Ele era o meu marido, mas eu não tinha certeza. Minha mãe sempre tinha tratado o sexo como algo que só os homens desejavam. As mulheres simplesmente faziam o seu dever. Joe esfregou meu braço e eu decidi não pensar muito sobre isso. Eu faria o que parecia certo.
Soltei um pequeno suspiro, mas, em seguida, meus olhos se focaram no corte abaixo das suas costelas. O sangue estava escorrendo dele.
Sentei-me. — Você está sangrando. — Eu tinha me esquecido do ferimento. — Dói?
Joe parecia completamente relaxado. Ele baixo o olhar para o corte. — Não muito. Não é nada. Estou acostumado com isso.
Toquei a pele abaixo do corte. — Você precisa de pontos. E se estiver infectado?
— Talvez você tenha sorte e se torne uma jovem viúva.
Eu olhei para ele. — Isso não é engraçado. — Não depois do que tínhamos acabado de fazer. Eu me sentia mais próxima dele do que nunca e, de qualquer maneira, meu pai só me encontraria um novo marido.
— Se isso te incomoda tanto, por que você não pega o kit de primeiros socorros do banheiro e traz para mim?
Saltei da cama e corri para o banheiro. — Onde está?
— Na gaveta debaixo da pia.
Não havia apenas um kit de primeiros socorros. Havia cerca de vinte kits. Peguei um e voltei para o quarto, mas antes de ir para a cama com Joe, peguei minha camisola do chão e a coloquei. Joe sentou contra a cabeceira, ainda gloriosamente nu. Concentrei-me em seu dorso, envergonhada por sua nudez descarada.
Joe acariciou minha bochecha quando me acomodei ao lado dele. — Ainda muito tímida para olhar para mim, mesmo depois do que aconteceu. — Ele puxou a barra da minha camisola. — Eu gostei de você sem ela.
Apertei os lábios. — O que você quer que eu faça? — coloquei o kit de primeiros
socorros entre nós e abri.
— Muitas coisas — Joe murmurou.
Revirei os olhos. — Com o seu corte.
— Há lenços para desinfetar. Limpe a minha ferida e eu vou preparar a agulha.
Eu rasguei um dos pacotes. O cheiro de desinfetante encheu meu nariz. Puxei o lenço, desdobrei e limpei o corte. Joe se contraiu, mas não fez nenhum som. — Arde?
— Eu estou bem — ele disse simplesmente. — Limpe mais forte.
Eu fiz, e embora ele tenha se remexido algumas vezes, nunca me disse para parar. Finalmente joguei o lenço no lixo e me inclinei para trás. Joe perfurou sua pele com a agulha e começou a costurar a si mesmo, suas mãos eram firmes e certeiras. Vê-lo fazer isso me deixou enjoada. Eu não podia me imaginar fazendo isso em mim mesma, mas quando meus olhos vagaram sobre o corpo de Joe e as suas inúmeras cicatrizes, eu percebi que provavelmente não era a primeira vez que ele fazia isso. Quando Joe ficou satisfeito com seu trabalho, jogou fora a agulha.
— Nós precisamos cobrir isso aí, — eu disse. Procurei no kit um curativo, mas Joe balançou a cabeça. — Vai curar mais rápido se ficar descoberto para respirar.
— Sério? Você tem certeza? E se entrar sujeira no corte?
Joe riu. — Você não precisa se preocupar. Esta não será a última vez que eu vou voltar para casa ferido. — Eu estava preocupada? Sim. E eu não gostava da ideia dele dando tão pouca importância para a sua saúde.
Joe abriu os braços. — Venha.
— Você não tem que sair? — eu olhei para o relógio. Era apenas oito horas, mas na maioria dos dias Joe já tinha saído nesse horário.
— Não hoje. A Bratva está sob controle no momento. Eu vou ter que ir a um dos clubes da Família de tarde.
Dei um leve sorriso. Não pude evitar. Eu estava feliz por não ter que ficar sozinha o dia todo novamente. Me aconcheguei contra a lateral de Joe e ele colocou seu braço em volta de mim.
— Eu não esperava que você fosse ficar tão feliz — disse ele em voz baixa.
— Eu sempre fico sozinha. — eu odiava como eu parecia fraca dizendo isso, mas era a verdade. Os dedos de Joe apertaram o meu braço.
— Eu tenho algumas primas com quem você poderia sair. Tenho certeza de que elas gostariam de ir às compras com você.
