Capítulo 29

Eu congelei. Suas palavras me fizeram sentir diminuída. Ele era o meu marido e tinha direito sobre o meu corpo, se você perguntasse a qualquer pessoa em nossa família, mas eu merecia coisa melhor do que isso. Eu não queria ser fodida como ele estava acostumado a fazer com outras mulheres. Eu era sua esposa. Eu queria mais. Virei a cabeça e empurrei as palmas das mãos contra o seu peito. Depois de um momento, ele cedeu. 
— Eu não quero isso, — eu disse, sem me preocupar em esconder dele o meu desgosto. 
Eu não olhei para ele, mas praticamente podia sentir a sua frustração. O que ele achava? Que eu de repente me sentia confortável o suficiente para dormir com ele porque ele tinha me levado para jantar uma vez? Era assim que ele fazia com suas outras garotas? Por um longo tempo ele não fez nada, só me olhou, e então se desenrolou de mim. 
Ele desligou a luz sem uma palavra e deitou do seu lado da cama. Eu gostaria que ele tivesse me abraçado. Esta era a minha primeira noite longe da minha família. Teria sido bom se ele tivesse, pelo menos, me consolado, mas eu não ia lhe pedir isso. Em vez disso, eu puxei as cobertas e fechei os olhos. 
*** 
Quando acordei na manhã seguinte, Joe já tinha ido embora. Sem nenhum bilhete, nem mesmo uma mensagem no meu telefone. Ele estava realmente chateado. Empurrei os cobertores. Desgraçado. Ele sabia que eu não conhecia ninguém em Nova York e ainda assim não se importou. Peguei meu laptop e abri a minha conta de e-mail. Gianna já tinha me enviado três novos e-mails. O último era quase ameaçador. Peguei o telefone. Só de ouvir a sua voz já era o suficiente para me fazer sentir melhor. Eu não precisava de Joe ou qualquer outra pessoa, desde que eu tivesse Gianna. 
O cheiro de café e algo mais doce, finalmente, me chamou para o andar de baixo. Panelas estavam tilintando na cozinha e quando virei a esquina, encontrei uma mulher pequena, roliça, que parecia ter idade para ser minha avó no fogão, fazendo panquecas. Seu cabelo cinza escuro estava preso com uma rede de cabelo. Romero estava sentado em um banquinho no bar que ficava ao lado do balcão da cozinha, com uma xícara de café na sua frente. Ele me olhou quando me aproximei, seus olhos se fixando na minha camisola antes dele virar rapidamente a cabeça para o outro lado. Sério? 
A mulher se virou e sorriu gentilmente. — Você deve ser Demi. Eu sou Marianna. 
Eu andei até ela para apertar a sua mão, mas ela me puxou para um abraço, me 
pressionando contra seu peito. — Você é uma beleza, bambina. Não admira que Joe seja apaixonado por você. 
Engoli um comentário sarcástico. — Isso parece delicioso. 
— Sente-se. O café da manhã estará pronto em alguns minutos. É o suficiente para 
Romero e você. 
Sentei em um banquinho ao lado de Romero. Ele ainda estava olhando incisivamente na outra direção. — Qual é o seu problema? Eu não estou nua, — eu disse quando eu não aguentava mais. 
Marianna riu. — O menino está preocupado que Joe descubra que ele ficou de olho na sua menina. 
Eu balancei a cabeça, irritada. Se Romero insistisse em ser um covarde, ele teria que comer com os olhos fechados. Eu não ia colocar um roupão só porque eu era obrigada a ter um guarda-costas na minha própria casa. 
*** 
Eu já estava cochilando quando Joe chegou em casa naquela noite. Enquanto ele passava o dia fora fazendo Deus sabe o quê, eu era uma prisioneira nesta cobertura. As únicas pessoas que me faziam companhia eram Marianna e Romero, mas ela tinha saído depois de preparar o jantar e Romero não era exatamente uma pessoa comunicativa. Eu vi quando Joe saiu do banheiro, de banho tomado. Ele mal me olhou. Será que ele pensava que eu me importava? Quando ele se deitou ao meu lado e apagou as luzes, eu disse na escuridão. — Posso andar pela cidade amanhã? 
— Contanto que você leve Romero com você, — foi sua resposta curta. 
Engoli minha mágoa e frustração. Quando ele me levou ao restaurante favorito, eu pensei que ele ia tentar fazer esse casamento funcionasse, mas só tinha sido uma manobra para me levar para a cama. E agora ele me punia com esse tratamento silencioso. 
Mas eu não precisava dele, nunca precisei. Eu adormeci ao som de sua respiração ritmada. Acordei no meio da noite, de um pesadelo. O braço de Joe estava envolvido em torno de mim, e meu corpo encaixado no seu. Eu poderia ter me afastado, mas a sua proximidade me fez sentir muito bem. Uma parte de mim ainda queria que esse casamento desse certo. 
*** 
Sentir saudade de Gianna e Lily, era quase uma coisa física. Romero tentou ser invisível, mas ele estava sempre lá. — Você quer ir às compras? 
Eu quase ri. Será que ele achava que fazer comprar deixaria tudo melhor? Talvez para algumas pessoas, mas definitivamente não para mim. — Não, mas eu gostaria de pegar alguma coisa para comer. Gianna me enviou um e-mail com alguns restaurantes que ela quer ir quando vier me visitar. Eu gostaria de ir a algum deles hoje. 
Romero pareceu inseguro por um instante, e eu explodi. — Eu pedi a Joe permissão noites atrás, então você não precisa se preocupar. Eu tenho permissão para sair desta prisão. 
Ele franziu a testa. — Eu sei. Ele me disse. 
Isso era ridículo. O deixei em pé no meio da sala de estar e corri escada acima até o quarto. Eu rapidamente coloquei um vestido de verão e sandálias, peguei minha bolsa e óculos de sol antes de voltar pra baixo. Romero não se moveu de seu lugar. Por que ele não podia fingir que era outra coisa que não o meu guarda-costas? 
— Vamos, — eu pedi. Se ele queria agir como meu guarda-costas, eu iria tratá-lo dessa forma. Romero puxou um casaco por cima da camisa para esconder seu coldre, então apertou o botão do elevador. Nós não falamos durante o passeio até o térreo. Esta era realmente a primeira vez que via o saguão do prédio. Era elegante, de mármore preto, com arte moderna, e atrás do balcão de vidro branco estava um recepcionista de meia-idade em um terno preto. Ele inclinou a cabeça para Romero com seus olhos arregalados de curiosidade óbvia. — Bom dia, Sra. Vitiello, — ele disse em uma voz excessivamente educada. Eu quase tropecei ao ouvir ele me chamar assim. Era fácil esquecer que eu não era mais uma Scuderi. Afinal de contas, o meu marido nunca estava presente. 
Eu balancei a cabeça em reconhecimento, então, rapidamente corri pra fora. O calor explodiu contra o meu corpo quando eu deixei o prédio com ar condicionado. O verão da cidade não me animou. O cheiro de lixo parecia pairar pelas ruas como neblina. Romero estava um passo atrás de mim e eu me perguntava como ele podia suportar o calor vestido daquela forma.

