Capítulo 15 Bônus do fds


Meu pai me puxou e minhas pernas pareciam me levar sem rumo enquanto meu corpo tremia de nervoso. Tentei não olhar para Joe e, em vez disso, vi Gianna e Liliana com o canto dos olhos. Elas eram as duas primeiras damas de honra e vê-las me deu a força para manter minha cabeça erguida e não surtar. 
Pétalas de rosas brancas cobriam meu caminho e foram esmagadas sob os meus sapatos. 
Isso era simbólico, embora eu tivesse certeza de que não era para ser. A caminhada, que levou uma eternidade, acabou cedo demais. Joe estendeu a mão com a palma para cima. Meu pai segurou os cantos do meu véu e levantou, e depois colocou a minha mão sobre a de Joe, cujos olhos cinza pareciam queimar com uma emoção que eu não conseguia entender. Será que ele podia me sentir tremendo? Eu não encontrei o seu olhar. 
O sacerdote em sua batina branca nos cumprimentou, e então os convidados sentaram, antes de começar a oração de abertura. Tentei não desmaiar. O aperto de Joe era a única coisa que me mantinha focada. Eu tinha que ser forte. Quando o padre finalmente chegou ao final da cerimônia do Evangelho, minhas pernas mal conseguiam me segurar. Ele anunciou o rito do casamento e os convidados todos se levantaram de suas cadeiras. 
— Joe e Demi, — o sacerdote se dirigiu a nós. — Vocês vieram aqui livremente e sem reservas para dar-vos uns aos outros no casamento? Vão amar e honrar um ao outro como marido e mulher para o resto de suas vidas? 
Mentir é pecado, e isso estava me matando. Este ambiente respirava pecado. — Sim, — disse Joe em sua voz profunda, e um momento depois eu também falei — Sim. — Ele saiu firme. 
— Uma vez que é a vossa intenção contrair matrimônio, juntem as mãos direitas e declararem o vosso consentimento diante de Deus e da sua Igreja. — Joe apertou minhas mãos. Eram quentes contra a minha pele fria. Nós encaramos um ao outro e eu não tinha escolha a não ser olhar para os seus olhos. Joe falou primeiro. — Eu, Joe Vitiello, aceito Demi Scuderi como minha esposa. Prometo ser fiel a você nos momentos bons e nos maus, na saúde e na doença. Eu vou te amar e honrar todos os dias da minha vida. — Como eram doces as mentiras que saíam de sua boca. 
Recitei as palavras esperadas de mim e o padre abençoou nossas alianças. 
Joe pegou minha aliança da almofada vermelha. Meus dedos tremiam quando eu os levantei, meu batimento cardíaco estava rápido como um beija-flor. A mão forte de Joe foi firme quando ele segurou a minha e colocou a aliança no meu dedo. — Demi, receba esta aliança como prova do meu amor e fidelidade. Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. 
Ele colocou o anel no meu dedo. O ouro branco com vinte pequenos diamantes. O que era um sinal de amor e devoção para outros casais não passava de um testamento de sua posse para mim. Um lembrete diário da gaiola dourada em que eu estaria presa para o resto da minha vida. Até que a morte nos separe não era uma promessa vazia, como para tantos outros casais que aceitam o vínculo sagrado do casamento. Não havia maneira de sair dessa união para mim. Eu era de Joe até o meu amargo fim. As últimas palavras do juramento que os homens faziam quando eram admitidos na máfia poderiam muito bem ter sido o meu voto de casamento:  “Eu entro vivo e vou sair morto”. 
Foi a minha vez de dizer as palavras e deslizar o anel no dedo de Joe. Por um momento eu não tinha certeza se poderia me controlar. O tremor do meu corpo era tão forte que Joe teve de firmar a minha mão e me ajudar. Eu esperava que ninguém tivesse notado, mas os olhos afiados (como de costume) de Nick pousaram nos meus dedos. Ele e Joe eram próximos eles provavelmente iriam rir do meu medo por um longo tempo. 
Eu deveria ter fugido quando eu ainda tinha chance. Agora, quando centenas de rostos da família de Chicago e Nova York olhavam para nós, fugir já não era uma opção. Nem o divórcio. A morte era o único final aceitável para um casamento em nosso mundo. Mesmo se eu ainda conseguisse escapar dos olhos atentos de Joe e de seus capangas, a minha desistência do nosso acordo significaria guerra. Nada que meu pai dissesse impediria a família de Joe de se vingar. 
Meus sentimentos não importavam, nunca importaram. Eu tinha crescido em um mundo onde opções nunca eram dadas, especialmente para as mulheres. Este casamento não era sobre amor ou de confiança ou escolha. Era sobre dever e honra, sobre fazer o que era esperado. Um elo para garantir a paz. 
Eu não era idiota. Eu sabia o que era importante: dinheiro e poder. Ambos estavam diminuindo desde que a Bratva, a Tríade e outras organizações de crime menores vinham tentando expandir sua influência em nossos territórios. As famílias italianas em todos os EUA estavam se unindo e trabalhando juntas para derrubar seus inimigos. Eu deveria estar honrada por me casar com o filho mais velho da família de Nova York. Isso é o que o meu pai e todos os outros parentes do sexo masculino tinham tentado me dizer desde o meu noivado com Joe. 
Eu sabia disso, e não era como se eu não tivesse tido tempo para me preparar para este momento, e ainda assim eu tremia nesse corpete apertado. 
— Você pode beijar a noiva — disse o padre. 

4 comentários:

  1. Você só pode tá querendo apanha né garota, como assim você para na melhor parte,eu vou ter um ataque até segunda, deixa a senhora comigo

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  2. Você sempre para nas melhoras partes kkk...parece que é de propósito kkkk
    Adoreeeei ❤️❤️
    Ansiosa para o próximo
    Beijos

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  3. Como q vc para aí?????????? JA QUERO O PRÓXIMO

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Espero que tenham gostado do capítulo :*