— Por que todo mundo acha que eu quero ir às compras?
— Então, faça outra coisa. Tome um café ou vá para um Spa, eu não sei.
— Eu ainda tenho o vale de um Spa que ganhei no meu chá de panela.
— Está vendo? Se você quiser eu posso falar com as minhas primas.
Eu balancei a cabeça. — Eu não estou muito interessada em me encontrar com suas primas, depois do que Cosima fez.
— O que ela fez? — ele ficou rígido embaixo de mim.
Eu recuei, olhando para Joe. Então eu percebi que eu não disse a ele como o encontrei na cama com Grace, e depois de toda a confusão dos últimos dias ele também nunca perguntou. Ele provavelmente já tinha problemas mais que suficientes com a Bravta.
— Ela me deu o bilhete que me levou a você e Grace. — Dizer seu nome fez o meu estômago virar novamente, e memórias indesejadas ressurgiram. Sentei, longe do calor de Joe. Puxei minhas pernas para cima, contra o peito, oprimida por tudo o que tinha acontecido.
Joe se sentou e deu um beijo no meu ombro. — Cosima deu a você um bilhete que lhe dizia para ir ao apartamento? — sua voz estava apertada com raiva.
Eu balancei a cabeça, depois engoli antes de me atrever a falar. — E uma chave. Ela ainda está na minha bolsa.
— Que puta de merda — ele rosnou.
— Quem?
— As duas. Grace e Cosima. Elas são amigas. Grace deve ter colocado Cosima nisso. Aquela vadia.
Eu vacilei com a fúria em sua voz. Ele soltou um suspiro duro e colocou furtivamente um braço em volta da minha cintura, me puxando contra seu peito e enterrando seu rosto no meu cabelo.
— Grace queria me humilhar. Ela parecia muito feliz quando eu encontrei vocês.
— Aposto que sim — disse ele. — Ela é a porra de um rato tentando humilhar uma rainha. Ela não é nada. — Uau, ele estava furioso. E eu não podia evitar, sentia muito prazer dessa raiva dele por Grace.
— Como ela reagiu quando você lhe disse que você não podia mais vê-la?
Ele ficou em silêncio. Eu fiquei tensa. — Você prometeu que não iria mais vê-la ou a outras mulheres de novo. — Minha voz tremeu e eu tentei me afastar, mas ele me segurou rápido. Será que ele mentiu para mim? Eu não podia crer que tinha acreditado nele, não podia aceitar que eu deixei que ele me tocasse lá, e que também o toquei, em retorno.
— Eu falei que não vou mais ver mulher nenhuma, e não vou. Mas eu não quis falar com Grace. Por que eu deveria? Eu não lhe devo explicações, assim como eu não devo a porra de uma explicação para as outras vadias que eu já comi. — Seu corpo poderia ter sido feito de pedra por estar tão tenso. Eu queria acreditar nele. Ele agarrou meu queixo entre o polegar e o indicador e inclinou meu rosto até que eu estivesse olhando para ele. — Você é a única que eu quero. Eu vou manter minha promessa, Demi.
— Então você não vai vê-la novamente.
— Ah, eu vou vê-la novamente para lhe dizer o que eu penso sobre a sua pequena proeza.
— Não.
Ele franziu a testa.
— Eu não quero que você fale com ela novamente. Vamos apenas esquecê-la. — Eu podia ver que ele não queria esquecer. — Por favor.
Ele exalou, depois assentiu. — Eu não gosto disso, mas se é isso que você quer...
— É — eu disse decididamente. — Não vamos nem falar sobre ela. Fingir que ela não existe.
Joe ergueu a mão e esfregou o polegar sobre meu lábio inferior. — Seus lábios são tão beijáveis. — Abaixei a cabeça para esconder meu sorriso satisfeito.
— Tem algo que eu gostaria de falar com você — eu disse.
— Mais uma má notícia?
— Bem, eu acho que depende do seu ponto de vista. Queria que Gianna viesse me
visitar. Suas aulas só vão começar em duas semanas e eu sinto falta dela.
— São apenas alguns dias desde que você a viu.
— Eu sei.
— Onde é que ela vai ficar?
— Eu não sei. Talvez eu um de nossos quartos? — Tínhamos três no piso inferior da cobertura.
— Sua irmã é uma grande dor na bunda.
Eu dei a ele um olhar suplicante.