7 comentários:

  1. Pelo amor de Deus, posta mais. Tô amando ����

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  2. Faça maratona Larissa :(
    A Demi podia ter dito o que ela achou do que ele disse talvez eles iam se intender. Ele deve ter ficado magoado kk posta mais

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Kkk tadinho dos dois kk...entendi o que cada um quer nesse momento...tomara que eles continue como antes..."tentando uma amizade" enfim..eu estou apaixonada por tudo !!
    Não demore kkk
    Beijos

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  5. OIII LARY, acompanho seu blog por essa semana e mdssss que sdds tava de fics JEMI, sei que acabou,mas é bom ler essas webs me lembra minha adolescencia, se nao fosse pedir muito sera que voce tem como postar pra gente dps: Angel of death. da Cacau, me apx por essa web mas nao acho em lugar algum ela completa, e com o fim do orkut, ficou tudo mais dificil...
    Milll beijos
    Posteee mais

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    1. Oi Aynara. Que bom que voce gostou do blog. Eu nao sei se vou poder atender ao seu pedido porque eu nao tenho contato com ela e nem as fics dela. Com o final do orkut eu perdi o contato pegava as fics dela na comunidade que ela tinha. Vou tentar procurar essa fic se eu conseguir achar eu posto.
      Beijos e continue acompanhando o blog ; )

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Espero que tenham gostado do capítulo :*