Capítulo 31 + Se preparem que hoje tem maratona

Ela não estava completamente fechada. 
Meu coração acelerou com medo. Essa parecia ser uma péssima ideia, mas a curiosidade foi mais forte do que a preocupação. Eu abri a porta e olhei para dentro. A sala estava escura e vazia, mas havia luz vindo de outro lugar. Eu pousei a mão sobre a arma na minha bolsa, então me esgueirei mais, mas congelei quando ouvi uma mulher gritar. — Sim! Mais forte! 
O pavor se estabeleceu em mim quando eu segui a voz. Eu já tinha a escutado antes. A luz vinha de uma porta aberta. Eu parei na frente dela, hesitando. Eu ainda podia me virar e fingir que nunca tinha recebido o bilhete. Outro gemido ecoou para fora do quarto e eu olhei lá pra dentro. Um calor correu até meu rosto e depois pareceu escorrer completamente para fora do meu corpo. Grace Parker estava de quatro sobre a cama, apoiada nos antebraços, enquanto Joe a pegava por trás. As batidas no seu corpo e na sua bunda podiam ser ouvidas de longe, apenas ocasionalmente interrompidas por seus gritos de incentivo e gemidos. Os olhos de Joe estavam fechados enquanto seus dedos se cravavam em seus quadris e ele se metia nela uma e outra vez. Grace virou a cabeça para encontrar os meus olhos e sorriu triunfante. A bile viajou até minha garganta. Então foi aqui onde Joe esteve nas duas últimas noites. 
Por um momento louco eu considerei pegar a arma e jogá-la em sua cabeça. Eu não iria atirar nela, mesmo que eu quisesse. Eu não era um mafioso. Eu não era Joe. Meus ombros caíram e eu dei um passo para trás. Eu precisava fugir. Os olhos de Joe se abriram, e ele esticou a mão para pegar a arma ao seu lado na cama, mas então ele me viu. Ele empurrou, então congelou. 
— Qual é o problema, Joe? — perguntou Grace, balançando a bunda contra ele. Ele ainda estava enterrado dentro dela. Joe e eu olhamos um para o outro e eu pude sentir as lágrimas se reunindo em meus olhos. 
Eu me virei e corri. Eu precisava fugir. Apenas tomar distância. No momento em que saí do elevador no primeiro andar, comecei a tremer, mas não parei. Corri para fora quase esbarrando em Romero, que deve ter seguido o GPS do meu telefone. Ele cambaleou para trás, olhou para o meu rosto, depois para o edifício e seus olhos se arregalaram. Ele sabia. Todo mundo parecia saber, exceto a estúpida aqui. 
Eu tomei distância, correndo mais rápido do que eu jamais corri na minha vida. Enquanto eu atravessava a rua em direção à estação de metrô, tive um vislumbre de Joe cambaleando para fora da porta do edifício com a camisa e as calças desabotoadas. Romero já estava me perseguindo. 
Mas eu era rápida. Anos de trabalho na esteira finalmente valeram a pena. Eu praticamente voei para baixo, me atrapalhando com o cartão do metrô que minhas irmãs e eu tínhamos comprado antes do casamento, depois que fizemos Umberto nos mostrar o metrô. 
Consegui me espremer nas portas já se fechando de um vagão. Eu não tinha certeza de para onde ele estava indo. Mas quando vi Joe e Romero me perseguindo, tudo o que importava era que estivesse me levando para longe. Longe do sorriso triunfante que Grace tinha me dado, do som do corpo de Joe batendo na bunda dela, da traição dele. 
Na nossa noite de núpcias eu disse a Joe que eu não o odiava. Eu queria que ele me perguntasse de novo hoje. Eu me afundei em um assento livre, mas ainda estava tremendo. Onde eu estava indo? 
Eu não podia fugir. Joe provavelmente já tinha enviado algum soldado atrás de mim. Deixei escapar uma risada sufocada e atraí alguns olhares estranhos de outros passageiros. O que eles sabiam? Eles eram livres. 
Peguei meu celular e liguei para Gianna. Ela atendeu no segundo toque. — Demi? 
— Eu peguei Joe na cama com Grace. — Mais pessoas olharam na minha direção. E daí? Eles não saberiam quem eu era. Os anúncios do casamento no jornal nunca incluíram minha foto. Eu realmente não precisava de mais atenção. 
— Puta merda. 
— Sim. — Eu desci na estação seguinte, quando comecei a contar toda a história para Gianna. Eu rapidamente me afastei do metrô, porque esse seria o lugar mais óbvio para me procurarem. Eventualmente passei por um lugar alto e escuro onde hambúrgueres e cerveja eram vendidos. Eu pedi uma Coca-Cola e um hambúrguer, embora não tivesse intenção de beber ou comer. 
— Onde está você agora? — perguntou Gianna. 
— Em algum lugar. Eu não sei mesmo. Em uma lanchonete, algo assim. 
— Tenha cuidado. — Eu permaneci em silêncio. — Você está chorando? 
Eu estava. Mais uma vez fiquei em silêncio. 
— Não. Não quando eu não estou por perto para consolá-la e chutar a porra da bunda de Joe. Eu sabia que ele era um idiota. Bastardo do caralho. Você não dormiu com ele ainda, certo? 
— Não, eu não dormi. Provavelmente por isso que ele estava aí fora me traindo. 
— Não se atreva a se culpar, Demi. Qualquer homem decente teria mantido seu pau em suas calças ou usado a mão. 
O hambúrguer e a Coca chegaram, e eu agradeci a garçonete, que permaneceu ao lado da minha mesa por um par de segundos, seu olhar persistente em minhas lágrimas. Eu dei-lhe um sorriso e ela finalmente entendeu o recado e partiu. 
— O que você vai fazer agora? Está pensando em voltar para casa? 
— Você realmente acha que nosso pai vai me deixar largar Joe porque ele me traiu? 
Ele tem uma amante há anos. — Nem Joe permitiria. Eu era sua, como Romero nunca deixou de me lembrar. 
— Os homens são todos uns porcos. 
— Eu não posso esquecer o olhar que Grace me deu. Parecia que ela tinha ganhado. 
— Ela queria que você os visse, ela queria humilhá-la. — Gianna se calou. — Você é a mulher do futuro Capo dei Capi. Alguém te humilhar, é praticamente um insulto a Joe. 
— Bem, ele estava ocupado ajudando ela a me insultar. 
Gianna bufou. — Espero que o pau dele caia. 

Continua ...
Joe fdp, me deu raiva dele agora 

2 comentários:

  1. Retiro todo elogio que eu fiz a ele,ele é um idiota,quer dizer que ninguém pode encostar na demi,mas ele pode deitar que uma qualquer,idiota,quero que ele tome naquele lugar

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  2. Estava desconfiada ja. Espero que a Demi se vingue.

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Espero que tenham gostado do capítulo :*