARATONA 1/4

Joe não disse nada, mas seus dedos roçaram a pele no espaço entre meus ombros enquanto ele levava a faca até o meu espartilho. Com um silvo, o tecido se desfez sob a lâmina. Eu trouxe minhas mãos para cima antes que a barreira de proteção caísse e pressionei o corpete contra os meus seios. 
Joe colocou seu braço sobre meu peito de forma possessiva, prendendo meu braço sob o seu e agarrando o meu ombro, me pressionando contra ele. Engoli em seco quando algo duro me cutucou na parte inferior das costas. Isso não era a sua arma. O calor inundou minhas bochechas e o medo tomou conta do meu corpo. 
Seus lábios roçaram meu ouvido. — Hoje à noite você me implorou para poupá-la, mas um dia vai me pedir para transar com você. — Não. Nunca, eu jurei a mim mesma. Sua respiração era quente contra a minha pele e eu fechei os olhos. — Não pense que porque eu não reclamei os meus direitos essa noite que você não é minha, Demi. Nenhum outro homem nunca vai ter o que me pertence. Você é minha. — Eu balancei a cabeça, mas ele não tinha acabado ainda. — Se eu pegar um homem beijando você, eu vou cortar a língua dele. Se eu pegar um homem tocando em você, eu vou cortar os dedos, um de cada vez. Se eu pegar um cara transando com você, eu vou cortar seu pau e suas bolas fora, e eu vou alimentá-lo com eles. E eu vou fazer você ver. 
Ele deixou cair o braço e deu um passo para trás. Do canto do meu olho eu o assisti caminhar até a poltrona e se afundar nela. Ele pegou a garrafa de uísque e se serviu de uma quantidade generosa. Antes que ele pudesse mudar de ideia, eu rapidamente entrei no banheiro, fechei a porta e virei a fechadura, então me encolhi ao ver o quão estúpida eu era. Uma fechadura não era proteção contra ele, nem mesmo uma porta. Nada neste mundo poderia me proteger. 
Examinei o meu rosto no espelho. Meus olhos estavam vermelhos e meu rosto molhado. Deixei os restos do espartilho caírem no chão e peguei a camisola que um dos empregados tinha deixado sobre a cadeira para mim. Um riso sufocado escapou da minha boca depois que a coloquei sobre a calcinha. A parte sobre os meus seios era feita de rendas, mas pelo menos não era transparente, ao contrário de todo o resto da camisola. Foi o melhor tecido que eu já vi e não deixava nada para a imaginação. Minha barriga e a calcinha estavam expostas. Ela terminava no meio das coxas com uma bainha de mais rendas. Com essa camisola, eu poderia muito bem sair desse quarto nua, mas eu não era tão corajosa. 
Lavei minha maquiagem, escovei os dentes, soltei meu cabelo, e quando eu não podia prolongar o inevitável por mais tempo, agarrei a maçaneta da porta. Seria muito ruim se eu dormisse no banheiro? 
Respirando fundo, abri a porta e voltei para o quarto. Joe ainda estava sentado na poltrona. A garrafa de uísque estava quase vazia. Bêbados nunca eram uma coisa boa. Seus olhos me encontraram e ele riu sem humor. — Isso é o que você escolhe para vestir quando não quer que eu te foda? 
Eu me assustei com a sua linguagem crua. Era o uísque falando, mas eu não podia lhe dizer para parar de beber. Eu estava andando na corda bamba aqui. — Não fui eu que escolhi isso, — cruzei os braços, dividida entre ficar em pé e deslizar sob as cobertas da cama. Mas eu sentia que não era uma boa ideia ficar deitada. Não queria me tornar mais vulnerável do que já estava. Porém, ficar seminua na frente de Joe também não era a melhor escolha. 
— Minha madrasta? — ele perguntou. 
Eu simplesmente balancei a cabeça. Ele largou o copo e levantou-se. É claro, eu vacilei. Sua expressão escureceu. Ele não disse nada ele passou por mim para entrar no banheiro, nem mesmo quando engoli em seco quando seu braço roçou o meu. No momento em que a porta se fechou, eu soltei a respiração que estava presa. Lentamente me aproximei da cama, meus olhos encontraram a mancha vermelha. Eu fiquei na beira do colchão. A água estava correndo no banheiro, mas, eventualmente, Joe voltaria. 
Deitei-me na borda do colchão, virei de lado e puxei as cobertas até o queixo, então fechei os olhos, desejando adormecer. Eu queria que esse dia acabasse, mesmo que fosse apenas o começo de muitos dias e noites infernais que viriam. 