— Que tal um acordo? — ele disse em uma voz rouca.
Meu nervos se agitaram no meu estômago. — Um acordo?
— Não fique tão nervosa. — Joe sorriu ironicamente. — Eu não vou lhe pedir para dormir comigo para que você possa ver sua irmã. Eu não sou tão idiota.
— Não? — eu provoquei e ele bateu seus lábios contra os meus em um beijo que enviou sensações relâmpago por todo o caminho até os dedos dos meus pés.
— Não — ele disse contra meus lábios. — Mas eu gostaria de explorar seu corpo.
Eu levantei minhas sobrancelhas. — Tipo como?
— Hoje à noite vou tentar estar em casa mais cedo depois da reunião no clube, e eu quero relaxar com você na hidromassagem um pouco e depois quero que você descanse e me deixe te tocar e beijar onde eu bem entender. — Ele lambeu meu ouvido. — Você vai adorar.
Eu separei meus lábios em surpresa. Isso estava indo mais rápido do que eu pensei que iríamos, do que eu sei que deveria. Joe deve ter visto a incerteza em minha expressão, porque ele enfiou a mão entre minhas pernas e pressionou a palma contra o meu clitóris, sobre o tecido da calcinha. Eu rebolei e deixei um gemido escapar antes que pudesse me impedir. Deus, isso era ridículo.
Era o que acontecia quando éramos forçados a viver em abstinência por tanto tempo.
— Você gosta disso, Demi. Eu sei que você gosta. Admita.
Ele pressionou mais e eu empurrei contra ele. — Sim, — eu disse ofegante. Ele mexeu a palma da mão lentamente, o que enviou picos de prazer através do meu corpo. — Não pare.
— Eu não vou — disse ele, mordiscando minha garganta. — Então você vai me deixar explorar hoje à noite? Eu não vou fazer nada que você não queira.
Eu não tinha certeza do que eu queria agora. Com exceção de que Joe não parasse o que estava fazendo com a mão. Eu teria lhe prometido tudo naquele momento. — Sim.
Ele aumentou a pressão sobre o meu clitóris e sugou a minha garganta, e depois passou a língua sobre minha clavícula, o que me fez explodir. Joe me beijou abaixo do queixo antes de se puxar para trás com um sorriso. Uma vez que eu desci do meu torpor, decidi que precisava achar uma maneira de equilibrar o poder entre nós. Ele me queria mais do que eu queria ele. Eu tinha certeza disso. Eu precisava tirar proveito dessa situação.
Eu descansei minha cabeça contra seu ombro. — Então, eu posso ligar para Gianna e dizer a ela para comprar as passagens de avião?
Joe riu. — Claro, mas lembre-se do nosso acordo. — Seu telefone tocou na mesa de cabeceira. Ele o pegou. — Pelo amor de Deus, Nick, o que é agora?
Eu me afastei. Joe se levantou e começou a andar pelo quarto, completamente nu. — Nós temos a costa, o litoral. Eu não vou deixar outra porra de restaurante para os russos. Sim. Sim. Eu vou estar pronto em 30 minutos. — Ele atirou o telefone de volta na mesa de cabeceira.
— Vou ter de falar com o dono de uma cadeia de restaurantes.
— Tudo bem, — eu disse, tentando esconder a minha decepção.
— Chame sua irmã e diga que ela pode vir. E eu vou estar de volta a tempo para o
jantar, ok? Eu tenho alguns telefones de delivery na cozinha. Encomende o que quiser. — Ele se inclinou e me beijou. — Peça para Romero levá-la a um museu ou algo assim.
Quinze minutos mais tarde ele se foi, e eu fiquei com as minhas dúvidas. Como eu poderia ter concordado com esse acordo? Porque eu amei o prazer que ele me deu. Por que não aproveitar? Talvez eu tivesse que viver sem amor, mas isso não significava que eu teria que ser miserável.
Gianna ficou em êxtase quando eu liguei para ela e lhe disse que podia vir me visitar. Eu não contei a ela sobre o acordo. Não podia falar sobre algo assim no telefone, ou de qualquer outra maneira. Eu sabia que ela não aprovaria que eu estivesse cedendo a Joe tão rapidamente.
Continua ...
Hey Hey meus amores, Surpresinha para vocês. Hoje terá mini maratona serão três capítulos hoje.
O próximo sai as 13:00 e 15:00
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Espero que tenham gostado do capítulo :*