Capítulo 50 Maratona 3/4


Uma onda de mal estar me arrancou do meu sono. Eu tropecei em direção ao banheiro e vomitei novamente, ajoelhada no chão de mármore frio, exausta demais para me levantar.  
Estremeci. Joe se aproximou de mim rapidamente, segurando meu cabelo atrás da cabeça. — Eu não pareço muito gostosa agora, não é? — eu ri com a voz rouca. 
— Isso não deveria ter acontecido. Eu deveria ter mantido você a salvo. 
— Você me manteve. — Eu agarrei o assento do vaso sanitário e cambaleei para ficar de pé. As mãos de Joe seguraram minha cintura. 
— Talvez um banho ajude. 
— Acho que eu vou me afogar se eu entrar em uma banheira agora. 
Joe ligou a água na banheira enquanto ainda me segurava com uma das mãos. O céu estava ficando cinza sobre Nova York. — Nós podemos tomar banho juntos. 
Eu tentei um sorriso maroto. — Você só quer tirar uma casquinha. 
— Eu não vou tocar em você enquanto você estiver sob o efeito de roofies. 
— Um Capo com moral? 
O rosto de Joe ficou sério. — Eu não sou Capo ainda. E eu tenho moral. Não muita, mas alguma coisa eu tenho. 
— Estou só brincando — eu sussurrei quando inclinei minha cabeça contra seu peito nu. Ele esfregou minhas costas e o movimento enviou um formigamento doce até meu núcleo. 
Recuei e cuidadosamente caminhei até a pia para escovar os dentes e lavar meu rosto. 
Joe fechou a torneira quando a banheira estava quase cheia. Então ele me ajudou a tirar a calcinha e saiu de suas boxers antes de me levar até a banheira. Mergulhei o rosto dentro da água por um momento, esperando que isso fosse limpar o restante do nevoeiro da minha cabeça. Joe deslizou atrás de mim e me puxou contra o seu peito. Sua ereção pressionou contra a minha coxa. Me virei de frente para ele e seu comprimento deslizou entre as minhas pernas e roçou a minha entrada. Fiquei rígida. Joe teria apenas que empurrar seus quadris para cima para entrar em mim. Ele gemeu, rangeu os dentes, então colocou a mão entre nós e empurrou sua ereção para cima, descansando contra a minha coxa, e me puxou para o seu peito. 
— Alguns homens teriam se aproveitado da situação — eu murmurei. 
A mandíbula de Joe estava cerrada. — Eu sou esse tipo de homem, Demi. Não se engane em acreditar que eu sou um bom homem. Eu não sou nem nobre, nem um cavalheiro. Eu sou um filho da puta cruel. 
— Não para mim. — Eu pressionei meu nariz contra a curva do pescoço dele, respirando seu cheiro familiar e almiscarado. 
Joe beijou o topo da minha cabeça. — Seria melhor se você me odiasse. Haveria menos chances de você se machucar desse jeito. 
O que eu tinha dito a ele ontem à noite, quando estava mal? E se eu disse que o amava? 
Eu não conseguia lembrar. — Mas eu não odeio. 
Joe beijou minha cabeça novamente. Eu queria que ele dissesse alguma coisa. Eu queria que ele dissesse que ele... 
— Você mencionou algo sobre o que Grace disse a você. — Sua voz era casual, mas tensão tomou conta de seu corpo. — Algo sobre eu tomar você de um jeito sangrento e cruel. 
— Ah, sim. Ela disse que você ia me machucar, me foder como um animal, me foder até tirar sangue. Ela disse isso quando falou comigo durante a nossa recepção de casamento. Me assustou muito. — Eu fiz uma careta então. — Eu acho que esse cara na noite passada disse quase a mesma coisa. 
— Antes de eu matá-lo, ele disse que uma das mulheres que compravam drogas dele lhe disse que você era uma vadia que precisava aprender uma lição. E ela deu dinheiro a ele. 
Eu levantei a cabeça. — Você acha que foi Grace? 
Os olhos de Joe eram como um céu tempestuoso. — Tenho certeza que foi ela. A descrição se encaixa, e ninguém mais teria interesse em atacá-la. 
— O que você vai fazer? 
— Eu não posso matá-la, mesmo que eu queira cortar a porra da sua garganta, mas isso causaria problemas com o seu pai e o seu irmão. Eu vou ter que falar com eles, no entanto. Vou dizer a eles para colocarem uma maldita coleira naquela mulher, ou não vão mais ver o nosso dinheiro. 
— E se eles se recusarem? 
— Eles não vão. Grace anda fodendo as coisas há um bom tempo. Eles provavelmente vão mandá-la para a Europa ou para Ásia, para a reabilitação ou alguma merda assim. 
Eu lhe dei um beijo, mas a tensão não deixou o corpo de Joe. — Eu não consigo parar de pensar sobre o que teria acontecido se Romero e Cesare não estivessem lá, se aquele filho da puta tivesse conseguido levar você para fora do clube. O pensamento daquelas mãos sujas sobre você me faz querer matá-lo novamente. O pensamento de que ele poderia ter... — ele balançou a cabeça. 
Eu sabia que Joe não sentia nada por mim. Ele era possessivo. Ele não podia suportar a ideia de que alguém poderia ter colocado suas mãos sobre mim, que alguém poderia ter tomado o que Joe considerava seu. Fui tomada por resignação. — Quando Gianna for embora, daqui alguns dias, você pode me ter — eu sussurrei contra sua garganta. As mãos de Joe esfregaram nas minhas costas. Ele não me perguntou se eu tinha certeza. Eu não esperava que ele fizesse. Como Joe havia dito há pouco, ele não era um homem bom. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Espero que tenham gostado do capítulo :*