A água parou e alguns minutos depois Joe saiu do banheiro. Eu tentei acalmar minha respiração para poder fingir que estava dormindo. Arrisquei uma olhada rápida através de olhos meio fechados, meu rosto estava a maior parte coberto pelo cobertor, e eu parecia uma pedra. Joe estava vestindo apenas uma cueca preta. E se Joe era impressionante quando vestido, seminu ele era outro nível. Ele era puro músculo e sua pele estava cheia de cicatrizes, algumas finas e outras mais grossas, como se uma faca tivesse cortado sem piedade, e algumas cicatrizes eram arredondadas, como se uma bala tivesse rasgado sua carne. Letras estavam tatuadas sobre seu coração. Eu não podia ler de longe, mas eu tinha a sensação de que era o lema deles. “Nascido no Sangue. Juramentado no Sangue. Eu entro vivo e saio morto”. 
Ele caminhou até o principal interruptor de luz e o desligou, jogando-nos na escuridão. De repente, eu senti como se estivesse sozinha em uma floresta durante a noite, sabendo que em algum lugar algo estava me perseguindo. A cama afundou sob o peso de Joe e eu segurei a borda do colchão. Apertei os lábios, tomando apenas respirações rasas. 
O colchão mudou quando Joe deitou. Prendi a respiração, esperando que ele chegasse em mim e tomasse o que era seu. Será que seria sempre assim? Será que eu seria infeliz pelo resto da minha vida? Minhas noites cheias de medo? 
A pressão das últimas semanas, ou talvez até mesmo anos, caiu sobre mim. Desamparo, medo e raiva tomaram conta de mim. O ódio pelo meu pai me encheu, mas pior ainda foi a faca quente de decepção e tristeza que passou por mim. Ele havia me dado a um homem sobre o qual ele não sabia nada além da sua reputação de assassino habilidoso, e me ofereceu ao inimigo para ele fazer o que quisesse. O homem que deveria ter me protegido do mal, tinha me empurrado para os braços de um monstro com o único propósito de garantir o poder. 
Lágrimas quentes saíram dos meus olhos, mas o peso no meu peito não suavizou. Ficou mais e mais pesado até que eu não consegui mais prendê-lo, então dei um soluço engasgado para não deixar que ele saísse. Controle-se, Demi. Eu tentei lutar contra isso, mas outro soluço sufocado escapou dos meus lábios. 
— Você vai chorar a noite toda? — A voz fria de Joe surgiu na escuridão. É claro que ele ainda não estava dormindo. Um homem na sua posição deveria sempre manter um olho aberto. 
Eu enterrei meu rosto no travesseiro, mas agora que as comportas se abriram, não podia fechá-las novamente. 
— Eu não quero ver o quanto você poderia ter chorado se eu tivesse levado isso adiante. Talvez eu devesse te foder para te dar uma verdadeira razão para chorar. 
Puxei minhas pernas para cima, contra o meu peito, fazendo-me tão pequena quanto possível. Eu sabia que precisava parar. Eu não tinha sido espancada, mas não conseguia controlar as minhas emoções. 
Joe se virou e uma luz suave inundou o quarto. Ele acendeu o abajur em sua cabeceira. Eu esperei. Eu sabia que ele estava me observando, mas mantive meu rosto pressionado contra o travesseiro. Talvez ele saísse do quarto por não aguentar o barulho. Ele tocou no meu braço e eu empurrei com tanta violência que eu teria caído da cama, se Joe não tivesse me puxado em direção a ele. 
— Já basta — disse ele em voz baixa. 
Aquela voz. Eu acalmei imediatamente e deixei ele me rolar sobre as minhas costas. Lentamente desenrolei minhas pernas e braços, e me deitei como um cadáver. 
— Olhe para mim, — ele ordenou, e eu fiz. Foi essa voz que tinha lhe dado sua má fama? — Eu quero que você pare de chorar. Quero que você pare de vacilar ao meu toque. 
Continua ...
Amores os capítulos da maratona sai de duas em duas horas.
Sairá capítulo as 17:00 , 19:00, 21:00 
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2 comentários:

  1. Não sei o que falar, só quero saber o que vai acontecer,ôh ansiedade que não me deixa

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  2. Estou doida para chegar as 17 hs kkk mds...ansiosa para mais :)
    amando tudo...Joe foi até legal poxa...
    Beijos

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Espero que tenham gostado do capítulo :*